História Arte - ABO Mpreg - Captura

"Leo, você tem certeza disso?"  Rafael parecia estar extremamente receoso em relação a essa ideia, mas aparentemente o lupus estava completamente seguro de si.

"Com toda certeza, confie em mim." 

"Tá..." Engoliu em seco e tentou se acalmar. 

"Você tem que puxar a flecha com força e tenta mirar onde ela quer ir." Sussurrou no ouvido de Rafa, que sentiu suas bochechas ficarem vermelhas de tímidas. Para tentar afastar esses  pensamentos respirou fundo e olhou fixamente para um cervo que pastava tranquilamente a muitos metros de distância. Quanto mais longe, melhor para eles.

Arrumou a flecha no arco e o puxou com muita dificuldade, mesmo sendo um 'simples arco', ele era muito tenso e duro de puxar, então era preciso fazer muito esforço. "Eu acho que me dou melhor com aquela adaga." O menor reclamou baixinho e Leo segurou um riso.

"Você consegue." Voltou a olhar o cervo e segurou os cotovelos do menor, arrumando sua mira. "Desse jeito." A concentração era tão absurda entre os dois, que não perceberam a aproximação exagerada que eles estavam um do outro, a ponto do menor estar colado no peito de Leo. 

Quando Rafael fez esforço para puxar a flecha, quase a lançou quando um grupo de vozes altas se aproximaram, fazendo o cervo ficar assustado e correr com muito medo para mais dentro da floresta.

"Ah..." O ômega fez um biquinho enquanto olhava frustrado o animal sumindo por entre as folhagens escuras. por outro lado, o alfa olhou extremamente irritado procurando aquelas vozes que fizeram Rafael ficar triste por ter perdido sua chance.

"Oh? Não imaginávamos que estivessem por aqui." Alan se aproximou com um largo sorriso brilhante no rosto, junto com David e Felipe, porém Felipe sempre estava com sua cara fechada. "Como estão? Faz um tempo que não os vejo."

"Alan!" Rafael devolveu o sorriso e correu para perto do alfa. "Estamos bem, e vocês?"

"Em perfeito estado! Vejo que está gostando de viver por aqui, já está até caçando." De certeza forma Alan se sentia extremamente orgulhoso tanto de Rafael quanto de Leonardo.

Leo parecia querer queimar seus amigos vivos mas foi apenas momentâneo. Respirou fundo e sorriu quando Rafael o olhou.

"Leo está me ensinando pra me tornar mais 'forte e independente', como ele diz." Riu divertido e fez aspas no ar.

"Ah sim, isso é fofo de certa forma." Desta vez foi David quem disse, fazendo Rafa abrir um pouco seus olhos, caindo na real. "Que doce, coisas de casais." Suspirou e desta vez as bochechas do menos ferverem.

"Ahmm." Desviou o olhar e juntou suas mãos em forma de nervosismo. "Besteira hahaha!" Uma risada nervosa saiu e olhava para qualquer lugar, menos para o rosto de alguém.

"Não se faça de bobo." Felipe revirou seus olhos diante de toda aquela atuação fajuta. Seu rosto sempre era carregado de tédio e desinteresse, com seus braços cruzados e dificilmente participava de alguma conversa. "Tá na cara que tão se pegando."

Rafael quase caiu de costas.

"Ei ei ei, cadê os modos?" Alan virou para os rapazes, Felipe apenas deu de ombros e Leo, por mais amedrontadora que fosse sua expressão, ele tentava esconder um risco de vergonha, por conhecer ele desde criança, sorriu satisfeito.

"E-Eu—" Tentou se explicar, ainda em colapso.

"Relaxa meu querido, não parece não, agora volta aqui." Estalou seus dedos na frente do ômega, que se assustou. "Você tá hiperventilando." Riu alto. David sorriu e Felipe achou graça daquela reação.

"D-Desculpa!" Suspirou e focou seus pés.

Os três não conseguiam deixar o pequeno mais nervoso ainda, ao tentarem concertar o que fizeram apenas piorava.

"Chega." Leo interferiu nas brincadeiras dos meninos, que pararam no mesmo instante. "Deixem ele em paz." 

Os três pareceram recuar um pouco e mostrar um pouco de medo, mas Rafa apenas sorriu e olhou de forma carinhosa para os seus amigos.

"Não seja tão duro com eles." Olhou para Leo, que ainda estava com sua cara emburrada para os seus amigos.

"Mas eles estavam te incomodando." Cruzou os braços e desviou o olhar para o menor, franziu seu cenho e e suspirou. Rafael era bom de mais com as pessoas. O menor riu vendo a reação do lupus e acariciou sua bochecha, logo em seguida dando um beijo curto na mesma.

Leo fechou seus olhos e pareceu "abanar sua cauda" e vários coraçõezinhos imaginários voaram por todos os cantos saindo do alfa.

Os três ficaram horrorizados.

Os dois estavam fechados em seu próprio mundo esquecendo dos outros só redor.

"Meu deus que horror!" Felipe Sussurrou.

"O que tá acontecendo com ele?" David perguntou no mesmo tom de voz.

"Acho que tá sendo domado, vamos." Alan deu meia volta e saiu correndo o mais rápido que conseguia, sendo seguido por David e Felipe.

Quando Rafael se deu conta, os meninos já não estavam mais ali, franziu o cenho e olhou em volta.

"Mn? Para onde foram?" Suspirou e coçou sua nuca.

"Deve ter ido incomodar outras pessoas." Bufou cruzando seus braços e também estranhou eles terem sumido, ele realmente não havia notado nada.

"Não sei se desta vez da pra encontrar outra caça por aqui, os animais foram assustados." O ômega suspirou. "Vamos fazer outra coisa, que tal?" Olhou para o maior, que o olhou confuso.

"Tipo?" Perguntou de forma esperançosa.

"Tipo comer alguma coisa."

"Aham."

"..."

Leonardo o encarou de forma estranha e um sorriso surgiu em seu rosto.

"Comer comida Leonardo pelo amor de deus." Cobriu sua testa com uma mão.

"Ata." Riu sem graça e coçou a nuca.

Ambos começaram a caminhar na direção da pequena cidade enquanto Rafael conversava pelos cotovelos e sempre estava animado enquanto Leonardo sempre o escutava atentamente e respondia quando necessário.

Até que em um lugar específico da trilha, Leo parou e segurou o pulso do menor, que parou num baque e olhou confuso para o lupus.

"O que foi?" 

"Shh." Sussurrou e continuou segurando o pulso alheio. "Tem mais gente por aqui." Olhou em volta e não viu ninguém, mas era nítido que era uma  emboscada. "Merda."

Rafael ficou assustado com aquela reação, repentinamente ficou com medo e se aproximou mais do maior. 

"E-Esse aroma-" Rafa sussurrou e engoliu em seco. "Meu irmão." Olhou com súplica para Leo, que encarava fixamente um lado específico até ouvir folhas farfalharem e uns passos metálicos se aproximarem aos poucos. 

"Você acha mesmo que pode manter meu irmão refém desse jeito?" Ces saiu de trás de uma árvore e seu rosto estava com uma expressão de poucos amigos. "Desculpe mas não é assim que as coisas funcionam." Cruzou os braços e parecia queimar Leonardo com o olhar. 

Ambos estavam travando uma batalha de olhares e quanto mais os segundos se passavam, mais a situação ficava pior.

"Irmão! Ninguém está de refém." Disse desesperado para o seu familiar e o mesmo não desviou do lupus.

"Rafael, venha aqui do meu lado." Pediu de forma ameaçadora e o ômega não iria se mover um único centímetro.

"Não." Se aproximou mais ainda de Leonardo e agarrou suas túnicas negras, "Você só vai me levar para casa a força." Pareceu querer se esconder atrás do alfa e Leo continha satisfação em seu olhar enquanto encarava o soldado de forma debochada. 

Cesar fechou suas mãos em punhos e deu mais um passo na direção dos dois. 

"Rafael, não estou brincando, venha."

"Também estou bem longe de brincar irmão." Engoliu em seco quando sentiu o aroma do lugar começar a ficar amargo. "Ew." 

"Não ouviu ele, vaza." Leo também cruzou seus braços e estava se segurando para não pegar uma faca que tinha guardada entre suas roupas com uma lâmina extremamente afiada, um de seus passa tempos era deixar suas armas brancas o mais afiado possível. 

"Rafa, não temos tempo para essas coisas, já esqueceu do seu dever?" Levantou sua voz e aos poucos seu irmão mais velho ficava cada vez mais desconhecido para o menor. "Você vai se casar em menos de uma semana, você TEM que voltar pra casa." 

Rafa engoliu em seco e olhou magoado para os seus próprios pés. 

"Não quero me casar com ele." Murmurou tão baixinho que Ces quase não ouviu. 

"Você tem que casar com ele." Voltou sua atenção para o alfa na frente de seu irmãozinho, esse cara parecia ser uma estátua ameaçadora e seus olhos de cor carmesim estavam a ponto de brilhar de raiva. Olhou com desgosto para Leonardo.

"Tem como você xispar? Não tá vendo que meu irmão já é comprometido, seu intrometido?!" Ambos alfas pareceram empinarem seus narizes de forma arrogante, nenhum dos dois estava disposto a sair dali. "Se você não sair daqui, vou ser forçado a fazer uma coisa que não quero, e vamos lá, a última coisa que eu quero fazer é machucar meu irmãozinho." 

Leonardo rosnou furioso e Ces não demorou em retribuir. Ambos estavam a ponto de entrar numa briga muito feia.

Rafael se desesperou mais ainda e entrou na frente de ambos. 

"Tem como pararem?!" Não sabia para quem olhar. 

"Rafa, vamos para casa, aqui não é seu lar, é muito perigoso e todos temos deveres a cumprir." Ignorando completamente o perigo, andou na direção de seu irmão, que se agarrou mais ainda ao alfa.

"De mais um passo e eu arranco a sua traquéia fora." Sua raiva era nítida e Cesar parou bruscamente.

"Você está falando sério? Realmente quer se intrometer na família real?" Levantou sua mão direita e estalou seus dedos. Repentinamente outros aromas diferentes se aproximaram e mais arbustos farfalharam e cinco soldados brutamontes com espadas em mãos surgiram.

Todos apontaram suas espadas para Leonardo com intenções assassinas, eles esperavam apenas uma ordem para encher Leo de buracos deixando o pequeno príncipe cada vez mais assustado.

O lupus fechou suas mãos em punhos e sua mandíbula travou.

"Acredito que você não queira morrer." Sorriu satisfeito.

"Você nunca foi assim Cesar, por que está fazendo isso?!" Rafael se sentia cada vez nervoso, ele não queria que nada de mal acontecesse com nenhum dos dois e o pior de tudo, era que ambos estavam disposto a brigar. "Isso é besteira."

"Irmãozinho, você sabe que eu te amo muito, sempre te protegi de tudo. Foi muito inesperado você fugir de casa daquele jeito, agora olha só, está aqui fora, com esse cara aí." Apontou para o lupus.

Em nenhum momento Leonardo perdeu sua postura ou mostrou um dedo de medo e nunca tirou os olhos da maior ameaça ali, seu cunhado.

"Você é muito irresponsável e infantil, como pôde fazer uma coisa dessas? Fazer nossos pais sofrerem por você ter sumido por todo esse tempo?" Elevou sua voz visivelmente irritado e Rafa engoliu em seco.

A culpa pesava muito em seu peito.

"Eu..." Tentou dizer algo mas o melhor que conseguia fazer era permanecer em silêncio.

"Ele não tem culpa de nada, pare de tantas chantagea-lo!" Leonardo respondeu as provocações na mesma tonalidade. Só não deixava um olho roxo naquele cara importante porque era irmão de Rafa.

"Não estou chantageando ninguém, estou apenas dizendo verdades." Estalou sua língua começando a ficar irritado. "Vamos irmãozinho, ou você vem ou nós enchermos esse cara de buracos." Os soldados em volta se aproximaram perigosamente apontando a espada para os sinais vitais do lupus.

Rafael estava branco de pavor.

"Cesar por favor, s-se você me ama, me deixe aqui." Sentiu seus olhos arderem, nunca se sentiu tão encurralado em toda sua vida.

"Não me obrigue a fazer isso." Tirou sua própria espada da bainha e apontou para o seu irmão. "Se afaste do meu irmão e deixe-o ir, se você não fizer isso, acho que uns cortes não farão mal a ninguém."

Leonardo não se importava com ele, poderia fazer o que quisessem, mas não encontrariam um dedo em Rafa.

"Como ousa ameaçar seu próprio irmão?!" Rosnou mais furioso do que estava e Rafael sentia seu rosto inteiro arder. Estava a ponto de avançar quando sentiu uma mão pousar delicadamente em seu peito.

"Ele nunca faria mal para mim." Sussurrou bem baixo para apenas Leonardo escutar. "Ele está nos chantageando, mas..." Olhou os outros alfas a ponto de atacar. "Não quero que eles te machuquem... Por favor não se mova, por mim." Engoliu em seco e sem pensar muito caminhou para o lado de seu irmão, sem olhar para trás.

Leo ficou pálido.

"Não encoste um dedo nele!" Rafael apontou o dedo no nariz de seu irmão, que ao mesmo tempo que estava satisfeito sentia um pouco de incômodo.

Era notável a vontade que o lupus tinha que brigar com todos eles e impedir aquilo, mas não podia correr o risco de ser assassinado ali. Ele tinha o deu pai para cuidar e agora Rafael.

"Não vou, você vai voltar pra casa comigo." Segurou o pulso do ômega e o arrastou para dentro do matagal onde estavam seus cavalos. O ômega olhou para trás com sua visão completamente borrada enquanto via Leonardo parado de forma estática olhando para ele, aos poucos sumindo por entre as folhagens. Aqueles soldados ainda estavam morando suas espadas para ele.

"Você é um idiota, como pôde fazer isso?! Você se apaixonou por um qualquer fora do castelo ainda mais quando já tem um casamento marcado.

Rafa não disse nada e apenas permitia ser arrastado pelo alfa furioso que estava o seu irmão. Suas bochechas ficaram úmidas e nem percebeu quando começou a chorar em silêncio.

"Vamos." Levou um susto quando seu irmão o pegou pega cintura e o levantou para sentar no cavalo. "Teremos que ter cuidado com você agora, comece a se acostumar com portas trancadas por fora, fujão." Sentou atrás de Rafael na sela do cavalo e começou a cavalgar para fora da floresta.

Sua visão ficava cada vez mais borrada enquanto sentia sua coração bater de forma abafada em seu peito, tudo o que ele queria era pular daquele cavalo mas no fundo de seu coração, sabia que não podia.