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História Arrebatado pelo amor - Capítulo 2


Escrita por: emy_midgar

Capítulo 2 - Capítulo 2


— Olá, mestre goblin. Que o sangue de seu inimigo jorre aos seus pés.

— Olá, senhorita. Que seu ouro flua abundantemente. Quais são seus negócios?

— Nós estamos aqui para pedir por uma reunião particular com o goblin que cuida das finanças do nosso amigo. — Hermione apontou para Harry. Ela não precisava explicar detalhadamente, algumas criaturas mágicas viam através de feitiços e poções, goblins inclusos.

— Muito bem. Groowen os levará até o mestre Thrunli.

Os três grifinórios seguiram silenciosamente o guerreiro goblin dentre os diversos corredores e ao chegarem, esperaram pela autorização. Ao ser concedida, os bruxos entraram no escritório e esperaram que o goblin guardasse alguns papéis antes de virar sua atenção novamente e perguntar o motivo da reunião.

— Nós viemos pedir por um exame completo, mestre Thrunli. Nosso amigo Harry tem estado mal magicamente e fisicamente. Por Gringotts ser um território neutro, acreditamos que vocês poderiam fazê-lo. É claro que por uma certa quantia.

— Eu vejo. Qual de vocês vai pagar pelo exame?

— Eu vou, mestre Thrunli. — Harry falou primeiro. O cofre que seus pais lhe deixaram ainda tinha bastante galeões. Ele tentara economizar o possível para que ele pudesse sobreviver antes de conseguir um emprego.

— Que assim seja. Se você assinar esses papéis, por favor, eles farão com que a quantia dita seja automaticamente de seu cofre quando o exame for feito.

Assim que Harry assinou, ele foi levado para fora da sala onde o mesmo guerreiro o levou à outra remessa de corredores até que parassem numa porta feita de pedra. O goblin precisou bater apenas uma vez que ela se abriu e o bruxo entrou, seguido do goblin.

— Senhora Felice, o senhor Potter está aqui para um exame completo. O dito documento deve ser entregue ao mestre Thrunli imediatamente assim que acabado.

— Eu entendo. — Assim que o guerreiro saiu, a goblin se virou para o paciente. — Senhor Potter, retire suas roupas, por favor. E digo, todas elas.

Tudo bem que ele ficou totalmente nu com Cedric, mas ele era seu noivo. E tudo bem também ele ter ficado nu na frente de um curandeiro, mas ele estava fazendo o parto de sua filha. Mas na frente de outro ser, completamente sóbrio? Oh, isso realmente vai ser embaraçoso. Sem questionar a goblin, ele tirou todas as suas roupas e deitou-se na maca apontada no meio da sala.

— A magia pode lhe causar um leve desconforto, dependendo do que há em você, senhor Potter.

Esse foi o único aviso que ele teve antes de sentir a magia pesada da goblin. Realmente, foi desconfortável. Parecia algo intrusivo e sua magia queria lutar contra. Tentando agarrar seu núcleo e impedi-lo se se livrar de sua pressão, ele não percebeu que o exame já havia terminado.

— Senhor Potter? Sua magia é deveras selvagem. Não vejo isso há séculos. O senhor deve ser muito querido pela Lady Magic por esse presente. — Ela disse enquanto Harry se levantava da maca. — Não há ferimentos graves que precise de minha cura. As informações e detalhes serão tratados com o responsável por suas contas. Você pode se vestir. Um guerreiro estará no corredor esperando pelo senhor.

— Obrigado, senhora.

Assim que ele se vestiu, saiu e seguiu o mesmo guerreiro de antes. Entrando na sala, Harry viu que Thrunli já estava com um pergaminho em mãos. Sentando-se na cadeira oferecida, ele aguardou o goblin terminar sua leitura.

— Pelo que vejo, Senhor Potter, temos muito o que conversar.

— O que você quer dizer, senhor?

— Vamos começar pela profecia. Neste pergaminho diz que não há profecia que o vincula. Bom, pelo menos não a que o fez famoso. Porém, a outra profecia, digo, a verdadeira, deve estar em seus cofres.

— Espere. Isso está errado. Você quer dizer que meus pais morreram por nada?

— Senhor, longe disso. Eu nunca disse que seus pais estavam mortos. — O goblin tentou dizer calmamente. Bem, não teve o efeito desejado.

— O QUÊ??

O menino os ficando mais pálido a cada segundo que sua mente corria para dirigir tal informação.

Vendo que o menino estava prestes a desmaiar, Thrunli jogou sua magia para que o ar pudesse circular facilmente e lhe deu uma poção calmante. Quando o jovem estava mais calmo, ele voltou para o seu lugar atrás da mesa e voltou a falar.

— Senhor Potter, neste documento diz que seus pais estão vivos. Porém, não posso dizer exatamente onde estão. Há algum tipo de magia em torno da localização. Levaria dias, talvez até semanas para poder encontrá-los.

— Isso não é verdade. Meus pais estão mortos. Eu vi a maldição da morte.

— A magia dos goblin não mente, Senhor Potter. — Explicou. — Como você tem certeza de ter sido a maldição da morte? Você era apenas um bebê.

— Eu vi a luz verde. Eu vi! Não tente me contrariar.

— Senhor, peço que tenha calma. Não querendo te contrariar, mas você sabe que não é apenas a maldição da morte que tem a luz verde, certo?

— Como assim? O que você quer dizer?

— Harry, acho que ele tem razão. Eu conheço vários feitiços com a dita luz verde. Madame Pomfrey até usou um em você para que pudesse dormir toda vez que tentava sair da ala hospitalar. — Hermione falou, fazendo com que sua presença fosse finalmente reconhecida.

— É, companheiro. Tem até alguns que mamãe usa na faxina de casa.

— Vocês querem dizer que tudo o que me disseram e eu acreditei ao longo dos anos é mentira? — Harry estava a ponto de se quebrar emocionalmente.

— Senhor Potter, sente-se por favor. — Harry se sentou, nem percebendo o momento que havia se levantado da cadeira. — Nós tentaremos localizar Lorde e Lady Potter. Precisamos terminar de discutir os tópicos antes de fazermos qualquer coisa.

— Pode continuar, mestre goblin. — Hermione pediu educadamente. Ela ainda estava tentando entender tudo o que estava acontecendo.

— Agora, Sirius Órion Black, seu padrinho, não mais entre nós, deixou sua vontade conosco. Ele lhe passa tudo o que há em seu nome. Sua madrinha, Alice Marise Longbottom, deixou um cofre em seu nome caso ela ficasse incapacitada de cuidar do senhor.

— Eu não sabia que meus pais eram tão próximos dos Longbottom a esse ponto.

— Posso dizer que as matriarcas eram tão próximas a ponto de se considerarem irmãs. Continuando. Sobre seu tio avô.

— Eu tenho mais família? — O goblin o olhou e acenou bruscamente. — Desculpe. Continue.

— Bem. Esse ponto pode ser problemático. Tom Marvolo Riddle é o dito tio avô. Aqui diz apenas que ele está incapacitado. Será outro assunto que deveremos resolver.

— Não. Impossível. Ele é o lorde das trevas. A minha cicatriz é por culpa dele. — Harry estava s ponto de gritar, mas viu o goblin o olhando e parecendo estar nervoso comigo algo, isso já é uma mudança. — Ele é, certo?

— Senhor, sua cicatriz contém um pouco da magia de Tom Riddle, mas tem outra magia oculta. O problema de tentar descobrir que magia é essa, é que pode levar meses e até anos para acharmos o dono dela. Então o que posso dizer é que quando Tom Riddle tentou te matar, ele estava possuído, mas como a magia de sangue o reconheceu como família, ela o protegeu da morte, o que não seria necessário inicialmente?

— Deixa eu ver se entendi. Os pais de Harry estão vivos, Voldemort é seu tio avô, que por acaso estava possuído ao tentar matá-lo e a magia de sangue não era necessária para protegê-lo? — Ao aceno do goblin, Ron se virou para o amigo. — Companheiro, hoje o dia está cheio de novidades.

Bem, isso era algo que Harry agradecia. Não pelo dia ser cheio de surpresas, mas por ele não estar surtando como teria feito alguns anos atrás. A guerra o mudou e o fez crescer. Ele geralmente pensava antes de dizer qualquer coisa. Agradeça também a Mione por isso.

— Para tentar ajudar o senhor Riddle, precisamos que ele esteja aqui em Gringotts.

— Dificilmente vamos conseguir esse feito.

— Senhor Potter, vocês são da mesma família. Você quer vê-lo são?

— Não sei... por mais que ela esteja possuída, ele ainda tentou me matar.

— Pensa, Harry. Pensa. Os goblins podem mudar isso. Ele é sua família agora. Você vai virar as costas para um membro que precisa de ajuda?

— Hermione, não me faça me sentir o vilão aqui. É difícil para mim. Ele sempre foi o bandido na história e em minutos isso muda?

— Senhor Potter, se você quiser realmente que ele seja ajudado, podemos trazê-lo através de um ritual. Ele vai chegar aqui desacordado e o colocaremos em como induzido para que o pior não aconteça.

— Pensando assim, eu posso ajudar no ritual, mas quero estar longe assim que possível.

— Isso não será um problema.

— Companheiro, que família maluca você tem!

— Ronald Bilius Weasley. Tenha mais tato. — Hermione o cotovelou.

— Aí, Mione. Está pior que mamãe.

— Ron, sempre o mesmo. — Harry soltou uma risada vendo seus amigos se comportarem.

— Senhores, se pudermos continuar. — Thrunli chamou a atenção dos três. — Senhor Potter você é apenas Lorde Black. Os demais senhorios, como Potter, Gaunt, Slytherin e Gryffindor tem você como herdeiro.

— Acho que isso foi muito para o nosso pequeno Harry, Ron. — Hermione sorriu.

— Foi muito até para mim, Mione.

— Acredito que isso seja tudo o que precisava ser discutido inicialmente. — O goblin voltou sua atenção ao pergaminho. — Senhorita Granger, você estava correta em trazer seu amigo para nós. O exame feito é correto, a magia do Senhor Potter está assim por algo muito simples. Ao completarem 17 anos, os bruxos recebem uma herança, apenas caso alguém em sua linha familiar tenha em algum momento se relacionado com uma criatura.

— Quem se relacionou com quem? — Harry perguntou rapidamente.

— Ninguém, Senhor Potter. Na verdade, você recebeu uma herança porque é companheiro de uma criatura. Os companheiros bruxos e/ou humanos recebem uma herança para se adequar à criatura com que vai se acasalar.

— Como assim me acasalar?

— Sua alma gêmea, senhor Potter. De acordo com o exame, você se adequa à um companheiro de vampiro. Nós, bruxos, não podemos ajudá-lo com seu treinamento, conhecimento e procura pelo companheiro. Você precisará de um vampiro para isso.

— Eu não posso. Não. Eu era noivo de Cedric Diggory e tenho uma filha unindo nossas linhagens.

— Mas isso não quer dizer que vocês eram almas gêmeas.

— Eu não aceito isso! Dane-se esse tal companheiro. Não quero saber de mais nada. Senhor Thrunli, continue com nossos planos iniciais, mas vamos esquecer essa última parte da conversa. Isso é tudo. Peço uma sala particular com flú. Assim que possível, por favor, envie alguém com a papelada para que eu possa assinar.

E com isso, Harry partiu da sala e pediu a sala particular para um goblin que aguardava no corredor. Hermione e Ron podiam entender o lado do amigo, mas até eles próprios tinhas suas considerações particulares.

— Por favor, desculpe o comportamento dele, mestre Thrunli. Ele já passou por tanta coisa que me admira ele não estar quebrado.

— Eu entendo, senhorita. Nem todos levam tão bem a história de companheiro. Gostando ou não, vai ter um momento em que ele vai poder negar isso sem colocar a própria vida em risco. Peço que vocês o convençam de buscar um clã.

— Nós faremos o possível. Podemos ir até ele? — Ron perguntou, preocupado com o amigo.

— Se vocês saírem, encontrarão outro guerreiro que os levará até a sala.

— Agradecemos. Que o sangue de seu inimigo jorre aos seus pés.

— Que seu ouro flua abundantemente.

Saindo da sala, o casal seguiu o goblin até o seu amigo. Suas mentes procurando uma forma sútil de fazer com que Harry entenda todo o problema. Batendo na porta, os dois entraram.

— Harry?

— Ei, vocês.

Parecia que os meros minutos haviam acabado com seu amigo. Sentando-se ao lado dele, os dois passaram seus braços ao redor do grifinório e esperaram que ele falasse algo.

Não querendo falar mais sobre os assuntos a pouco discutidos, Harry mudou.

— Vocês querem conhecer minha princesinha?

— Ficaríamos honrados.

Levantando-se do sofá, Harry caminhou até à lareira e jogou um pouco de pó de flú.

— Mansão Diggory, sala de estar da família. Demorou alguns segundos antes que Yara aparecesse.

— Harry, quanto tempo! Como você está? Não, onde você está?

— Acalme-se, Yara. — Harry tinha um sorriso afetuoso nos lábios. — Eu estou bem. Tudo na medida do possível. Estou em Gringotts. Meus amigos Ron e Hermione estão aqui. Traga os outros dois, eles já sabem da situação.

— Claro, só um momento. — Yara se afastou, mas ainda se podia ouvir a voz da mulher. — Amos, querido, traga Celine. Precisamos ir ao banco.

Momentos depois, três pessoas saíram da lareira. Harry sem nem esperar, pegou Celine e a apertou fortemente ao seu peito.

— Minha princesinha, senti sua falta. Tanto tempo longe... — Harry tinha lágrimas nos olhos enquanto soltava beijos de borboleta na criança. — Quem é a bebê do papai? Isso mesmo, é você, meu amor.

— Ele é tão natural... — Ron disse enquanto olho a narração do amigo com a filha.

— E nós não recebemos nenhum abraço? — Yara perguntou.

— Desculpe, Yara. — Harry foi até os Diggory e os cumprimentou adequadamente.

— Agora, por que exatamente estamos aqui? Quer explicar o motivo de estarmos em Gringotts? — Amos perguntou ao menino.

— Longa história...

Harry contou desde o acampamento, quando Hermione o examinou, até o atual momento. Segurando sua filha enquanto a ninava, tentando fazê-la dormir. Não deu muito certo. Celine com suas mãozinhas de bebê tentava arrancar a blusa do pai à procura de leite. Ficando furiosa, a criança berrou.

— Acho que tem alguém com fome. Não é, princesa? — Tão naturalmente, Harry retirou sua túnica e abriu os botões da camisa. Era um pouco incômodo, fazia tempo que ele não amamentava. — Pronto, meu anjo. — Celine feliz sugando o leite, fechou os olhos enquanto se aconchegava mais ao corpo do pai.

— E o que você vai fazer, querido? — Yara quem perguntou.

— Vou esperar ser chamado para o ritual e logo depois sairemos daqui. Com Tom com os goblins, eu não me importo com o que aconteça com o resto. Os aurores que façam seu trabalho. Quero apenas um momento com minha criança.

Os Diggory concordaram com o pensamento. Mas tanto eles quanto Ronald e Hermione ainda estavam pensando em como convencer Harry a procurar por um clã.

Amos e Yara passaram a amar Harry, ele foi fiel à memória de seu filho e os deu uma linda neta, mas se tinha algo que eles respeitavam ao extremo, era alma gêmea. Harry era tão apreciado por Lady Magic e ele não entendia o presente lhe dado.

Quantos bruxos morreriam e matariam para ter uma alma gêmea? Alguém que os colocasse como prioridade, amaria além dos limites e protegeria com a própria vida. Eles sabem que caso Cedric ainda estivesse vivo, ele respeitaria Harry ter uma alma gêmea e o convenceria a dar essa chance, mesmo o amando.

Com todos perdidos em pensamentos e Celine adormecendo nos braços do pai, a sala caiu em silêncio, apenas com ocasionais barulhos de sucção vindos de Celine.

Sala de rituais, Gringotts.

— Você está pronto, Senhor Potter? - Perguntou o goblin.

— Vamos começar antes que eu desista. — Sua voz estava temerosa. Ele não gostava de rituais. Os que ele teve de fazer foram simplesmente dolorosos demais.

— Como queira, Senhor.

A sala de rituais era espaçosa e continha pilastras grandes e grossas banhadas à prata. Um círculo estava rabiscado no centro da sala. Havia oito pontos marcados ao redor do círculo. Acima do desenho, o teto de vidro deixava transparecer a luz do dia. Se não fosse pelo ritual que logo seria feito, Harry poderia dizer facilmente que esse lugar lhe trazia paz.

— Senhor Potter, Eu preciso que faça um corte na palma de sua palma e deixe que o sangue pingue na linha do círculo e nos pontos indicados. Enquanto isso, recitarei as palavras corretas. — O goblin encarou Harry para ter certeza de que ele havia entendido corretamente sua parte do ritual e esperou que o menino começasse para ele cantar.

Harry pegou uma adaga completamente diferente com a que ele havia usado antes. Essa parecia ter antiga e era pesada. Totalmente banhada na prata e com uma pedra azulada na ponta do cabo. Parecia haver um líquido contido naquele lugar, mas ele não questionou. Cortando a palma de sua mão e seguindo as instruções, ele ouviu o goblin iniciar o canto.

Ab eiusdem antecessorem sanguinem, in current heredis errat Magia Domine, Domine Vida, Domine Morte, Domine Elementis, Domina Destination et Domine Tempore, prima omnium entium genere, Dominus et Domina Aeternam. Corrupta anima deducere, quia fili patris vestri qui quaerit auxilium. Totum corpus tuum anima tua. Ad remedium forte veniam, et ille qui errat figere ejus. Si est viluntatis, ita fiat. (Do sangue do mesmo ancestral, o atual herdeiro chama por Lady Magic, Lady vida, Lady Morte, Lady Elemental, Lady Destino, Lady Tempo, todas filhas das primeiras entidades, Lorde e Lady Eterno. Tragam a alma corrompida, pois um de seus filhos pede por ajuda. Que sua alma completa encontre seu corpo. A cura virá e uma chance de consertar seus erros terá. Se for de sua vontade, que assim seja).

Os dois terminaram ao mesmo tempo, Harry com o sangue e o goblin com o canto. De repente, a sala caiu na escuridão. Oito diferentes vozes foram ouvidas dizendo "Assim seja". Quando a escuridão se dissipou, um corpo pôde ser visto no centro do círculo, em um coma induzido pelo ritual. No mesmo instante que o corpo chegou à sala, Harry desmaiou com uma forte dor em sua cicatriz.

O goblin chamou por alguns de seus curandeiros para ajudar com os dois bruxos inconscientes no chão da sala. Ele primeiro pediu o relatório de Harry Potter-Black.

— Mestre goblin Thrunli, o Senhor Potter caiu inconsciente por conta de sua cicatriz, o pedaço de alma que hospedava desde seus 15 meses de idade saiu e foi para o seu corpo adequado. Eu indico que deixe-o descansar até o dia seguinte. Com sua herança, amamentando uma criança e todo o estresse dos últimos meses, seu corpo está definhando.

— Eu agradeço, curandeira Filax. Estou procurando por um clã que o ajudará com seu treinamento e talvez seja possível que ele encontre seu companheiro. Preciso fazer algumas pesquisas e contatar os Diggory. Faça o que for preciso para que o corpo dele aguente até que ele encontre seus mentores.

— O que o senhor diz. — A goblin deu uma leve curvada e voltou para o seu paciente.

— Qual é a situação do Senhor Riddle, curandeiro Grothoot?

— Mestre Thrunli, o senhor Riddle está em um coma induzido no momento. Tirá-lo dele vai apenas piorar sua saúde, tanto física quanto mental. Precisamos deixá-lo acordar sozinho. Eu vejo que ele cumpriu um vínculo e é casado, acredito que para uma melhora mais rápida, os dois estejam em contato. Sua alma está agora 100% em seu corpo. Parece que havia algo bloqueando sua mente, mas não descobriremos até que ele acorde. Com o ritual, essa parede desabou e seu cérebro está tentando processar milhares de em um curto espaço de tempo. Pedirei por algumas opções e deixarei já separadas para quando ele acordar.

— E em quanto tempo ele possivelmente acordará?

— Não menos que duas semanas e não mais que um mês. É a única coisa que posso dizer, mestre.

— Tudo bem. Continue seu trabalho. Guarde todas as informações que você conseguir. Precisaremos quando ele acordar.

— Será feito, Senhor.

Thrunli saiu sala e caminhou em direção ao seu escritório, na intenção de enviar uma carta para os Diggory. Ao sentar seu sua mesa já com pergaminho, tinteiro e pena preparados, um guarda bateu em sua porta.

— Entre. — Ele observou a porta se abrir e um dos jovens guarda entrar na sala.

— Mestre Thrunli. Esta carta chegou endereçada ao seu escritório. Ela está segura para abrir. O remetente é o Lorde Diggory. — Ele entregou a carta diretamente em suas mãos.

— Agradeço, jovem Maurovoc. Isso é tudo.

Com uma reverência o jovem saiu. Thrunli abriu a carta e a leu cuidadosamente. No final, um sorriso estampava seu rosto, o que assustava boa parte dos bruxos, já que para eles, goblins eram criaturas medonhas. Quem diria que Lorde Diggory era tão inteligente e pensaria o melhor para Lorde Black, quem ele desgostava no início?

Preparando alguns documentos, ele já consertava as falhas no plano. Lorde Black não saberá o que o atingiu.

Com os papéis em mãos, Thrunli viu as listas de propriedades e procurou saber se as duas famílias tinham propriedades na mesma cidade.

Depois de uma longa busca, ele achou. Perfeito!

Restava apenas uma última coisa antes de tudo, contatar o clã.

"Caros Reis Aro, Marcus e Caius Volturi. Que o seu ouro flua abundantemente.

Sou o Mestre Goblin Lorfthu, trabalho para o banco mágico de Gringotts com sede na Grã-Bretanha Mágica.

Venho através dessa carta comunicar que um de nossos clientes, o Senhor Harrison James Potter, atual Lorde da mais antiga e nobre casa dos Black entrou em sua herança de criatura.

Os senhores, muito conhecidos por aceitar todos os tipos de vampiros, são os primeiros em minha lista.

Portanto, por meio deste, pergunto se vocês estão interessados em receber mais um aprendiz.

Não posso lhes dizer todas as informações, muito ficará à critério de Lorde Black.

O Lorde Black acabou de completar seus 17 anos e tem uma filha chamada Celine. Seu outro pai foi assassinado há 3 anos, ele era o Herdeiro Diggory. Se ele estivesse vivo, hoje teria 20 anos. Ambos estavam noivos.

O Senhor Potter não aceita sua herança e se recusa a procurar pelo seu companheiro. Confesso que ele será uma tarefa difícil, mas acredito que os senhores gostem de um desafio uma vez ou outra.

O atual Lorde Diggory pediu-me para resolver esse pequeno problema, pois ele acredita que o senhor Potter merece ser feliz depois de tantas dores que sofreu. Os Diggory e o Black se mudarão dentro de algumas semanas para a Itália.

Peço que espere que Lorde Amos Diggory lhes contate primeiro antes de encontrar o jovem.

Aguardo por uma resposta,
Mestre Goblin Thrunli - Banco de Gringotts Britânico."

Com um sorriso feroz, o Goblin selou a carta com a marca do banco e entregou à águia que já aguardava.

— Essa será uma longa viagem. Entregue aos Reis Volturi e apenas um dos três. Aguarde por uma resposta.

Com isso, a águia alçou voo e partiu para seu destino.

Enquanto isso, ele separou todas as informações de ambas as propriedades em Volterra para o dia de amanhã.

Itália

Bruxos. Lobisomens. Fadas.

Todos os seres místicos que muitos acreditam ser apenas fantasia, na verdade, existem. Bem, uma história de fantasia sempre tem um fundo de verdade, não é mesmo?

Muitos podem até achar são contos para dormir, mas não é bem assim na realidade.

Todos os tipos de seres abençoados por mãe magia ou qualquer outra divindade, sempre existiram.

Há muito tempo, todos viviam em harmonia. Criaturas, humanos...

Quando se surgiu o fanatismo por novas religiões, muitos seres passaram a se esconder.

Todas as religiões têm sua divindade cada. Mas nenhuma divindade, em momento algum, pregou o ódio e a intolerância. É claro que cada fé é diferente e cada uma acredita em uma coisa. Mas no início dos tempos, todos eram tolerantes.

Com essa mudança, chegou à intolerância, e com ela, surgiram-se as guerras.

Muitas criaturas resolveram então se esconderem a fim de se manterem a salvos.

O tempo foi passando e o conhecimentos foi se apagando.

Hoje, os humanos têm medo de tudo aquilo que desconhecem e atacam seres inocentes.

Houve um tempo em que alguns grupos de criaturas pensaram em se mostrar para o mundo novamente, mas quando perceberam o caos que os rodeava, eles permaneceram nas sombras seguros.

Os humanos da atualidade acreditam que apenas sua fé é a que salva e que a sua divindade é a única que existe.

Isso não é a verdade.

Quando morremos, vamos para um tipo de sala de espera. De lá, você é encaminhado para a divindade que seguiu em seu tempo na terra. Claro que há acertos e erros, e a partir deles que é decidido o lugar para onde você vai.

Quando se trata das criaturas, quando chega o fim de seu tempo na terra, elas são encaminhadas para o seu líder. Um exemplo disso, é o Drácula, líder dos vampiros.

Drácula foi o primeiro vampiro da história. Ele estava morrendo e não havia nada que pudesse curar sua doença. Era genética. Após vários apelos, mãe magia decidiu que tal linhagem já havia sofrido demais e então resolveu o problema com as próprias mãos. Ela o matou e modificou a doença em seu sangue, tornando Drácula o primeiro vampiro da história.

Drácula sempre viveu escondido e passava longas horas com mãe magia aprendendo tudo o que podia. Mãe magia também lhe ensinou tudo sobre a nova raça criada. Ela lhe disse para ele transformar apenas seu companheiro e aqueles que ele considerava dignos se segui-lo junto pela eternidade.

Anos mais tarde, ele conheceu Jure Grando, seu amado companheiro. Seu submisso era tudo o que ele precisava, então ele foi a primeira e única pessoa que ele transformou. A promessa de eternidade subiu à cabeça de Jure e ele decidiu por um caminho longe de Drácula.

Drácula sofreu por anos por conta da escolha de seu companheiro. Um tempo depois de toda a separação, ele descobriu o que Jure fez. Foram tantos transformados que precisaram fugir e tantos crimes que ele e aqueles que o seguiam cometeram...

Voltando-se para mãe magia, ele pediu um favor em troca de sua vida, que tudo aquilo fosse consertado. Ela teve compaixão por seu filho e concedeu-lhe o pedido.

Vlad III morreu nas mãos de mãe magia e sua alma vagueia com mãe magia. Jure foi morto para que os ataques parassem. Os vampiros recém transformados foram mortos pela própria mãe magia. Ela não mataria os futuros vampiros, mas eles seriam julgados por Vlad. Ele era o líder e todos ouviriam a ele.

Todo esse conhecimento é escasso nos tempos atuais.

Os Volturi, por serem considerados os Reis dos vampiros, têm esse conhecimento e passa a frente para todos aqueles que estão dispostos em abrir suas mentes.

Por serem um grupo de criaturas, eles estão em contato com diversos outros seres a fim de manter os negócios.

Atualmente, no castelo, um líder de um clã da Eslovênia saía da sala após uma negociação. Finalmente, era a última marcada e agora eles podiam relaxar.

Antes que um deles pudesse se levantar do trono, toda a atenção foi atraída por uma águia que entrava por uma das grandes janelas. Aro, como o principal nas negociações, reconheceu facilmente a ave. Era uma vinda do mundo mágico. A questão no momento era saber de quem exatamente vinha e qual era o motivo.

Esperando a ave se acalmar, Aro trocou um olhar com Caius e Marcus. Logo pegando a carta e lendo, um sorriso ladino surgiu em seu rosto pálido.

— Do que se trata, querido irmão? — Marcus que questionou.

— Logo teremos um novo aprendiz. Não diz muita coisa. Apenas explica que ele virá com sua família e ele não deve ser incomodado. Quando for a hora certa, ele virá até nós.

— Muito bem. Quando ele chegará?

— Dentro de algumas semanas. Podemos apenas aguardar sua chegada.

— Que assim seja. Irei me retirar pelo resto do dia.

E assim, Marcus Volturi saiu da sala de reuniões, fazendo com que Caius e Aro se entreolhassem e soltassem um longo suspiro.

— Venha, Caius. Jane, querida, encontre Alec e nos encontre em meus estudos pessoais.

Jane apenas acenou com a cabeça e foi à procura do irmão. Entrando na sala, Aro foi diretamente às garrafas e serviu dois copos com três dedos de Whisky Dalmore Selene, entregando um à Caius.

— Tantos anos e a situação não muda... O que precisamos fazer para que ele abra os olhos?

— Tudo logo se resolverá, Aro. Acalme-se. Pense na nossa atual situação. Nós dois somos amantes, temos dois lindos e espetaculares filhos que nos amam e temos nossos amigos para nos ajudar a caminhar quando precisarmos.

— Eu sei, droga! Mas você sabe que nosso querido Drácula o escolheu para ser nosso companheiro. Por que ele não enxerga isso? É tão claro.

— Você sabe o motivo, Aro. Se não fosse por aquela desgraçada, estaríamos completos.

— Como eu sei disso... Estou tão feliz por Sulpicia ter acabado com ela. Ainda não sei onde foi que eu errei. Eu sempre dei tudo para ela e fiz suas vontades. — Disse um Aro amargurado. Caius foi até ele e o puxou para seus braços. Os dois eram dominantes e lutavam pelo poder, essa era a única coisa que eles questionavam Drácula. Afinal, três companheiros dominantes? Como isso daria certo sem um submisso?

— E esse foi ser erro. Você fez todas as suas vontades e ela pensou que sempre teria o que desejasse. Sua ganância cresceu e ficou fora de controle.

— Ela era tão calma. Eu até dei minha benção para ela viajar pelo mundo, um sonho dela. Ainda sinto raiva por tudo o que aconteceu, mas ainda era a minha doce e querida irmãzinha.

— Eu sei, Aro. Eu sei. Agora, que tal você tentar se recompor? Logo nossos filhos chegarão e não queremos deixá-los preocupados. — Caius colocou uma mecha de cabelo solta atrás das orelhas de Aro e observou o rosto de seu companheiro.

— Você está certo. Eles são apenas crianças. — Aro se levantou de onde estava e deu um longo gole de seu copo para limpá-lo e guardá-lo novamente. Assim que Caius terminou com a bebida, ele fez o mesmo.

Enquanto Caius ia para a janela e observava a cidade cheia de turistas, Aro foi até o banheiro adjacente para lavar seu rosto e organizar seus pensamentos. Uma batida na porta os alertou, e assim que identificaram o cheiro, permitiram a entrada.

— Papai? Encontrei Alec.

— Jane, meu amor. Entre.

— Onde está papai Aro?

— Ele foi se refrescar e logo volta. Estiquei o seu tapete favorito de frente para a cidade. Vá, querida. — Caius deu um singelo beijo na testa de sua filha e logo abraçou Alec. — Meu menino, onde estava que não o vimos hoje?

— Desculpe pai. Eu estava na biblioteca pensando. — Alec enterrou a cabeça no pescoço de seu pai e respirou fundo o cheiro calmante.

— Há algo lhe preocupando?

— Não, pai. Não se preocupe. — Ele acalmou o pai quando viu a preocupação em seus olhos vermelhos.

— Então tudo bem. Vá para sua irmã que eu buscarei Aro.

Quando viu que seus filhos entraram numa conversa, ele caminhou até a porta do banheiro e sussurrou.

— Aro, venha, meu amor. — O loiro tentou persuadir seu marido.

A porta finalmente se abriu e Aro saiu de lá como se nunca tivesse tido aquela conversa com seu companheiro. Ele o beijou castamente e entrelaçou seus dedos para caminharem até seus filhos.

— Papai, aconteceu algo? — Jane foi quem questionou.

— Não, minha criança. Apenas queria passar um tempo em família.

— Oh... No caminho, vi tia Sulpicia e tia Athenodora. Elas disseram que queriam conversar com ambos.

— Bem, isso pode esperar. Hoje quero apenas um tempo que vocês dois.

Aro e Caius se sentaram no grande pufe e se recostaram para relaxar. Jane e Alec ficaram sentados no tapete aos seus pés e todos olharam para a cidade escurecendo.

Um tempo em família era tudo o que eles precisavam no momento. Os negócios podem esperar até o dia seguinte.

Um certo tipo de paz repousou sobre eles enquanto aproveitavam a vista. Os vampiros mais velhos sabiam que precisavam Marcus para se sentirem mais em paz.

Uma pequena parte de Jane e Alec ansiavam pelos cuidados de um submisso. Os dois amavam seus pais, mas apenas um vampiro submisso poderia dar-lhes o conforto que não receberam quando ainda eram crianças humanas.

Que seu querido Drácula seja misericordioso e tenha preparado um futuro de paz para a sua família.



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