História As Long As You Love Me - All bad.

Acordei com as costas frias e com a claridade da manhã a bater-me na cara. O meu livro de leitura estava aberto ao lado da minha cabeça e tinha o meu casaco de malha por cima das minhas pernas. Ainda estava na varanda. Tinha adormecido lá , na noite anterior e nenhum dos meus pais se preocuparam comigo.
Olhei para o telemóvel que ainda estava a dar musica para os fones e vi as horas. Sete e meia da manha. Levantei-me rapidamente já com pressa e fui até ao meu quarto preparar a minha roupa antes de ir tomar um banho. A casa estava estranhamente silenciosa para estas horas da manha e decidi descer as escadas de madeira que rangia a cada passo que dava.
Não se ouvia o microondas a aquecer o leite para o pequeno almoço do meu pai , nem as torradas da minha mãe a serem feitas.
- Mãe ? Pai ? - Chamei à porta da cozinha. - Alguém ?
Depois de falar , o silencio instalou-se novamente na grande casa provavelmente vazia.
Um papel com a bonita letra da minha mãe encontrava-se em cima da mesa de mármore bem no centro da cozinha.
" Bom dia Cristal , eu e o teu pai fomos a uma reunião e voltamos tarde. O dinheiro para o teu jantar está em cima da cómoda do teu quarto. Deita-te às dez e não te esqueças de fechar a janela da varanda. Beijinhos ,
Mãe e Pai. "
Pousei o bilhete novamente na mesa e meti a minha mala às costas , seguindo caminho até à minha escola que ficava a uns quarteirões de minha casa.
" Mais um dia igual aos outros. Mais um dia em que a solidão irá tomar conta de mim. Estou cansada desta rotina de casa-escola e escola-casa. É tudo sempre igual. Tudo tão , sei lá , aborrecido. " - pensei.
A musica "all bad" de justin bieber repetia vezes e vezes sem conta nos meus ouvidos. Aquela voz doce acalmava-me os pensamentos que me atormentavam todos os dias.
- Bom dia , menina Ross. - cumprimentou-me simpaticamente a funcionaria que estava no grande portão velho da minha velha escola.
Dei-lhe um pequeno sorriso e continuei o meu caminho até à biblioteca escolar onde me sentei na mesa mais afastada da porta. A mesa mais discreta da biblioteca.
- Desculpa , posso sentar-me ? - uma voz soou junto do meu ouvido o que me fez saltar de susto.
Um rapaz alto e loiro olhava-me com os seus olhos um pouco tapados por a sua franja um pouco grande demais. Ele sorria-me , certamente , à espera da minha resposta.