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História As Visões de Dimash - If I Never Breathe Again


Escrita por: stellamont

Capítulo 5 - If I Never Breathe Again


Fanfic / Fanfiction As Visões de Dimash - If I Never Breathe Again

If I Never Breathe Again

 

Parte Um

 

Sinto meu corpo levitar. Dimash segura minhas mãos com firmeza. Meu corpo parece se desfazer no espaço, como se cada uma das minhas células estivessem se desintegrando... Dimash me abraça com força, como se quisesse me reter, me manter inteira, intacta. De repente, meus pés tocam o chão. Os braços de Dimash se soltam. Abro os olhos, mas levo alguns segundos para me acostumar com a escuridão.

- Dimash?

Ele está no chão. Desacordado. Me debruço sobre ele. Toco seu rosto. Ele respira, mas sua pele está gelada. O que eu faço? Meu coração está partido em dois, não consigo respirar. Sinto medo, muito medo.

- Dimash, por favor, acorde! Dimash!

Estamos diante de um bar, numa rua movimentada. Não é uma cidade muito pequena, mas não a reconheço. Talvez uma cidade do interior de São Paulo ou Minas Gerais? Preciso de ajuda. Como tirar do chão um homem de 1,91 de altura? Grito por ajuda, mas ninguém aparece. Grito novamente, ainda mais forte... De repente, um homem sai do bar procurando a origem daquele grito desesperado. Ele se ajoelha ao meu lado.

- Você fala inglês?

Só aí me dei conta que estava gritando em cazaque.

- Sou brasileira. Preciso de ajuda. Preciso de um médico.

- Eu sou médico. Ou pelo menos era até alguns meses atrás... Não importa. Posso ajudar.

Só aí olho com mais atenção seu rosto. É o Dr. Roberto.

- Ele parece estar em choque. O que aconteceu com ele?

Como posso explicar o que aconteceu? Dizer que viemos direto do Cazaquistão viajando pelo espaço?

Nesse momento, Dimash abre os olhos. Meus olhos se enchem de lágrimas e sinto um alívio imenso.

- Você está bem?

- Não, eu não estou bem. Estou assustada, meu corpo treme, achei que ia perder você.

Ele senta.

- Estou bem. Você se preocupa demais.

“Você se preocupa demais.” Inacreditável. Se eu não estivesse tão aliviada de vê-lo bem, eu poderia acertar o olho dele por isso.

Dr. Roberto me ajuda a levantá-lo.

-Vamos para dentro do bar. Lá, ele pode beber um pouco de água e poderemos ver se ele se sente melhor. Desculpe perguntar, mas vocês comeram hoje?

Essa é a desculpa perfeita. Penso rapidamente.

- Na verdade, não. Nosso carro quebrou na estrada, foi preciso pedir um guincho, que nos deixou aqui. Nem lembramos de comer alguma coisa.

- Então vamos pedir uma refeição pra vocês.

Eu e o Dr. Roberto amparamos Dimash e entramos no bar. Estava vazio. Reconheci aquele bar imediatamente. Na sua mesa, a taça de vinho.

- Esse bar é pequeno, mas bem acolhedor. Serve pequenas refeições e, nos finais de semana, tem música ao vivo. Venho todas as noites desde que cheguei a essa cidade.

Eu me apresento e apresento Dimash. Somos viajantes em férias, pelo menos é o que digo a ele. Ele pede um prato da casa. Agradecemos. Ele me diz seu nome. De repente, sei exatamente o que dizer.

- Eu tinha certeza de que conhecia o senhor. O senhor não dava aulas no Rio de Janeiro? Fui sua aluna no semestre passado. O senhor não deve se lembrar de mim. As salas estão sempre tão cheias e sou um pouco tímida. Nunca imaginei que fosse encontrá-lo aqui. O senhor desapareceu de repente. Ninguém sabia do seu paradeiro. Até a polícia foi acionada... O que o senhor está fazendo nessa cidade?

Dr. Roberto está surpreso e visivelmente desconcertado. Na verdade, eu também estou surpresa com a facilidade com que estou conversando com ele. Sinto uma autoconfiança que só posso atribuir à presença do Dimash. E Dimash presta muita atenção no que estamos falando, embora não esteja compreendendo nenhuma palavra.

- Por favor, me chame de Roberto.

- Desculpe, eu sei que estou sendo invasiva, mas eu sempre gostei de suas aulas. Sempre o achei uma pessoa muito calorosa, alegre, cheia de energia e disposição. E, pra dizer a verdade, agora você me parece tão triste... Eu sei que não é da minha conta, mas sou uma excelente ouvinte... Se você quiser me contar o que houve...

Dr. Roberto me olha por um bom tempo. Eu posso perceber o conflito que se apossa dele.

- Enfim... Por que não? Amanhã, nada disso fará mais diferença... Pois bem, eu perdi uma pessoa muito importante na minha vida. Meu amor faleceu no início do ano. A pandemia a levou. Foi tudo tão rápido que não pude nem me despedir. Íamos nos casar, mas não houve tempo. É isso.

Dr. Roberto conta tudo isso num fôlego só, como quem descarrega um fardo pesado demais.

- Lamento muito. Perder um amor pode nos deixar muito abalados, desesperançados. Pode ser uma dor intolerável.

- E quer saber a pior parte? Ela morava nessa cidade e eu no Rio de Janeiro. Ela me ligou, pedindo que eu viesse passar o final de semana com ela. Eu não vim. Estava fazendo um trabalho idiota, que eu poderia e deveria ter adiado. Ela já estava se sentindo mal, mas não me disse nada. No meio da semana, ela piorou e foi internada. Vim correndo, mas já era tarde. Se eu tivesse vindo...

- Culpa não é uma boa companhia. Eu sei bem disso. Até conhecer Dimash, eu carregava muita culpa também...

Sem que percebamos, Dimash se levantou e caminhou até um pequeno tablado no fundo do bar. De repente, eu e Dr. Roberto ouvimos o som de um teclado. Dimash está tocando... Ele está tocando “Resposta ao Tempo”. Então era isso que ele fazia enquanto eu estava no computador: estudava a música que eu lhe havia mostrado. E depois ainda diz que não é um “piano man”.

Quando olho para o Roberto, percebo que ele está emocionado.

- Essa era a música favorita dela. Ela dizia que o Amor sempre vencia o Tempo. Mas nosso tempo acabou rápido demais...

- Mas ela tinha razão. Posso ver em seus olhos que o Amor continua aí. Sobreviveu à tragédia, estará sempre no seu coração...

- Pois eu preferia que não estivesse. Essa dor me destrói por dentro. A culpa me arrasa. Sou um médico. Eu saberia o que fazer. Poderia salvá-la. Era só eu ter deixado aquele trabalho de lado. Fui insensível, egoísta... Eu me odeio por isso. Eu não quero mais viver.

Uma lágrima escorre pelo seu rosto.

- Roberto, eu já estive nesse lugar em que você está. A dor era insuportável. Me sentia tão só e sem objetivo. Essa decisão que você parece ter tomado...

Ele me olha bem no fundo do olho. Está buscando saber se o que eu estou dizendo é verdade. Uma lágrima escorre pelo meu rosto.

- O que mudou meu estado de ânimo foi perceber que meus pais nunca iriam querer que eu tomasse uma decisão transloucada dessas.

- Não acredito nisso. Sou um cético. Não existe nada depois dessa vida. Só escuridão. E de escuridão eu entendo. Não tenho medo dela.

Nesse momento, sinto que devo colocar minha mão na dele. Ele não retira a sua. No final das contas, acho que ele está em busca de alguma conexão... “Cante pra nós, Dimash...”

A voz doce do Dimash ressoa por todo aquele espaço… “If I never breathe again, you should always know…If this ever comes to end…I couldn't ask for more, I wouldn't ask for more…”

As lágrimas descem pelo meu rosto e pelo rosto de Roberto também. Ele segura minha mão e é como se eu pudesse canalizar todo o amor que Dimash coloca na canção direto no coração dele. A voz do Dimash abre um portal pelo qual passa uma corrente de amor e beleza que vem em ondas e cura, liberta, pacifica...

Quando a canção termina, tudo mudou. Dr. Roberto está muito emocionado. Eu também.

- Não entendo. Devo estar ficando louco, mas eu senti a presença dela aqui... No meu coração. Eu ouvi sua voz. Ela quer me ver feliz. E agora sinto uma paz que não sinto desde o dia em que ela morreu...

- Eu sei. A voz do Dimash tem esse efeito...

Dimash retorna pra mesa. Roberto olha Dimash com outros olhos. Há uma admiração e uma gratidão profunda nos olhos dele.

Ficamos os três em silêncio. Cada um de nós imerso nas emoções que essa música trouxe. Inclusive Dimash. E isso não consigo entender. Há algo mais do que uma performance nessa canção para ele. O que será?

Dr. Roberto parece acordar de um transe.

- O bar vai fechar agora mesmo. Vocês têm aonde ir?

- Na verdade, não.

- Vocês podem dormir na minha casa. Ela é bem espaçosa. Faço questão de recebê-los. Aceitem!

Falo com Dimash e ele concorda. Não podemos ir embora ainda. Será preciso convencer o Dr. Roberto a voltar a trabalhar na cura da malária com o Dr. Klaus.

Mas agora, Dr. Roberto quer viver.

 

Parte Dois

 

A casa do Dr. Roberto é muito bonita. Ele nos cedeu quartos para nós dois e algumas roupas confortáveis para dormir, que me caem bem, já que temos mais ou menos o mesmo tamanho, mas que ficam engraçadas no Dimash, cujas pernas e braços são muito mais longos do que a blusa e a calça que o Dr. Roberto lhe cedeu.

Dr. Roberto foi dormir, mas não sem antes nos fazer um chá bem quente. Agora, eu e Dimash estamos sentados na varanda da casa. Dimash parece cansado. E eu me sinto magoada, sem vontade de conversar.

- Melhor irmos dormir agora. Você precisa se recuperar.

- Sabe, no momento da nossa “viagem”, senti como se você estive se desfazendo e que eu precisava investir ainda mais energia para manter nossa conexão. Você lembra que eu havia lhe dito que tinha ficado cansado depois da experiência com a Arena di Verona? Pois bem, hoje, quando senti meus pés tocarem no chão, foi como se um raio tivesse me atingido.

- Nunca mais faremos isso!

- Eu não sei se poderemos fazer essa escolha. Sinto que talvez ainda seja preciso fazer uso dessa “viagem” novamente.

- Faremos tudo para que não seja preciso. E agora vamos dormir.

- Preciso dormir mesmo. Mas não irei dormir antes de saber por que você está triste. Pela primeira vez sinto uma barreira entre nós. Sei que é sobre mim, mas não compreendo o que é. O que foi que eu fiz que deixou você tão magoada?

- Você quer mesmo saber? Pois bem. Você não tem ideia do medo que senti com você desacordado. Eu estava sozinha ali, sem saber o que fazer. Eu achei que ia perder você. Meu coração batia forte, eu não conseguia respirar. Meu corpo todo tremia. E aí, quando você acorda, você simplesmente faz pouco dos meus sentimentos, dizendo que eu me preocupo demais.

Não consigo segurar as lágrimas. Aquela noite foi intensa. Dimash me olha sem entender ainda.

- Eu só disse que você se preocupa demais. Isso não é verdade?

- Pode até ser verdade. Você pode ter toda a razão. Mas você não consegue compreender como isso soou pra mim? Naquele momento, eu estava totalmente fragilizada, assustada. E você falou como se eu fosse só uma exagerada, uma maluca, uma...

- Eu não quis dizer nada disso. Eu queria só acalmá-la. Só fui um pouco direto demais talvez.

- Eu sei que em algumas culturas falar diretamente o que se pensa é comum, não é nada demais. Mas em outras, não, pode ferir os sentimentos das pessoas. E você escolheu a pior hora pra fazer isso, ainda por cima. Mesmo com a melhor das intenções. Você sabe o que significa sermos complementares? Quer dizer, primeiramente, que somos diferentes. Eu não sei porque nascemos tão distante um do outro. Em mundos diferentes, em culturas diferentes. E mesmo que tenhamos uma bagagem que me permite me expressar em várias línguas e você em cantar em tantas outras, isso não quer dizer que deixamos de ter traços culturais diversos. Eu tenho me esforçado para me integrar no Cazaquistão. Estudo sua cultura, mas nem tudo eu entendo, às vezes surgem muitas dúvidas. Você poderia fazer o mesmo. Por outro lado, você agora é um cantor internacional, precisa ter cuidado com o que fala. E, quer saber, você devia se esforçar um pouco pra aprender inglês!

Falo sem parar para respirar. Dimash está meio espantado com toda aquela tempestade emocional, mas o dia não foi fácil pra mim. E construir uma barreira entre nós para depois derrubá-la de uma só vez me deixa exausta.

- Eu não pensei que isso podia ferir você. Prometo tomar cuidado com isso. Mas prometa pra mim que você nunca mais vai construir essa barreira entre nós. É uma sensação horrível.

Olho pra ele e não sei se ele entendeu o que estou sentindo. Talvez. Veremos.

- Prometo.

- E você precisa me dizer a verdade: você acha que eu preciso aprender inglês? Você disse que gostava do meu “dinglish”...

Dimash está com um sorriso no rosto, como quem faz uma travessura. Não consigo mais ficar com raiva. Nessas horas, ele fica tão fofo...

- Você também? Eu não sou “fofo”. Eu não entendo porque as dears insistem em dizer que eu sou “fofo”. Um homem de 27 anos, “fofo”?

Como explicar a ele que, quanto mais ele fala, mais fofo ele parece?

- _ Eu amo seu “dinglish”. De verdade. Mas você não acha que depender o tempo todo de tradutores até para o mais básico no contato com as dears pode ser problemático? E que o risco de ser mal-entendido quando fala em cazaque e todas as dears precisam se virar para saber o que você disse sempre existe? É só aprender um pouco mais de inglês sem deixar que seu sotaque fofo desapareça.

- Fofo!

Dimash fez uma careta. Sim, ele pode ser muito fofo.

 

Parte Três

 

Tomamos café da manhã. Café. Nossa, que saudade eu estava de beber café com um bom pão de queijo. Estamos em Minas Gerais. A cidade fica no vale cercado de montanhas. A paisagem é muito bonita vista da varanda. Dimash parece revigorado. Dr. Roberto acordou animado.

- Me sinto bem como não me sinto faz meses... Que voz linda, que música linda... Ontem, fui dormir e a canção ainda estava na minha mente, como se estivesse de alguma forma curando minha alma... Seu amigo tem muito talento. Eu agradeço profundamente.

Dimash agradece. Sinto que ele está comovido e feliz.

- Vocês querem que eu leve vocês até a oficina?

- Oficina? Ah, sim! Claro! Oficina. Não precisa, o carro só deve ficar pronto à tarde...

- E o que vocês vão fazer hoje? Querem que os leve para conhecer a região?

- Você deve ter algum trabalho pra fazer com certeza. Não queremos atrapalhar...

- Faz meses que não trabalho... Até o início do ano, eu estava dando aulas e trabalhando numa pesquisa pessoal com um colega no estrangeiro. Mas depois...

É preciso aproveitar a chance.

- E que trabalho era esse? Você se importa de nos contar?

- Eu estava trabalhando na busca da cura da malária. Eu estava na iminência de fazer uma descoberta importante, quando perdi minha amada e minha vontade de viver.

- E agora pensa em retomar essa pesquisa? Ela é tão importante! Seria muito triste se você não continuasse seu trabalho. Muitas vidas podem ser salvas com ele.

Ele parece pensativo.

- Não sei se quero trabalhar novamente. Foi essa minha dedicação insana ao trabalho que acabou me afastando do que eu tinha de mais precioso...

Dimash pede que eu traduza sua proposta para o Dr. Roberto.

- Dimash quer oferecer a você um laboratório no Cazaquistão para que você possa desenvolver essa droga. Ele tem muitos contatos importantes. Você poderia trabalhar lá. E quando terminar o trabalho pode ficar por lá ou voltar ao Brasil. O que você achar melhor. O que você acha?

- Sabe, fui convidado a trabalhar na China por esse colega, mas sempre quis trabalhar em um laboratório próprio. Não é uma má ideia ir para o Cazaquistão por um tempo. Mudar de ares pode ser muito bom pra mim. Recomeçar a vida. Trabalhar. E o Cazaquistão fica perto da China. Ficaria mais fácil trabalhar com meu colega.

- Dimash quer que esse medicamento seja desenvolvido para que ele seja distribuído de graça nas comunidades mais carentes e a preço de custo para as demais.

- Sério? Eu nem sei o que dizer... Seria a realização da minha vida. Algo de que eu possa me orgulhar. Acho que ela ficaria feliz de ver isso acontecer... Mas será que o dr. Klaus ainda está disponível? Da última vez que falei com ele, ele estava muito triste, sentia falta da família que tinha ficado na Alemanha.

Dimash pede para lhe dizer que pretende fazer a mesma proposta para o Dr. Klaus. Trazer a família dele para o Cazaquistão.

- Seria ótimo. Mas tudo isso parece tão irreal. Quais as chances de conhecer alguém como seu amigo, um artista, que se proponha a investir tempo, dinheiro e construir soluções para dois “ratos de laboratório” como eu e o Dr. Klaus?

- Estarmos aqui foi uma feliz coincidência mesmo. Dimash já participa de várias ações humanitárias. Eu e Dimash voltaremos para o Cazaquistão logo. Iremos manter contato com você e eu posso providenciar todos os trâmites legais para que você possa morar e trabalhar lá.

- Então vou ligar para o Dr. Klaus agora. Avisar de que vou retomar o trabalho. E que ele receberá uma proposta. Preciso ligar agora, se não ficará muito tarde lá para falar com ele. Vocês me dão licença.

Dimash olha nos meus olhos.

- Você também constrói pontes.

- Como é?

- Você um dia disse que eu construía pontes onde antes havia só margens distantes umas das outras.

- Eu não disse, pensei.

- Eu sei. Mas eu quero que você saiba que você também constrói pontes. Você tem uma capacidade de amar, de ter empatia... Você constrói pontes de amor.

Nós estamos felizes.

 

Parte Quatro

 

Eu e Dimash acabamos de chegar no Cazaquistão depois de uma longa viagem de avião. Estamos cansados, mas precisamos voltar a Alma-Arasam. Nosso veículo ficou lá e não podemos chegar em casa sem ele sem causar algum estranhamento.

Está anoitecendo. O pôr do sol em Alma-Arasam é lindíssimo. Sinto como se tivéssemos estado aqui há semanas atrás, mas faz poucos dias... Nos sentamos diante do desfiladeiro novamente.

- O que acontece agora? Quer dizer, vou providenciar tudo que é preciso para o Dr. Klaus e o Dr. Roberto. Mas eu estou falando das visões? Está tudo terminado?

Eu ficarei feliz de saber que ele não terá mais visões. Mas meu coração aperta ao pensar que talvez eu deva voltar ao Brasil. Minha missão já terminou? Ele não precisa mais de mim?

- As visões não terminaram. Lembra do seu pesadelo? Não foi bem um pesadelo. Naquela mesma hora, eu estava acordado, dedilhando Daididau no piano. De repente, vi um deserto e senti a sensação de desespero que você sentiu.

- Mas era você quem estava perdido no deserto!

- Sim. Eu não sei o que isso quer dizer.

Ele está angustiado. Mal acabamos de resolver uma visão e já temos outra. Eu e ele estamos cansados, mas não temos nenhuma opção.

- Melhor ficarmos por aqui. Você sabe que vamos precisar descobrir tudo sobre essa visão. Podemos dormir na cabana da minha família. Ninguém vai estranhar, não será a primeira vez que fico alguns dias por aqui. E amanhã veremos o que podemos descobrir.

Estou confusa. Lidar com uma visão daquelas com certeza é desgastante e perigoso. Não quero ter que fazer uma nova “viagem” como a anterior. Mas sentir que ele precisa de mim me deixa feliz. Não quero sair de perto dele.

- Você vai ficar comigo?

Dimash está apreensivo. Sente meu conflito.

- Claro que vou! Confie em mim.

- Sempre.

Nossos olhos se cruzam. Complementares.


Notas Finais


Para ver o videoclipe da canção If I Never Breathe Again, ver: https://youtu.be/bLsZwdkxAyQ

O episódio completo com o making-of das gravações do videoclipe legendado em inglês: https://youtu.be/wbGykcc-sTY


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