Depois do parto e depois de se recompôr Clarke amamentou seus filhos e em fim pôde descansar, estava exalta e seu corpo estava exalto. De certeza seus filhos acordariam em breve para mamar novamente, então a Rainha Agnes se certificou de achar uma ama de leite para os dois enquanto Clarke dormia.
Lexa por outro lado estava feliz, radiante com a notícia e muito entusiasmada com a fechada dos pequenos, tanto que esqueceu qualquer guerra que estava por vir.
Como primeira ordem para anunciar o nascimento dos seus filhos ela pediu que soltassem lâmpadas no céu e uma hora depois, o céu do norte estava cheio de lâmpadas e balões feitos de papel e fogo, todos brilhando no céu como estrelas.
- O que nosso pai diria se estivesse aqui? - Perguntou Daemon com um ar de paz.
- Provavelmente diria: mais herdeiros Blackwood para continuar nosso legado. - Respondeu Lexa tentando imitar falhamente seu pai. - Ele está voltando?
- Já enviei uma carta para as tropas de nossos pai, acredito que estão a caminho.
- O que vai fazer? - Anya deu um tapa nas costas de sua irmã. - Agora que sabemos que estão marchando contra nós.
- Eu vou esquecer essa guerra por alguns minutos e eu vou está com meus filhos e com minha mulher, encontro vocês mais tarde. - A rainha secou a taça e partiu em direção ao seu quarto. - Ate mais.
Depois que a rainha já havia desaparecido e não restava ninguém, Daemon resolveu abrir a boca e falar:
- Acha que essas luzes estariam no céu se Lexa soubesse a alguns anos do nascimento de Assef?
- Lexa não pode saber desse garoto nunca, além do mais quem garante que é realmente filho da Lex? - Anya suspirou balançando a cabeça negativamente. - Tudo que sei é que Costia era uma prostituta de bordel e a paternidade desse garoto é facilmente questionável, então é bem pouco provável que o garoto seja realmente filho dela.
- Ela mandou ele pro ninho.
- E dai? - Anya franziu a testa.
- Ele vai morrer.
- Só se não for um guerreiro de verdade.
- Achei que você sendo filha bastarda iria gostar de um sobrinho bastardo. - Brincou o príncipe sem muito pudor.
- Esse garoto não merece sofrer aqui, vê como Clarke olha pra ele? Ninguém merece algo assim, ele está melhor onde está. Apenas isso.
- Bem, acho que isso não será possível. - Ao longe as lâmpada começavam a ganhar o horizonte ou a se apagar. - Lexa mandou que Syrio o treinasse no ninho e é inverno lá. Sabe o que acontece no inverno lá?
- Se é assim que vossa majestade deseja, não temos que contrariar.
- Vossas Majestades.- Corrigiu Daemon em um sorriso. - Não se esqueça de que a Rainha Clarke também é bem poderosa por aqui.
- Vamos logo, chega de conversa. - A princesa puxou seu irmão deixando sua taça de vinho lá parada e completamente cheia. - Nosso amigo Griff, ou mais que isso pra você esta chegando finalmente.
- Cale a boca Anya, sou um homem casado agora.
- Cinco meses e sua mulher ainda não está grávida. - A princesa voltou-se pro seu irmão confusa. - Quando tempo acha que vai levar pra todos perceberem que a barriga da sua princesa não cresce?
- Quanto tempo vai demorar pra você trazer uma criança a esse castelo? - Retrucou o príncipe.
Os dois resolveram parar de se confrontarem por uma boa causa, se não parassem resolveriam suas desavenças numa luta e Lexa não queria nenhuma luta nos próximos dias, quando o exército ficaria finalmente pronto e todos avançariam contra Lord Claus e Lord Ironside.
Esse homem, Lord Artur Ironside e o dono das terras de sempre inverno, além dos domínios de Hélios, bem depois do vale do ninho da águia. Ironside é conhecido por ser impiedoso e um tirano no meio da batalha, sequer respeita seus próprios soldados e sempre invejou as terras de Hélios por ter um solo fértil e abundâncias de alimentos, e animais. Se tivesse a oportunidade de conquistar um reino ele iria toma-lo, mas antes teria de passar pelos Blackwood e acredite eles não são poucos.
- Não estou vendo ele. - Disse Daemon eufórico. - Não devia ter chegado já?
- Tenha calma. - A princesa segurou o cabo da sua espada e continou a olhar o horizonte do Norte. - Tenho certeza que ele virá, não precisa ficar com tanto medo assim.
- Medo? - Esnobou o príncipe loiro, imponente como sempre. - De que eu teria medo?
- Que Griff não volte, que Griff não lhe queira. - Ao olhar melhor a impaciência de seu irmão Anya deduziu. - Que ele saiba que você casou com uma mulher.
- Não seja louca.
- Ali, lá esta ele. - A comitiva se aproximava com rapidez e os cabelos azuis de Griff eram inconfundíveis, aparentava esta mais forte e com mais raiva. - Agora entendo por que você o ama.
O jovem Griff não parecia mais tão jovem assim, a barba havia crescido dos cabelos também, estavam mais azuis que nunca, isso era um charme que só ele tinha. E quando desceu do cavalo na frente de um exército com o estandarte do seu pai, Anya compreendeu tudo. Griff deixou de ser um garoto, era um capitão como seu pai.
- É um prazer reve-lo amigo. - A princesa apertou a mão de Griff. - Sinto muito por sua perda.
- Não sinta, sinta pelos nossos inimigos. Vou mata-los. - O capitão passou por Daemon sem se importa com o antigo amante. - Onde está minha rainha?
- Com os filhos, acabaram de nascer. - Respondeu Daemon num sussurro quase impossível de escutar.
- Ela vai me matar por não chegar a tempo.
- Por que demorou tanto? - Anya caminhava ao seu lado contente pelo amigo.
- Porque minha querida, eu acabei me casando com Ubbe e estavamos tão maravilhados com as terras que encontramos que acabamos ficando mais tempo que devia.
- Você casou com Ubbe? - O príncipe puxou Griff pelo braço estava nervoso e com ciúmes, não queria que a notícia fosse verdade. - Como pôde fazer isso comigo?
- Eu não fiz nada com você seu príncipe arrogante. - O capitão puxou seu braço livrando-se das garras do ex amante. - Quando eu sai daqui você estava prometido para alguém, o que queria que eu fizesse? Esperasse você tomar coragem? Você nunca ia fazer o que prometeu Daemon, só liga para o seu luxo.
- Eu odeio você Griff, esta provado que não sabe nada sobre mim. - O príncipe pegou sua adaga na cintura e cortou de uma só vez sua trança rompendo a promessa e entregando a Griff. - Espero que seja feliz com aquele bruto.
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Clarke ainda estava dormindo quando Lexa entrou no quarto, seus filhos dormiam juntos no mesmo berço. A ama disse a Lexa que tentou separa-los, mas eles sempre começavam a chorar quando estavam distantes e a única solução era deixa-los juntos, então a rainha disse que trouxessem um berço maior para os dois dormirem juntos.
Os dois bebês dormiam tranquilamente, sem aparentar que a algumas horas atrás estavam vindo ao mundo com barulho. Embora fossem gêmeos, os dois não eram tão parecidos, a menina tinham o cabelo preto como Lexa, mas seus olhos nutriam os oceanos azuis de Clarke. Ivar, o menino era parecido com Clarke, pele clara e um choro forte, olhos azuis e cabelo loiro. Já Anivar era quieta e silenciosa como Lexa, mas a pele morena como a de Clarke dava espaço para o sinal de nascença que Lexa tinha.
- Você devia pega-los. - A voz pesada e cansada de Clarke soou para Lexa. - São seus filhos, não devia ter medo.
- Não me deixaram pega-los. - A rainha não tirava os olhos dos gêmeos. - A ama disse que poderia derruba-los.
- Pegue eles, traga-os pra mim. - Devagar e com dor a loira conseguiu se sentar na cama. - Quero amamenta-los.
- Minha mãe já encontrou uma mãe de leite pra eles, não precisa amamentar se não quiser.
- São meus filhos Lexa e eu vou amamenta-los e ninguém vai fazer isso por mim.
- Tudo bem, tudo bem. - A rainha se rendeu finalmente aos desejos de Clarke e pegou um de seus filhos que já havia acordado. - Ai está você meu garoto lindo.
- Deixe-me vê-lo. - Clarke se esticou para apreciar seu filhos nos braços de Lexa, era realmente lindo a forma como ela o segurava com medo de que fosse cair. - Vocês são lindos juntos.
- Pegue, vou buscar Anivar. - O garoto passou para os braços de Clarke e ela sorriu ao vê seu menino abrir os olhos. - Disseram que eles não ficam separados.
- Então não vamos separa-los.
A rainha pegou sua menina um pouco mais confiante dessa vez, e sentou-se ao lado de Clarke. As duas permameceram juntas enquanto a loira amamentava seus bebês e Lexa sorria a cada reação das crianças.
- Vê? Já está pegando o jeito. - Observou Clarke ao notar sua esposa brincando com Ivar enquanto alimentava a menina.
- Talvez. - A rainha beijou a testa da loira e sorriu. - Obrigada por me fazer feliz.
- Vai me agradecer a cada instante? - Mais sua felicidade durou pouco quando viu que Lexa não sorria com ela. - O que aconteceu?
- Eu tenho que ir, Griff voltou e logo estarei marchando contra York.
- Já? - A rainha estava aflita. - Enquanto a Daeron? E o traidor? E minha mãe?
- Meu tio já esta preso, ele irá responder pela lei sulista. Ele é seu. - Disse a Rainha tristonha. - Eu não tive notícias de meu pai, talvez eu encontre com ele. Mas minha mãe e Anya ficarão aqui para te ajudar a governar, voltarei em breve.
- Não vá. - Pediu a loira entre lágrimas. - Eles acabaram de nascer, não vá. Anya e Daemon podem cuidar de tudo.
- Se eu não lutar com meus homens como posso esperar que eles me respeitem? - A rainha levantou com o garoto nos braços. - Sinto muito, mas eu tenho que ir. Nossos filhos vão esta mais seguros onde eu não esteja. - Depois de deixar seu filho no berço novamente Lexa suspirou e voltou-se para Clarke triste e se sentindo derrotada pela tristeza de sua esposa. - Eu vou voltar, eu prometo e prometo cuidar dos nossos filhos com você.
- Eu amo você.
- Eu amo vocês tambem.
- E Lexa? - Clarke impediu que ela saísse e a puxou de volta para a cama. - Estamos bem?
- Claro que sim amor.
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Enquanto todo o castelo se reunia para a guerra, Raven mantinha Anya presa em seu quarto e não permitia que ela saísse. Na verdade Anya não ia sair do castelo, mas com a briga de Griff e Daemon, Lexa achou melhor que o irmão ficasse no lugar e Anya fosse com ela.
- Por que você tem de ir? - Raven estava sentada vendo Anya se arrumar. - Não acredito que Lexa mudou de ideia.
- Vamos encontra Ubbe em breve e Lexa não quer que ele e Daemon se matem por causa de Griff. - Os braceletes foram postos por cima da camisa de algodão e bem presos. No braço esquerdo Anya pôs uma faixa vermelha pelo luto da traição. - Desculpa, mas minha irmã precisa de mim.
- Venha aqui. - A princesa obedeceu sua esposa e sentou do seu lado. - Promete que vai voltar pra mim?
- Eu não…
- Eu sei, eu sei que você não gosta de promessas. - Raven sentou-se no colo de sua esposa e a olhou nos olhos. - Mas por favor, volte pra mim, não morra lá.
- Não vou.
- Promete?
- Ta, eu prometo. - Anya se rendeu ao charme de sua esposa e a beijou com desejo. Pôs a mão na sua nuca e aos poucos, girou seu corpo deitando Raven na cama. - Eu preciso ir.
- Espere. - A irmã de Clarke prendeu sua esposa mais alguns instantes na cama. - Leve o Griff.
- O cachorro? - No instante o animal pulou em cima da cama e lambeu o rosto de Anya, estava grande, grande demais pra contar. - Tem certeza que quer que eu o leve pra uma guerra?
- Sei que vão cuidar um do outro. - Afirmou a princesa. - Além disso, Clarke irá manda-lo pros canis se pegar ele de novo quarto delas.
- As crianças? - Suspirou um instante enquanto Raven confirmava com a cabeça. - Tudo bem amigão, você foi convocado para a guerra. Vamos lá.
Depois de se despedir de Raven e assegurar bem que sua esposa não sentiria sua falta, a princesa partiu para o encontro de sua irmã, mas antes precisou passar no quarto de Clarke e vê seus sobrinhos. Anya teve que prometer não deixar Lexa se machucar porque Clarke a ameaçou com uma das adagas da irmã e não restava duvida que seu instinto de mãe falava mais alto que qualquer coisa.
Judith estava apertando as bochechas de Lexa quando Anya a encontrou, era engraçado a cena, mas saberia que isso aconteceria com ela também.
- Estou orgulhosa de você minha sobrinha. - A tia puxou as bochechas de Lexa uma ultima vez. - Não imaginava que você finalmente iria tomar jeito, mas vejo que Clarke lhe fez um bem enorme.
- É verdade. - Respondeu a rainha num sorriso tímido. Lexa usava uma coroa simples, não gostava da extravagante coroa de ferro e ouro e obtou pelo anel de ouro em torno de sua cabeça. - Tia por favor, cuide de Clarke, ela está com um temperamento difícil e minha mãe pode acabar cansando ela.
- Obrigada por me avisar. - Anya mostrou seu pescoço sangrando quando se aproximou de sua irmã. - Ela foi muito simpática comigo.
- Não se preocupe, eu e Clarke somos amigas e eu vou cuidar bem dela. - Mentiu tia Judith na tentativa de acalmar Lexa. - Está na hora de irem.
- Lexa, você precisa vê algo. Agora. - Daemon puxou as rédeas do cavalo e saiu a galope.
As duas saíram correndo em disparada na tentativa de encontrar o irmão, o que não demorou muito. Longe do castelo, longe da cidade o acampamento estava aterrorizado e todos abriram caminho para a rainha e seus irmãos.
Quando Anya se aproximou não acreditou no que viu, não era possível ser verdade. O velho Daeron deitado em uma cama improvisada, cuspindo sangue a todo instante.
- Pai, o que houve? - A rainha se ajoelhou diante seu pai. - Esta sangrando.
- Todo homem sangra filha. - O velho puxou sua herdeira para mais perto. - E eu estou indo encontrar com os Deuses, eu morri lutando filha.
- O que? - Ninguém entendeu nada do que se passava ali e os príncipes esperavam alguma resposta. - Do que ele esta falando?
- Houve um ataque enquanto as luzes cobrim o céu.- O soldado respondeu e abaixou a cabeça. - Sinto muito.
- Anya? - Chamou Daeron em seu leito de morte. - Você foi a melhor coisa que eu já fiz, por favor me perdoe não ter sido um bom homem para sua mãe, mas tentei ser o melhor pai pra você.
- E você foi pai. - Disse entre lágrimas.
- Diga ao estúpido de Lincoln que ele é uma perda de tempo, mas eu o amo. - Daeron estava se despedindo, já podia vê as luzes do outro lado o chamarem. - Daemon você é um tolo, o amor é mais importante do que o luxo.
- Eu odeio você por estar certo. - O príncipe empurrou vários soldados e saiu desesperado para qualquer lugar.
- Lexa deixe que eu faça uma coisa certa na minha vida. - O velho pegou a mão de sua filha e a apertou forte, ainda estava enfaixada graças aos apertos de Clarke. - Aquelas luzes foram muito bonitas, não pude vê meus netos, mas sei que são lindos e fará deles grandes guerreiros, mas não esqueça do bastardo.
- Bastardo?
- Esta delirando. - Anya tentou, mas recebeu um grito de seu pai, eram suas últimas forças.
- Todos esconderam de você, mas você merece saber. - O ar já estava lhe faltando quando disse uma última vez. - O menino é seu filho.
- Que menino?
- O garoto que sua…
- Já chega. - O ancião fez sua parte e calou o rei cessando seu sofrimento. - Não é o momento pra isso Lexa, você deve partir agora. Permiti que se despedissem dele, mas não vou permitir mais questionamentos. Vão.
A rainha conscientiu sentindo um pesar no seu peito, "menino? Que menino?" Lexa jamais fez ideia de que teria um filho, jamais pensou em filhos antes de Clarke e isso deixava sua cabeça totalmente confusa, mas como o ancião dissera: Não era tempo para questionamentos.
- Vamos marchar, não temos tempo a perder. - Montou no seu garanhão e se despediu de seu pai uma ultima vez. - Anya?
- Sim?
- Dê um funeral digno a ele, e diga a Clarke que meu tio responde por mais esse crime. - As lágrimas rolaram por seu rosto e todos viram a rainha chorar. Daeron merecia pagar pelo que fez, mas não deveria ser assim e agora Lexa não tinha ninguém para se amparar, tinha uma guerra a vencer. - VAMOS EMBORA.
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