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História As Aventuras de Supercorp - Aquele da missão


Escrita por: TheOrdinaryGhost

Capítulo 15 - Aquele da missão


Kara Danvers estava em missão desde que acordara, com um objetivo claro e persistente.

Se havia o aniversário do dia em que chegou à Terra, obviamente existia o aniversário do dia que conheceu Lena Luthor, mas não seria apenas isso. Queria que o dia todo fosse especial, afinal sua namorada merecia, mesmo que não fizesse ideia que aquela data era comemorativa.

Logo pela manhã, a loira tentou acordar a morena com um farto café da manhã na cama.

Não deu muito certo já que quando surgiu com a bandeja no quarto, Lena estava arrumada e pronta para sair.

Kara estava tão compenetrada no preparo da refeição, ou melhor, na exposição dos pratos que comprou ao redor do mundo, que sua superaudição não acusou quando a Luthor se livrou dos lençóis emaranhados que a envolvia após a noite agitada.

Lena sequer reparou no cuidado que a namorada teve de repetir a mesma refeição do primeiro café da manhã da vez em que não havia mais supostos segredos entre elas. Não viu a tulipa vermelha e muito menos enxergou uma caixinha suspeita enquanto dava um selinho se desculpando por ter que sair tão apressada, afinal, apareceu um problema na empresa que exigia sua atenção imediata.

Resignada, a loira exigiu um almoço como compensação – como se não almoçassem juntas todos os dias.

A super-heroína ficou ocupada a manhã toda, era quase como se o caos tivesse se instaurado na cidade: incêndios, afogamentos, roubo a banco, gatinhos presos em árvores, houve até uma falha no motor de avião – clássico. Porém, isso não a impediria de faltar no seu tão bem planejado almoço no restaurante do primeiro encontro.

Exceto pela possibilidade de um ataque nuclear à National City.

“Tantos dias para a cidade enlouquecer, escolhem justamente hoje?” a loira pensava indignada.

Seus deveres nem deram chance para o passeio no parque naquele fim de tarde.

Os superamigos não pararam um segundo diante toda a confusão. Guardiã e Sentinel continham a brutalidade pública dos eventos, J’onn tentava com sua mente acalmar a população ou algum levante social, Nia continha explosões de energia por vários locais causadas pelo medo das pessoas. Brainy e Lena tentavam solucionar o problema da Torre enquanto Supergirl impedia os ataques diretos pelas ogivas.

Um cenário caótico para um dia que deveria ter sido tão leve.

Após resolverem a situação, os superamigos estavam exaustos no sofá da Torre. Muita atividade física para poucas horas de descanso. Seus pensamentos resumiam-se em ir para casa, tomar um banho relaxante e dormir por no mínimo doze horas. Quer dizer, a maioria estava destruída, havia uma alienígena com uma missão importante para aquele dia.

– Ah, que isso. Vocês prometeram – Kara cruza os braços emburrada ao parar na frente dos seus amigos e familiares estatelados no sofá.

– Isso foi antes da cidade enlouquecer – Alex responde de forma lânguida a irmã.

– Há noventa por cento de chances de nós te odiarmos se você nos obrigar a ir depois do dia de hoje – Brainy soltou uma de suas estatísticas.

– Só noventa? Coloca cem por cento para mim – a ruiva complementa – Lena, sua responsabilidade – aponta para a cunhada.

– Amor, baby, é difícil admitir, mas Alex tem razão. Estamos exaustos – a morena fala calma.

– Mas... mas...

– Vamos amanhã, por favor – Lena tenta usar seus olhos verdes contra a namorada.

– Não – a loira desvia o olhar para não cair em tentação – Tem que ser hoje. Por favor.

Nia percebeu algo naquele comportamento estranho da Super, já que ela nunca negou algo para a morena. Kelly, que até aquele momento estava quieta, também notou, pois olhou de relance para a naltoriana que devolveu o seu olhar.

– Eu acho que será bom para nós relaxarmos – a psicóloga começou – Faz tempo que não tomamos algo no Al’s e depois do dia que tivemos, um pouco de diversão não faz mal algum.

– Isso, é esse o espírito – Kara comemora.

– Babe – Alex choraminga para a esposa.

– Nia? – Brainy pede o veredicto da namorada.

– Concordo com a Kelly – a naltoriana responde e recebe um aceno positivo do coluano.

– Gado – Alex fingiu uma tosse enquanto falava.  

– Lee? – a loira se aproxima da Luthor com os olhos em expectativa.

– Sabe que eu não resisto a você – Lena bufa ao se levantar – Se você quer diversão, podemos ir para a nossa casa, fazer coisas mais interessantes como... – sussurra algo no ouvido da loira, mas não baixo o suficiente para que certa ruiva não escutasse.

– Luthor! – rosna para a cunhada – Para de falar sacanagens para a minha irmã.

– Talvez no dia que você deixar de ser tão chata – a morena rebate.

– Impossível – Brainy solta sem querer – Os traços de personalidade dominante da Alex já estão enraizados. Ela teria que passar por uma total perda de memória ou...

– Brainy – Nia tenta conter o namorado.

– ... nascer de novo, o que é literalmente impossível considerando a tecnologia deste século. Mesmo com a perda da memória, ainda pode haver resquícios de emoções nada nobres que ela cultiva.

– Brainy – Nia tenta novamente, sem sucesso. 

– Meus conhecimentos históricos indicam que ela não irá vivenciar nada desta natureza, o que resta a uma hipótese de que Alex Danvers nunca deixará de ser chata, logo, devido a condição pré-estabelecida, Lena Luthor nunca deixará de falar sacanagens para Kara Danvers – conclui seu raciocínio com uma alegria genuína.

– Hahaha! – Lena explode em gargalhadas – Me lembre de te recompensar por tão bela explicação.

– Argh! – a ruiva revira os olhos.

– Nós vamos ou não? – Kara se manifesta obstinada.

– É claro – Lena responde beijando a kryptoniana.

– Eu vou ficar com a Esme – J’onn fala tentando se livrar – Dispensar a babá.

– Se essa for uma opção, também quero – Alex levanta a mão.

– Não é uma opção – a loira cruza os braços encarando a irmã.

– Eu já estou velho, Kara. Além disso, não é bom deixar minha neta com uma desconhecida por muito tempo.

– Tão velho que não conseguiu ficar sem lutar hoje. É, sei bem – a ruiva resmunga.

– Você tem mais de cem anos, não mais de mil – a loira diz carrancuda.

– Você não iria querer sua sobrinha correndo risco a noite, não é Kara? – o marciano pergunta sério.

– É claro que não.

– Então eu fico com ela e vocês vão se divertir – decidiu sem deixar brecha para qualquer debate.

Sem conseguir rebater, Kara acenou em positivo. Logo, os superamigos foram se encaminhando para a saída, depois de se despedirem de J’onn.

– Manipulador, sabe que a babá pode passar a noite e que a Esme dorme a noite inteira, não vai dar trabalho algum – Alex murmura para o marciano quando passa ao seu lado – Confessa que só quer dormir no meu sofá.

– Cada um usa as armas que tem – pisca para a filha do coração.

 

***

 

Bar do Al

Uma hora depois

 

– Lee, vai com calma – Kara tenta alertar a namorada.

– Ui, alguém controla a namorada – Alex debocha.

– Ninguém manda em mim, Alex. Eu sou uma Luthor – Lena rebate bebendo todo o líquido do seu copo – Kar, eu só estou relaxando.

– Eu não quero você alcoolizada hoje, é importante – a loira fala com um bico.

– O que você quer fazer comigo que não pode ser alcoolizada? Hum – a morena dá um sorriso predatório em sua direção.

– Eu tenho nojo de vocês – a ruiva resmunga ao lado.

Desde que chegaram, Kara tem tomado apenas refrigerante. Kelly está tomando drinks com pouco álcool. Nia e Brainy logo foram jogar bilhar enquanto Alex e Lena entraram em uma competição de quem bebia mais uísque naquela noite.

– Rodada doze, concluída – a Danvers mais velha diz ao entornar o resto da sua bebida.

– Eu posso fazer isso a noite toda – Lena diz presunçosa.

– Quero ver você tentar – a ruiva devolve a provocação.

A loira seguia perdida e nervosa, buscando coragem para completar a sua missão. No entanto, ela não conseguia esconder sua agonia da cunhada, que ficou analisando seu comportamento desde que saíram da Torre.

– Kara? – Kelly chama – Está tudo bem?

– Sim, sim – responde.

Se ela fosse humana, a terapeuta tinha certeza que estaria suando em bicas.

– E aí, gatinha? Está sozinha essa noite? – um brutamontes alienígena pergunta ao parar próximo ao quarteto.

– Seja lá quem você tenha chamado de gatinha, não está sozinha, ninguém está sozinha essa noite – Lena fala assumindo sua pose de CEO.

– Falei com a loirinha – o alienígena diz sarcástico – Ela é bem o meu tipo.

– Há 99,3 por cento de chances de você se arrepender de ter falado isso – Brainy fala um tanto enrolado por trás do sujeito.

– Ah é? Posso saber o que vai acontecer? – o ser diz se virando para o coluano – Por acaso você vai fazer algo? – enfatiza o você ao ver o tamanho do seu oponente.

– Eu? Não. Elas – indica uma ruiva furiosa e uma morena com fogo nas mãos.

O que dizer dos eventos que se seguiram?

Ninguém mexia com Kara sem que sua irmã a defendesse e ninguém deveria ousar com a namorada de uma Luthor. Junta essa combinação com um bar cheio de pessoas bêbadas e tem-se uma explosão de desordem generalizada.

 

Um tempo depois...

 

– Polícia! Todos parados – uma oficial grita no meio do bar – O que está acontecendo? – exige explicação.

Todos ficam em silêncio.

– Recebemos um chamado por perturbação da ordem, se ninguém falar nada, todos vão fazer uma visita na delegacia. Quem começou a confusão?

Um por um foram os clientes do Al foram apontando para um grupo muito específico e distinto do lugar. Lena e Alex tinham sorrisos em seus rostos. Nia e Brainy estavam abraçados, mais dormindo do que acordados. Kelly balançavam a cabeça de maneira negativa. E Kara bateu na própria testa.

De repente, o sujeito truculento sai chorando e se joga nos braços da policial:

– Por favor, não deixe elas se aproximarem de mim.

– O que aconteceu, senhor?

– Elas... elas...

– Ok, ok – tentou acalmar o grandão – Vocês – aponta o grupo – Vão passar uma noite na delegacia para esfriar a cabeça e eu entender o que aconteceu aqui.

– Você não vai querer nos prender – Brainy diz embriagado.

– E posso saber o porquê? – a oficial pergunta sarcástica.

– Eu juro que tem um bom motivo – responde vago.

– Oficial – Kara tenta – Não aconteceu nada.

– Nada? Olha o estado do pobre rapaz.

– Ele... – mas a agente da lei não a deixou continuar.

– Você poderia ser a própria Supergirl, mas não escaparia de passar a noite na prisão por desordem – debocha do que pensou ser um grupo de baderneiros – Podem levar – ordena.

Aquele comentário fez Lena, Alex, Nia e Brainy – os mais alterados do grupo – olharem uns para os outros e soltarem risadas.

– Na verdade, a Kara é... – Nia começa.

– Na verdade, nada – a loira deteve a naltoriana antes que ela pudesse revelar algo.

Os superamigos logo foram escoltados para a viatura e levados para a delegacia.

– Tudo certo, senhor. Pode me contar o que elas fizeram.

– Elas... elas... elas me falaram quem morre em The Walking Dead – o homem volta a chorar.

– Espera, o que? – a oficial pensou ter escutado errado.

– E depois passaram para quem morre em One Piece. Foi brutal. Aí quando eu recuei, acabei tropeçando em alguém que tropeçou em alguém...

– Foi isso o que aconteceu? – pergunta ainda incrédula.

– Elas iam partir para quem morre em Naruto, você acha isso certo? É tortura.

– Eu mereço – a oficial passou a mão pelo rosto.

 

***

 

Departamento de polícia de National City...

 

Assim que chegaram, viram duas mulheres que pareciam profissionais do sexo e um bêbado sendo levados para as celas, o local ainda contava com alguns policiais de plantão.

Os superamigos estavam sendo reconhecidos e tendo seus documentos e objetos pessoais recolhidos pelo oficial Gorski. Primeiro foi Lena, logo em seguida Alex. Os demais estavam sentados nas cadeiras próximas.

Kara estava prestes a entregar a sua caixinha misteriosa para ser guardada quando escutou a confusão atrás de si:

– A culpa foi sua – a voz de Alex se sobressai – Você tinha que ter assistido esses desenhos.

– Animes – Lena a corrige.

– Desenhos – fala debochando – Tão nerd. Quando é que você tem tempo para ver eles?

– Falou a pessoa que ainda acompanha The Walking Dead – a morena provoca.

– Não fala assim da minha série – a ruiva rosna.

– Por quê? Vai chamar a Kelly para te defender?

– Chega! – Kara se manifesta – Chega vocês duas. Eu estou o dia inteiro tentando te pedir em casamento! – grita para a delegacia inteira escutar. Todos pararam o que estavam fazendo – Era para você tomar o café da manhã, ver a flor, a caixinha, eu fazer o pedido. Então iríamos almoçar no restaurante do nosso primeiro encontro, depois eu ia te levar no parque onde veríamos o pôr-do-sol juntas, e por fim comemoraríamos no Al’s, onde falaríamos para todos e eu cantaria uma música romântica para você – fala tudo em um fôlego só.

O silêncio prevaleceu no ambiente.

– Eu quero me casar com você – Kara diz mais calma e abrindo a caixinha que tinha em mãos na frente da morena – Quero ter os nossos dois filhos, ou três, ou quatro, quantos você quiser.

– Nem pense em ter mais que dois, Luthor – Alex rosna ao lado.

– Alex, fica quieta – Kelly cutuca a namorada.

– Mas é verdade, imagina um exército de Luthor pelo mundo, seria o apocalipse – a ruiva dá de ombros – Questão de saúde pública.

– Silêncio! – o oficial que recolhia seus documentos mandou – Eu quero escutar o pedido, sou fã de romance – sorri meigo.  

– Você é o amor da minha vida – a loira continua – Hoje é o dia em que eu te conheci, por isso era tão importante, porque eu quero que hoje não seja apenas o dia em que conheci a razão da minha existência, mas quero que também seja o dia em que ela disse sim para mim. Sim para o nosso futuro, sim para os minis Luthor que apavoram minha irmã. Sim, para que eu possa te amar e te fazer feliz. Para crescer e envelhecer juntas, porque eu não vejo outro futuro que não aquele em que estou ao seu lado. O que me diz? Casa comigo? – pergunta temerosa.

Mas Lena não emite qualquer som, está petrificada encarando aquele anel.

– Responde logo, Luthor.

– Alex! – Kelly e Nia brigam.

– Como se existisse alguma dúvida da resposta que ela dará – a ruiva resmunga baixo.

– Há cem por cento de certeza que a resposta será sim – Brainy fala da cadeira em que está jogado.

Lena começa a chorar.

– Oh, não, não, não, não – Kara se desespera – O que eu fiz? – olha desesperada para cada um ali – São assim os pedidos nesse planeta, eu vi, eu pesquisei. Claro, não numa delegacia, mas eu fiz certo, não fiz?

– Foi perfeito, irmã – uma das garotas de programa faz um “ok” com a mão.

– Lee? – Kara chama.

– Sim – diz baixo – É claro que é sim. Sempre será sim – seu sorriso cresce – Você é a melhor coisa que me aconteceu, mesmo que de brinde eu tenha que conviver com a Alex.

– Eu sou a pessoa mais legal que você conhece.

– Alex!!! – todos ali, sem exceção, gritam o nome da ruiva.

– Eu amo você – Lena diz ignorando a cunhada.

– E eu amo você – Kara sorri e se aproxima enlaçando a cintura da, agora, noiva.

Esquecendo do local em que estavam, se entregaram ao momento em um beijo lento e molhado, recebendo palmas e assobios pelo ato.

As línguas bailavam em sintonia, buscando o máximo de prazer. O corpo inteiro se encaixou em um abraço quente que começou a evoluir para algo mais lascivo e voluptuoso.

Vendo no que aquilo estava se tornando, Alex ficou desesperada.

– Quando vamos sair? – pergunta para o policial.

– Pela manhã.

– Não, eu preciso sair agora. Essas duas, elas não vão parar nem tão cedo. Não quero ficar na mesma cela. Eu não aguentaria.

– Você é contra o amor? É homofóbica por acaso? – o oficial cruza os braços.

– Que isso, irmã. Deixe-as serem felizes – o bêbado diz.

– O que? Não. Eu amo o amor e eu sou casada com essa deusa aqui – aponta a esposa – Argh, por favor – Alex resmunga quando escuta um gemido vindo da cunhada – Eu faço qualquer coisa, quer dinheiro? Eu pago. Mas me deixa ir embora, por favor – implora ao ouvir sons ofegantes.

– Oferecendo propina? Acho que alguém vai passar mais tempo por aqui.

– Não é isso – a ruiva geme em frustração – Essa aí se engalfinhando com a Luthor, é a minha irmãzinha. E eu já tive minha cota de constrangimento sexual com essas duas. Pode chamar de trauma, minha psicóloga atesta isso. Diz para eles, baby – olha na direção da Kelly.

– Você disse Luthor? – a oficial que os prendeu no bar chega naquele instante e escuta o que a ruiva mais velha disse.

– Mas ela assinou como Danvers – Gorski diz perdido ao ler a ficha da morena.

– Quanta pretensão – Alex revira os olhos.

– Eu falei que tinha um bom motivo para você não nos prender – Brainy murmura grogue.

– Estamos ferrados – a oficial fala se dando conta – Supergirl nos matará por encostar na Luthor.

– Há noventa e oito por cento de certeza que sim – o coluano resmunga uma última vez antes de cair no sono.

– Sorte sua que a Supergirl está beijando a Lena neste momento – Nia solta e também adormece.

Novamente, o silêncio reina naquela noite. 



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