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História Arbitrium e a Árvore Arcana - IV - O dorminhoco desperta com uma história nada divertida.


Escrita por: atthreus

Capítulo 5 - IV - O dorminhoco desperta com uma história nada divertida.


Leonídas liberta Shinru de seu aprisionamento, mas recua um pouco com medo de ser atacado.

- Fique em paz, sou um homem de palavra. - Afirma Shinru. - Já seu amigo, é uma criança com um poder que não entende, erroneamente acreditando que ao usá-lo, não está se arriscando. Se eu não tivesse mais resistência que um humano comum, poderia estar morto agora.

- Rapadura é doce mas não é mole não! - Diz Matthias tentando caminhar em direção aos dois.

- Garoto das mãos brilhantes, fique quieto! Você não está em condições de fazer gracinhas.

- É isso aí Matth, deixa as gracinhas pra mim. - Leonídas fala com um tom debochado.

- Depois de meter a gente nessa enrascada e não fazer praticamente nada para nos ajudar, você é o único que não está em posição de dizer coisa alguma, Leonídas. - Matthias responde. - Além disso precisamos acordar o Kyriel, desde que conheço ele, só o vejo desmaiado.

- Ha ha ha! - Shinru cai em risos. - Barulhentos, mas engraçados. Talvez estivesse errado sobre vocês.

- A gente faz o que pode. Vamos acordar o sonequinha pra começar a história logo. - Leonídas responde agarrando Matthias pelo pescoço e o puxando na direção de Kyriel.

Shinru se aproxima de Kyriel, levanta a mão direita, fechando os olhos por um breve momento.

- Não é possível que esse cara ainda tenha truques escondidos. - Diz Leonídas ansioso pelo que Shinru viria a fazer.

- Menino, você viu que ele é resistente, rápido e ainda escala paredes? Pensei que eu seria o único daqui a utilizar magia. - Matthias fala parecendo sentir inveja de toda a situação.

- Agora você não é o único. - Diz Leonídas brincando com o talismã nas mãos.

Subitamente, Shinru bate no rosto de Kyriel com a palma da mão, quebrando quaisquer expectativas que os dois garoto houvessem criado.

- O QUE? - Gritam Matthias e Leonídas.

- Não queriam que ele acordasse? - Shinru pergunta aos garotos com uma expressão de confusão em seu rosto.

- Justo. - Matthias e Leonídas respondem em uníssono.

Kyriel levantou-se em um pulo já em postura de batalha.

- Desgraçado! O que fez comigo? Onde estão minhas espadas? - Kyriel exclama com a testa franzida.

- Você saberia se não tivesse passado a luta toda dormindo. Já resolvemos tudo. Diz Matthias. - Estamos quites, Kyriel.

Kyriel recolhe suas espadas e encara Shinru com o rosto fechado.

- Querem que eu conte o motivo ou não? Sentem-se enquanto preparo algo para comermos. - Diz Shinru enquanto recolhe alguns ingredientes guardados.

Shinru prepara uma sopa utilizando algumas ervas que havia estocado na caverna, alimentando a todos.

- Shinru, acho que já pode começar. - Matthias fala enquanto esfria a sopa.

- Esses ''vestidos'' como disse seu amigo. São vestes tradicionais do antigo monastério em que eu vivia. Nós éramos artistas marciais...

- Já pode nos chamar pelos nossos nomes, Shinru. - Leonídas interrompe. - E por que "éramos"?

- Ocorreu uma terrível tragédia, Leonídas. Quando menor, eu era apenas um aprendiz na Arte do Punho Sereno. O monastério sofreu um ataque, não sei por qual motivo atacaram aquele lugar, já que todos que ali estavam não tinham contato com o mundo exterior. Meu mestre, Kun-Ha Horu, conseguiu tempo suficiente para que eu pudesse fugir, mas o resto do monastério foi massacrado enquanto defendia o local. Isso me torna o único sobrevivente do massacre. Depois disso, procurei o lugar mais distante da humanidade que consegui e adotei o primeiro nome de meu mestre como uma homenagem. Comecei a treinar sozinho neste local, desde então, sou o único praticante da Arte do Punho Sereno. Quero preservar o legado de meu mestre e daqueles que morreram naquele dia. Perdi a cabeça por uns instantes quando falou do "vestido", que a propósito se chama Changshan. Não por causa deles, mas sim por eu ter compreendido como um desacato a suas tradições.

Shinru conta a história e seus olhos começam a lacrimejar.

- Acho que falo por todos quando digo que sentimos muito pelo que aconteceu. - Diz Leonidas com uma expressão de profunda tristeza em seu rosto. - Seja lá quem for que tenha planejado isso... foi desumano.

- Calma, você está falando da lenda da Ordem da Lótus Púrpura? - Matthias fala confuso.

- Uma lenda? Essa história é tão real quanto o calor do sol. - Shinru responde. - Mas como você sabe disso?

- Posso encontrar essa história no livro de magia arcana da minha família. A Ordem da Lótus Púrpura era responsável por proteger a única arma em El inteira que era capaz de ferir as raízes da Árvore Arcana. Mas quem poderia estar atrás de algo assim? - Diz Matthias apreensivo.

- Você acha que o ataque foi para conseguir essa arma? - Pergunta Shinru com uma expressão triste.

- Por mais triste que seja... Não duvido nada. - Matthias responde.

Shinru continua em silêncio de cabeça baixa. Apenas ele sabia o que sentia naquele momento.

- Acabei me esquecendo! Recebi ordens do rei para ir investigar esses fenômenos que estão acontecendo na capital. - Kyriel fala em uma tentativa de quebrar o silêncio.

- Kyriel, a noite já caiu. As criaturas noturnas aqui na floresta são perigosas demais. Durmam aqui e vão ao amanhecer. - Shinru pede aos garotos.

- Tem razão. Não pretendo enfrentar mais ninguém hoje. Aceitarei sua proposta de bom grado. - Responde Kyriel com a mão em sua nuca, onde havia tomado a pancada.

- Não pretende enfrentar mais ninguém hoje? Pensei que estivesse passado metade do dia no chão. - Matthias retruca de forma debochada. - Devo ter me confundido.

- Oras, seu... 

- Por mim tudo bem! - Interrompe Leonídas. - Sem mais discussões, vamos dormir por favor.

Todos então preparam-se para dormir depois de um longo dia.

 



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