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História As 13 Melhores - Capítulo Único


Escrita por: CarolAlves05

Notas do Autor


Olá!

Eu sei que na minha última Fic, eu disse que daria um tempo de escrever Fanfics de Supernatural, porque queria me focar na minha Fic de Harry Potter, mas eu não consigo resistir. Hahaha!

Então, resolvi fazer uma série de One Shots, mostrando momentos de SPN que não vimos, mas que gostaríamos de ter visto. Eu fiz isso em "Paraíso" (Vai lá ler, eu sei que você quer), que mostra o encontro de Dean e Cas no céu. E estou fazendo isso com essa agora. Afinal, que Shipper Destiel que se preze, nunca quis saber como Dean deu a Mixtape para o Cas? (Porque vocês lembram da Mixtape, certo? Cas tentou devolver ela para Dean no episódio 12x19, e nós nunca soubemos como Dean deu a ele esse presente.)

Vão haver outras, claro, porque quero usar a minha imaginação para mostrar aqueles momentos preciosos que a gente não viu, porque não apareceram na série.

"As 13 Melhores" faz parte do universo de "Bem-Vindos ao Fim", só para esclarecer, porém se passa anos antes. :)

Já "Paraíso" não faz parte do mesmo universo, pois segue o canon da série, e se passa depois do 15x20.

É isso, espero que gostem. E comentem, se puderem. Boa leitura, até a próxima.
Bjks!

PS: Recomendo ler essa Fic ouvindo "The Rain Song" do Led Zeppelin.

Capítulo 1 - Capítulo Único


As 13 Melhores

Dean

Dean apertou o botão de “Stop”. Ele tirou sua fita cassete do Led Zeppelin de uma das entradas de seu velho gravador de músicas, e em seguida tirou outra fita da outra entrada. Pegou de dentro de uma gaveta da mesinha em seu quarto, um montinho de etiquetas e escreveu “Top 13 do Dean – Zepp TRAXX” em uma delas.

Depois de colar a etiqueta na segunda fita cassete, Dean ficou olhando para ela em sua mão.

É claro que Dean sabia que gravar músicas em fitas cassetes era ultrapassado. Ele poderia fazer uma playlist no Spotify ou em qualquer outro aplicativo de música atual. Ele poderia até mesmo gravar um CD. Era algo antigo, mas ainda mais atual do que uma fita cassete. Mas para Dean, essas ferramentas não eram tão pessoais quanto a fita. E ele queria que aquilo fosse pessoal. Ele queria que quando Cas recebesse aquela fita, sentisse que era algo que Dean fez de coração.

Porque Cas era um bom amigo, seu melhor amigo. E merecia algo feito de coração.

Dean esperava que aquilo não fosse muito estranho, e que não fosse mal interpretado. Por isso, ele daria a Cas quando eles estivessem sozinhos, longe da vista de Sam. Tudo que ele menos precisava, era de seu irmão lançando a eles aqueles olhares estranhos e sugestivos que ele sempre lançava quando Dean e Cas estavam tendo um momento. Porque aquilo entre os dois não era nada além do que era: amizade. E talvez algumas pessoas não vissem assim, mas Dean não sentia que precisava se explicar.

Cas era seu melhor amigo. Sempre fora. E continuaria sendo. Não havia nada além disso… Bom, era o que ele dizia para si mesmo. Era o que ele dizia há anos. E honestamente, ele não queria pensar que poderia ser algo mais. Porque aqueles sentimentos o confundiam e ele não estava preparado para aceitá-los. Ainda não.

_ Bom, Cas, isso é o máximo que eu consigo_ ele disse no vazio de seu quarto, olhando para a fita.

A guardou no bolso da calça, e esperou até que o momento certo chegasse.

E ele chegou alguns dias depois, quando Sam foi a um Mercado de Agricultores em Kansas City, e felizmente, dessa vez, Cas não o acompanhou. Dean o encontrou na sala de interrogatórios, reforçando os feitiços nas paredes e no chão.

_ Hey, Cas.

_ Olá, Dean_ Cas disse, sem se virar para ele.

Agora ele escrevia com tinta um símbolo de afastamento de demônios na parede.

_ Esses símbolos não estão bons o suficiente?_ Dean perguntou de onde estava, encostando em uma das prateleiras de ingredientes, que eles costumavam usar para feitiços.

_ As coisas andam estranhas, com Lúcifer fornicando com uma humana e a engravidando… Sem contar nos Homens das Letras britânicos… Nunca é demais ser mais cuidadoso.

Dean fez uma careta.

_ Primeiro, esses babacas britânicos não vão entrar aqui. E segundo, não diga fornicando. Faz parecer que você tem uns 70 anos.

_ Bom, eu tenho milhões a mais do que isso_ Castiel respondeu com simplicidade, dando uma última pincelada na parede.

_ Só não diga_ Dean pediu.

A palavra “fornicação” sempre lembrava a Dean algo esquisito e ruim. E sexo não era ruim. Às vezes era esquisito, dependendo de com quem você estava. Mas não ruim, pelo menos não o contexto.

Cas colocou o pincel dentro da lata quase vazia de tinta, e se virou para ele.

_ Você parece meio tenso. Algum problema?

Dean enfiou a mão no bolso dianteiro da calça jeans. A fita cassete estava lá. Ele passou os dedos e sentiu a textura. Por um instante, ele pensou se deveria entregá-la a Cas, pensou se aquilo não seria mal interpretado. Mas um amigo podia fazer esse tipo de gesto por outro amigo, certo? Ele e Cas morreriam um pelo outro, uma fita de música não significava nada.

Então, Dean tirou a fita de dentro do bolso e entregou para Cas.

_ Isso é…?_ Cas começou, pegando o objeto da mão de Dean.

_ Uma fita de música, obviamente. É pra quando você estiver no carro, sabe? Eu já vi você ouvindo Taylor Swift no rádio do carro, enquanto íamos caçar. Pensei em melhorar um pouco o seu repertório.

_ Dean, foi você que pôs Taylor Swift.

Dean apenas revirou os olhos, mas não respondeu. Ele ficou observando, enquanto Cas encarava a fita e se perguntou o que o amigo estaria pensando.

Cas segurava a fita de uma maneira estranha, quase como se fosse um objeto estranho e desconhecido em sua mão. Os olhos azuis dele pareciam mais azuis, quando ele ergueu a cabeça e olhou para Dean.

_ Significa alguma coisa?_ Cas perguntou repentinamente.

_ Como assim?_ Dean franziu a testa.

_ Você está me dando isso por algum motivo especial?

Dean engoliu em seco. Esse era o medo dele, de que Cas pensasse algo que não era. Porque não era nada especial. Era pessoal, mas não especial. E Dean não queria que fosse nada além disso. Era apenas a droga de uma fita de música, para a droga do seu melhor amigo.

Não era nada além disso. Simplesmente não era. Simplesmente… Ou talvez fosse.

_ São algumas músicas, Cas_ ele disse, por fim_ Não faça isso parecer mais do que é.

_ Não é o que estou tentando_ Cas respondeu em seu tom estoico de sempre_ Eu apenas…_ ele não continuou, mas mesmo assim, Dean se viu esperando que ele dissesse algo, ansiando até_ Obrigado, Dean.

Houve um silêncio estranho depois disso, no qual Dean ficou pensando o motivo de querer que Cas dissesse alguma coisa. Afinal, o que ele esperava que Cas fosse dizer? O que ele queria que Cas dissesse? Ele afirmou a si mesmo que não queria que aquele gesto significasse mais do que realmente era. Por que ele ficou desapontado que a reação de Cas, foi exatamente a que ele disse que queria?

_ De nada. Eu espero que goste.

_ Tenho certeza que sim. Você é fã de Led Zeppelin, sei que escolheu boas músicas.

_ Sim, as minhas favoritas.

Cas colocou a fita dentro de um dos bolsos do sobretudo.

_ Acho que vou ouvir agora no toca-fitas do carro.

_ É? Você tem algum lugar para ir?

_ Não. Vou ficar dentro do carro na garagem, ouvindo.

Dean riu um pouco.

_ Isso é bem a sua cara, seu esquisito.

Cas deu um sorriso sem graça.

_ Obrigado novamente.

Dean o observou, e quando Cas estava chegando na porta para sair da sala de interrogatórios, ele se lembrou de algo.

_ Cas?

_ Sim?

Cas se virou para ele.

_ A primeira música, me lembra você.

Os dois sorriram um para o outro, Cas acenou com a cabeça e saiu.

Dean então se deu conta de que estava tudo bem. Nada daquilo precisava significar alguma coisa, porque no fundo, ele sabia qual o sentido de gravar aquela fita. Era apenas uma maneira de mostrar a Cas, que Dean tinha apreço por ele, que Dean se importava. Que mesmo com sua maneira meio bronca e talvez grosseira de demonstrar, Dean o amava. O amava como amigo, como aliado… E se aquele sentimento fosse qualquer outra coisa a mais, ele percebeu que não estava pronto para descobrir. Não ainda. Talvez um dia ele estivesse. Quando o mundo fosse menos louco e cruel.

E ele estava bem com isso.

oooooooooooooo

Castiel

Castiel colocou a fita do Led Zeppelin que Dean havia gravado para ele, para tocar. Ele estava dentro do Ford Fiesta que costumava usar quando não estava com os Winchesters. A primeira música era Kashmir, e falava sobre alguém, um ser, que havia visto de tudo um pouco, mas que se sentia perdido de vez em quando. Dean disse que essa música o lembrava de Cas, e Cas sorriu, porque sim, realmente parecia com ele. Feita para ele.

E ele ficou se perguntando se Dean pensava nele quando ouvia aquela música. Talvez fosse tolice sua, mas Cas não conseguiu não se fazer essa pergunta. Ele já viu alguns filmes românticos. Em alguns desses filmes, às vezes alguém gravava uma fita de música para uma outra pessoa. Isso quase sempre acontecia quando a pessoa que gravava a fita, estava apaixonada… Mas aquele não poderia ser o caso de Dean, não é? Porque Dean nunca o veria da maneira que Cas o via.

No fundo, Cas sabia que olhar para Dean de uma maneira diferente de um olhar de amizade, era um erro. Cas o amava, mas também sabia que Dean nunca seria capaz de retribuir seus sentimentos. Era doloroso pensar sobre aquilo, mas quanto mais ele pensava, mas a realidade parecia se entranhar dentro dele. Talvez para mostrá-lo, que o que ele mais queria, ele nunca poderia ter.

Rock and Roll começou a tocar e essa falava sobre alguém que não farreava há bastante tempo. E ela o lembrou de Sam e Dean, em como eles não se divertiam, e como talvez eles sentissem falta disso. Mas o trabalho, aquela vida, não permitia.

Cas se viu desejando que eles pudessem fazer outras coisas a não ser caçar e salvar o mundo. Que os dois mereciam mais. Que Dean merecia o mundo. Uma vida onde ele pudesse ser quem ele quisesse.

Talvez, nessa vida Cas pudesse estar ao lado dele. Não como ele queria, mas como Dean quisesse. Cas seria o melhor amigo como sempre, o companheiro de saídas, a pessoa que o ouviria. O amigo que Dean chamaria para beber ou até mesmo o amigo que Dean chamaria para o almoço de domingo em sua casa. Cas só queria estar lá. Para qualquer uma dessas opções.

Agora Whole Lotta Love estava tocando. Cas não tinha certeza se gostava desse música. Em uma das vezes em que ele visitou Dean anos atrás, depois que Sam foi para o inferno_ e Cas o trouxe de volta_, quando Dean estava com Lisa, ele ficou observando invisível aos olhos de Dean e Lisa, enquanto eles cozinhavam juntos ao som daquela música. Eles pareciam em sintonia, e mesmo que Dean estivesse rasgado por dentro, ele não deixou que Lisa percebesse. Porque aquilo era algo de Dean, não de Lisa.

E por isso Cas não tinha certeza se gostava daquela música. Não por tê-la ouvido a primeira vez quando Dean estava com Lisa, mas sim, porque foi naquele momento que Cas pôde perceber Dean tentando segurar os pedacinhos, para que o que ele construiu com Lisa e Ben, não fosse ao chão.

Stairway To Heaven, também o fazia lembrar de Sam e Dean. Em como a vida foi injusta e cruel com eles. Em tudo que eles poderiam ter tido e não tiveram.

Cas deu pause assim que a música acabou e respirou um pouco. Ele precisou de alguns segundos para se recompor. Era quase como se aquelas músicas contassem uma história para ele. A história de Sam e Dean… A história de Dean. Parecia que Dean queria lhe dizer "Veja como estou quebrado, mas estou aqui e você está aqui, e tudo vai ficar bem".

Talvez não fosse realmente aquilo, mas era o que Cas sentia dentro dele.

Immigrant Song veio, depois Black Dog, All My Love, Good Times Bad Times, Communication Breakdown, Hey Hey What Can I do, Misty Mountain Hop, Since I've Been Loving You… Todas essas músicas significavam algo para Dean. E saber que Dean escolheu compartilhá-las com ele, fez Cas se perguntar algumas coisas.

Então a última música, The Rain Song, começou a tocar, e Cas conhecia muito bem aquela música. Era a música que mais o fazia pensar sobre o amor.

Ele a ouviu a primeira vez com Dean. Os dois estavam no Bunker bebendo cerveja e pesquisando sobre monstros aleatórios na sala do mapa, quando Dean colocou aquela música para tocar no celular, e quando ela começou, Cas sentiu algo… Ele ficou olhando para Dean, enquanto o amigo folheava distraidamente um dos livros de pesquisa, e então Dean o olhou de volta e sorriu… Cas nunca esqueceu a maneira como Dean sorriu para ele. E ele nunca esqueceu a música que tocava naquele momento.

Às vezes quando estava sozinho no carro, Cas a cantarolava.

Kashmir fazia Dean se lembrar de Cas. The Rain Song fazia Cas pensar em Dean.

A música foi tocando e Cas sorriu. Ele tinha questionamentos, ele se perguntava coisas. O que Dean sentia por ele? Para onde os dois estavam indo? Eles estavam indo para algum lugar? Mas naquele momento, não foi nada daquilo que ele se perguntou. O que ele se perguntava mesmo, era se tudo aquilo importava. Porque mesmo com todas as dúvidas, Cas já tinha algo que ele amava.

Então realmente não importava o que aconteceria entre ele e Dean dali para frente, se é que aconteceria alguma coisa. Eles ainda seriam melhores amigos, eles ainda estariam juntos. The Rain Song ainda existiria, e ainda seria a música que o fazia pensar em Dean.

E se nada nunca mudasse, Cas ainda teria aquela fita. Uma lembrança de que Dean se importava. Uma lembrança de que os dois foram reais.

Fim

 



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