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História As desvantagens de conhecer Kim Taehyung - Convidado inesperado e beijinhos de coelhinho.


Escrita por: httpaozinha

Capítulo 2 - Convidado inesperado e beijinhos de coelhinho.


Fanfic / Fanfiction As desvantagens de conhecer Kim Taehyung - Convidado inesperado e beijinhos de coelhinho.

Pra começar, eu preciso esclarecer algo de extrema importância. Essa não é uma história feliz, então se está aqui à procura de algo concreto e talvez, duradouro, caia fora antes que se decepcione.  

Até onde foram meus conhecimentos, eu nasci em Incheon, Coréia do Sul. Libriana, magra, cabelos longos e extremamente lisos, opacos. Minha vida foi razoavelmente comum, até tudo se tornar um caos e ir por água abaixo. A vida de princesa que eu costumava levar, o castelo de cartas caiu em ruínas. 

Papai e mamãe morreram quando eu completei quatro anos, vítimas de um incêndio. Felizmente (ou não), nosso nível de intimidade era razoavelmente baixo, visto que eles passavam seu tempo se matando em trabalho, e o tempo que não estavam em seus escritórios, estavam em algum avião viajando para algum lugar que eu nunca soube qual.

Assim que meus pais morreram eu tive a sorte de ser adotada por uma família conhecida deles. Essa era aquela típica de comercial de margarina, um casamento perfeito, riquezas, dotes, o filho pródigo etc.

Infelizmente, eu não fazia parte desse meio, nunca fiz e nem fazia questão de fazer, mas, a vida, cruel como só ela sabe ser, resolveu aprontar mais uma de suas artimanhas e fazer com que eu me fodesse legal e meu futuro foi unido a de um lar que obviamente não me queria ali.

Um pouco antes de eu ir morar com eles, acabei descobrindo que o marido da Sra. Kim (a dona da grande mansão onde eu passei a morar) não tinha gostado muito da ideia de ganhar uma afilhada, isso acabou virando um belo divórcio, por minha causa, claro. Os dois se separaram, e ele levou o único filho deles junto, nunca vi a cara desse moleque, porque quando eu cheguei na nova "casinha", não tinha mais nenhuma recordação deste, mas também, nunca me interessei em conhecê-lo. 
   

Fui recebida e criada muito bem por ela, que me deu muito carinho e teve muita paciência com a pessoa que eu era, alias, nunca tive um gênio muito receptivo.

 Minha infância foi praticamente, digamos assim, normal?

Entrei na escolinha, e no fundo eu sabia que lá não era um lugar no qual eu conseguiria me adaptar muito bem, e realmente foi assim, a garotinha que perdeu os pais deixada de canto por seus coleguinhas. De forma alguma eu não fazia questão de me preocupar com isso, exceto, pelo fato de que, assim que eu me vi presente naquele lugar que os mortais costumam chamar de escola, eu tive que conviver com uma pessoa que fazia questão de me azucrinar a vida.

Bom, é aí que minha história com Taehyung começou. A pessoa que me inspirou a criar essa gigante lista de desvantagens. 

Todos me achavam louca, e porque não achariam? Eu simplesmente não conseguia ficar, nem por um dia sequer, sem arranjar encrenca com um garoto que não me fazia absolutamente nada, era isso que eles pensavam e diziam. 

Taehyung era uma criança doce e carismática. Eu gostava de observar seu sorriso quadrado e ele sempre me trazia maçãs.

Até o dia em que ele resolveu que não era meu amiguinho e não gostava de mim. Foi assim que começou nossa rivalidade infantil que trouxe uma penca de dor de cabeça para nossos pais.

 [...]

 Naquela manhã o sol não queria dar o ar de graça e muito menos eu. Ah, uma dica: se for ter prova, aconselho que durma cedo e não fique até a madrugada mexendo em coisas desnecessárias. Anota aí! Te priva de olheiras e uma dose de enxaqueca.    

Minha mãe pediu para que eu descesse e me alimentasse e bom, essa ideia parecia ótima pra mim. Corri feito um cão quando vê bife e mamãe me repreendeu.

— Querida, não corra. 

— Desculpa.

Ela estava com algumas poucas olheiras debaixo dos olhos, talvez pelo cansaço.

— Preciso falar um pouco com você, pode ser? - dei um beijo em seu rosto e tomei meu café, bebericando uns poucos goles.

— Claro o que foi?

— Sei que eu nunca toquei muito no assunto, mas você sabe que eu tenho um filho e bom, o pai dele pediu pra que ele viesse passar um tempo conosco. - franzi o cenho - Tudo bem pra você? Já tenho falado com ele há algum tempo e ele parece animado, tenho certeza que vocês vão se dar bem. 

— Ah, eu espero que sim. Não iria ficar brava por causa disso. - Engoli meu café e fui em direção à porta - Não se preocupe, vai dar tudo certo. Mas, só por curiosidade, o que aconteceu?

— Ele se meteu com o que não deveria. - tal afirmação me deixava inquieta e um pouco apreensiva.
   

Admito que fiquei meio intrigada com essa noticia, alias, quem será esse misterioso filho da grande Sra. Kim. Filho esse que ela nunca sequer ousou me falar, nem um nome, uma foto. Nada.

[...]

 Deixei meus pensamentos fluírem enquanto me dirigia para a escola. Eu gostava de caminhar, por mais que eu quisesse um carro, era incrível a sensação do vento batendo no meu cabelo e vez ou outra, eu colocava meus fones e ficava me imaginando em algum clipe, era engraçado. 

A escola ainda estava vazia, mas ao longe eu já conseguia ver uma cabeleira que sempre me agradava pela manhã, Jeon Jeongguk. Conheci-o na mesma época que Taehyung, logo que ele parou de me perseguir, Jeongguk começou a ser meu amigo.

— Bom dia. - disse animada.

O garoto sorriu deixando a mostra seus dentinhos avantajados, fofos. — Você chegou cedo. 

— Eu pensei que estivesse atrasada. Aigo!

— Está com uma cara preocupada, o que foi?

— Mamãe conversou comigo antes que eu saísse. Nada importante. - respondi.

— É tão infantil ver você chamando ela assim, e nem sua omma ela é.

— Eu a chamo do que eu quiser, coelhinho.

Eu gostava da forma como eu e Jeon éramos íntimos, não havia malícia, havia confiança. Eu não tinha receios de estar perto dele de uma forma que eu me sentisse confortável e sempre foi assim. Eu pagaria pra ver o dia em que Jeon me tratasse diferente, ele apenas gostava de me ver bem, feliz, completa.

— Vamos?

— Sim!

Caminhando um pouco e sem assunto algum, lembrei-me de quando a diretora havia nos dito que um novo aluno chegaria em breve.

— Aliás, você viu se chegou o aluno novo? 

— Aluno novo?

— Na verdade ele não é novo, ele é bastante popular aqui e conhece todo mundo.

— Deve ser algum ex-aluno transferido.

— Talvez.

— Estranho um aluno ser transferido pra cá a essa altura do campeonato, já está quase terminando o ano.

— Parecem conhecer ele, talvez ele seja rico. Essas pessoas são todas interesseiras. Mas em relação à ele se mudar para cá bem no fim do ano, eu fiquei sabendo que é porque ele já estudava em outro lugar. Intercambista, ou algo assim.

 Caminhamos rumo a nossa sala, enquanto jogávamos conversa fora. Uma multidão de alunos faziam alvoroço na porta da diretoria e logo a coordenadora saiu, junto com um aluno. Familiar, muito familiar.

— Acho que é ele. - Afirmei e o Jeon balançou a cabeça. - Qual será seu nome?

Uma garotinha do primeiro ano puxou minha blusa. — Taehyung.

Senti meu coração pulsar forte no momento em que eu ouvi esse nome amaldiçoado, nome esse que me fazia tremer na base. Mas o mundo não seria tão sacana assim? Seria?

— Jeon... O nome dele - engoli seco - é Taehyung?

Notei um olhar aflito da parte do mais velho.

— Por quê?

 — Jeon? - disse nervosa - Isso não pode ser verdade.

— O que você tem?

Nervosismo coelhinho, nervosismo. Uma dose alta de neurose e uma porção gentil de desespero. Ótimo. 

Trocamos olhares cúmplices, olhares esse que foram quebrados por certas algazarras.

— Cacete!

Antes de terminar a frase um castanho esbarrou em meu ombro, de um sorriso tão cativante, mas ao mesmo tempo com um tom de arrogância que fez com que minha alma de enchesse de raiva. Raiva e medo. E aí eu tive certeza absoluta, o universo me odeia.

— Olhe por onde anda garotinha.

E foi ai que eu surtei. Foi aí que eu me lembrei de tudo que já havia acontecido de ruim na minha vida, e que 50% disso, era voltado pra ele. Ok, ok, pode parecer drama, mas eu juro que não é. Quando nós brigávamos e a escola ligava para mamãe, ela sempre me colocava de castigo, sendo assim, a maior parte da minha infância foi presa dentro de um quarto sem televisão e sem sobremesa depois do jantar. Valeu aí, mundo.

— V-Você?

Quando eu acho que minha vida não podia me surpreender mais, eu esqueço que ela é uma caixinha de surpresa e sempre vai dar um jeito de me ferrar. Que maravilha.

— Saudades? 

— Com certeza, panaca.

— Ah bonequinha, não sabe a falta que eu senti de você. 

Taehyung e seu ar arrogante me faziam querer sair correndo e gritar por ai.

— Não brinque comigo... - ele me puxou pelos pulsos, apertando bem firme - Você não sabe do que eu sou capaz e com certeza, você não iria gostar de me ver irritada. 

— Velhos hábitos nunca mudam garotinha. 

— Jamais. 

Soltei meus pulsos de suas mãos, os mesmo vermelhos e inchados pela força depositada no local. Mordia meus lábios inquieta pela forma como havia sido tratada. Engraçado como nem o tempo consegue mudar a personalidade podre e arrogante de um idiota.

Jeongguk me olhava preocupado, apenas sorri para que ele desse conta de que ficaria tudo bem. Pelo menos era o que eu esperava.

— Sabe o que te acalmaria? - Seus braços fortes rodavam minha cintura me levando pra perto de si.

— O quê coelhinho?  - alguns beijos carinhosos e macios trilhavam meu pescoço, junto com um arrepio gostoso.

— Amo como me chama. 

— Não me deixa curiosa. 

— Pizza. 

Sua carinha redonda e seus dentinhos esbanjavam fofura, que sempre acabava me fazendo ceder. Fofo. Muito fofo.

— Ok, ok... Eu vou sim, desculpa pela falta de controle, você sabe que não é por sua causa, coelhinho. Só não posso voltar tarde que hoje o filho da minha mãe vai voltar do exterior e ela queria que eu estivesse lá, sabe? Pra dar as boas vindas.

— Não se preocupa, só quero que você relaxe um pouco. - acenei com a cabeça, concordando.

A aula não tardou a acabar e admito, minha cabeça não conseguia focar nem por um segundo nela. Só conseguia focar no furacão Taehyung. Vi que todos se levantavam e saiam, eu estava tão distraída que nem consegui ouvir o sinal tocar. Jeongguk fez sinal para irmos. Logo no portão eu avistava a praga, cercada de meninas em volta dele. Baba ovos. Não podia deixar que aquilo me afetasse. Pegamos o ônibus e fomos até sua casa.

[...]

Ir na casa do Jeon era bom,  sempre tão organizado. Me lembrava da época do jardim, quando as babás me traziam aqui para brincar com ele. Aquelas memórias sempre foram agradáveis pra mim e, quando eu estava com ele, me sentia completamente segura.

— Tinha me esquecido que agora você tá morando sozinho. Sinto falta da época que a gente brincava de pega-pega. - cada resmungo que eu dava trazia um ar melancólico para Jungkook, nostálgia talvez. 

— É, também sinto falta daquela época. Era tudo tão, sei lá... Mais fácil.

— Lembra quando a gente saia correndo e sua mãe nos xingava dizendo que a gente ia se machucar? 

— E então quer reviver os velhos momentos? - Se aproximando sorrateiramente de mim, Jeon começou a correr feito um garotinho. 

— Para Jeon!

Meu riso escapa involuntariamente. Corremos desenfreados por todo o canto de sua casa, vez ou outra esbarrando em algum objeto e derrubando o mesmo no chão.

 A brincadeira acaba tomando um rumo diferente logo quando ele cai em cima de mim. Seus braços fortes em torno da minha cabeça, sua respiração descompassada, suas orbes negras fixadas as minhas. Meu coração batia forte como uma bomba e, por um segundo, tive medo que ele pudesse ouvir e saber o quanto eu estou nervosa.

— Jeon... - o mais velho suspirou alto e fechou os olhos ao ouvir seu nome ser pronunciado em um sussurro.

— Hm?

— Seu braço. - Ri anasalado - Não tem pelo nenhum.

Jeon gargalhou e trocamos algumas conversas sem rumo. Certa hora ele já havia cansado de ficar em cima de mim e se jogou ao meu lado, tomando minhas mãos, acariciando e automaticamente me fazendo esquecer tudo. Me colocando em uma bolha. 

— Você mudou... - diz Jeon.

— Como assim? 

— Eu sei lá, você esta diferente.

— Diferente?

- Sim. - sussurrei retribuído seu toque.

—Tá nervosa?

— Eu sempre estou, coelhinho.

— Relaxa.

— Não consigo, desculpa. - suspirei fundo preenchendo todo meu pulmão. - é horrível me sentir assim.

E foi aí que meu mundo desabou mais uma vez naquele dia. Foi quando ele me puxou pra perto, quando ele fez meu coração acelerar, foi no momento em que ele segurou meu rosto e me deu um beijo na ponta do meu nariz que muito em breve partiu pro meu pescoço. Jeon conhecia meus pontos fracos, Jeon me conhecia. Ele sabia o que fazer e fazia muito bem. Cada mordiscada, cada murmúrio inquieto, tudo, tudo deixava aquilo mais excitante e menos eu tinha vontade que ele parasse. Eu revirava os olhos em deleite cada vez que o garoto mordiscava ou passeava sua língua no lugar onde ele sabia muito bem que me delirava. E estava indo tudo bem, estava mesmo, mas quando uma crise hormonal bate, é hora de afastá-lo.

— Jeon! Chega...

— Me desculpa, eu sou tão idiota. - lhe dei um beijo receptivo e o agradeci com um abraço. 

— Tudo bem, apenas vá ao banheiro resolver isso, coelhinho. 

— Não ia fazer nada com você. 

— Eu confio em você.

Depois que ele resolveu suas "crises" o clima pesou, mesmo que eu não quisesse, e já estava mais do que na hora de eu ir para a casa.

— Eu preciso ir Kook... Tudo bem? Vamos deixar a pizza pra outro dia... É uma promessa.

— Tudo bem. - ele franze o cenho abaixando um pouco a cabeça, estava se sentindo culpado.

[...]

O caminho para casa nunca foi tão longo, pensativo. Jeon sempre soube como me fazer bem, me fazia me sentir desejada, mas algumas vezes eu sentia que rolava algo a mais. 

A casa toda apagada dá a entender que todos já estavam dormindo e, que pelo visto o tal filho da Sra. Kim não deve ter chegado ainda. A ideia de tomar um delicioso banho é algo atrativo pra mim. Subo as escadas, tomo um banho bem relaxante, tento esquecer o que aconteceu hoje, tentativa falha. O dia agitado fez eu me sentir exausta e muito necessitada da minha cama. Pego a toalha, me enrolo e subo pro quarto. 

O que me surpreende é ver que as luzes ligadas, como se tivesse alguém... E realmente tinha.

 

 

Querido diário, 
Hoje eu relembrei como é sentir-se imponente.

 

 



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