História Artificial Love (Hiatus) - Imsomnia

A dor de cabeça fez com que Baekhyun levasse um tempo para se levantar da cama, estava zonzo devido ao fato de não ter ingerido nada que não fosse alcoólico desde a noite passada, estava exausto e mau humorado. Massageou as têmporas e soltou um grunhido de desgosto ao perceber o travesseiro manchado de lágrimas e delineador, não queria ter sido tão fraco na noite passada, mas sabia muito bem que Oh Sehun era o seu fraco, estar na presença dele remetida a tantos sentimentos e lembranças dolorosas. 

– Já acordou? – Baekhyun se assustou, estava em alerta desde a noite anterior, mas ao ver o olhar preocupado de Jongdae sobre sí, relaxou quase que imediatamente. Se perguntava diversas vezes o motivo de confiar tanto no loiro, talvez fosse pela proximidade ou porque ambos tinham um passado a esconder, fosse pelo que fosse, estava grato por não estar sozinho. 

– Já, só queria um remédio pra dor de cabeça. – Sorriu para tranquilizá-lo, percebendo pelas olheiras que o loiro não havia dormido, as roupas eram as mesmas da noite anterior e a julgar pelo estado em que estavam, completamente amassadas, pôde concluir que ele havia dormido no sofá da pequena sala improvisada que podia ser vista de onde estava. Nunca havia visto a casa de Jongdae, era tudo tão simples e organizado, assim como ele.

– Ok, eu já vou pegar o remédio. – Correu para outro cômodo e Baekhyun conseguiu escutar o barulho das gavetas e portas sendo abertas de modo afobado e das caixinhas de remédio caindo no chão, ele estava tão apressado que chegava a ser engraçado. Voltou rapidamente para o quarto e entregou uma cartela de comprimidos e uma garrafa de água.

– Obrigado, como você está? – Tomei o comprimido e o olhei, ele parecia incrédulo.

– Como eu estou? Baek é você quem tem que me dizer como está. – Se sentou na ponta de cama e sorriu triste. – Foi tudo tão ruim pra você, eu não sei nem o que dizer...

– Eu vou ficar bem, foi só um momento difícil. – Me virei para deixar o copo sob o criado mudo, e assim que vi uma cartela de compromidos completamente vazia meu coração parou. – Você me dopou? 

– Acredite, foi preciso. – Pegou a cartela e apontou para três dos sete espaços vazios. – Mas eu não te dei a cartela toda, não queremos uma overdose aqui não é mesmo? – O sorriso de Jongdae morreu assim que percebeu o que havia dito, se sentia um completo idiota. – Baek, me desculpa eu juro que não era a intenção...

– Tá tudo bem, aquilo foi uma medida desesperada que eu nunca mais vou pensar em tomar, jurei pra você lembra?

– Claro que jurou, eu ameacei te jogar do alto do prédio caso fizesse algo parecido novamente. 

– Acredite, não foi por isso que eu prometi... naquele momento eu bem que cogitei a idéia de te irritar pra garantir que você fosse mesmo cumprir sua ameaça. – Riu triste ao lembrar do estado deplorável em que estava no dia em que tudo aconteceu, mas não era relembrando dessas coisas que iria superar. – Tem café? Não? Eu faço, vou me atrasar pro trabalho.

– Já viu que horas são? Acho que já está atrasado. – O loiro apenas observou aos risos o menor correr desesperado pela casa para se arrumar o máximo que podia ao ver que estava quase meia hora atrasado.

– Droga! Jongdae preciso de alguma coisa pra cobrir as olheiras, não posso deixar a Nayong me ver assim.

– Não mesmo, você tá com cara de derrota. – Riu mais ainda ao ver a cara de aborrecido do outro, pegou uma de suas menores camisetas no armário para lhe emprestar, assim como uma escova de dente nova que nem sabia que possuía em uma das gavetas no banheiro.

– Já estou indo! 

– Ei ei espera um pouco. – Correu até o quarto e pegou algo às pressas, retornou e deu algumas borrifadas de seu perfume em Baekhyun, que agradeceu mentalmente por Jongdae ser tão detalhista. – Não pode ir trabalhar cheirando whisky, agora que você está cheirosinho como eu, pode ir trabalhar. 

– Convencido, vai tomar um banho olha o seu estado! Parece que foi mastigado e cuspido de volta ao mundo. 

– Sabe... o sofá não é tão confortável quanto a cama que eu cedi pra um ingrato, eu não consegui dormir quase nada.

– Devia ter tomado um daqueles comprimidos que me deu. – Abri a porta e saí, andando devagar até as escadas.

– Se funcionassem comigo... quem você acha que tomou o resto da cartela? – O murmúrio do loiro não foi baixo o suficiente para que o outro não escutasse, fechou a porta e foi imediatamente tomar um banho.

Baekhyun ficou tentado a voltar ao apartamento e fazer algumas perguntas á Jongdae, mas estava atrasado e aquilo podia esperar, ambos precisavam de um tempo pra se acalmarem.

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– Byun Baekhyun. – Nayong o recebeu com os braços cruzados e olhos semicerrados, tinha aquele menino como um filho e se preocupar como uma mãe. – Ontem eu precisei de uma ajudinha e liguei pra sua casa, mas ninguém atendeu.

– Desculpe, eu saí de noite com uns amigos e voltei tarde. – Fechou a porta de vidro com cuidado e foi até a senhora que apenas ergueu uma das sobrancelhas e pôs as mãos na cintura.

– Amigos... certo. – Ela começou a analisar o funcionário da cabeça aos pés. – Sabe que eu te tenho como o filho que nunca tive.

– Sei sim, e eu tenho a senhora como uma segunda mãe. – Com um sorriso sincero no rosto, abraçou a mulher e sentiu um carinho nos cabelos.

– Então deve saber que filhos não devem mentir para os pais. Liguei pra sua casa de madrugada também, e hoje de manhã antes de você chegar e continuei sem resposta. – Ela parou o carinho e se afastou o olhando nos olhos, Baekhyun sentiu o sangue gelar. – Onde passou a noite? De quem é esse perfume?

E finalmente a grande bola de mentiras e segredos mostrou sinais de que estava ficando impossível sustentar aquela farsa, ele sabia que precisaria de uma grande desculpa para escapar daquela sinuca de bico, porque contar a verdade estava fora de cogitação.