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História As consequências - Auto-sabotagem


Escrita por: lackingaPURPOSE

Capítulo 33 - Auto-sabotagem


Fanfic / Fanfiction As consequências - Auto-sabotagem

POV VALERIE VANCE

 Justin saiu daqui levando com ele toda a certeza e autoconfiança que eu tinha

 Ele saiu deixando na sua ausência a sementinha que me fazia questionar cada detalhe meu

 Com ele virando as costas trouxe-me a tona várias memórias que eu costumava enterrar a sete palmos do chão

 As memórias de todas as vezes que eu deixei que as pessoas desistissem e fossem embora de minha vida

 De todas as vezes que eu fiz as pessoas irem embora

 Talvez eu realmente esteja o afastando de mim como eu fiz com todos as outras pessoas que tentaram se aproximar romanticamente de meu ser

 Eu tinha esse defeito de autodefesa, ou, autosabotagem

 Eu tinha medo de tudo o que me levava ao desconhecido

 De tudo o que tirava meus pés do chão e me jogava contra céu aberto, ou melhor, contra parede já que céu aberto, sombra e grama fresca era meu habitat natural

 Eu gostava de me aventurar e me jogar no mar. Me jogar na areia, na lama, na grama. Me jogar da cachoeira, do trampolim e uma vez até de paraquedas

 Eu gostava de toda a incerteza que a natureza me trazia, porém, junto de toda incerteza tinha todos os anos de experiência

 Tinha todas as rotas de fuga, todos os estudos, os planejamentos e todo o saber que anos de convivência me proporcionava

 Eu era acostumada com a incerteza material e ambiental, porém, não era nada experiente na incerteza emocional

 Eu sempre fui estável emocionalmente. Nunca fui de me deixar apaixonar e viver o incerto e os altos e baixos de uma relação

 Eu tinha medo de me quebrar no meio da estrada

 Eu tinha medo de pular do penhasco e não ter ninguém para me segurar lá embaixo. Que, enquanto eu caio no imenso penhasco ele se distraia com outra coisa é me deixe ir de encontro ao chão

 Meus sentimentos já estavam instável devido a todo hormônio que vinha de brinde com a gravidez e eu tinha pavor de mudar ainda mais

 Tudo o que eu sentia estava triplicado e eu sabia que a queda dessa relação séria muito pior do que as que um dia pensei ter

  -Está pensativa porque? –a Voz do Chaz soou pelos meus ouvidos

 Eu balancei a cabeça e então o olhei, prestando atenção no ambiente a nossa volta

 Tinha três clientes que já haviam sido atendidos e Chaz estava do outro lado do balcão a minha frente

  -O Justin teve aqui –eu disse dando a volta no balcão

 Fui em direção a uma mesa ao canto da cafeteria e me sentei no banco. Chaz fez seu pedido com o Mike –o garçom– e então veio se sentar do meu lado

  -E ele disse o que? –Chaz perguntou se sentando

  -Que cansou –eu disse rindo pelo nariz –Que não tem mais idade para isso

  -Quer que eu converse com ele? –Chaz perguntou –Explique a situação

  -Talvez vocês estejam certo, sabe? –eu disse dando de ombros –Você e a Mia

  -Chegou a essa conclusão com o que o Justin disse? –Chaz perguntou

  -Não –falei simples –Cheguei a essa conclusão quando eu o vi ir embora

  -Meu Deus, eu vou ligar pra Mia –Chaz disse pegando o celular –Não sei dar conselho sozinho

  -Não seja idiota –eu disse rindo

  -Eu nunca pensei que você chegaria a essa conclusão –ele disse discando o número –Então todo o discurso que eu tenho é para que você chegue na conclusão não para o que vem depois

  -Charles! –o repreendi enquanto dia

  -Mia não atende –Chaz disse desligando o celular –Então, calma, vamos lá

 Eu gargalhei enquanto ele suspirava, guardava o celular e então começasse a falar

  -Eu não faço ideia do porque você tem esse medo todo de amar alguém –Chaz disse –Talvez seja complexo de abandono, insegurança, da instabilidade que sua vida era, medo do desconhecido ou qualquer porra que uma psicóloga invente para fazer com que você se sinta bem, porém, você tem

 Eu parei de rir e então comecei a prestar atenção no que ele dizia, porque, mesmo com o jeito atrapalhado e engraçado de dar conselho, no fundo havia um pouco de verdade

 Ou, naquele caso houvesse mais do que apenas um pouco

  -Você constrói um muro em volta de você toda vez que alguém tenta se aproximar romanticamente –ele disse –Você é uma amizade fácil de fazer e de se gostar, porém, é um par romântico um tanto quanto complicado

  -Mas eu faço sem perceber –eu disse –Quando eu vou ver a pessoa já foi embora e já é tarde demais para voltar atrás

  -Mas ainda não está tarde para o Justin –Chaz disse –Você tem que tentar se entregar mais e deixar claro para ele tudo o que você pensa

  -Eu estou passando por um momento complicado, Chaz –eu disse –Com meu psicológico, meu corpo, meu temperamento

  -E você quer ele? –Chaz perguntou e eu concordei –Então deixa tudo isso claro para ele. Eu aposto que ele vai entender todas as suas questões e vai te ajudar a supera-las

  -Estou apavorada –eu disse passando a mão no rosto

  -Aposto que ele também está –Chaz riu –Ele também nunca se apaixonou e deve ta surtando com tudo isso

  -Eu lembro quando você ficou quando a Audrey te deixou. Ou quando a Kelly, a Genny –eu disse –Você já se apaixonou e quebrou a cara mais de uma vez

  -E aonde você quer chegar com isso, Valerie? –Chaz perguntou grosso –Quer me humilhar publicamente e me fazer sofrer de novo?

  -Não, é que... –eu disse rindo –Todo mundo se apaixona e quebra a cara mais de uma vez. Se essa é a primeira vez que me apaixono é lógico que não vai dar certo e que eu vou quebrar a cara

  -Vocês podem ser a exceção –Chaz disse –Pode ser seu único amor

  -Você está vendo muito contos de fadas –eu disse me levantando –Não tenho mais idade para isso não, Chaz

  -Se você fosse alguém do conto de fadas séria a bruxa má –ele disse enquanto eu saia –Mau-humorada e sem conseguir amar

 Eu olhei para trás e lhe dei dedo do meio enquanto ele soltava uma gargalhada e me devolvia o dedo

 Fui até a cozinha e pedi para que fizesse um sanduíche natural e um suco de manga para mim

 O lanche do Chaz ficou pronto antes do meu e pelo balcão mesmo eu o vi comendo do jeitinho desesperado dele. Assim que o meu ficou pronto eu levei até sua mesa e me sentei novamente com ele

  -Chaz, vou colocar aqui no gravador ai você repete o conselho que me deu –disse pegando meu celular –Caso tudo dê errado eu tenho a quem culpar

  -Larga mão de ser retardada, V&V –Chaz disse –Chata pra caralho

  -Eu estou me precavendo –eu me defendi –Preciso ter alguém pra descontar a raiva

  -Meu Deus, eu tenho pena dessa criança –Chaz disse –Com os pais que tem vai precisar de terapia quando tiver idade pra se expressar

  -Realmente, eu devo traumatiza-la –eu disse fazendo cara de dor

  -Você acha que é menino ou menina? –Chaz perguntou

  -Não sei, não penso muito sobre isso –eu dei de ombros

  -Você não pensa no bebê, não pensa no Justin, não pensa em mim –Chaz começou a dizer fingindo de indignação –Você ocupa sua mente com o que, V&V?

  -Vídeos pornô e música explícita –eu zoei

  -Vou colocar aqui no gravador ai você repete o que disse –Chaz disse pegando o celular

 Olhamos nos olhos um do outro e então começamos a gargalhar. Riamos tanto que as pessoas começaram a nos olhar estranho

  -Para, Charles –eu disse tentando parar de rir –Você está assustando meus clientes

  -Ninguém em sã consciência vem nessa lanchonete vegana, V&V –Chaz disse –Só podem ser loucos

  -Ah, é? –perguntei –Você vive aqui, Chaz

  -To dando uma força pra minha amiga que vai ter uma cria –Chaz disse –Se não fosse por isso eu lanchava no hotdog da esquina

  -Você me enoja, Somers –eu disse fazendo cara de nojo

  -Seus clientes que me enojam. Olha só que doentes –ele disse apontando pros outros –Aquele lanche ali a beterraba é crua

  -Para de apontar –falei entre dentes dando-lhe um tapa na mão

  -Aquilo ali sim é um ser de mente perversa –ele disse apontando com a cabeça para outro cliente –

 Chaz ficou ali comigo por quase duas horas. Nós lanchamos, conversamos, rimos, gravamos storys, brigamos e fizemos planos que nunca entraria em prática

 Quando Chaz foi trabalhar, sim, trabalhar. Pasmem, o Chaz trabalha.... enfim, quando Chaz foi embora eu me levantei e fui arrumar as coisas

 Não havia quase nada fora do lugar, porém, como meu funcionário já havia atendido todas as pessoas que haviam ali já não tinha nada que pudesse ser feito

 Comecei a organizar ainda mais as coisas ao meu alcance e como um aviso divino eu levantei o olhar e então pude ver aquela imagem

 Jaden passando pela porta e fazendo o sininho tocar

 


Notas Finais


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