História As Crônicas da Legião - Tempestade Wallirk - Contos de um Assassino: O que ele quer?

Brian reapareceu na Terra como se nunca tivesse saído. Ele rapidamente rumou para o Lago Congelado e pegou suas armas e seu bastão, que jaziam no chão, intocados. Já estava anoitecendo.

Qual seria seu papel naquilo tudo? E o que era aquilo tudo? Hallo era estranho, mas, inegavelmente, aparentemente muito poderoso. E sabia de alguma coisa. Algo que Brian não sabia.

Ele foi então tirar um tempo para caminhar e pensar.

Assassino caminhava devagar e calmo pela floresta. Quando ouviu um rugido. E estava muito próximo. Ele sacou suas armas, que havia recarregado. No fundo, sabia que elas não fariam nenhuma diferença, mas elas faziam ele se sentir mais seguro.

De repente, uma enorme criatura cheia de espinhos surgiu das árvores. Era B.L.U., rugindo de maneira furiosa. Brian se preparou para morrer de novo. Mas isso não aconteceu. O alien parou, frente a frente com o fantasma. E então, o mais inesperado aconteceu. A besta falou com ele.

-Assassino - sua voz era grossa e amedrontadora. Era a primeira vez que Brian o ouvia falar. Completamente assustador.

-O que? - ele tentou responder sem demonstrar surpresa e o leve medo que sentia.

B.L.U. o encarava com um olhar de ódio, como se de repente o fantasma fizesse alguma diferença em seus planos. O olhar, o rosto do hospedeiro… era familiar a Brian. Mas na hora, não pensou muito sobre isso. No momento só pensava naquilo que B.L.U. estava tramando. Precisava descobrir o que era. Ele teve uma ideia então.

-Você não vai pedir minha ajuda, vai? - ele blefou.

-Não. – o alien parecia acreditar no blefe, mas mesmo assim era muito cauteloso com o que dizia - Estou aqui para dizer que você não pode me impedir. Não é porque você nunca foi um risco de segurança que agora tenha que passar a ser um. Estou aqui para te instruir a ficar FORA DO MEU CAMINHO! – as últimas palavras foram rugidas, não apenas faladas.

Assassino ficou quieto. Não conseguira nada daquele jeito. Precisava de mais, mas de uma maneira que não evidenciasse que ele não sabia de nada, porque caso B.L.U. soubesse que ele não tinha nenhuma informação, poderia apenas ir embora.

-Por que eu faria isso? No final, minha existência não interessa a você, o que quer dizer que vai me matar assim que puder. - ele respondeu, esperto.

-Apenas fique fora do meu caminho que, no final, tem a minha palavra. Sua vida será poupada. - a besta respondeu. Ainda nenhuma resposta.

-Como saberei que você não irá me trair? Como fez com Heawyer? - ele arriscou.

-Heawyer? - nessa hora, Assassino temeu ter falado coisas erradas. Ele talvez tivesse perdido a oportunidade de descobrir o que estava acontecendo. Mas depois, B.L.U. continuou - Assim como você, nunca fui leal a ele. Aquele idiota pensou ter entrado em minha mente e me levado para sua causa. Mas nenhuma força terrestre é páreo para um Wallirk. Eu apenas o usei para chegar ao que queria: o sangue do garoto. Heawyer me possibilitou estar perto o suficiente de uma amostra de DNA de todos os poderes que eu queria e precisava. E, na primeira oportunidade, descartei o que não precisava mais.

-Mas você também não precisa de mim… - Brian insistiu. Parecia estar dando certo.

-Não. Mas não tenho intenções de usar seu corpo para nada. - ele respondeu, num tom meio desprezível.

Por um instante, Brian não conseguiu pensar em mais nada. E o instante foi o suficiente para que B.L.U. percebesse que a conversa não levaria a mais nenhum ponto relevante. Ele começou a se afastar, e, do nada, sumiu no ar.

Assassino deu um chute numa árvore, irritado. Não conseguira o que queria. Aliás, não conseguira nada.

Ele então apenas continuou andando e pensando. Até que pode ver um enorme clarão laranja ao longe. Segundos depois, um pequeno terremoto e um rugido. Seria B.L.U.?

Ele correu até o parque, local onde o brilho aparecera. Próximo ao local, ele ouviu outro rugido. Um novo clarão, e um som de algo se chocando no solo. De repente, Brian já sabia qual era o plano de B.L.U..

Ele correu o mais rápido que pode para o parque, e viu os dois alienígenas brigando. Um pouco mais longe, mais atrás, uma garota parecia olhar a cena nervosa e assustada. Brian se esconde atrás de uma moita e observa o acontecido. Um dos aliens está caído no chão, com o peito inflado. Brian já sabia o que iria acontecer. Um pequeno parasita saiu de lá de dentro correndo e fazendo sons agudos que davam agonia. Ele ia em direção à garota, mas o outro alienígena, o que tinha um hospedeiro já humano, matou o pequeno parasita. Os Wallirks podiam ser imunes a qualquer elemento da Terra, mas eram extremamente vulneráveis sem um hospedeiro. Se você pisasse em cima de um, ele provavelmente morreria, por ser tão pequeno e frágil. O alien humanóide se dirigiu à garota, e os dois começaram a conversar. Brian tratou de ouvir tudo com atenção para que não perdesse nenhum detalhe.

“O agente B.L.U. então ficou de achar um hospedeiro bom para nosso comandante, e assim que o achar, a invasão começará.”

Um hospedeiro bom. Era isso que o alien procurava então. Provavelmente um SHE, poderoso, quase imortal. Ele tinha duas opções. O garoto legionário. E Heawyer. Qualquer um dos dois poderia ser alvo de B.L.U. no momento.

Pronto. Agora ele sabia o que estava acontecendo, e o que estava para acontecer. Ele apenas ainda não sabia o que poderia fazer para irritar B.L.U. ainda mais.

Quando a garota e o humanoide terminaram de se falar, Brian pensou que conseguiria interceptar o alien para conversar com ele, mas Agarawark realmente sumira nas sombras.

-Talvez um outro dia... – ele conversava consigo mesmo.

Brian saiu andando para fora do parque. Agora sabia o que estava acontecendo. Agora ficaria atento para que não deixasse B.L.U. ficar impune daquela. Brian podia ser uma péssima pessoa, mas se alguém mexesse com seu planeta, ele lutaria até seu último suspiro, com a honra que lhe restara.