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História As Crônicas da Legião - Sementes da Destruição - Encontros inesperados


Escrita por: CollorfullFox

Capítulo 106 - Sementes da Destruição - Encontros inesperados


-Veja bem, eu tenho de tudo. Sou o ser mais poderoso da face da Terra, provavelmente de toda a história. Sou governante supremo do Egito. Não preciso de mais nada.

-Seu sujo! – Júlia cuspiu no elmo do cavaleiro – Você é o ditador que assassinou o verdadeiro presidente do Egito e tomou seu lugar à força.

-O antigo era fraco. - Faraó rugiu - Eu apenas tomei meu lugar de direito. Assim como vocês deveriam fazer.

-Perdão? - João tentava se lembrar do fato que Júlia havia acabado de mencionar.

-Nós somos evoluídos, meus caros amigos. - ele dizia num tom imponente e poderoso - Nós somos melhores, mais fortes do que os seres humanos. Nós deveríamos estar no comando. Nós deveríamos estar liderando o planeta a uma nova era vitoriosa e brilhante na história…

-Sabe, o seu tipo de pensamento é muito similar aos pensamentos extremistas de terroristas… - João constatou em voz alta.

-Não é terrorismo. São fatos.

Júlia se afastou um pouco do homem. Parecia já estar prevendo que algo ali daria errado. 

-Você não deveria estar combatendo-os. - Faraó disse, olhando para João. Do elmo dele, pequenas ondas azuis começaram a tomar seu rumo, para os olhos abertos do garoto - Deveria estar ajudando-os. Não devemos brigar entre nós, afinal, somos da mesma espécie. Somos todos iguais aqui...

Júlia olhou para os olhos do garoto. Eles estavam vidrados e concentrados.

-João! Resista!!! – Júlia chacoalhava o garoto, mas aquilo não fazia efeito.

-E você, minha querida? – Faraó virou-se para Júlia – Quem é você? Por que não se une a nós? – ele estendeu a mão para Júlia.

-À sua causa “nobre”? - ela disse, com nojo e desdém - Vai se foder, retardado.

-Hummmm – o homem especulou – Agressiva. Meu nome é Faraó. E sabe por que me chamam assim? – Faraó olhou nos olhos de João. Eles estavam azuis, ainda vidrados e concentrados – Porque eu posso ter muitos escravos!

Faraó disse duas palavras em egípcio. João pulou na direção de Júlia, e agarrou seu pescoço. A garota já não conseguia mais falar. João então falhou um pouco. Ele parecia resistir. Júlia abriu um ligeiro sorriso. Ele estava mesmo lutando. Parecia estar tentando, com toda a sua força de vontade. Mas o Faraó era forte demais. Ele já a enforcava novamente, com os olhos vidrados e azuis. Júlia subestimara imensamente o poder de Faraó, não teria a menor chance…

Uma figura misteriosa pulou da areia e segurou o pescoço de João com as duas mãos. A figura torceu as mãos. Um som alto se fez. O garoto gritou, saindo do transe. Caído no chão, ele não seria de grande ajuda para Faraó. Mas quem disse que ele precisava do legionário?

Faraó avançou sobre Júlia, que chutou o tronco dele, jogando-o para trás, mas ainda lançando Júlia no chão. A figura misteriosa pressionou o pescoço do homem contra o chão de areia.

-Não sei quem é você, mas se vier arrumar encrenca com ele de novo não terá mais tanta sorte. – a figura sussurrou para o cavaleiro.

Mas na mesma hora, o Faraó sumiu. Simplesmente, como se tivesse virado areia. João ia se levantando, com uma ligeira dor no pescoço. Não era a primeira vez que alguém lhe quebrava o pescoço, e não seria a última. A figura olhou para ele. Era um homem, de aparências altas e cansadas. Ele usava uma túnica que lhe cobria o corpo todo, e um capuz que ocultava seu rosto. O homem retirou o capuz, revelando um rosto muito conhecido.

Ainda no chão e com dores fortes no pescoço, João olhou para cima. Havia um homem diante dele. Mas este não era Faraó. O sol nos olhos do legionário obscurecia o rosto da figura. Mas assim que João se levantou, ele deu um grito.

-LUCAS! – o legionário gritou, reconhecendo o amigo – O que você está fazendo aqui?

Os dois deram um aperto de mãos. Qual era a probabilidade de os dois acabarem no mesmo lugar após o ataque ao prédio da equipe? Simplesmente nenhuma.

-Alguém precisa quebrar o pescoço de alguns maníacos e salvar menininhas no Egito, certo? – Lucas riu, estendendo a mão para Júlia levantar.

A garota não achou a mínima graça. Ela olhou feio para Lucas e prendeu o tornozelo do garoto com seus pés. Júlia virou os pés, o que jogou Lucas de boca na areia. O garoto caiu gritando. Júlia se levantou e posicionou o pé sobre a cabeça do garoto.

-Eu não sou uma menininha desesperada pela ajuda de idiotas como você. Eu sei lutar e sei me cuidar! – Júlia gritou.

Enfim, ela tirou o pé da cabeça de Lucas, permitindo que este se levantasse. Lucas se levantou rapidamente, com o rosto vermelho de raiva e vergonha. Ninguém mandou fazer uma piadinha machista idiota…

Enfim, ele ignorou a presença da garota, que era exatamente o que ela queria.

-E a Taís? Você sabe onde ela foi parar?– Lucas perguntou esperançoso. João de repente perdeu o olhar saudoso. Este foi substituído por um olhar de extrema solidão e fúria.

-Infelizmente não... – João começou – Na verdade já achei muita sorte eu ter encontrado mais alguém vivo. Não sei como, mas a Júlia me achou antes de Heawyer. Talvez seja só por isso ainda estou vivo. Precisamos achar os outros, Lucas, antes que morram. Isso se ainda estiverem vivos. Me ajuda, por favor! – os olhos de João mostravam um olhar de súplica. Estava realmente desesperado. Precisava se recompor, precisava encontrar seus amigos e sua família o mais rápido quanto possível, antes que Heawyer os levasse também.

Lucas mostrava um olhar difícil de entender. Um olhar misterioso. Ele gostava muito de João, eram amigos há anos. E ele amava Taís. Precisava ajudar a encontrá-la. Mas ele não queria mais aquela vida. Estava para falar aquilo no dia em que foram atacados pela primeira vez. Nunca teria uma vida normal na Legião. Embora aquilo fosse extremamente mesquinho, talvez aquela fosse sua oportunidade de sumir, desaparecer do radar e levar uma vida normal.

Lucas pensou, pensou e pensou, e enfim chegou a uma resposta. Mas antes que pudesse dizer algo, uma víbora pulou da areia. Uma víbora do deserto, que estava enterrada numa das dunas. Ela saltou diretamente para João e lhe mordeu as costas, tirando um pedaço de carne grande do corpo do garoto. João poderia controlar toxinas, mas apenas se pudesse se concentrar nelas. Inevitavelmente, o garoto desmaiou no meio do deserto...



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