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História As Novas Vidas Secretas de Sweet Amoris - Ex-vice-representante


Escrita por: CandyBabe

Capítulo 8 - Ex-vice-representante


"O que torna a dor do ciúme tão aguda é que a vaidade não pode ajudar-nos a suportá-la." (Stendhal)

 

Estávamos em Sweet Amoris, hora do intervalo. Eu poderia estar ocupada com um pote de sorvete que eu trouxe de casa para ser o meu almoço, mas não, imagina, eu preferia arrastar a droga de um menino de dezessete anos para uma sala de aula e ficar gritando com ele durante todo o tempo que eu tinha livre.

Ah, claro, contexto.

Como eu já devo ter dito, o Erik é meio que a versão do Castiel nessa nova geração. O Castiel, apesar de ter sido meu namorado por quatro anos, não era o exemplo de doçura e de tato para com relações sociais, e com isso eu quero dizer que ele nunca soube muito bem como conversar com seres humanos. O Erik era a mesma coisa, ele mal conseguia conversar com alguém sem passar a pose de “foda-se você, eu estou ocupado demais não me importando” e isso irritava algumas pessoas, assim como me irritou quando eu e Cassy tínhamos dezessete anos.

Agora um pouco mais de contexto, na mesma turma que ele havia uma menina chamada Amber. Note eu falei “Amber” e não “Ambre”. Amber, também era loura e deslumbrante, assim como a irmã gêmea idiota do Nathaniel, mas, pela graça divina, ela era anos-luz mais inteligente e comprometida, e gentil também, em verdade, ela lembrava muito mais o Nathaniel com dezessete anos do que a Ambre.

Qual é a questão, essa menina, assim como o Nathaniel odiava o Castiel, também odeia o Erik, e ela não tem vergonha nenhuma de brigar com ele no pátio por causa de alguma idiotice que ele fez, assim como eram o Nath e o Cassy. Infelizmente isso era problema meu por que eu passei por perto enquanto eles estavam brigando, e ficaria feio se eu não fizesse alguma coisa.

Lynn professora em ação.

- Você parece que se esforça para arruinar o meu dia. - eu disse para o Erik, depois de pegá-lo pelo braço e sair arrastando ele até minha sala de aula. - Tem alguma coisa que você faz, Erik, que não seja irritar alguém?!

- Não é justo! - ele respondeu cruzando os braços. - Foi ela quem começou!

- Não interessa, idiota, você não pode simplesmente bater boca com uma garota dez quilos mais leve que você e esperar que as pessoas só assistam. - irônico eu dizer isso, por que na época em que eu estudava ali, as pessoas pareciam ir pegar pipoca para assistir quando eu brigava com o Castiel.

- E o que eu deveria fazer?! Ficar calado enquanto ela fala mal de mim? - pelo o que eu observei, a Amber só observou como ele estava mais frequente nas aulas do que antes, e o Erik, como o bom substituto do Castiel que era, interpretou isso errado e começou uma briga.

- Você deveria ignorá-la. - eu disse.

- Ah, sério? - ele falou com ironia.

- Não, é sério. - eu me sentei na carteira em frente a de onde ele estava sentado. - Se você realmente que enlouquecer uma garota como a Amber, ignore-a.

- Ela rezaria uma missa de gratidão se eu deixasse ela falar tudo o que quer de mim.

- Não, ela vai se mutilar de tanta raiva e depois vai te deixar em paz. - aquela lógica era tão óbvia pra mim que era quase um insulto eu ter que explicar aquilo para aquele garoto. - Você não vive se esforçando para não se importar com ninguém? Comece daí.

- A senhora realmente acha que eu deveria ignorá-la?

- Dê de ombros pra tudo que ela te falar. - eu disse. - Você vai ver como vai ser muito melhor do que começar a gritar com ela. - funcionava para o Castiel e me deixava louca, duvido que não funcione para ele também.

O garoto ficou em silêncio, como se tivesse descoberto uma maneira de fazer fusão a frio com uma caixa de giz de cera ou coisa parecida e eu suspirei. Antes de qualquer um de nós dois pudesse voltar a falar, alguém entrou na sala de aula.

Era a senhorita Melody, a perfeita ex-vice-representante de turma. Ah, só de pensar que eu vou passar uma semana olhando para a cara dela em uma área de camping isolada do resto da sociedade... São incontáveis os pensamentos homicidas que invadem minha cabeça.

- Estou interrompendo, professora? - ela disse sorrindo. A bendita provavelmente veio falar comigo agora por que sabia que, na frente de alunos, eu não a mandaria ir pro inferno.

- Não, imagine. - eu olhei pro Erik e o vi se encolhendo. - Nós já terminamos aqui, não é rapaz?

- Sim senhora. - ele se levantou e saiu da sala como se tivesse um demônio invocado no canto.

A Melody o observou sair com a mesma pose que ela fazia quando tinha dezessete anos, com as mãos juntas em frente ao corpo. Ela não tinha mudado nada desde que nos formamos, continuava a ser a garota perfeitamente alinhada, vestida e maquiada em todas as perfeitas proporções para imprimir a imagem boa professora, boa noiva e boa mulher como um todo. Ah, como eu sentia vontade de arrebentar uma cadeira na cara dela.

Claro, contexto que explique esse meu ódio por ela, mas haverá tempo para isso mais tarde.

- Ele é um garoto difícil. - ela disse sorrindo. - Mas acho que você tem experiência com eles, não?

Era para aquilo ser uma piada? Por que a única risada que eu dei foi por que me imaginei quebrando uma cadeira nela.

- O que você quer? - eu massageei minha têmpora. - Eu não preciso de você para arruinar meu dia, os alunos fazem isso muito bem.

Ela soltou um suspiro.

- Por que temos de ser assim, Lynn? - ela disse. - Nós nos dávamos bem quando eramos mais jovens. - até a perfeita concordância do verbo na terceira pessoa do plural me irritava quando saía da boca dela.

- Não nos dávamos não, nós só tolerávamos uma a outra. - eu cruzei meus braços. - Além do mais, senhorita Melody, você sabe muito bem o motivo pelo qual eu não quero respirar o mesmo ar que você.

A Melody engoliu em seco, franziu as sobrancelhas e fez aquele biquinho irritante.

- Eu não me orgulho de nada daquilo que eu fiz.

- Não deveria. - respondi.

- Mas isso já foi há muito tempo, Lynn. - ela não parecia conseguir achar outro argumento além daquele. - Nós já somos adultos agora, muita coisa mudou.

- É, eu sei de algumas que não mudaram.

Agora ela estreitou os olhos e contorceu a boca numa expressão de desgosto, exatamente igual a que ela fazia quando era uma adolescente. Ah, que medinho, é nessa hora que a gatinha vai colocar as garras pra fora?

- Você não está sendo justa. - ela disse. - Depois de tudo o que aconteceu, você não tem o direito de vir aqui e ficar me julgando por causa de um erro.

Não tem palavras, em nenhuma das três línguas que eu sei, que consigam expressar o tanto que eu não me importo com o que essa garota pensa que eu posso ou não julgar.

- Você já terminou? - eu cruzei meus braços e inclinei a cabeça.

- Você se acha muito melhor do que eu, não é Lynn? - não, pelo visto não tinha terminado. - Como se você nunca tivesse errado, ou feito alguma besteira por causa de um garoto que você ama.

Não foi só uma, foram milhares, na verdade.

- Cá entre nós, Melody. - eu falei bem devagar para irritá-la. - Se eu tivesse me arrependido de uma besteira, eu teria falado a verdade para o tal garoto e não estaria me aproveitando desse “besteira” até o presente momento.

Eu pude sentir, quase que literalmente, o ódio dela tomando o ar a nossa volta e tentando me sufocar.

- Você adoraria isso não é? - a ex-vice-representante falou apertando as próprias mãos. - Assim meu noivado seria arruinado e você teria o Nathaniel destruído para poder reconquistar.

Não sei se ele ficaria “destruído” depois de romper o noivado com uma mulher que... Bem... Fez o que fez com ele, se eu fosse o Nathaniel eu suspiraria aliviada por ter desviado de uma bala.

- Pois é... - estalei a língua. - Eu não sou patética a esse ponto.

- Eu, sinceramente, espero que não Lynn... - como é que é? - Por que tem muita coisa acontecendo na minha vida agora e eu odiaria ter que... Provar a minha posição.

Gente? O que foi isso agora? A Melody, a Melody, a vice-representante que não conseguia bater de frente nem com a idiota da Ambre, a santa e pura Melody, está me fazendo uma pseudo ameaça? Além disso, quando é que eu dormi e acordei num universo alternativo em que era obrigada a suportar a conversa “não mexa com meu homem” vinda da Melody?

- O que isso deveria significar? - eu perguntei com a voz séria.

- Lynn, analise os fatos. - a Melody disse isso com aquele tom didático e metido a superior que usava com os outros quando ela dava monitorias de recuperação. - Nós não somos mais adolescentes e você não assusta mais ninguém aqui. - u-hu, quer apostar? - Você não é mais a aluna brilhante que todos os garotos queriam, agora você é só a jovem que voltou sozinha do exterior com um relacionamento fracassado e uma criança para cuidar.

O... O que?! Nossa, eu não consigo nem começar a entender onde ela quer chegar.

- Você podia dizer logo o que quer dizer e sumir da minha frente. - eu falei perdendo a paciência para aquele drama.

- Desça desse pedestal, Lynn. - ela inclinou a cabeça. - Ninguém mais se importa com você. - e daí, minha filha?! - O Castiel está namorando a Ambre, a Ambre, Lynn. - é, com essa parte eu tenho que concordar. - Para você ver o nível do tanto que ele quer se livrar de você. - para eu ver o nível de idiotice que saí da sua boca. - Até o Nathaniel está com pena de você, mesmo depois de você ter feito tudo aquilo com ele e escolhido o Castiel.

Eu estava boquiaberta, estupefata com o intenso esforço que a Melody fazia para que eu ficasse com vontade de matá-la. Essa garota estava em Sweet Amoris seis anos atrás? Ela viu o que eu fiz com a Debrah? Ela se esqueceu do que acontece com quem inventa de bancar a louca ameaçadora comigo?

- Em resumo, você não tem poder nenhum aqui. - ela disse. - Então pare de agir como se estivesse fazendo um favor não contando o que eu fiz pro Nathaniel, nós duas sabemos que, depois de tudo, ele nunca acreditaria em você.

Tem alguém aí anotando tudo o que essa garota está me falando? Tem alguém aí vendo tudo o que ela está esfregando na minha cara? Vendo ela contar vantagem pelo fato de eu ter voltado solteira enquanto o meu ex está namorando a minha antiga inimiga escolar? Alguém aí vendo a mensagem implícita que ela está me mandando de que, por algum motivo, está acima de mim por que vai se casar com o Nathaniel?

- Então, Lynn, já que é assim que você quer as coisas, então assim que vai ser. - ela se movimentou para ir embora. - Eu tentei ser adulta com você e fazer o máximo para te acolher de volta... - tentou? Quando? Com essa conversa? - Mas já que você insiste nesse papel, então fique longe do Nathaniel enquanto está aqui, você só vai envergonhar a si mesma se tentar qualquer coisa.

Então, todo mundo viu isso né? Bem, se não tiver visto, problema dela, por que eu escutei cada palavra e, eu juro, nunca tinha passado pela minha cabeça fazer alguma coisa contra ela. Bem, passado, pretérito, por que agora me sinto com todo o direito de mostrar para a ex-vice-representante perfeita, no estilo Lynn palhaça de dezessete anos, quem é que não tem mais poder nenhum aqui nessa merda.


Notas Finais


Olá, olá '-'

Genteney, me desculpem a demora para postar o próximo, eu estava me divertindo tanto com um capítulo bonus que esqueci do resto da vida '-', vou responder os comentários mais tarde, prometo :3

Olha só... Para fins de enredo, o que a Melody fez só vai ser revelado mais na frente (tipo MAIS na frente mesmo) por que vou precisar manter em segredo pra senhorita Lynn conseguir uma coisa, mas não se preocupem, vai dar tudo certo no final '-' Quero ouvir um AMÉM!

Obrigada por ler :3


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