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História As coisas que eu gostaria de te perguntar - Essas invenções de filósofos...


Escrita por: Ensimesmudo

Notas do Autor


Eu estava querendo escrever alguma coisa com esse casal já fazia um tempinho porque eles são absolutamente tudo pra mim ): Não fiquei satisfeita com essa história, mas foi o que deu, já que ultimamente eu to meio sem inspiração por inúmeros motivos.
Enfim, eu fiz ela inspirada em uma fanart de haikyuu. Deixarei o link nas notas finais! Boa leitura <3

Capítulo 1 - Essas invenções de filósofos...


Às vezes, eu penso: e se eu pedir para segurar a sua mão? O que você falaria? Deixaria que nossos dedos pudessem se entrelaçar e que nossos corpos se tocassem dessa maneira tão singela? 

— Então, é isso. Acho que eu desisto. Sabe, eu sou tranquilo, eu tento levar a minha vida tranquilamente, mas com ela não dá. A Karin acaba comigo, sei lá... Já disse que eu odeio a paixão? Odeio. Quando foi que eu achei que isso seria uma boa ideia? Já faz mais de cinco anos na mesma merda, cinco! Que bosta, cara... Tô exausto. 

Suigetsu entornou o líquido transparente na garganta antes de bater o copo contra o balcão e se deitar com o rosto virado. As bochechas estavam coradas e os olhos cerrados devido a embriaguez. Eu não costumava vê-lo daquele jeito, porque Suigetsu era o tipo de rapaz dado aos sorrisos, às loucuras, às piadas. Estava sempre se divertindo, mas quando o assunto era Karin, tudo de repente mudava e ele se tornava muito mais instável. Suigetsu era água, afinal. Geralmente tranquilo como um rio, mas era só uma noite de chuva intensa chegar que ele transbordava. 

Naquele dia, quando ele me ligou com aquela voz desanimada pedindo para sairmos, eu sabia o que aquilo significava. Eu sabia que cada palavra que saísse da sua boca seria uma flechada no meu coração. Já fui preparado para isso, mas não significa que não dói. Sempre dói. A coisa que eu mais amo é a confiança que ele deposita em mim, mas a coisa que eu mais odeio são os momentos em que ele me chora dores de um amor infundado como esse. De qualquer amor, aliás, que não seja o meu. 

E o seu amor por mim parece impossível.

— Você não tem nada pra me dizer?

— O que você quer que eu diga? 

— Qualquer coisa, só não fique tão quieto. O silêncio me parece uma tortura esses dias e eu tenho tido dificuldade com isso. É por isso que estou falando sem parar. Você não notou? Provavelmente não, porque o que você mais faz na vida é ficar em silêncio, né? Como é que pode suportar assim tão bem a solidão?

A resposta era: não podia. Só que não era como se eu tivesse opções. A solidão era irremediável a mim. Uma necessidade, uma maldição. Os dois. Chame como quiser, não muda o resultado final. 

— Foi você quem me escolheu como amigo e sempre soube que eu sou assim. — Suigetsu fez uma careta quando me olhou. Embriagado, o rapaz parecia outro. Eu soltei uma risada nasal. Se eu pedisse um beijo seu, o que você diria? Deixaria nossos lábios se tocassem? Deixaria que eu te fizesse meu? — Eu não acho que o amor deva ser tão complicado.

— Eu também não acho. E, ainda sim...

Ainda sim, você poderia esquecê-la e olhar para mim. Faziam anos que eu o amava sem poder dizer uma só palavra ou demonstrar um só gesto. Amar Suigetsu não era difícil, na verdade foi bem mais fácil do que eu imaginei. O olhar malicioso, os comentários de duplo sentido, o jeito de enxergar a vida como uma grande piada, de um jeito tão tranquilo, que eu, tão centrado, tão focado e tão racional, jamais poderia enxergar, me atraia. Suigetsu sempre me atraiu desde que tínhamos dezesseis anos e nos conhecemos durante uma aula de educação física em que ele decidiu que queria implicar comigo e eu o detonei no jogo de basquete. Eu achei que aquilo seria o suficiente para afastá-lo, mas teve efeito contrário: ele não largou mais do meu pé desde então. A nossa situação é que era difícil. A minha, no caso. Amores platônicos e essa merda toda. Quando foi que Platão achou que seria bom inventar esse termo?  Essas invenções de filósofos...

— O que eu faço? — Ali, ele parecia desesperado. Sua mão repousou no balcão, tão perto do minha. Seus olhos me encaravam com apreensão, querendo uma resposta. Mas o que eu poderia oferecê-lo? Nós estávamos praticamente na mesma situação. 

— Sei lá... Achar um novo amor? — Sua mão se aproximou da minha e acho que a bebida estava fazendo efeito na minha cabeça. Deixei que a ponta dos nossos dedos se tocassem. 

E se eu te pedir em namoro? Você se afastaria de mim? 

— Onde? 

Na sua frente, eu quis dizer. Deixe tudo para trás e venha até mim. Vou te amar como você nunca se sentiu amado antes, como você merece. Prometo. Juro, juro, juro. 

Não consegui fazer nada. Apenas o encarei e quando ele molhou os lábios com a língua e voltou a se sentar, encarando-me tão próximo, eu paralisei. Meu coração começou a saltar dentro do peito e ia acelerando a medida em que ele se aproximava. Ficamos tão próximos que nossos narizes se tocaram e as nossas respirações se misturaram. Ele sorriu e depois me beijou. 

Eu não sei dizer se aquilo durou um segundo ou uma eternidade. Foi tudo tão embaralhado, tão colorido, mas quando nos afastamos e ele começou a gargalhar, eu nunca na vida me senti tão quebrado e tão bagunçado. As cores se misturaram tanto que minha mente ficou em branco.

— Te beijar foi gostoso, sabia? Nunca achei que você fosse deixar. Vamos repetir!

Quis gritar tamanho desespero. Ele não fazia ideia dos meus sentimentos. Levantei. 

— Vamos embora. Você está bêbado. 

Puxei-o da cadeira e ele cambaleou, agarrando-se em mim e rindo, rindo como nunca. Seu perfume me invadiu e eu quis tanto puxá-lo para outro beijo, fazê-lo ser meu e pensar só em mim, mas não fiz nada disso. Tudo o que consegui foi acompanhá-lo até o apartamento onde morava e, quando chegamos, Suigetsu chorou. 

Eu fiquei ali, no meio do corredor, velando suas lágrimas, sentindo-me absolutamente destruído por dentro.

Tudo o que eu podia fazer era ter esperança. Eu espero que um dia eu possa perguntar, sóbrio, se posso segurar na mão dele. Se posso beijá-lo. E se ele pode ser meu namorado.

Em sua cabeça só tinha Karin, mas na minha só tinha Suigetsu.

 

 


Notas Finais


A fanart q inspirou essa história: https://twitter.com/mieillee/status/1298392127060279297

Gente, esse casal é tudo pra mim, eu jurooooo, n da mais pra dormir nessa coisa linda ):
por favor se tiverem projeto, fics, fanarts etc etc sasusui me mandem tudo eu to locaaaaa


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