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História Ash, fazendo certo! - Passando o bastão


Escrita por: escrevendoporhobby

Notas do Autor


Eae pessoal, beleza? Depois de um tempão tô postando capítulo de novo, espero que gostem. Fiz ele todo pelo celular, então me desculpem qualquer erro de digitação, vou corrigir na medida do possível. Boa leitura

Capítulo 34 - Passando o bastão


Quando abri meus olhos, tive a leve sensação de que tudo não se passou de um sonho. Mas, assim que tento me levantar, meu ombro direito parece querer me matar. Logo, concluo que todos os acontecimentos do dia anterior eram reais. A Vulpix estava encolhida perto de minha cintura, dormindo suavemente. Ainda deitado, noto que o dia começava a nascer. Meu Dragonite estava ajoelhado de frente para uma flor amarela. Essa que outrora fora seu pai, o protetor do santuário. Não conseguia ver Dawn ou Tyranitar ou mesmo a equipe Rocket. Decido ir até meu pokemon. Eu sentia uma aura de tristeza envolta de seu corpo, esse, muito ferido devido ao acúmulo de batalhas. Com meu braço esquerdo segurava meu ombro ruim enquanto cambaleava até Dragonite. Quando me aproximei o suficiente, passo meu braço bom envolta do dragão. Seu corpo estava gelado e muito ferido. Minha situação não era muito melhor. O peso vence minhas pernas e caio apoiando em Dragonite. O pequeno choque fez uma nova onda de dor passar por todo meu corpo, me deixando também de joelhos, abraçado ao meu pokemon.

Horas mais tarde, o sol já iluminava todo o vale. Diferente do habitual, dessa vez sou acordado por Dawn, que me chamava calmamente.

-Ash, você está bem? Acorda Ash.

Incomodados pela forte luminosidade, meus olhos demoram alguns segundos até se regularem. Quando estou apropriadamente acordado, peço ajuda para me levantar. Passo meu braço esquerdo envolta do pescoço de Dawn e juntos levantamos. Meu dragão não estava mais lá. Ele havia saído e tentou me deixar o mais confortável possível. Vejo que ele havia improvisado um colchonete e uma coberta com folhas de tamanhos diferentes.

-Minha nossa.

Eu não tinha reparado em como estava o santuário. Quando chegamos, a parte mais perto da cidade de Blackthorn estava destruída. Agora, todo o santuário era um verdadeiro campo de guerra. Diversas crateras, tão fundas quanto as primeiras, se espalhavam de forma irregular por todo o terreno. Arvores de cinco ou seis metros estavam partidas e tombadas no chão. Vários montes de terra espalhavam-se próximo aos pés da montanha. Dragonite estava sentado na borda do lago, com seus pés dentro da água. Ao seu lado, o pequeno Tyranitar estava de pé. Os dois estavam com a mesma altura. Eles olhavam para a água em silêncio, dava para notar que os dois pokemons estavam abaladas com a perda do dragão, mas eu ainda não sabia o motivo. Agora que aproveitávamos alguns instantes de paz, reparo novamente na cauda do Tyranitar: ela possuía apenas dois “espinhos”, quando normalmente eles possuem quatro. Antes que pensasse a respeito disso, mais um Dragonite aparece no céu, carregando um treinador em suas costas.

-Ash, Dawn! – Clair nos cumprimenta após descer de seu dragão. – O que aconteceu aqui? O que aconteceu com seu ombro? – Estava nítido que a líder de ginásio estava constrangida com a situação.

-É uma longa história...

Clair não ficou um segundo parada. Ela foi até a cúpula que guardava a chama sagrada para conferir se ela ainda estava lá. Depois, ela entrou em uma pequena área que não havia sido destruída e encontrou vários pokemons bebês. Por último, ela foi até o pé da montanha. Lá, havia uma caverna onde vários pokemons se escondiam. Todos eles estavam cuidando de seus ovos. Durante todas as tarefas eu contei sobre o que aconteceu. Desde quando meu Dragonite saiu sozinho da pokebola até a morte do dragão pai. Sempre que eu me esquecia de algum detalhe, Dawn complementava a história. Assim que voltamos para perto do lago, Clair para e se vira para nós.

-Ash, eu tenho algumas coisas para te falar. – Ela suspira fundo, como se se sentisse culpada. Então, ela toma ar e começa a falar. – Bem, primeiramente, você se lembra que eu disse a você que as flores do santuário florescem em todas as estações?

-Sim. – Eu respondo, já estava de pé sozinho, apenas segurando meu ombro, que doia um pouco.

-Então, o que você viu na noite passada é um fenômeno que batizei de “Involução”. Normalmente, um pokemon tende a crescer quando ele é jovem e isso se manifesta através das evoluções. – Ela olhava para mim para ter certeza de que eu estava entendendo. – Mas, assim como nós, os pokemons também envelhecem e, em algum momento, eles acabam morrendo.

Ouvir isso era um pouco pesado. Quer dizer, todos nós sabíamos que os pokemons não eram eternos, mas nunca tocávamos no assunto.

-Quando eles chegam a certa idade – ela prosseguiu – os pokemons voltam para o local do nascimento deles, o mais longe possível de seus treinadores. Quando eles chegam em seu estágio final, os pokemons começam a reduzir seu tamanho, voltando a sua versão anterior – Me veio a cabeça a cena do dragonite pai reduzindo seu tamanho – até alcançarem sua última evolução: uma flor, onde eles mostram para sempre sua beleza e passividade.

Minha ficha cai: o santuário não era só um lugar onde os pokemons viviam, era lá o local que eles iam para viverem seus últimos momentos. O santuário não era só um lar, mas também um imenso cemitério. Não, aquele lugar não podia ser definido como um “cemitério”, era muito mais que só um lugar que eles vinham para morrer. Este lugar é a casa deles, é onde está sua família.

-Mas Clair, por que nunca vimos nenhum pokemon morrer? – Dawn pergunta.

-Isso me leva ao segundo ponto. O primeiro líder de ginásio de Blackthorn encontrou este lugar. Junto com seu Dragonite, eles o protegeram de pessoas más e trabalharam para transformar este local em um lar para os pokemons. Algum tempo depois, o treinador acabou morrendo e deixou com seu Dragonite a missão de cuidar desse lugar. Nós, líderes de ginásio, dividimos a função de protetor do santuário com o Dragonite do primeiro mestre dragão a mais de 200 anos...

-Espere, então você quer dizer que aquele Dragonite tinha pelo menos duzentos anos?

-Exatamente. – Clair me responde. – Aquele dragão não só cuidou desse local, mas também teve três herdeiros. O mais novo está com Lance, meu aprendiz. O segundo filho é o meu Dragonite, que, assim como o seu pai, é passado de líder para líder. E o primogênito, o mais forte dos três, herdeiro do trono de protetor do santuário...

-É o meu Dragonite...

-Sim. Durante anos os líderes de Blackthorn procuraram o primeiro filho do Dragonite que pertenceu ao nosso mestre, mas nunca o encontramos.

-Até hoje. – Observo.

-Sim, e isso me leva a te fazer uma proposta, Ash Ketchum. – Eu não fazia ideia de como ela sabia meu sobrenome. – Como líder de ginásio, eu falhei com minha missão de proteger este santuário sobre qualquer custo, mas você, detentor do mais poderoso Dragonite, não mediu esforços para proteger esse lugar. Então, eu, Clair, ofereço a você o posto de líder de ginásio de Blackthorn!

Cara, o que está acontecendo?!

-O-o que?

-Você ouviu, eu estou oferecendo a você meu posto de líder de ginásio. Você não precisa se preocupar com nada, eu irei cuidar pessoalmente com a papelada.

-Não, eu, eu... preciso de um tempo para pensar ok?

-Ok, mas preciso que me responda até o fim do dia.

-Está ótimo.

-Irei voltar para o ginásio, ainda tenho dezenas de desafiantes para batalhar. Quando eu voltar, preciso de uma resposta.

-Ash, o que você vai fazer? – Dawn me pergunta.

-Eu não sei, isso foi tão repentino. Eu nunca me imaginei cuidado de um ginásio. Eu realmente preciso pensar sobre isso.

-Acho que você vai pensar melhor sobre isso sozinho. Clair, você pode me dar uma carona até a cidade? Todos os meus pokemons estão com a enfermeira Joy.

-Claro. – Dawn sobe nas costas do dragão. Ela já tinha alguma experiência em voar nas costas de um Dragonite. – quando voltarmos você tem que ter tomado uma decisão Ash.

Eu não queria que Dawn tivesse ido, mas isso não importava agora, eu tinha uma grande decisão a tomar. Fiquei algumas horas pensando sobre isso: Se eu aceitasse, minha jornada acabaria após a Liga Pokemon. Caso vocês não saibam, existem duas condições para se tornar um líder de ginásio: a primeira é você ser o campeão do continente e vencer todos os membros da Elite dos quatro. Se você ganhar, você pode escolher se tornar um membro da Elite ou então desafiar um líder valendo o seu ginásio. A segunda é, após ser campeão do continente, um líder de ginásio te indique para a função. Por que vocês nunca ouviram falar disso? Porque é praticamente impossível que qualquer uma das situações aconteçam. Normalmente um líder de ginásio se aposenta e passa seu posto para um dos membros da Elite. Então, se eu conseguisse me tornar um líder de ginásio provavelmente todas as pessoas do mundo iam me conhecer. Pensei sobre isso por um tempo, até chegar a uma conclusão: essa decisão não era só minha. Na verdade, aquela decisão nem se quer era minha. Caminho até meu Dragonite, que permanecia sentado na borda do lago, com seus pés imersos na água.

-Ei amigão. – Cumprimento ele. – Você ouviu o que a Clair disse?

-“Sim.” – Nossa ligação estava ligada.

-Então tudo aquilo era verdade?

-“Sim.”

-Cara, isso é incrível! Eu sempre percebi que você é mais forte que todos os outros.

-“Muito obrigado.”

-Mas como você foi parar na Zona Safari?

-“Assim como as ligas, cada continente possui um ‘Santuário Pokemon’. O santuário de Kanto era a Zona Safari. Muitos anos atrás, meu pai me mandou até lá para que eu pudesse me acostumar com minha futura missão.”

-Nossa, isso é um máximo! Mas por que você veio comigo?

-“Eu imaginei que iria conseguir ser mais forte se treinasse com você.”

-E você conseguiu?

Meu pokemon olha para mim.

-“Sim, eu me tornei mais forte do que qualquer um”

Me levantei e abracei meu pokemon. Era demais para mim ouvir aquilo. Eram tantas emoções juntas que eu não conseguia transmitir uma mensagem direito.

-Você foi o meu pokemon mais poderoso, Dragonite. Muito obrigado por me permitir treinar alguém como você.

Durante o resto da tarde, nós dois nos divertimos como nunca. Contamos histórias sobre nossas aventuras. Sobre a Liga Índigo, sobre nossa incrível luta contra o Mewtwo* e até sobre nossos sentimentos. Voei nas costas do meu dragão, mergulhamos no lago, aproveitei cada segundo. Antes que eu me desse conta, Clair e Dawn já haviam chegado.

-E então Ash, você já se decidiu?

-Já. Eu não serei líder de ginásio. – Até aqui nenhuma surpresa. – Mas eu tenho um pedido.

-E qual seria esse pedido? – Ela me questiona.

Eu não havia percebido, mas durante toda a tarde eu aproveitei meus últimos momentos com Dragonite. E nós dois sabíamos disso.

-Meu Dragonite será o novo guardião do santuário pokemon.

Tanto Clair quanto Dawn pareceram surpresas com o pedido, e não era de se admirar.

-Você tem certeza disso? – Clair me pergunta.

Olho diretamente para os olhos de meu pokemon. Era esse o fim da nossa jornada. E fora uma jornada incrível. Agora, ele iria seguir seu sonho.

-Tenho, você pode fazer isso por mim?

-Posso.

-Então está feito. Dragonite será o novo protetor do santuário e você poderá focar seu tempo no ginásio. Agora eu preciso ir até o centro pokemon buscar meus amigos. Amanhã de manhã resolvemos os detalhes, ok?

-Tudo bem – Clair ainda parecia não estar acreditando que eu abriria mão do Dragonite mais forte do mundo.

Pulo nas costas de meu dragão e quase imediatamente estávamos a aproximadamente 500m do chão. Se eu não estivesse acostumado, teria perdido todo o ar dos meus pulmões. Voamos pelo caminho mais longo até Blackthorn, mas nenhum de nós se importou.


Notas Finais


* - Esse é um capítulo antigo da história que vou reescrever ainda, assim que eu o refazer aviso vocês.


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