História A.S. (Now United) - Qual o seu nome?

Eu já tinha o nome de sua escola, agora só me faltava o nome dela tornando a missão de encontrá-la em algo muito mais simples. Pensei a tarde inteira em como conseguir seu nome, até que tive uma ideia bizarra, eu telefonaria para sua escola e procuraria saber seu nome usando uma pequena mentirinha. Pesquisei o número da escola e finalmente o encontrei, anotei em um papel e liguei para Samuel, precisaria que ele falasse por mim.

_Samuel eu preciso que você faça uma coisa pra mim... É bem simples. É uma ligação... Eu poderia fazer, mas eu não falo em português!... _Esperei ele reclamar e me xingar para depois dar continuidade ao assunto. _Eu juro que é a última vez que te peço algo desse tipo. Por favor? _Sorri ao ouvi-lo dizer “Ok!”.

Samuel chegou a minha casa, sei que ele não aprovava o que eu estava fazendo, mas como melhor amigo ele me ajudaria, além do mais ele havia falado que iria fazer aquilo só desta vez. Entreguei a ele o telefone. Ele discou o número e esperou até que fosse atendido. Essa ligação sairia uma fortuna e meus pais me matariam quando a conta chegasse.

_Escola Dr. Antônio Pacheco, no que posso ajudar? _Samuel colocou “no viva voz” para que eu pudesse escutar mesmo não entendendo nada.

_Bom dia! Meu nome é Samuel, eu sou estudante de Jornalismo e eu queria saber o nome das meninas que brigaram no dia 23 de março, é para um trabalho e nós temos a reportagem, mas não temos os nomes. _Samuel falou sem que eu entendesse uma só palavra.

_Desculpe-me senhor Samuel, mas eu não posso dar essa informação, isso seria contra as normas éticas do colégio, além de expor a imagem das meninas o que é proibido por lei.

_Ah sim! Desculpe! Mesmo assim obrigado! _Samuel falou desligando o celular e me olhando com uma expressão triste.

_O que foi? _Eu perguntei curioso. _O que ela falou?

_Ela não pode nos dar o nome dela, vai contra as normas do colégio e é proibido por lei. _Ele falou me entregando o celular. _Além disso, ela deve ter percebido que o número é de outro país.

_E agora? Como eu vou descobrir? _Eu falei sentando na cama.

Sentia como se tudo o que eu havia conquistado não tivesse valor, como se eu só tivesse perdido meu tempo com informações inúteis e descartáveis.

“Quem é você A.S.?” Pensei olhando para o chão.

_Bom! Já fiz o que estava ao meu alcance. Boa sorte cara! _Disse Samuel se despedindo de mim.

Meus olhos se encheram de lágrimas. Olhei pela janela e vi o sol lá fora, o verão era minha época favorita e eu estava dentro de casa chorando. Deitei olhando para a tela do celular, desde o começo do ano procurava por ela e até hoje nada, se me dessem ela de natal acho que eu morreria de felicidade. Peguei o celular e me lembrei de Samuel, ele quase morreu de tristeza quando descobriu que Hanna não existia, e agora eu temia que A.S também fosse irreal.

Abri meu Faceboock e postei “Quem é você A.S.?”, depois pedi para que as pessoas compartilhassem, e fiz o mesmo no Twitter. Eu não desistiria fácil! De maneira alguma eu largaria tudo, sempre acreditei no impossível e sempre o tornei possível, então faria o mesmo agora.