História Are We Just Sisters? BILLIE EILISH - Família Perfeita?

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Sai do banho com um conjunto preto, um tênis branco e o cabelo amarrado em um coque baixo.

Hoje pro incrível que pareça não está tão frio quanto os outros dias, mas realmente passou na previsão do tempo que a temperatura iria subir.

Me joguei na cama e esperei Billie sair do banheiro.
Peguei meu celular e comecei a mexer no Instagram, logo Billie saiu do banheiro tentando colocar um colar dourado.

—É... B-Billie— Falei e ela me encarou.

Me levantei e me aproximei dela.

—O-Obrigada por ontem, b-bom, f-fo-i, f-foi uma noite muito legal, e obrigada por ter c-cuidado de mim, e me desculpa por tudo— Falei sincera e Billie assentiu sorrindo ainda tentando fechar seu colar.

—B-Be-m, d-deixa... Eu p-posso te a-ajudar?— Gaguejei e corei.

Que porra, por que estou tão nervosa?

Billie veio até a mim e me entregou o colar, ela se virou de costas, tirei seu cabelo deixando seu pescoço nu. Sua pele tão branca.

Balancei minha cabeça na intenção de espantar esses pensamentos.

—Prontinho— Falei assim que ataquei o fecho.

—Valeu— Ela respondeu baixo e me olhou nos olhos.

—Bem, sobre a noite de ontem não quero que aquilo estrague nossa relação, caso ela exista— Nós duas rimos.

—Relaxa Billie, vamos fingir que a noite de ontem nunca existiu— Falei e pisquei pra mesma.

Ela assentiu e logo saimos do quarto em direção ao refeitório do hotel para tomarmos café da manhã.

[09:24]

O café foi em um completo silêncio entre ambas, estávamos dentro do carro agora indo pra casa.

—Billie para!— Falei um tanto alto e Billie freiou bruscamente.

—O que aconteceu?— Ela perguntou me encarando assustada.

—Nada, é que eu quero comprar flores para uma amiga— Falei e ela deu de ombros.

Sai do carro com minha carteira em mãos, atravessei a rua e logo avistei a floricultura.

—Bom dia— A moça de avental rosa julgo ser a atendente falou.

—Bom dia, você tem margaridas?— Perguntei e ela assentiu saindo de trás do balcão.

—A senhorita vai querer o buquê de margaridas?— Assenti.

—Com cartão?— Ela perguntou enquanto montava o buquê.

—Sim!— Respondi simples apoiando minhas mãos em minha cintura.

—Aqui querida, só colocar o destinatário e a sua mensagem se quiser— Peguei o pequeno cartão em sua mão e anotei.

—62 dólares— A mesma falou e me entregou o buquê de margaridas, entreguei o dinheiro.

—Pode ficar com o troco— Falei e sai da loja andando em direção ao carro.

Entrei no carro em silêncio apenas com o olhar vago de Billie sobre mim logo em seguida dando partida no carro.

[10:18]

Ela estacionou o carro na garagem e logo saimos dele.
Andamos em direção à casa, abrimos a porta e entramos.

Papai e Maggie estavam sentados na sala de cabeça baixa.
O pequeno barulho da porta fizeram eles erguerem seus olhares para nós duas, mas em mim na verdade.

Papai se levantou e jogou um envelope encima da mesinha de centro em nossa frente.

Olhei pra Billie que encarava o papel estática.
Peguei o mesmo e o abri.

Perdi a cor quando vi o que era, e uma vontade imensa de chorar se fez presente.

As fotos das drogas, as mesmas merdas de fotos que a Billie tirou.
Um lágrima escorreu e eu encarei os três desnorteada.

—Você vai para um retiro espiritual, vai se tratar e depois disso acho que vou poder te considerar como filha de novo— Papai falou severo e eu desabei em lágrimas.

Joguei o buquê no chão e corri pro meu quarto.

《BILLIE》

Peguei o buquê do chão e olhei o cartãozinho preso no mesmo escrito.

"Com amor para tia Maggie"

Precionei os olhos e balancei a cabeça em descontentamento.
Mostrei o buquê para os dois.

—Ela queria se desculpar— Minha mãe falou e olhou para Charlie.

Neguei e me joguei no sofá passando a mão pelo meu cabelo impacientemente.

Que merda que eu fiz?

Logo agora que quase nos resolvemos.

Subi as escadas correndo chegando a porta do seu quarto e girando a maçaneta da mesma.

Me desesperei ao ver que ela não estava ali, entrei em seu banheiro, closet, meu quarto, meu banheiro, meu closet, quarto da minha mãe e de Charlie, closet e banheiro deles, banheiro de visitas, quarto de visitas dos dois andares, TUDO.

E nada dela, corri até a sala onde Charlie e minha mãe estavam de cabeças baixas.

—Joyce fugiu— Falei e eles levantaram me encarando.

[14:39]

Abri a porta de casa e joguei a chave encima da mesinha de centro.

—Rodei a cidade toda quase, nada dela—Falei e vi uma lágrima escorrer pelo rosto de Charlie.

Fomos para a cozinha, nos sentamos na mesa e ficamos encarando a comida. Ninguém tinha fome, nem sede, nem nada.

E saber que isso em parte foi minha culpa.

Ouvimos o barulho da porta ser destravada e corremos até a sala vendo uma Joyce com as pupilas dilatadas mais que o normal.

—F-ui comp-rar uns negó-cios, foi ma-l nã-o ter avis-ado— Ela falou embolado e subiu.

Charlie a encarou subindo as escadas quase caindo e logo desabou no sofá.
Decidimos não ir conversar com ela agora, já que sabemos como ninguém como ela fica agressiva no uso de drogas.

•Domingo| 22 de Junho de 2018•

[10:22–06°graus]

《MAGGIE》

Me levantei, escovei os dentes, tomei um banho e desci para fazer o café da manhã.
Cheguei na porta da cozinha e vi Joyce sentada na ilha de costas pra porta chorando.

Me aproximei dela e a abracei por trás, ela se assustou de primeira mais depois que percebeu que era eu relaxou.

Desfiz o abraço depois de alguns minutos e me sentei do seu lado.

—Quer conversar?— Perguntei e ela me encarou dando de ombros.

Olhei em suas mãos e via que ela segurava uma foto dela mais nova de biquíni.

—Joyce querida olha pra mim— Falei e ela me encarou com os olhos cheios de lágrimas.

—Saiba que eu a amo como se fosse uma filha biológica pra mim— Falei e ela riu sem humor.

—Eu nem sei o que é amor— Sua frase e sua lágrima solitária que escorreu quebrou um pedaço do meu coração.

—Por que você está segurando esta foto?— Perguntei e ela fitou a foto sorrindo sem mostrar os dentes.

—Essa época eu ainda não sentia nojo de mim, do meu corpo, da minha voz— Joyce me encarou.

—Minha mãe ainda não tinha acabado com a minha vida— Eu a olhei nos olhos e sequei seu rosto com o polegar.

—O que ela fez?— Perguntei com cautela.

—Mas caso não queira falar, não precisa okay?— Falei logo em seguida e ela negou.

—Minha mãe sempre foi perfeccionista, sempre gostou de ser a perfeita, com o marido perfeito, os filhos perfeitos. Enfim a família perfeita— Um suspiro cansado saiu de seus lábios— Ela me obrigava a pesar 39 kilos com treze anos, calçar 35, vestir o menor número da minha faixa etária, mesmo o sapato estando apertado, eu me sentindo fraca e doente, e a roupa curta ou vulgar— Ela limpou a garganta e continou.

—Mas um certo dia eu cansei de seguir suas regras loucas e me revoltei contra as mesmas— Joyce fitou o chão. —E-E ela se vingou, postou fotos minhas anonimamente com comentários podres, desprezando meu corpo, me envergonhando— Arregalei meu olhos e quando menos senti uma lágrima escorreu pelo meu rosto.

Abracei ela sem pensar duas vezes na qual ela desabou.

—E-Eu sinto muito, m-muito mesmo— Falei em um sussurro quebrado.

—E-Eu preciso te pedir desculpas tia Maggie, eu não queria falar aquelas coisas nem ter feito o que eu fiz— Eu a encarei e sorri.

—E-Eu estou muito feliz pelo casamento de vocês dois, você faz o papai muito feliz e isso é bom— Acariciei sua bochecha.

—Vamos esquecer o passado que tal? Vamos recomeçar do zero, vamos ser uma família e tanto— Falei e ela sorriu junto a mim.

—Vamos fazer o café?— Perguntei e ela assentiu freneticamente.