Verão é uma estação quente e, sempre que ela chega, a primeira coisa que eu penso é em piscinas, praias, sorvete... E qualquer coisa gelada e refrescante.
O sol brilhava intensamente no céu. Normalmente, eu teria aceitado o convite da Vivi e teria ido até sua casa junto do pessoal para usufruir da piscina dela, mas eu não estava muito animada. Portanto, decidi ficar aqui na minha casa, me refrescando à base do ventilador enquanto eu assistia a um filme de romance com a minha irmã.
Nojiko já tinha notado que tinha acontecido alguma coisa, pois eu nunca ficava em casa para assistir a um filme de romance. Porém, ela deve ter percebido que eu não queria conversar sobre o assunto, pois não insistiu.
— O que você acha, Nami? — Nojiko perguntou, olhando para a televisão. — Você acha que ela deveria perdoá-lo?
— Eu acho que ela devia ir cuidar da própria vida em vez de ficar atrás de homem.
— Está bem, chega! — Ela pausou o filme, se sentou no sofá e me olhou de braços cruzados. — Qual o problema, Nami? Quem te deixou tão irritada?
— Ninguém me deixou irritada, podemos voltar para o filme? — perguntei, não gostando do rumo daquela conversa.
— Você acha que vai escapar? Cara, Nami, você não escapa de mim, logo a sua irmã mais velha.
— Está bem. Eu estou brava com o Luffy.
Nojiko ergueu uma sobrancelha, como se eu estivesse brincando com ela.
— Você está falando sério? Por que você estaria brava com o Luffy?
— Por algum motivo, ele está me evitando! — Eu falei, quase gritando — E eu não faço ideia do motivo disso!
Nojiko riu e se aproximou de mim com aquele ar de divertimento.
— E você liga para isso?
— É claro que eu ligo, o Luffy é meu amigo!
— Seu amigo é?
Ergui uma sobrancelha e cruzei os braços.
— O que você quer dizer com isso, Nojiko?
— Nada não, eu só queria ter certeza que é só como amigo mesmo.
— E por que não seria como amigo?
— Não sei talvez como um amigo mais especial.
Na hora que ela disse isso, eu me levantei do sofá e senti o sangue subir para o meu rosto.
— A-amigo especial?! Você está louca Nojiko?!
Minha irmã riu e despausou o filme. Ela só podia estar de brincadeira comigo! Eu vou provar pra ela que o Luffy não passa de um amigo e que ela está pensando besteira, para variar!
— Quer saber, eu vou ir na casa da Vivi! — disse, colocando as mãos na cintura.
— Bom passeio então — Nojiko falou, concentrada no filme.
Subi as escadas, entrei no meu quarto, troquei de roupa e vesti o meu biquíni. Pensei que não seria uma boa ideia sair assim, então coloquei um leve vestido branco por cima. Resolvei deixar meu cabelo solto e arrumei a mochila com o que eu precisava, antes de sair de casa.
Andei calmamente até a casa dos Nerfetari, porém, antes que eu chegasse no bairro da minha amiga, encontrei o Ace andando na direção oposta da minha. Ele estava totalmente estressado e irritado, passou por mim e sequer parou. Claro, eu podia continuar o meu caminho, mas eu não podia fazer isso. Ace devia precisar de mim, mais do que eu preciso de uma piscina.
— Ace! — Eu o chamei, mas ele continuou andando, corri até alcançá-lo e segurei o seu braço. — Ace, estou te chamando!
Ele parou, porém não me olhou e aquilo me fez concluir que ele tinha me escutado da primeira vez, mas não quis parar.
— Ace, quer conversar? — Eu perguntei com carinho.
Ele não me respondeu, então eu esperei longos minutos até ele se virar com tudo e me abraçar. Aquilo me pegou de surpresa, por isso, de início, eu não reagi. Mas, quando a surpresa passou — o que não demorou muito para acontecer —, eu envolvi meus braços na sua cintura.
— Ela...Ela se declarou para ele — Ace disse, com a voz abafada pela minha blusa.
— Quem, Ace?
— A Vivi, se declarou para o Luffy!
Isso, de alguma forma me afetou, fazendo com que eu apertasse ainda mais o Ace no abraço. Aposto que ele, obviamente, percebeu que alguma coisa estava errada comigo, mas não falou nada e eu o agradeci mentalmente por isso. Era estranho, porque era algo que apertava o meu coração e me incomodava profundamente.
— Eu sinto muito, Ace — falei, ignorando aquele sentimento estranho. — Eu sei como você gosta dela.
— Eu não imaginei que ela teria coragem para isso. Eu realmente estava pensado em...
Ele não terminou a frase, porém eu sabia como terminava. Sabia queria voltar com a Vivi, mas ambos tínhamos ciência de que a garota estava atraída pelo Luffy e, talvez, aquele tivesse sido o motivo do Ace estar tão abalado.
— Vai ficar tudo bem, Ace. Você vai ver: antes que você imagine, já terá esquecido a Vivi.
Ficamos abraçados durante um longo tempo, até que ouvimos uma voz que nos fez separar.
— Ace? Nami?
Me soltei do Ace com calma — por causa do estado dele — e olhei para o Luffy, que usava seu chapéu de palha. O moreno olhava para o irmão e depois olhou pra mim.
— Atrapalhei alguma coisa? — Ele perguntou... sério?
Era impressão minha, ou o Luffy estava olhando para o irmão com um semblante sério? Pelo modo que o Ace olhou para mim, eu percebi que não era coisa da minha cabeça e que, sim, o Luffy olhava seriamente para o mais velho.
— Não, Luffy. Você não atrapalhou nada, Nami estava apenas me ajudando.
Luffy sequer me olhou e aquilo estava me irritando, porém me lembrei da confissão da Vivi para o Chapéu de Palha — Ussop me contou que era assim que eles chamavam o Luffy às vezes.
— Ace — O chamei baixo, fazendo ele me olhar. — Eu vou pra casa, se precisar de mim é só me ligar.
Antes que ele falasse algo, eu saí andando de volta para a minha casa. Que ótimo, parece que a piscina vai demorar um pouco! Eu realmente não estou me sentindo bem para ver a Vivi e, muito menos, para saber qual a resposta que o Luffy deu pra ela. Meu coração já estava apertado demais.
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"No Verão, eu senti um aperto no peito..."
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