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História As Aventuras de Annabel - Penas


Escrita por: wayamaya

Notas do Autor


Olá bruxos e bruxas! Como vão? Aqui está mais um capítulo para vocês se deliciarem durante esse friozinho.
Estive fazendo algumas alterações quanto ao título da história e capa, conto com o feedback de vocês para me dizer se ficou bom ou devo voltar para o anterior (que era "Annabel's Adventures", eu apenas traduzi o nome). Enfim, sem delongas, boa leitura!

Capítulo 3 - Penas


Na manhã seguinte, todo o processo repetiu-se: levantar, lavar-me, descer para o Salão Principal e tomar o café da manhã para ir à aula. A diferença do ano passado é que desta vez, eu estava acompanhada, uma vez que Hermione Granger fazia-me companhia.

— Pude notar pela aula de Lockhart que gosta de estudar os livros de feitiços antes de serem ensinados. — disse Hermione, caminhando ao meu lado para o salão.

Retraída, dei uma risadinha e encolhi os ombros.

— Eu gosto muito de ler e aproveitei as férias de verão para folhear alguns livros da minha irmã. — murmurei, sentando ao lado da garota de cabelos cheios ao se aproximarem da grande mesa da Grifinória — Ela se formou ano passado, agora, está tentando ser uma Auror.

— Como ela se chama? — indagou e bebericou um pouco de leite, encarando-me.

— Ninfadora, mas ela não gosta desse nome, prefere que a chamem de Tonks. Eu a chamo de Dora. — sorri e mordi uma torrada — Você tem irmãos?

Rony e Harry, de repente, juntam-se à mesa e ficaram de frente para Hermione e eu.

— Não, eu sou filha única. — respondeu Hermione, tornando a encarar os meninos — Bom dia.

— Bom dia. Sobre o que estão falando? — perguntou Rony ao mesmo tempo em que colocava três ovos e um amontoado de bacon no prato.

— Sobre a irmã mais velha da Annabel. — explicou Hermione.

— Ela quer seguir a carreira de Auror. — complementei, dando uma risadinha involuntária.

— Irado. — disse Rony com a boca cheia e logo a esvaziando. Hermione o encarava, enojada — Sua irmã estudou aqui, não é? Ela era de qual casa?

— Lufa-Lufa. Você tem irmãos? Digo, além da Gina e dois... Garotos iguais e ruivos.

— Tenho, um se chama Carlinhos, que está estudando dragões na Romênia e o outro, Gui, que está no Egito. E também tem o Percy. — apontou para um garoto ruivo e que aparentava ser sério — Ele é monitor-chefe da Grifinória e vive se achando o dono dos corredores. Sabe, é meio difícil fazer algo impressionante na minha família quando se tem cinco irmãos mais velhos que já fizeram tudo de espetacular. — suspirou.

— Você disse que sua irmã quer ser uma... Auror? O que é isso? — Harry perguntou. E outro suspiro escapou juntamente a um sorriso. Infelizmente, ao tentar apoiar o cotovelo na mesa, acabei acertando o prato da manteiga por acidente. O único que parece ter percebido foi Harry, mas ele nada disse.

Peguei um guardanapo e torcia para que não tivesse manchado a capa do uniforme.

— Trabalham no Ministério, eles são treinados para investigar crimes relacionados com as Artes das Trevas e prender bruxos e bruxas das trevas. — Rony tratou de explicar por mim — Papai diz que eles fazem um trabalho muito perigoso.

— É como se fosse a polícia do mundo bruxo. — continuou Hermione.

— Mamãe não gostou muito da ideia, ela acha que é muito perigoso, ainda mais para a Dora que é desastrada. — sem entender, os três riram e eu os acompanhei. Eu disse engraçado? Eu disse algo engraçado!

Ao findar da refeição, rumamos para a aula de História da Magia, ministrada pelo Prof. Binns, o único fantasma que leciona em Hogwarts. De acordo com Dora, Binns acabou morrendo de velhice, mas nem percebeu e continua a seguir a antiga rotina sem qualquer alteração, sem notar que já estava morto. A vida dele era tão monótona para sequer notar alguma diferença?

O único problema é que essa era a aula mais entediante entre todas. Até Poções tinha um pouquinho de emoção. Desta vez, não sentei próxima ao trio por coincidência. Quanto mais ao fundo, melhor. Suspirei durante a invariável explicação do professor e arqueei a sobrancelha ao correr os olhos entre os meus livros. O diário de Tom estava comigo... E se eu falasse com ele? Bem, eu teria que estudar essa matéria outra vez de qualquer maneira e não passaria de uma conversa razoavelmente curta por conta do tempo. Abri o diário na mesa e mergulhei a pena no tinteiro, tornando a escrever para o meu correspondente favorito.

 

"Olá, Tom! Estou assistindo uma aula muito entediante."

 

"Olá, Annabel. Qual aula?"

 

"História da Magia com o Prof. Binns."

 

"Até mesmo eu já tive aula com ele."

 

"Pelas barbas de Merlin, ele é muito velho! Minha irmã costuma a dizer que ele morreu, mas não se deu conta disso. Não sei se na sua época ele estava morto, mas agora ele é um fantasma."

 

"Agora, eu penso a mesma coisa que sua irmã."

 

Dei uma risada involuntária, que tratei de abafar. Encarei os lados e meus olhos repousaram em ninguém menos que Harry Potter. E outro suspiro esvaiu-se.

 

"Tom... Acho que estou gamada em alguém."

 

"E quem seria esse alguém, cara Annabel?"

 

"Acho... Que Harry Potter."

 

"Uau. Conte-me mais sobre."

 

"Claro que conto. Eu não sei bem explicar, mas eu sempre suspiro apaixonada quando o vejo e... Ele tem olhos tão lindos, um tipo de verde muito especial. Mas eu sei que seria impossível ele me ver do jeito que eu o vejo e talvez só esteja encantada por estar na presença de alguém tão ilustre quanto ele."

 

"Por que pensa assim?"

 

"Não sou bonita o suficiente. Talvez não seja interessante. Se pudesse me ver, você diria o mesmo, acredite."

 

"Não diga isso, Annabel. Descreva-me como você é."

 

"Meus olhos são azuis, quase cinza, sou pequena, magra, cabelo loiro meio escuro e sempre uso tranças. Dora também vive implicando com a minha voz, diz que é muito aguda, e diz que sou cabeçuda, mas é porque eu brinco com o nome dela."

 

"Você deve ser bonita, independente de qualquer descrição. Harry Potter é um tolo."

 

 

"Acha mesmo? Podem repetir várias e várias vezes que sou bonita, mas não é o que encontro quando encaro o espelho... Posso te contar uma coisa? Nunca me disseram isso antes, sabe, que sou bonita independente de qualquer coisa... Acho que já até está virando rotina te dizer isso. Como você era, digo, fisicamente? Aposto que várias garotas eram apaixonadas por você."

 

"Assim que te conhecerem melhor irão ver a verdade. Sinta-se livre para contar o que sente. Gosto de quando conversamos. Eu tinha cabelo escuro, olhos verdes e era alto, bem apessoado. Hum, não posso negar essa suposição, diziam que eu tinha um charme muito persuasivo."

 

"Eu também gosto! Você deveria ser muito bonito... Posso perguntar uma coisa?"

 

"Claro."

 

"Posso falar de você para alguém? Para a minha irmã ou minha nova amiga, por exemplo?"

 

"Seria ideal que não. Não gosta da nossa, como eu poderia nomear... Exclusividade? Somos exclusivos um para o outro. É melhor mantermos em segredo, não?"

 

"Eu adoro... Você está certo. É tão bom ter um amigo que posso levar para todas as aulas. E ainda mais que seja exclusivo."

 

"Que assim seja, cara Annabel. É o nosso segredo."

 

Os dias posteriores transcorreram em uma normalidade surpreendente, na sexta, a varinha quebrada e remendada com fita adesiva de Rony acabou gerando um furúnculo verde entre os olhos do Prof. Flitwick. Seria engraçado se não fosse desesperador, coitado do professor... Soube que furúnculos são bolhas inflamadas que crescem e doem, além de portarem líquidos estranhos e viscosos. O que me deixou contente por ser o último dia da semana é o fato de ser o último dia da semana. Há algo melhor do que deitar e não ter hora para acordar? Desconheço privilégio maior. No jantar, conheci três garotos segundistas, amigos de Hermione, Harry e Rony: Dino Thomas, Neville Longbottom e Simas Finnigan.

— Pelo menos ainda não tivemos aula de Poções. — disse Neville, amedrontado, encarando o Prof. Snape na mesa dos professores.

— Rony conseguiu ser pior do que eu na aula de feitiços. — riu Simas da varinha remendada.

— Pior do que todos nós. — Dino riu junto.

— Sorte não termos perdido pontos ainda. — brinquei, atraindo mais risadas.

— Calem a boca. — resmungou Rony, passando a comer uma coxa de galinha.

A balbúrdia continuou na mesa e os presentes começaram a falar sobre as expectativas para o fim de semana.

— Amanhã, vamos ver o Hargrid? — perguntou Hermione.

— Combinado. Será que ele encontrou mais alguma criatura de estimação? — brincou Rony — Alguma criatura grande e peluda?

— Alguma como o Fofo? Não duvido. — Harry riu e eu franzi o cenho, sem entender — Fofo é um cão de três cabeças do Hagrid, o guarda-caça da escola. Parece que esse “cãozinho” foi para a Grécia.

— Por que ele colocou esse nome? — perguntei.

— Hagrid consegue ver encanto em todas as criaturas por mais assustadoras que sejam. — disse Hermione, terminando o empadão do prato — Ele se afeiçoa fácil aos animais.

— Eu o vi algumas vezes, mas nunca conversei com ele... Digo, eu meio que não tenho tanta habilidade para... Conversar. — confessei e as bochechas ganharam tons avermelhados.

— Pude notar, mas está se adaptando bem. — Hermione disse e após segundos, sorriu.

— Virá com a gente amanhã? Visitar o Hagrid? — perguntou Rony, terminando a presunto que estava no prato.

— Será legal, você vai gostar dele e do Canino. — foi a vez de Harry se manifestar. Desta vez, controlei os suspiros apaixonados para não perceberem — E não, Canino não é assustador. É só um cachorro um pouco grande com uma cabeça. — gargalhamos do trocadilho.

— Hã... Eu... Eu vou. Mas não posso confirmar que acordarei cedo. — dei uma risada e o trio me acompanhou.

Quando terminamos o jantar — até mesmo o Rony, o qual parece ter um buraco no estômago por comer tanto —, rumamos para o salão comunal da Grifinória, onde ficamos por um longo tempo conversando até decidirmos dormir. Geralmente, os alunos ficam até muito tarde no salão, papeando, jogando xadrez de bruxo, lendo ou fazendo as atividades das aulas. No dormitório feminino, Hermione organizou os livros de cada matéria e não tardou a ir dormir. Ao contrário de mim, esperava as meninas adormecerem para poder escrever no diário de Tom. Sorri ao vê-las deitadas e ao sentar em frente à mesa, abri o caderno prestes a pegar minha pena para escrever.

Mas tudo ficou escuro. Tudo apagou. E de repente, abri os olhos. A sensação era de que não havia passado sequer cinco segundos, mas aparentemente eu estava enganada. Abaixei o olhar para o meu uniforme e franzi as sobrancelhas ao avistar penas presas na roupa. O que significa isso? De onde veio essas penas? Quanto tempo passou? O que aconteceu comigo?! Engoli em seco e analisei as meninas, todas adormecidas.

Fiquei imóvel na cama durante alguns minutos até recuperar o fôlego e levantar, livrando-me do uniforme e das penas para que ninguém encontrasse, além de tomar um longo banho para tirar o cheiro que parecia ser de galinhas ou galos. Esforçava-me para tentar lembrar o que havia acontecido, porém, não encontrava respostas para as inúmeras questões que fazia. Foi como um apagão geral, sem rastro algum do que poderia ter o causado. Desesperada para saber o que fazer, terminei o banho e tratei de me arrumar rapidamente para sentar na minha mesa e escrever o diário já aberto, do jeito que havia deixado.

 

"Tom, algo estranho aconteceu."

 

"O que houve?"

 

"Meu uniforme estava cheio de penas e eu não me lembro como elas grudaram em mim. Eu estava cheirando a galinhas. Estou ficando louca?"

 

"Não se lembra de nada? Acalme-se, nada de ruim deve ter acontecido."

 

"Não, é como se tivesse fechado os olhos e segundos depois, acordado na cama. E se tiver acontecido? Acha que devo contar para alguém?"

 

"Definitivamente não. Eles a achariam louca e isto você não é. Confie em mim, está tudo bem."

 

"Mas e se não estiver bem? E se acontecer outra vez?"

 

"Annabel, você confia em mim?"

 

"Confio..."

 

"Então, não precisa se preocupar enquanto confiar em mim. Minha intuição aponta que não faria nada de ruim. Parece sentir mais confortável, relate a mim qualquer situação estranha que possa lhe acontecer, eu te aconselharei sobre o que fazer. Combinado?"

 

"Tudo bem... Eu me esforcei para lembrar o que aconteceu, mas foi inútil. Enfim, preciso dormir, já está muito tarde e me sinto exausta. Até mais, Tom, e obrigada por tudo. Você é uma das melhores coisas que encontrei neste ano."

 

"Não me agradeça, tudo ficará bem, você verá. Logo, você verá as coisas do meu modo. Até, Annabel."


Notas Finais


E aí? O que acharam?
Eu sinceramente temo pela Annabel por confiar tanto no Tom... E vocês, o que acham disso?
Ron é um anjinho sentimental jhfdjahfdka.
Vejo vocês semana que vem!
Malfeito feito.


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