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História Arienai. (NaruHina) - Ligação.


Escrita por: uzumakiistan

Notas do Autor


200 favoritos ♡♡

esse final de semana estive igual a Hinata, estudando....

LITTLE THINGS – One Direction

93 MILLION – Jason Mraz

Capítulo 16 - Ligação.


Por uma semana, Hinata não falou com Naruto.

Não só porque ela ainda se lembrava da sensação dos lábios dele contra os seus, como também por causa das provas que vieram perfeitamente após o beijo deles, na segunda-feira.

Para isso, ela se enfiou entre os livros e estudou, estudou como nunca tinha estudado antes e Naruto tampouco a procurou.

Quando se esbarravam pela casa, ambos pediam desculpa e iam para o lado que queriam. Parecia que uma guerra tinha sido declarada.

Uma guerra que estava matando Hinata por dentro.

Estava pensando sobre isso, voltando com um copo de água para o seu quarto quando escutou algo que a fez parar bem ali.

Em um ritmo suave, a voz de Naruto ecoava baixinho pelo corredor. Então, ele parava, dizia algo para si mesmo, um minuto em silêncio e então o som do violão outra vez.

Hinata compreendeu o que ele fazia antes mesmo de começar a se aproximar do quarto dele e o ver pela porta entreaberta. Naruto estava sentado em sua cama, um violão negro no colo e um lápis pousado no caderno aberto aos seus pés.

Sorriu para aquilo.

Ele estava compondo. Os seus dedos eram hábeis nas cordas.

— Dois para cima, um para baixo e... — ele sorriu ao anotar no caderno. — Só mais dois deles assim. Ok, nada mal.

Ele parecia um louco.

Um lindo louco falando sozinho.

E Hinata não pôde deixar de admirá-lo, com os seus cabelos loiros caindo bagunçados sobre o rosto.

Então, ele começou a cantar. Naquele tom maravilhoso.

Your hand fits in mine [Sua mão se encaixa na minha]

Like it's made just for me [Como se fosse feita só pra mim]

But bear this in mind [Mas tenha isso em mente]

It was meant to be [Era para ser assim]

And I'm joining up the dots [E estou ligando os pontos]

With the freckles on your cheeks [Com as sardas em seu rosto]

And it all makes sense to me [E tudo isso faz sentido para mim]

O violão fez um som engraçado que a levou a sorrir quando ele a percebeu parada no batente.

Naruto estava pasmo. Como se um fantasma estivesse aparecido para ele.

— Há quanto tempo está aí? — perguntou ele, deixando o violão de lado e pela primeira vez, parecia sem graça. — Desculpe, isso foi rude... Você ouviu a música?

Hinata corou, abaixando os olhos.

Por que ele estava tão na defensiva?

Será que ele não gostava quando alguém o ouvia compor? Era algo íntimo demais.

Hinata deu de ombros, sem fitá-lo e deu meia volta em direção ao seu quarto.

Ela havia esquecido que eles estavam brigados?

Ou não estavam? Ele nem estava falando com ela...

— HINA! — e ela parou ao sentir uma mão segurar o seu braço delicadamente. Naruto a encarava com um misto de ansiedade e preocupação. — Desculpa… Eu... Acho que... Que... Ah, droga, você quer entrar?

Ela teria rido da cara dele se ele não parecesse tão perdido. Então, tentando não pensar que eles estavam brigados, Hinata assentiu.

A verdade era que ela sentia muita falta dele, saudades de conversar com ele.

Então, quando ele fez menção de voltar para o quarto, ela o seguiu para dentro.

— Tá meio bagunçado, não liga. — ele disse enquanto empurrava para trás alguns instrumentos e apontava para o lugar da cama que ele tinha limpado, bem ao lado de onde ele esteve antes. — Senta aí, eu tava só fazendo algumas coisas...

Ele parecia querer preencher todo o silêncio que se fazia, meio tenso.

Mas Hinata sorriu para ele no momento em que ele a olhou, com o violão no colo, e ela acomodou-se sobre a cama em que havia o beijado.

Corou.

— Hum... Eu não sei como devo começar isso... Eu... Me descula, Hina, pelo outro dia. — ele passava os dedos no violão enquanto dizia. — Eu... Não devia ter feito aquilo... Eu... Eu nunca pedi desculpas a ninguém, então, me perdoa? Eu sei que você deve estar com raiva, ou com medo, o que é pior ainda, mas...

Suavemente, Hinata apertou uma das mãos dele e os olhos azuis de Naruto encararam os seus, parecendo atormentados, como se tivessem guardado e treinado aquelas desculpas a semana inteira.

— Tudo bem, Naruto. — ela disse em um fio de voz, corando muito. Abaixou os olhos. E viu o que ele escreveu no caderno.

Como pode perceber, ele pareceu ficar ainda mais nervoso com ela encarando aquela música em especial, então, folheou mais uma vez e entregou para ele uma que ela queria ouvir desde que vira aquele caderno.

— Posso ouvir?

Ele apertou os lábios firmemente.

E ela não entendeu porque ele parecia tão tenso.

— Não pode ser outra, Hina?

— Hum... Claro... Deixa...

Mas antes que pudesse pegar de volta, ele suspirou e começou a tocá-la, parecendo nem precisar olhar as notas.

Ele segurou a música enquanto dizia, a sua voz baixa:

— Eu escrevi essa para a minha mãe, dias antes dela se divorciar do meu pai e sair de casa. Ela não chegou a escutá-la. — engoliu a seco. — Mas eu acho que ela não escutaria de qualquer forma.

— Não precisa.

— Está tudo bem, Hina.

Então, ele soltou a corda que prendia o ritmo e começou a dedilhar com carinho os dedos pelo violão.

Seus olhos fitavam algum lugar longe quando ele começou a cantar, perdido em lembranças, Hinata conhecia aquilo e somente ouviu:

93 million miles from the sun [À 93 milhões de milhas do Sol]

People get ready, get ready [Pessoas se preparam, se preparam]

Cause here it comes, it's a light [Porque lá vem, é uma luz]

A beautiful light, over the horizon [Uma bela luz, além do horizonte]

Into our eyes [Em direção aos nossos olhos]

Oh, my, my, how beautiful [Oh, minha nossa, que bonito]

Oh, my beautiful mother [Oh minha linda mãe]

She told me, son, in life you're gonna go far [Ela me disse, filho, na vida você vai longe]

If you do it right, you'll love where you are [Se você fizer direito, você vai adorar onde você está]

Just know, wherever you go [Apenas saiba, onde quer que você vá]

You can always come home [Você sempre poderá voltar para casa]

Os olhos de Hinata se encheram de lágrimas escutando aquilo. O tanto que ele havia ouvido sobre a sua mãe não saber cuidar dele voltando à sua mente. E ele olhou para seus olhos, com um sorriso triste. O azul estava escuro por lembranças.

240 thousand miles from the moon [À 240 mil milhas da lua]

We've come a long way to belong here [Percorremos um longo caminho para pertencer a este lugar]

To share this view of the night [Para compartilhar essa visão da noite]

A glorious night [Uma noite gloriosa]

Over the horizon is another bright sky [Sobre o horizonte está outro céu brilhante]

Oh, my, my, how beautiful, [Oh minha nossa, que bonito]

Oh, my irrefutable father [oh meu pai irrefutável]

He told me, son, sometimes it may seem dark [Ele me disse, filho, às vezes, pode parecer escuro]

But the absence of the light is a necessary part [Mas a ausência de luz é uma parte necessária]

Just know, you're never alone, you can always come back home [Apenas saiba, que você nunca está sozinho, você sempre poderá voltar pra casa]

Home [Casa]

Home [Casa]

You can always come back [Você sempre poderá voltar pra casa]

E ele olhou significativamente para os seus olhos ao dedilhar com mais força aquela parte. Uma lágrima escorregou pela sua bochecha ao ver a dor que ele tinha ao cantar aquilo.

Every road is a slippery slope [Cada estrada é uma ladeira escorregadia]

But there is always a hand that you can hold on to [Mas há sempre uma mão em que você pode segurar]

Looking deeper through the telescope [Olhando mais profundamente através do telescópio]

You can see that your home's inside of you [Você pode ver que sua casa está dentro de você]

Just know, that wherever you go, no, you're never alone, you will always get back home [Apenas saiba, que onde quer que você vá, não, você nunca estará sozinho, você sempre vai voltar para casa]

Home [Casa]

Home [Casa]

Então, o seu ritmo diminuiu e ele fechou os olhos.

93 million miles from the sun [À 93 milhões de milhas do Sol]

People get ready, get ready [Pessoas se preparam, se preparam]

Cause here it comes, it's a light [Porque lá vem, é uma luz]

A beautiful light, over the horizon [Uma bela luz, além do horizonte]

Into our eyes [Em direção aos nossos olhos]

Hinata não sabia o que dizer a ele.

Na verdade, tudo o que se passava em sua mente era em como ele era talentoso e como deveria ter sido horrível crescer ouvindo tudo aquilo de sua mãe.

Por alguns segundos, ficaram calados, como se os últimos acordes da música ainda soprasse no vento, até o momento em que Hinata decidiu algo, algo que nunca havia feito com ninguém.

E que a fez ter certeza de quem queria contar aquilo.

— A minha mãe e o meu pai eram bem felizes quando eu nasci. — começou Hinata baixinho, escondendo sua mão dentro da sua blusa de frio. — Eu tinha por volta de sete anos quando ele morreu... Foi um pouco... Estressante para nós duas que sempre havíamos apostado tudo em meu pai... Minha mãe começou a se dedicar menos a mim, eu ficava mais tempo no colégio até que ela resolveu se casar mais uma vez.

Hinata sentia Naruto encarando o seu rosto, mas não podia parar. Cntudo, ela não se surpreendeu quando ele perguntou:

— Tem certeza de que quer contar isso, Hina? Você está tremendo.

E ela só percebeu isso com ele dizendo.

Os seus ombros tremiam e um suor gelado escorria pelas suas costas, e tudo o que ela fez foi assentir.

— Só... Escute... — ela hesitou. — Eu não fazia a mínima ideia de quem ele era porque eu não andava mais com minha mãe, ela era uma estranha pra mim. Mas, ela parecia feliz com o seu novo noivo e eu não podia deixar de ficar revoltada e ao mesmo tempo feliz por aquilo. Eles se casaram poucas semanas depois e eu tive que ir morar com eles. O nome dele era Kenji.

— O cara do Grammy...

Hinata assentiu, forçando-se a controlar a voz.

— Ele era gentil comigo no começo, bem divertido, e o seu filho, Shinji, também era. Eu comecei a me sentir em casa, como eu não me sentia há muito tempo. Eles fizeram eu me sentir em casa... Foi quando tudo mudou, sabe? — Hinata agora hiperventilava, o seu coração se encolhendo de medo e os olhos se enchendo de lágrimas. — Eu me lembro como se fosse ontem... Eu estava no banheiro, tomando banho e eu tinha esquecido de fechar a porta… Então, o Shinji apareceu... Ele sempre pareceu um menino bom, o tipo clássico de garoto rico... Mas então... Ele... Ele... Segurou o meu cabelo... E... E...

Ela não conseguia mais dizer nada.

E quando Naruto aproximou-se para tocar o seu cabelo, Hinata se encolheu, não desejando que ele a tocasse.

— Hina...

— Não, por favor. — ela fechou os olhos. — Ele era como você... Bom, divertido... Eu nunca... Nunca esperei que... Ele pegou um canivete... Apertou o meu rosto contra a parede do banheiro... E... E...

Antes que pudesse se segurar, Hinata se levantou da cama e correu para o banheiro.

Logo, tinha o rosto na privada e vomitava toda a comida que tinha engolido naquele dia.

O cheiro repugnante mesclado com as suas lembranças só a fizeram ficar pior, sentada no chão, se sentindo um lixo enquanto chorava mais e mais.

— Hina... Meu Deus... O que eu faço?

Ela soluçou ao ver o desespero de Naruto.

— Toalha.

— Aqui... — e ele passou a toalha com a qual Hinata secou a boca. — Hina... Você está... Sangrando?

Ela olhou na direção em que ele fitava e viu como a sua mão estava vermelha e viscosa.

— Merda... Isso... Minhas unhas...

Então, Naruto sentava-se a sua frente.

Delicadamente, mostrando os movimentos que fazia, ele apanhou a toalha e encarou os seus olhos.

— Eu vou limpar a sua mão, não vou te machucar.

— Eu... Eu sei que não vai.

— Isso, não vou. Viu? — e ele abriu devagar a sua palma. Bem no meio, onde suas unhas conseguiam apertar, haviam quatro mais luas de onde saíam sangue, sangue esse que escorria pelas linhas de sua mão e pingavam no chão branco. Se ele tinha medo daquilo, ele não demonstrou ao apertar carinhosamente a toalha entre os seus dedos. — Vamos ter que cortar as suas unhas de novo, mas está tudo bem, não há nenhum dano permanente. Só vou precisar que você tire o seu moletom, está sujo, tudo bem? Você pode tirar ele?

Ela demorou alguns segundos, no entanto, assentiu, vendo-o abrir a sua mão e fazer o mesmo processo, a deixando somente um pouco rosada.

Então, ele aproximou-se vagarosamente e puxou o seu moletom com cuidado pelos seus braços.

Quando estava somente de blusa regata, Hinata tremia, com medo, pavor e cansaço.

Um coquetel de tudo o que ela mais odiava.

Naruto, então, sentou-se à sua frente, bem aos seus olhos e olhou-a seriamente, um outro moletom azul e limpo entre as pernas cruzadas dele. Hinata não entendia o que ele estava fazendo.

— Hina, eu quero fazer algo.

Ela negou.

— Eu não posso ser tocada agora, Naruto, por favor, não me peça isso.

— Me dê uma chance. Só estou pedindo uma.

— Naruto...

— Eu não vou te machucar, olhe, as minhas mãos estão limpas, não tenho nada comigo.

Hinata ficou o encarando por um tempo, procurando algo para que dissesse não, mas tudo o que viu foi ansiedade e uma vontade estranha que ele expressava.

Então, ainda a tremer, Hinata assentiu.

— Só... Devagar.

Ele retribuiu o seu assentir, sério.

— Da forma que você quiser.

— Ok...

Sendo devagar, Naruto apanhou carinhosamente a sua mão e ficou a alisá-la sem pressa alguma. Com aquele toque, Hinata tremeu, mas não puxou, somente começou a assistir os dedos dele subirem aos poucos por seu braço, os dedos firmes, mas suaves.

— É quente não é? — ele perguntou baixinho, traçando o dedo pela parte posterior de seu braço.

Hinata relaxou ao assentir.

— É.

— A sua pele é macia, muito mais do que a minha... Mais gelada... Mais sensível. — agora, ele deslizava o dedo pela parte interna de seu cotovelo e Hinata tremeu quando um choque estranho subiu pela sua pele. — Como você não está reclamando, eu acho que isso foi bom... Isso que eu estou fazendo é simplesmente te tocando... Consegue definir o que sente?

Hinata o encarou, sentindo todo o seu medo sumindo ao perceber como ele sorria docemente.

— Áspero... Não é ruim... Firme... E...

— Quente. Exato... O que eu quero, Hina, é que você perceba o meu toque...

Ela voltou os olhos no instante em que a mão dele deslizou para seu ombro, os polegares apertando suavemente a sua clavícula cheia de marcas...

E era bom...

Então, ele pôs as mãos nos dois lados do seu pescoço, como se a segurasse, sem força, somente o toque, mas foi o suficiente para Hinata prender os seus dedos em volta dos pulsos dele e olhá-lo por trás de olhos cheios de água.

Pânico.

Medo.

Medo.

Medo.

Ar faltando.

Seus pés não tocando o chão.

Quente, mãos quentes e perigosas.

— Para, Naruto. — implorou fechando os olhos para reter as imagens. — Eu não aguento mais, para.

— Shh, está tudo bem, Hina, sou só eu.

— Pare... — ela implorou, quase sem voz. — Não posso mais suportar.

Mas as mãos dele continuaram subindo pelo seu rosto e passou rapidamente por suas bochechas até estarem em seus cabelos, penteando os fios.

Todo o seu corpo tremia.

E ela ficou dividida entre pular para o colo dele e se manter o mais longe possível de Naruto. Ele poderia ser tanto o anjo como o demônio... Como ela saberia?

— Não chora, shhh, tranquila, Hina. — ele sussurrou carinhosamente. — Eu não vou mais tocar você. Olha, sem as mãos. Parei.

E antes que ele pudesse puxar os dedos de seu cabelo, Hinata segurou a mão dele e a apertou fortemente com os dedos entre os de Naruto.

— Fica...

— Estou aqui, Hina.

Ficaram assim, com ela o fitando, procurando se manter no presente e Naruto acarinhando às vezes seu braço, outras o seu cabelo, até que ela se esqueceu de tudo.

Foi quando seu celular começou a tocar. E ela sabia que provavelmente seria Sakura.

— Atende, Hina.

Um pouco desligada, Hinata puxou o seu iPhone do bolso e olhou para o número.

— Número desconhecido.

— Quer que eu atenda?

Ela negou com a cabeça, ainda um pouco tonta pelo cansaço e colocou o aparelho no ouvido. Um ruído estalou pelo seu lado, mas ela ignorou.

Às vezes isso acontecia.

— Alô?

— Eu realmente gostei de você naquele vestido, Hinata.

Todo o sangue do seu corpo foi drenado com o som daquela voz.

Ela olhou para Naruto em puro pânico, um pânico que ele logo entendeu. E o seu corpo começou a tremer mais uma vez.

— Shinji... — ela sussurrou sem saber o que fazer.

— Você ainda se lembra da minha voz, eu fico lisonjeado com isso. E eu soube sobre você agora ser uma Namikaze... Devo admitir que a sua mãe ainda continua a mesma prostituta de sempre. Caras ricos. Mas isso não importa, eu só liguei para avisar que estou com saudades de você, querida.

— O…

— E, ah, diga pro seu irmãozinho aí que se ele tocar em você, eu mato ele!

Naruto puxou o seu celular com tanta violência que Hinata temeu que o aparelho se quebrasse entre os dedos dele. Ele parecia tão perigoso que tudo o que ela conseguiu fazer foi olhar para os olhos azuis vítreos.

Shinji.

— Se você chegar perto dela um centímetro sequer, Shinji, eu serei bem mais rápido no gatilho. Não ouse nem respirar perto da Hinata. Nem mesmo aparecer. — a sua voz era centrada e cortante. — Eu não me importo com quem você é, ninguém ameaça um Namikaze.

Hinata ouviu a risada de seus pesadelos.

— Dando uma de herói — a voz de Shinji era divertida – Ela já te contou o que eu fiz com ela? De como ela é minha? Como eu marquei o meu nome nas costas dela? Ou ela ainda não deu pra você? Não me surpreenderia, eu fiz um bom trabalho marcando ela como minha quando a comi várias e várias vezes.

Naruto não demonstrou nada, em uma calma impassível.

Hinata estava em choque.

— Essa conversa acabou, Shinji. 

— Não, não, Naruto, ela está só começando. A Hinata é minha!

E Hinata nunca achou o som de uma finalização de chamada tão alto.

Parecia ecoar por todo o banheiro enquanto encarava os olhos azuis de Naruto. Milhares de lembranças explodiram na sua mente. Todo o seu corpo se convulsionava e as lágrimas caíam silenciosas.

Naruto não disse nada ao pisar em seu celular, estilhaçando-o em mini pedaços.

— Vamos te arrumar um número novo e você vai andar somente comigo ou de chofer. Não atenda números estranhos, nem ande sozinha e...

— Naruto… — a sua voz era quebradiça ao chamá-lo.

Ele tinha entrado no formato ação.

— E eu vou reforçar todas as portas da casa, junto com a segurança.

— Naruto — olhou-o — Ele me encontrou.

Naruto rapidamente acarinhava o seu cabelo, fitando seriamente os seus olhos, mas seu toque era amável.

— Não, Hina, ele não vai chegar perto de você.

— E se...

— Não.

— Mas...

Antes que Hinata pudesse pensar no que estava acontecendo além do medo, ela sentiu algo firme e quente contra os seus lábios, algo que a fez abrir os olhos desmedidamente e percebeu tardiamente que era a boca de Naruto, suave, protetora sobre a sua.

Todos os seus tremores pararam, ligando-se ao toque daquele homem, o seu coração batendo mais rápido, mas os seus pensamentos mais lentos.

E Hinata fechou os olhos, suspirando para a sensação e o cheiro de algo entre o verão e a grama que ele tinha mesclado ao perfume masculino.

Naruto.

Seus dedos, inexperientes, seguraram o pescoço dele e se deixou apreciar o toque daquela pressão, sem movimentos, mas que a interligou intensamente aquilo que ela vinha sentindo há algum tempo.

Então, Naruto se afastava, fitando os seus olhos.

Os dele eram chamas azuis, perigosas, mas não lhe davam medo.

A faziam suspirar.

— Eu não sei que merda está acontecendo aqui, Hina. — sussurrou ele, a afagar  o seu cabelo, nenhuma parte do seu corpo encostando o dela. — Mas eu não vou deixar que um louco que diz ser o seu dono te toque. Ninguém vai te tocar.

Ela somente o fitou, os seus lábios ainda formigando, seu corpo todo aquecido por dentro de um modo que nunca havia sentido antes.

— Eu confio em você — sussurrou ela.

Ele beijou a sua testa com carinho e os olhos de Hinata se encheram de lágrimas.

Lágrimas de agradecimento, de medo e de mais alguma coisa que ela desconhecia.

Algo que ela gostava.

— Obrigado, Hina.

E ela não ligou no momento em que ele tocou seu braço outra vez.

— Mas e o Shinji?

— Vamos dar um jeito nisso, prometo. Ele vai pagar.

E Hinata não duvidava disso.


Notas Finais


vou explicar melhor toda a história da mãe do naruto e ele ao decorrer da fanfic ok.


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