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História As armadilhas do coração - malec - Help me


Escrita por: CahLightwoodBane

Notas do Autor


Oi, lendas! As armadilhas do coração tá chegando em momentos decisivos. Vocês vão entender melhor com esse capítulo. Boa leitura ❤

Capítulo 35 - Help me


Fanfic / Fanfiction As armadilhas do coração - malec - Help me

Magnus..

O dia foi exaustivo, logo depois de ir embora do hospital ainda tive que dirigir até o norte da cidade em uma missão.
Não me saía da cabeça o que Jordan queria falar comigo. Pra ser sincero eu não suporto mais essa situação. Odeio ser pressionado e chantageado dessa maneira, parece que nunca consigo ficar totalmente em paz!
O que mais me dói é saber que perdi tempo nessa relação, que deixei esse tipo de pessoa entrar na minha vida.
Meu noivo surtado não era só manipulável, ele era perigoso! Agora consigo enxergar uma maldade em seu olhar que antes não reparava.
Eu tinha algumas opções de planos:

1- Entregá-lo, e ele seria imediatamente apreendido. Porém perderíamos uma grande oportunidade de encontrar Elias e Valentim já que Jordan era uma ponte pra isso.

2- Matá-lo enquanto dorme. E essa era uma opção tentadora! Mas isso me igualaria a ele. 

3- Me abrir com uma pessoa inteligente e pedir ajuda. Mas essa pessoa teria que ter cabeça fria. Então Isabelle não era bem uma opção. Assim que soubesse que a vida do seu irmão está sendo ameaçada ela perderia completamente o controle e colocaria a carroça na frente dos bois.
Lydia é muito capacitada, pode ser útil e me ajudar. Mas ela é muito envolvida com Alec, o que corre riscos da história parar nos ouvidos dele. O que também não é uma opção! Se ele souber de tudo que tá acontecendo vai agir por impulso colocando sua própria vida em risco.
Clary era muito próxima de Izzy, elas não guardavam segredos.
Mas tinha uma pessoa! Alguém que apesar de ser próximo de todos nós, era totalmente profissional e calculista (de um jeito bom, claro!) Se tem alguém que pode me ajudar essa pessoa é Simon.
Ele namora com o Jace, e é um dos melhores amigos de Alec. Mas era nosso instrutor, estava ali pra nos guiar a melhor alternativa de ter sucesso nas missões. E essa não deixava de ser uma.
....

Já eram 19h00 da noite quando estacionei o carro em frente ao hotel em que Jordan estava hospedado, e peguei o celular no banco do lado.
Digitei o número de Simon que atendeu em 3 toques.

-Fala, Magnus. Algum problema?

-Oi Simon.. na verdade tô precisando muito falar com você, é meio que urgente.

Descansei a cabeça no banco.

-O que houve?

Se preocupou.

-Não da pra ser por telefone, posso te encontrar em um hora ou você tem planos?

-Bom, eu fiquei de ver um filme com o Jace mas posso receber você.

-Não, escuta.. O Jace não pode saber, é algo particular.

-Você tá me preocupando. O que houve?

-Infelizmente é uma história bem barra pesada, por isso só tô confiando em você. Preciso de ajuda!

-Tudo bem, eu invento alguma coisa. A gente se encontra em um bar aqui perto.

-Pode ser o que a Catarina trabalha, lá vai ser bom.

Combinei.

-Tudo bem, pode ser lá.

-Simon?

Suspirei cansado.

-Diga?

-Estou indo ver o Jordan, caso em uma hora você não consiga entrar em contato comigo por favor me procure, vou te mandar o endereço por mensagem.

-O que? Magnus o que está acontecendo?

Eu não queria deixá-lo alarmado, nem podia explicar agora. Mas precisava de garantias.

-Olha, por enquanto tá tudo ok. Eu estou bem, mas só por precaução quero que saiba onde tô.

-O que porra está havendo? Jordan fez alguma coisa com você? Ele tá te ameaçando por causa do Alec, é isso?

-O que você sabe sobre o Alec?

Questionei.

-Bom, eu estou no quarto ao lado, e ainda não sou surdo. Sei que o "visitou" lá.

-Meu Deus, Simon!

Senti as bochechas esquentarem em constrangimento.

-É, Magnus! Vocês não são nada discretos!

Bufou.

-Me desculpe.

Na verdade eu não sabia onde enterrar a cara.

-Não tem importância. Nos encontramos daqui uma hora, certo?

-Certo!

Desliguei e lhe enviei minha localização.

E era um hotel bastante luxuoso por sinal, só os lustres desse lugar pagavam meu salário por um ano. Será que Jordan tava aceitando dinheiro sujo pra manter isso?

Em um canto do salão uma suave música tocava ao vivo por uma pianista. Esse lugar era mesmo muito pomposo. Parecia um hotel parisiense.
Algumas pessoas olhavam atravessado para o meu uniforme. Acho que a galera aqui não curte muito shadowhunters. O que era estranho, pois só "foras da lei" se intimidavam com a nossa presença. Aposto que são um bando de corruptos de rabo preso.
Anunciei minha chegada na recepção e peguei o elevador até o andar de cima, que era um dos melhores devo acrescentar. Essa ostentação toda era muito suspeita.

Toquei a campanhia e um Jordan recém tomado banho apareceu em minha frente coberto apenas por um roupão branco. Quando me viu lançou um largo sorriso de embrulhar o estômago.
Entrei no quarto impaciente e ele me seguiu fechando a porta.

-Como está pagando tudo isso?

Disparei antes que ele começasse a cuspir suas mentiras.

-Boa noite pra você também, meu amor!

Debochou se aproximando para me beijar.
Desviei rapidamente.

-Não se faça de desentendido, você não tem dinheiro pra um lugar desse cacife.

-Só lhe responderei qualquer coisa depois do meu beijo de olá.

Caminhou novamente em minha direção. Dei passos para trás e ele me segurou pelo braço.

Filho da puta!

Travei o maxilar com força quando seus lábios vieram de encontro aos meus, nem morto eu corresponderia nada daquele cara.

Ele me olhou irritado soltando meu braço de uma vez.

-Ainda perco a paciência com você.

Reclamou.

-Quando se tornou tão tóxico, Jordan ? Ou será que sempre foi assim e não percebi? Tem que ter uma explicação!

-A explicação é que éramos felizes antes de pisar nessa droga de cidade!!

Se alterou violento, mas não me intimidei dessa vez.

-Antes de você virar um filho da puta que não aceita términos, você quer dizer!

-Não quer terminar comigo.. acredite.

Voltou ao seu falso habitual modo calmo. Suas mudanças de humor me assustavam.

-Não te chamei aqui pra discutir, só comunicar algumas coisas.

Aquilo era mais assustador que qualquer coisa.

-Comunicar?

-Sim, nosso advogado ligou trazendo ótimas notícias! A papelada do casamento tá quase pronta. Em breve a gente pode assinar e dar o fora daqui.

Lentamente ele caminhou em direção a mesa de centro, com duas taças e uma champanhe gelada.
Abriu a garrafa e me ofereceu uma das bebidas. Neguei com a cabeça.

-Nosso? Desde quando te pedi advogado? E você precisa me avisar antes de fazer qualquer coisa em meu nome!

-Porque não pode simplesmente ficar feliz com o momento?! Tem que sempre contrariar alguma coisa! Puta que pariu! Assim fica difícil conviver com você!

-Ótimo! Quem sabe assim me supera e esquece que eu existo.

O meu comentário fez Jordan perder a cabeça e me abraçar com força me sufocando:

-Nunca! Nunca vou conseguir não estar apaixonado por você. Só preciso que tenha paciência e seja um pouco mais doce.. mais você!

Praticamente implorou tocando meu rosto.
Me afastei completamente nauseado.

Não aguentava mais aquilo, em toda minha vida nunca tinha me sujeitado a tal baixaria.
Contando a Simon eu sei que isso vai se resolver, só espero que seja o mais rápido possível. Pois as próximas palavras de Jordan me deixaram em pânico:

-Faremos uma comemoração simples, sem muito trabalho. Em 15 dias tudo tem que estar pronto.

-O que?! 15 dias?! Você tá louco?

-15 dias é o suficiente pra duas pessoas que se amam.

Ele tava mesmo falando aquilo?! Acho que sim. Era muita cara de pau.

-Jordan..

Me aproximei com calma olhando em seus olhos com toda a sinceridade e desespero que tinham dentro de mim.

-Pelo amor de Deus, eu tô te implorando! Não faz isso. Não se iguale a eles. Você ainda pode encontrar alguém bacana e que te ame de verdade.. só não..

Clareei a garganta com nervosismo visível.

-Apenas não estrague a minha vida. Por favor , eu te suplico!

Mas nem minhas súplicas amoleceram seu coração. Ele estava irredutível, e eu precisava agir logo.

-Eu não vou abrir mão de você, Magnus. Ainda não entendeu que isso tá fora de cogitação?
.
.
.
.
Assim que saí daquele inferno de hotel liguei para Simon confirmando a ida ao bar, cheguei 15 minutos antes do combinado e fui recebido pela minha amiga que estava linda em um elegante vestido longo azul e os cabelos soltos com ondas perfeitas.

-Meu garoto! Tava com saudades!

Catarina me esmagou em um abraço.

-Pensei que quisesse que eu tirasse a bunda do seu sofá.

Arqueei a sobrancelha e caminhamos até uma mesa. Sentei e Catarina se acomodou na cadeira da frente.

-Bom, eu queria. Mas não que sumisse de vez! E aí, como estão as coisas?

Ela fez sinal para um garçom loirinho que nos trouxe dois chopps gelados.

-Obrigado, Sebastian.

Agradeceu.

-Vão de mal a pior, mas estou aqui pra resolver isso.

Falei quando o garçom já tinha se afastado.

-Uh! Temos um plano?

Catarina se animou.

-Teremos, minha ajuda acabou de chegar.

Apontei para Simon que entrava no local completamente agasalhado.
Quando nos viu acenou e veio até nós.

-Oi! Atrasei?

-5 minutos.

Olhei o relógio.

-Vai pedir ajuda pra ele?

Minha amiga questionou.

-Bom, minha melhor opção no momento é ele.

-Ok, do que vocês estão falando?

Simon se sentou ao lado de Catarina.

-Seja lá o que for é algo sério que eu não sei, mas a Catarina sabe.

-Acertou na mosca.

Cat lançou uma piscadela.

-E então, Magnus?

Simon me encarava sério.

-Você vai ter que me prometer controle, tá legal?

-Alguma vez você já me viu perdendo o controle? Fala logo.

Contar toda a trama de Jordan foi como tirar um peso das costas, como se agora eu não estivesse mais sozinho nisso. Eu sei os riscos que corria se ele soubesse, mas eu confiava em Simon. Tinha fé que juntos iríamos conseguir resolver.
Respirei aliviado ao terminar de narrar tudo.
Mas quem não parecia nada aliviado era o meu instrutor.

-Filho da puta!!

Bateu na mesa com força atraindo olhares.

-Shhh esse é você não perdendo o controle?! Tá afim chamar atenção do bar inteiro?

Cat lhe repreendeu.

-Não acredito que deixei passar um traidor dentro do nosso instituto! Então só pode ter sido ele a apagar os dados do York City.

-Com toda certeza.

Concluí.

-Ele não vai fazer nada com o Alec, muito menos com você. Eu garanto.

Seu tom era duro, eu conhecia meu amigo o suficiente para saber que estava fervendo de raiva.

-Ah mas não vai mesmo, porque se fizer vou ser a primeira a torturá-lo e arranca suas bolas!!

Catarina praticamente rosnou.

-Da pra a gente pensar direito?

Simon balançou a cabeça tentando raciocinar.

-É tudo que eu tenho feito, mas meu prazo se reduziu a 15 dias.

Falei.

-Primeiro estou bravíssimo com você por não ter me contado assim que as chantagens começaram.

-Eu disse pra ele contar.

Catarina concordou tomando sua bebida.

-Mas foi bom você ter dito primeiro a mim. Pra começar vamos grampear o celular dele.

-Ótima idéia! Viu, Magnus? Falei que contar pro nerd seria uma boa alternativa.

Falou nada!

-Grampear?

Questionei.

-Sim, ele tá em contato com Elias, que pelo que acabou de me dizer tá muito mais interessado em ferrar você do que sumir junto com Valentim. Você sabe o que significa, não sabe?

-Não.. não sei?

E realmente não sabia.

-Pelo amor de Deus, Magnus! As vezes você é tão lento. Não percebe que esse bandido é obcecado por você desde a época do cativeiro? O maior foco não é eliminar rastros dele e do comparsa, o maior objetivo dele é te afetar.

Será? O que Simon dizia até que fazia sentido. Se ele quisesse mesmo fugir já teria dado o fora e pronto.

-Talvez Valentim nem esteja de fato com ele.

Falei.

-É uma possibilidade, sabemos que quem tá de frente disso é o Elias.

Simon era mesmo um gênio.

-Ah Magnuzinho.. Arrasando corações! Pena que é de um modo ruim, os caras sempre querem te matar. Puts!

-Catarina!!

-Que foi?!

-Isso não é hora pra piadas!

Quando ia levando o drink a boca lembrei que não podia beber.

-Droga, quase me esqueci! Não posso.

Lancei em direção a Cat.

-Por que não? Voltou aquela noia de parar de beber?

Ela agora esvaziava meu copo.

-Você é mesmo uma alcoólatra! E não é isso, vou fazer uma doação de medula óssea.

-Fiquei feliz em saber que é o doador compatível, vai salvar a vida do Robert.

Meu instrutor elogiou.

-O que?! Você por acaso vai doar qualquer coisa sequer do seu corpinho pra aquele filhote de capeta? O que a Lilith acha disso? Aposto que ela te bateu.

-CA-TA-RI-NA!!!

Porra! Essa mulher não tinha filtro! Até Simon riu de seu comentário.

-Ele vai.. pelo Alec.

Lewis boca furada! E ainda sorria presunçoso.

-O que tem o Alec, estão juntos?

Ela arregalou os olhos.

Pronto, e a fofoca sobre a minha vida ia começar.

-Não ouse, Simon!

Eu sabia o que ele ia falar.

-Ué, mas porque? Na hora de fazer os barulhos lá você não ficou tímido.

Gargalhou.

-Que barulhos? Do que  estão falando?

Não adiantava, ele tinha despertado a curiosidade de Cat.

-Vou meter sua cabeça nessa mesa, seu nerd infeliz.

Lhe fuzilei com os olhos, mas claro que não se importou com a minha ameaça.

-Digamos que Magnus e Alec voltaram a ser malec.

Ele sorria amplamente.

-Não brinca!! Vocês transaram?

Catarina se animou voltando pra mim.

-Não! Pelo amor de Deus esse não é o foco dessa conversa. Calem a boca.

Me apressei a dizer.

-Vai ter a cara de pau de negar? Minhas paredes e ouvidos são as maiores testemunhas.

Simon tirou os óculos de grau para limpar.

-Ah meu Deus! Eu sabia que meu malec estava vivo! Sempre soube! Você seria burro se não pegasse o Lightwood de volta.

Minha amiga batia palminhas.

-Gente, fala baixo pelo amor de Deus! Vocês tem noção que essa informação pode colocar a vida dele em risco?

-Nunca sairá dessa mesa, eu prometo.

-Eu sei Catarina, mas como Simon mesmo deixou claro as paredes tem ouvidos.

-E é verdade. Magnus, tenho certeza que vamos arrancar alguma informação com o celular de Jordan grampeado. E quando descobrirmos o planinho deles montaremos um esquema. Em 15 dias você não estará casado, seu noivo vai tá atrás das grades.

-É só o que eu desejo, Simon. Que esse pesadelo acabe e eu possa viver em paz.

-Durante esses dias vou colocar ele em missões insignificantes. Manterei esse cara o mais longe possível de você.

Me senti melhor com isso, mas ainda tinha uma questão.

-E o casamento? Mantenho de pé?

-Mantenha, tenho certeza absoluta que aquele psicopata do Elias vai dar um jeito de estar por perto. Vamos pegar os dois de uma vez, vai ser muito prático.

-Não sei.. será que vai dar certo? Só nós dois nisso é arriscado.

-Ai é que tá, nós dois não damos conta. Vamos ter que abrir pra equipe.

-De jeito nenhum. Sem chance!

-Magnus..

-Não, Simon! Se o Alec souber..

-Não vamos contar pro Alec.

Ele me interrompeu.

-Se a gente contar pra Izzy ele vai saber.

Falei.

-Precisa ter mais fé nos seus amigos, Bane. Se Catarina que é a maior fofoqueira não contou nada a ninguém, Isabelle também saberá guardar segredo.

-Ei! Fofoqueira é a sua mãe!

Cat lhe deu uma cotovelada.

-Isso dói!

-Da pra vocês dois pararem?

Reclamei.

-Desculpe.

A morena abaixou a cabeça feito criança arteira.

-Ela tá sobrecarregada demais com a história do pai.

Falei na esperança de Simon não seguir em frente com a idéia de envolver Izzy.

-Lydia então?

Sugeriu.

-Ela é a melhor amiga de Alec.

-Porque vocês não falam com o loirinho parabatai dele?

Cat sugeriu.

-Jace? Não sei..

Eu tinha dúvidas.

-Temos que fazer isso, Magnus. Não podemos deter Jordan, Elias e Valentim sozinhos. Sem contar com possíveis capangas. Pro nosso plano dar certo, precisamos de reforço.

Mais uma vez eu me via com medo de envolver pessoas importantes pra mim em uma missão arriscada e elas saírem machucadas. Mas que opção eu tinha?

-Ok, contaremos pra Izzy e Jace.

Inspirei pesadamente. Espero não me arrepender.

-Vou ligar pra eles agora mesmo.

Simon tirou o celular do bolso.

......

Meia hora depois..

Isabelle e Jace entraram no bar, ela estava linda em uma camisa de manga longa e gola alta azul escura, calça cintura alta marrom que valorizava suas curvas, e pra finalizar Louboutin preto e o cabelo preso num perfeito rabo de cavalo. Essa noite não estava com seu clássico batom vermelho, apenas um nude casual.
Jace vestia um suéter branco com calça e sapatos em tom preto.
Eles caminharam até nós completando os lugares desocupados.

-Ué, você não disse que ia encontrar a Clary?

Jace perguntou ao namorado.

-Prazer, Clary.

Brinquei.

-Ta tudo bem por aqui?

Isabelle quis saber ao mesmo tempo em que chamava um garçom, dessa vez não foi o mesmo que nos atendeu mais cedo. Era um moreno alto e mais velho.

-Uma vodka, por favor. Vai querer?

Olhou pra Jace.

-Quero.

-Duas então!

Voltou a atenção para a mesa.

-E então? Porque estamos aqui? Sei que não foi só pra beber. O que está acontecendo?

Ela era perspicaz, sacou de cara que havia algo.

-Só lembrando que o que dissermos aqui fica em segredo, pela segurança de todos.

A voz firme de Simon falava.

-Bom! Eu tenho que trabalhar, qualquer coisa vocês mandam me chamar.

Catarina falou se levantando.

-Obrigado Cat, você é demais.

-Ah, só se cuide! Não quero ser obrigada a cometer assassinatos pra proteger você.

Ela beijou o topo da minha cabeça, se retirando para voltar ao serviço.

-Do que ela estava falando?

Vi o franzir de sobrancelhas de Jace.

-De algo que eu sinto que não vou gostar.

Isabelle estalava a língua em desaprovação.

-Pessoal.. Preciso da ajuda de vocês, estou sendo chantageado.

Falei sem arrodeios.

-Chantageado? Por quem?!

Jace continuava sem entender e Isabelle mantinha uma expressão dura.

-Pelo Jordan. Eu não estou casando por livre e espontânea vontade, tô sendo obrigado.

-E porque?

Minha amiga massageava a testa aborrecida. Izzy tinha suas desconfianças, só queria a confirmação.

-Você não vai fazer besteira, vai?

Lhe implorei.

-Vou repetir minha pergunta. PORQUE, Magnus Bane?

Um nó se formou em minha garganta, eu me sentia envergonhado demais pra falar. Afinal, quem colocou Jordan na vida de todo mundo fui eu.

Simon percebeu minha hesitação e tomou as rédeas:

-A história é mais complicada do que parece, Jordan está associado a Elias e Valentim. Ele descobriu a relação de Magnus e Alec e agora tá ameaçando a vida do seu irmão, caso nosso amigo aqui não se case e vá embora com ele.

O rosto de Jace era puro choque, enquanto o de izzy foi dominado por fúria.

-O Jordan é um traidor?

O loiro se mantinha incrédulo.

-Verme desgraçado, eu sempre soube que não valia nada! Agora posso matar ele sem remorso.

A irmã de Alec tinha punhos fechados.

-Não é o caso da gente prender ele agora mesmo?!

O loiro perguntou.

-Opção tentadora, amor. Mas isso faria Elias fugir.

Explicou Simon.

-O que vamos fazer então?

Jace quis saber.

-Não tá óbvio? Matar o Jordan!

-Isabelle, você precisa parar de querer matar as pessoas.

O nosso instrutor revirava os olhos.

-Se liga, Simon! Ele quer matar meu irmão. Não vou deixar ninguém nunca mais machucar o Alec.

-Nem eu, não posso.

Segurei sua mão sobre a mesa. Não suportaria Alec machucado novamente por minha causa.

-Ninguém aqui vai machucar ninguém. Com o celular grampeado você vai saber todos os passos que eles vão dar, certo?

Jace olhou pro namorado em busca de respostas.

-Certo. Eu já falei pro Magnus, vou colocar Jordan em missões sem muita importância e mantê-lo longe. Ele pretende levar essa loucura de casamento adiante em 15 dias.

Confirmou.

-Ele quer assinar os papéis e ir embora comigo em seguida.

-Nem fodendo! Você não vai pra lugar nenhum.

Izzy apertou ainda mais minha mão. Era bom ser amparado por ela, por um instante eu acreditava que tudo ficaria bem.

-Então estamos todos juntos nessa?

Simon perguntou endireitando os ombros e unindo sua mão na minha e de izzy.

-É óbvio que estamos!

Ela confirmou.

-Jace?

Perguntei.

-Vamos ferrar esses filhos da puta!

Repousou também sua mão nas nossas.
.
.
.
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14 dias depois..

Não consegui dormir direito, meu estômago estava em guerra. Principalmente pelo fato de que me casaria amanhã.. Na verdade não seria bem um casamento, estávamos prestes a pegar os comparsas do meu noivo tóxico. O plano de grampear as ligações funcionou bem. Pegamos telefonemas importantes de Jordan e Elias.
O bandido estaria por perto amanhã, ele não falou com muitos detalhes mas deu a entender que vai tá rondando o cartório onde os papéis serão assinados e carimbados, falou que estará junto com outros aliados enquanto a cerimônia acontecesse. Era uma espécie de segurança para Jordan, o que eu realmente não entendia. Elias era muito frio pra ajudar alguém sem intenções realmente benéficas a si próprio. Será que o que Simon suspeita é o real motivo? O maior objetivo dele era se vingar de mim?
Isabelle ficou de manter Alec longe amanhã, pra que não corresse nenhum perigo.
Não seria sacrifício pra ele, já que desde que soube que eu casaria em 15 dias me evita a todo custo. Me dói omitir as coisas dele, mas é por um bem maior. Logo logo se tudo der certo vou poder abrir toda a verdade e lhe implorar que me perdoe.
Izzy inventou um almoço em família com Robert, depois ela vai dar um jeito de escapulir de lá e ir para o local do casamento.

Aliás, a doação de medula foi um sucesso. O pai deles teve alta poucos dias depois e continua o tratamento, mas já se sentindo bem melhor. Eu apenas fiz a doação e me retirei imediatamente do hospital, não queria olhar pra Robert nem ouvir o que ele tinha pra me dizer.
Mas hoje seria impossível, ontem a noite o homem me ligou marcando um encontro esta manhã. Há princípio recusei, mas depois de muita insistência de Lilith para que eu ouvisse o que ele tinha a dizer, retornei a ligação e confirmei que ia. Era irônico, já que minha mãe odiava o mesmo.

As coisas estavam bem tensas nesses últimos dias, a única parte boa desse furacão foi izzy quase ter quebrado o nariz de Jordan 14 dias atrás depois de ter descoberto tudo.
A garota era esperta, não levantou suspeita alguma. Segundo a mesma foi "um acidente"

Ela o convidou para treinar e ele inocentemente aceitou.
Alec e eu estávamos na sala e presenciamos tudo:

"-Vamos ver se você é bom, Kyle.

-Você sabe que sou ótimo!

Ele debochava.

-Isso é o que vamos ver. Mão a mão?

Ela perguntou.

-Como quiser.

Jordan aceitou o desafio.

Se tinha uma coisa que Isabelle fazia bem era quebrar narizes. Ela praticamente moeu merecidamente meu noivo na porrada. Finalizou com um soco certeiro que fez bastante sangue jorrar, e deixou seu irmão embasbacado.
As marcas roxas no rosto de Jordan estão até agora pra comprovar.
Ele ficou puto, e eu me senti de alma lavada. Ela fez o que eu queria ter feito, mas não podia.
Eu não posso evitar um sorriso toda vez que vejo a cara marcada de Jordan"
...

Peguei os caquinhos do meu corpo e fui tomar café na cozinha, mamãe e Clary já estavam na mesa e me olhavam desconfiadas.

-O que há de errado?

Me sentei nada animado.

-Além desse seu pijama beirando ao desleixo?

Clary fez careta.

-Além disso.

Dei tapinhas para arrumar o pijama.

-Nada..

Tomou um gole de seu suco.

Lilith fingia me ignorar, ela não se conformava com o fato de eu estar levando esse casamento adiante.
Deixou bem claro que não vai, não quer presenciar meu ato de burrice que me condenaria a infelicidade.
Quando falou que não estaria presente no casamento eu quase chorei de alegria, ela não sabia, mas isso a manteria segura. Amanhã seria um longo dia, e quando acabasse eu poderia lhe contar toda a verdade. Independente de Elias aparecer ou não lá, Jordan será preso de qualquer forma.

-Vai continuar me ignorando, dona Lilith?

Passei geleia em uma torrada.

-Vai continuar com essa idéia de casar amanhã, seu Magnus?

Rebateu cortante.

-Você sabe que sim, mãe.

-Então não fale comigo, você já sabe o que eu penso a respeito.

-Estou indo encontrar com Robert por sua causa, poderia ao menos me desejar boa sorte ou me passar um tutorial de como xingar ele em 20 línguas diferentes?

Ela soltou a faca no prato e me olhou séria.

-Se ele falar qualquer merda pra você eu mesma vou xingá-lo em 20 línguas diferentes.

Sorri. Essa era a minha mãe, mesmo puta da vida comigo ainda me defendia.

-Acho que ele não seria tão cara de pau. Afinal, Magnus salvou a vida dele.

Clary comentou.

-Você não conhece o Robert, ruivinha. Ele sabe ser uma naja quando quer.

Falei.

-Bom, se ele é naja eu sou uma anaconda. Esse sujeitinho que não se meta pro seu lado ou eu retiro toda a sua medula óssea dele na base da paulada!

O comentário de Lilith me fez engasgar e Clary gargalhava também. Até ela mesma ria agora, e de repente o clima ficou mais leve. É assim que tem que ser, é assim que eu queria que fosse depois de amanhã. Paz ao lado das pessoas que eu amo.
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WOOPS BAKESHOP

Robert marcou em um aparente coffee  shop.. 
O lugar tinha uma decoração aconchegante,  com flores fresquinhas, várias opções de  lanches saudáveis e cookies gordinhos.
Antes de entrar dei uma arrumada no uniforme, pois logo depois daqui iria para o trabalho e sem sucesso tentei domar o cabelo.
Mas porque estava tão nervoso? Eu não devo nada ele, e dessa vez não ia correr, seja lá o que ele tiver pra me dizer vou encarar de frente.

Dei uma última respirada funda e entrei.
Ele tava em uma das mesas da frente, impecável em um terno cinza claro e também mais corado. Eu não tinha visto Robert pessoalmente no hospital, mas Isabelle me mostrava fotos. Era notável a melhora dele.

Caminhei até a mesa e sentei.

-Fico feliz em vê-lo de pé.

Comentei educado.
O homem me observou por alguns instantes, mas não tinha raiva nem desprezo em seu rosto. Ao menos um bom sinal.

-Graças a você, que me deu um pouco da sua saúde. Obrigado.

Felizmente tinha sinceridade nas palavras, meus ombros relaxaram.

-Não precisa agradecer.

Me escorei melhor na cadeira.

-Preciso sim. Na verdade, preciso arrumar muitas coisas. Coisas irreparáveis, mas que vou lutar até o final da minha vida pelo seu perdão e o do meu filho.

Aquilo realmente me deixou surpreso, não sei ao certo o que concluir com essa revelação. Era um misto de emoções, um nó na garganta, vontade de chorar, uma compaixão que eu não queria sentir. Tudo ao mesmo tempo.

-Arrependimento já é um bom passo.

Clareei a garganta tentando disfarçar meu abalo.

-Pode ter certeza que o maior arrependimento da minha vida foi ter te dito palavras tão cruéis. Talvez Deus esteja me castigando por isso, mas eu não me importo. Sei que mereço.

Ele também tentava disfarçar a voz embargada.

-Deus não quer machucar ninguém.. As coisas acontecem porque tem que acontecer.

Abaixei a cabeça.

-Bom, Magnus. Você deve tá se perguntando por que eu marquei esse encontro.

-Na verdade estou pensando sim.

Voltei a lhe fitar.

-Não quero que pense que estou te pedindo desculpas só porque me fez a doação. Eu sou eternamente grato pela sua atitude, não tinha obrigação nenhuma de me salvar.

Continuei prestando atenção enquanto ele bebia seu suco e continuava a conversa.

-Eu me arrependo muito antes do seu ato nobre. Te tratei como um monstro, e você realmente não merecia isso.

Suas mãos tremiam sobre a mesa, ele brincava com os próprios dedos. Uma mania que também era de Alec.

-Não mereci mesmo, mas é passado.

Respondi ainda receoso com os rumos dessa conversa.

-Ainda ta respingando no futuro, você quer dizer.

-Como assim, do que está falando?

Eu realmente não entendi, mas Robert rapidamente tratou de esclarecer:

-Soube que vai se casar amanhã.

-Pois é.

Me remexi na cadeira desconfortável com o assunto "casamento"

-Eu sei que não devia estar aqui, mas sinto que devo me redimir de alguma forma. Conversei com o meu filho, a gente tá tentando se entender, reestabelecer os laços de confiança. Mas ele ainda ta muito magoado com tudo que fiz.

-Normal, não é? Você rejeitou a homossexualidade dele. Despejou toda sua frustração em mim. Riscou o nosso futuro da forma mais suja possível.

Fui mais amargo do que pretendia, mas eu também sinto que tenho que falar tudo que está no meu coração.

Ele não se enfureceu nem nada, tava mais pra culpado mesmo.

-Eu fui um estúpido, ignorante, preconceituoso.

Bom, foi mesmo.

-Não fui capaz de enxergar a felicidade do Alexander, que ele estava bem e saindo da sua zona de conforto. Você o amou como ninguém fez, Magnus. Eu pensei estar fazendo o melhor pra ele, mas ao invés disso o joguei no fundo do poço. Alec passou esses anos tentando se preencher na noite com álcool, pessoas vazias e vícios prejudiciais.

-Robert por favor..

-Ouça, só quero que me escute.

Me calei e assenti confirmando.

-Se você gosta do Alec, um pouco que seja, não se case! Vivam tudo que não conseguiram no passado!

O mundo dava mesmo muitas voltas, quando eu imaginaria Robert me pedindo para ficar com Alexander?

-Eu não posso..

Engoli em seco.

-Ele está sofrendo. É um cabeça dura que não admite que toda essa situação o destrói. Meu filho te ama, e se você ainda tem sentimentos por ele não desista!

Sequei uma lágrima teimosa e lhe encarei. Estava farto de esconder meus sentimentos. Tudo aquilo me esmagava, eu odeio tanto o Jordan!

-Se ainda tenho sentimentos pelo Alec? Eu amo o seu filho, Robert! Mais que qualquer coisa. Ele é a história de amor mais bonita que vivi. E é por isso que não posso machucá-lo.

-Se for por causa daquele acidente.. Você não teve culpa, foi só mais uma vítima da bandidagem!

Ah caramba, aquela conversa me fazia desmanchar por completo. Olha o meu estado agora! Chorando com as palavras de conforto do pai de Alec.
Quando imaginei isso? Nem nas minhas fanfics mais loucas.

-Fico feliz que tenha finalmente admitido seus erros.

Sorri, mas não um sorriso que conseguia chegar aos olhos. Eu estava dolorido demais pra qualquer sorriso sincero.

-Vá atrás dele, por favor!

-Já disse, não posso. Não hoje.

Me inclinei para frente, ficando mais próximo.

-Robert, eu estou sendo chantageado.

-O que?

O homem franziu o cenho.

Não sei se foi um erro lhe contar toda a verdade, mas foi o que fiz.

Contei sobre meu relacionamento com Jordan, do seu envolvimento com o homem que atirou em Alec, e da ameaça envolvendo seu filho.
Esperei que me atirasse pedras e jogasse na minha cara que no final sempre esteve certo, que eu acabaria matando Alexander.
Mas não foi isso que ele fez, encontrei outra coisa em sua expressão.
Carinho..

-Você está passando tudo isso por amor a ele? Eu sinto tanto ter atrapalhado vocês!
Por favor, me diga o que posso fazer pra ajudar.

Robert chorava também.

Toquei sua mão e ele não se afastou.

-Obrigado, mas o que você pode fazer agora é mantê-lo longe amanhã. Eu vou resolver tudo.

Pelo menos esperava resolver.

-Vai mesmo ficar bem? Posso fazer qualquer outra coisa que precisar!

Se prontificou.

-Bom, tem uma coisa que pode fazer sim.

-O que for!

-Estamos muito confiantes, mas caso algo não dê certo..

Tomei um gole de água para me recompor.

-Caso algo não dê certo, deixei uma carta pro Alec com a Catarina. Ele sabe quem é, se acontecer alguma coisa o leve até ela. Por favor..

Ele balançou a cabeça em afirmação.

-Não vai acontecer nada, mas eu prometo não esquecer o seu pedido.

-Obrigado.

Vi quando tirou um cartão do bolso e colocou na minha frente.

-Esse é o meu número, fique em contato. E se precisar de mais ajuda, não pense duas vezes antes de ligar. Coloque esse bandido na cadeia e eu cuido do meu filho.

-É um ótimo plano.

Sorri.

Robert e eu, uma dupla? Isso era mesmo possível? Bom, na minha nova realidade era.
E por incrível que pareça, saí muito mais leve daquela conversa
.
.
.
Alec..

Era noite quando Lydia bateu no quarto me chamando pra sair, eu me sentia cansado demais para por os pés fora do instituto. De modo que recusei educadamente.

-Uau você está linda!

Elogiei sua super produção. Ela vestia um macacão vermelho e tinha os cabelos soltos completamente lisos, finalizando com uma maquiagem discreta.

-E você de pijama em um sábado a noite, quando que eu imaginei?

Ela olhava meu pijama moletom cinza.

-O mundo da voltas.

Sorri, me jogando na cama.

-Pois é, aliás desde que Magnus chegou em NY que não te vejo realmente caindo na farra.

-Do que adianta se ele vai se casar amanhã?

Enterrei o rosto no travesseiro.

-Ei, você não pode ficar tão pra baixo assim.

L sentou-se na cama.

-Eu vou ficar bem.

Fitei seu rosto.

-E eu finjo que acredito.

-O que você ainda tá fazendo aqui? Vá encontrar sua gata.

Desconversei. 

Lydia e a mulher da boate estavam saindo sério, eu ficava feliz por minha amiga. Ela merece ser feliz e finalmente tava saindo da bolha.

-Promete que me liga qualquer coisa?

-L, você não é minha babá!

Revirei os olhos.

-Promete?!

Insistiu.

-Argh!! Prometo! Agora vai, dá o fora daqui.

Levantei lhe puxando pela mão.

-Ei, também não precisa expulsar!

Ela reclamou.

-Divirta-se.

Beijei sua testa e nos despedimos.

...

Coloquei um filme no notebook mas não consegui me concentrar, eu estava ansioso, o quarto parecia abafado demais, e por que aquela dor emocional não desaparecia?

Fechei o computador calcei um par de chinelos e fui tomar um ar no jardim, até o terraço parecia sufocante demais no momento, ele me trazia lembranças de Magnus e ele era tudo que eu tentava esquecer.

O vento soprava forte e o lugar estava bem iluminado, atravessei uma pontezinha de madeira e sentei no gramado. O céu estava lindo essa noite, carregado de estrelas. Retirei meu celular do bolso e analisei a lista de contatos.
Tantas opções, bastava uma ligação! Eu sairia daqui acompanhado e provavelmente teria uma noite e tanto. Mas eu não ia fazer isso, não vou mascarar minhas emoções. Amanhã será um dia muito difícil pra mim, e eu não quero acordar de ressaca na cama de um desconhecido.
Não, eu queria sentir e tentar entender tudo que tava acontecendo.
Fechei os olhos e lembranças da nossa noite me invadiram. Eu não posso sentir raiva dele, como ter algum sentimento negativo por uma pessoa tão incrível? Que salvou a vida do meu pai. Se sua felicidade não era comigo, então que fosse com jordan. Mas o mais importante é ele ser feliz.
Aqui, agora de olhos fechados refletindo sobre tudo isso, eu podia jurar sentir seu perfume. Na verdade estava intenso demais pra ser alucinação.

-Alexander?

Era ele, em carne e osso na minha frente!
Não consegui me mover, continuei deitado olhando seu lindo rosto misturado com as estrelas no céu. Magnus que até então estava em pé, se sentou. Permaneci deitado com as mãos unidas no abdômen.

-O que tá fazendo aqui?

Perguntei.

-Vim ver você..

Ele olhava pra frente.

-Não deveria visitar os exs. Amanhã será um homem casado.

Tentei fazer piada mas Magnus se mantinha sério.

Me sentei para observá-lo melhor. Ele parecia abatido, como se não dormisse direito.
Seus bonitos olhos tinham um ar triste.

-O que está acontecendo?

Toquei seu queixo e ele suspirou.

-Vim buscar o meu beijo de despedida.

Sorriu. Mas não um sorriso alegre, tava mais pra um sorriso angustiado, melancólico.

-Não faz isso isso comigo, Magnus.

Fechei os olhos com força.

Senti ele se aproximar ainda mais, e tocar meu cabelo.

-Quero que seja feliz, tá me ouvindo?

Falava como uma ordem. Mas como eu podia sem ele?

-Quero que viva, que ame, e principalmente que pare de fumar!

Listou de um jeito engraçado.

-Quero ser feliz com você.. Seja lá o que estiver acontecendo, enfrentaremos juntos se você se abrir comigo.

Pedi numa tentativa desesperada dele falar que tudo era uma grande pegadinha, que ele ainda me amava e só estava com Jordan por pena ou consideração.

-Eu não posso.. Me desculpe, não devia ter vindo.

Ele se levantou e o segui.

-Espera!

Chamei e Magnus continuou parado de costas.

-Se vai mesmo fazer isso precisa saber que te amo! E que também quero que seja feliz.

Era a primeira vez eu falava com todas as letras para Magnus que o amava desde que terminamos.

-Com você nunca teve jogos, Bane. Sempre vou dizer o que estou sentindo. E essa é a verdade! Eu te amo. Só quero que se cuide e tenha a vida que deseja.

Quando se virou, Magnus chorava, e eu odiava vê-lo chorando.

- Vai ficar tudo bem, eu prometo.

Ele soluçou.

Me aproximei em passos lentos e quando estávamos suficientemente próximos sequei seu rosto.

-Você é a coisa mais bonita da minha vida.

Falei com sinceridade, e seus olhos sorriram.
Emocionados e verdadeiros.
Oh Deus, eu o amava tanto! Seria um inferno viver sem ele.

No minuto seguinte o beijei, um beijo intenso e com vontade. Lhe segurei tão junto a mim que senti o calor dele perpassar nossas roupas e envolver minha pele, deixando minha cabeça leve e o peito dolorido. Magnus enroscou os dedos nos meus cabelos e colou ainda mais a cintura na minha. Só parei de beijá-lo quando percebi que ele tinha dificuldade para respirar.
Encostei nossas testas e ficamos ali, envolvidos com os últimos instantes que nos restava.
E ali estava o nosso beijo de despedida.


Notas Finais


Será que essa missão vai dar certo?
Magnus e Robert depois de três anos esclarecendo as mágoas do passado foi super necessário. Tentarei voltar o mais rápido possível, bjos 💕


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