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História Ascenção de Herói: O Prodígio - Igual e oposto


Escrita por: Tutume

Capítulo 20 - Igual e oposto


Eu me sento no apartamento da Jenny, enrolado com um cobertor, uma xícara de chá fumegante na minha frente. A Vó está descansando e a Jenny tomando um banho, o que me deixa sozinho, sentado e de uniforme, incapaz de me mover e me sentindo sobrecarregado.


O que aconteceu hoje a noite foi surreal. Minha vida foi rasgada em pedaços. A Prodiga tentou tirar tudo de mim.


Minha ajudante. Minha identidade secreta. Minha reputação. Minha privacidade. Sonja. Meus feitos. Minha carreira. Minha chance de ser uma revelação lendária. E as coisas que a Prodiga me fez escolher, as coisas que ela me forçou a fazer...


Eu nunca imaginei que ser um herói fosse ser tão difícil. Sempre foi para ser assim? A Prodiga estava certa? Nós dois sempre fomos destinados a arruinar um ao outro, do jeito que nossos pais fizeram?


Depois de tudo que a Prodiga fez... Eu me recuso a permitir que ela tenha tirado minha auto-confiança. E daí que eu estive cercado de mentirar? Agora, eu sei que tenho que procurar mais pela verdade. Mas eu não consigo evitar de pensar que eu sou um assassino-- igual meus pais. Eu matei a Prodiga.


Claro, eu fiz para salvar vidas, mas o fato que eu tirei uma vida ainda permanece... Mesmo que tenha sido errado usar força letal, foi o que a situação pediu. Foi uma decisão difícil, mas eu não consigo me imaginar fazendo uma decisão diferente. Talvez se eu tivesse mais tempo para pensar...


Apesar que eu não tenho ideia do que aconteceu com o corpo da Prodiga-- assim que a onda parou, o corpo dela sumiu. Ela deve ter alguma tecnologia de guerra ativa para sumir com o corpo dela se ela morresse... Ou pelo menos é isso que a Jenny pensa.


O mesmo vale para a obra-prima do vídeo interativo da Prodiga-- foi automaticamente soltado para a imprensa no momento que a onda mortal foi ativa. Na esteira da onda, minha grande batalha com a Prodiga se tornou uma notícia obrigatória de ver. Está sendo transmitida por toda Millennia, talvez até ao redor do país.


Mas no fim de tudo, o fato que permanece é que eu salvei a cidade de Millennia. Ponto. Eu fui bem sucedido em parar o pior ato potencial de terrorismo em solo americano e agora toda cidade sabe disso. Entretanto, eu também matei alguém para fazer isso. Mesmo que várias pessoas vão me parabenizar pela minha bravura, na mesma quantidade que irão perguntar se não tinha outro jeito...


-Olá, olá.-Jenny diz enquanto entra na sala, secando atrás das orelhas com uma toalha.-Como você está?


Eu olho para Jenny com uma expressão séria. Ela tem que perguntar?


-Eu sei que nós passamos pelo inferno ontem a noite.-Ela diz, se sentando perto de mim.-Mas tem algumas decisões que temos de fazer para algum bem maior.


-O que quer que seja, pode esperar até de manhã.-Eu digo, mal reconhecendo a minha própria voz. Ela soa pequena, zunindo entre minhas orelhas.


-Não, na verdade, não pode. Eu reconectei meu MeChip e eu acabei de olhar as mensagens.


Eu e Jenny conseguimos re-instalar nossos MeChips antes de se mandar do lar da Prodiga. Eu estive ansioso para re-ligar ele e rever a Alice, mas eu também tenho medo do que vou encontrar quando fizer isso. Eu prefiro muito mais escutar qualquer notícia nova contado pela Jenny invés. E ela me olha, ficando séria.


-Nada foi decidido ainda, mas pelo que parece, o DPCM não vai lhe acusar de nada, Luiz. Ao que parece, suas ações ajudando e seguindo a lei levaram a essa decisão.


O mundo desliza sobre mim. Eu acho impossível absorver tanta coisa nessa ponto, mas são boas notícias pelo menos. Eu deveria ligar para o detetive Sanders para agradece-lo, ele deve ter mexido alguns pauzinhos para ajudar a me livrar.


-Em seguida temos que decidir como vamos lidar com a imprensa.-Jenny diz,parecendo mais cansada do que eu jamais a vi. Se ela parece tão acabada assim, eu não quero nem saber como eu estou.


-Eu não vou dizer uma palavra para imprensa.-Eu digo. Eu nunca me dei muito o trabalho de falar com a imprensa. Com exceção a Sonja.


-Eu sinto muito sobre a Sparrow, Luiz.-Jenny sussurra, continuando.-Ela enganou a todos nós.


Eu não consigo, não aguento escutar esse nome. Mesmo que agora eu saiba que a Sparrow nunca foi real, perder ela quase fez sentir como outra morte. Eu estava começando a me ligar com a Sparrow--mas foi tudo uma ilusão criada pela Prodiga. Mas não tinha jeito de eu saber...


-Tudo bem, último assunto. Rebelião ligou. Ele quer falar com você.


Eu estou exausto demais para falar com alguém, mas não sou louco de recusar uma ligação do meu ídolo.


-Pode ligar para o Rebelião para mim?-Eu pergunto.


Jenny me olha, como se dissesse "Eu não sou sua secretária", mas ainda assim, bota o Rebelião na chamada holográfica.


-Azure Dragon, obrigado por ligar.-Rebelião diz,aparecendo em forma holográfica no meio da sala de estar. Eu não quero tomar muito do seu tempo, então serei breve. Primeiramente, eu queria te parabenizar pelos seus esforços hoje a noite-- você performou admiravelmente dado que estava em uma situação de extrema dificuldade, não importa o que qualquer um diga.


-Obrigado.-Eu digo, conseguindo dar um sorriso. Tendo o Rebelião aprovando as minhas ações, ajuda bastante a melhorar o meu humor.


-Segundo, eu sei que você quis dar a sua vaga de reserva no grupo para o Júri, mas o grupo Milenar pode definitivamente usar um herói como você no grupo. Eu gostaria de lhe oferecer uma segunda vaga reserva, caso você a queira. 


Eu fico de queixo caído-- eu certamente não esperava por isso. Mas eu nem preciso pensar sobre; eu já me decidi sobre me juntar a um time de heróis.


-Absolutamente sim, eu aceito. Estou honrado.


-Fantástico.-Rebelião diz.-Eu entrarei em contato em breve. Por agora, descanse um pouco. Você merece.-Com isso, Rebelião desliga, me deixando sozinho com a Jenny de novo.


O silêncio se estabelece. E para a minha surpresa, eu percebo que minha cabeça não está mais girando-- talvez eu finalmente esteja me acostumando ao nível de insanidade que a minha vida chegou?


Então a Vó entra na sala de estar e eu fico ansioso de novo. A Vó parece tão triste, eu só quero abraçá-la-- mas eu não esqueci todas as mentiras que ela me contou...


-Jenny precisa de mais plantas aqui, não é?-Eu digo.


-Ela com certeza precisa.-Vó diz, se sentando perto de mim.


Eu pensei que mencionar plantas fosse a fazer se animar, mas ao que parece, só a fez ficar mais triste.


-Bem,é bom que a senhora tenha se levantado, porque eu tenho más notícias.-Jenny diz.-Seu lugar no PPFH e suas identidades como Smith são inúteis agora que foram revelados publicamente pela Prodiga. O PPFH vai expulsar vocês.


Os golpes continuam vindo. O que vai ser da minha vida e da Vó agora? Tudo vai mudar agora. Todos sabem quem eu sou, em todos os jeitos possíveis. Eu suponho que essa seja apenas a primeira mudança...


-Não se preocupe, já se tem conversas de se criar um programa especial para oferecer proteção para vocês.-Jenny diz.-Mas mesmo assim, vocês vão ter que se mudar.


-Nós podemos nos mudar para o quartel general do grupo Milenar por enquanto--é o local mais seguro para gente.


A Vó e a Jenny concordam-isso parece a melhor ideia. Mesmo que eu não saiba como vou resolver as coisas com a Lucia. Outro silêncio se estabelece e eu sei o que está na mente de todos-- se eu vou perguntar sobre elas não terem mencionado meus poderes de classe Infinitus, e será que eu devo mencionar as cartas forjadas?


-Tem algo mais que estão escondendo de mim?


-Me escute, Luiz.-A Vó diz, pegando a minha mão.-Eu quero esclarecer algumas coisas. Qualquer coisa que eu já tenha feito, eu fiz pensando que era o melhor para você. Pode ter sido errado ter escrito para seus pais, mas eu sabia que algum dia você se arrependeria de ter parado. Eu sei  que você sente que seus pais te abandonaram, mas eles não tiveram escolha. Mas abandonar eles? Isso foi escolha sua. E tem uma diferença Luiz. Uma grande diferença.


As palavras da Vó se fixam na minha mente, e mesmo que eu não queira escutar, eu sei que ela está certa.


-Tendo dito isso, se ontem a noite provou algo, é que você cresceu. Você não é mais uma criança e eu preciso reconhecer isso. Então eu não vou escrever outra carta, eu prometo. A escolha é sua.


-Obrigado Vó.-Eu digo, me sentindo um pouco melhor. Mas eu não terminei...-E meus poderes?


-Esse nível de poder que você tem, ninguém nunca viu antes. Os especialistas disseram que podia acontecer com filhos de duas pessoas com poderes, mas não tínhamos certeza.-A Vó diz.


-Pelo menos não até seus poderes começarem a destruir e fazer tecnologia mal-funcionar.-Jenny diz, interrompendo.-Nós sabemos que a origem dos poderes está atrelada a evolução tecnológica, o que é o motivo dos seus poderes começarem a funcionar mal com tecnologia. Eles dizem que o primeiro sinal de uma pessoa com poderes de classe Infinitus--uma má experiência com tecnologia. Pelo menos essa é a teoria mais aceita, por enquanto.


-Tudo que sabemos é que esse tipo de poder pode mudar uma pessoa.-A Vó conclui.-Nós apenas queríamos te proteger, e esperar até que você estivesse maduro o suficiente para lidar com essa responsabilidade. Afinal de contas, olha o que o poder fez com a Prodiga...


Eu olho da Vó para a Jenny, então digo:


-Eu iria aprender a como usar esses poderes com responsabilidade-- vocês deviam já saber disso.-A Vó e a Jenny ficam quietas--o que quer dizer que elas sabem que eu estou certo. Mas eu não terminei ainda...-Escutem, o que está feito, está feito. Eu acho que nós precisamos começar do zero, aqui e agora. Não importa o que aconteça, não pode haver mais segredos. Todos nós precisamos confiar uns nos outros-- há muito em jogo agora. Temos que ser honestos uns com os outros, sobre tudo... certo?


Ambas a Vó e a Jenny acenam com a cabeça, parecendo impressionadas com o meu discurso. Tudo que eu posso esperar é que elas continuem a levar isso à sério.


-Ah, e Vó.-Eu digo.-Nós precisamos definitivamente comprar um MeChip para senhora. A senhora não tem escolha nessa decisão.


A Vó abre a boca pra protestar, mas ela percebe o porque e não fala nada.


-Eu estou muito orgulhos de você,Luiz.-Vó diz.-Você é um herói. Não deixe ninguém te dizer o contrário.


Jenny olha para mim, reafirmando o que a Vó disse. Tudo que eu posso pensar é: O que eu faria sem essas duas? Por um momento, ficar sentado aqui com a Vó e a Jenny, eu começo a me sentir bem de novo.





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