História Ashera - Especial: My Lover - Kiyley

P.o.V. Hayley

Olhei meu reflexo no espelho e aquilo me deu ainda mais raiva. Meus cabelos, antes alaranjados, agora estavam rosas e extremamente longos e meus olhos se resumiam a bolas negras, minhas pupilas não passavam de riscos vermelhos. Minha pele era ainda mais pálida, quase acinzentada, e as marcas negras em meu rosto faziam parecer que eu tinha passado maquiagem preta e chorado, não que isso estivesse muito longe da verdade. Como se já não bastasse tudo isso, minhas asas faziam questão de aparecer, uma de penas negras e a outra semelhante a de um morcego. Pelo menos a camisola que eu usava era aberta atrás, odiava perder roupas assim.

Como se já não bastasse o fato de eu estar provavelmente sendo traída nesse exato momento, eu também não conseguia controlar minha forma. Realmente ótimo.

Me sentei na poltrona que ficava de frente pra porta de casa, sem nem fazer questão de acender a luz, a última coisa que eu queria era encarar minha pele enquanto estivesse naquela forma horrível. Não era tão difícil manipular minha aparência de demônio, mas às vezes, em casos extremos, isso saía do meu controle.

Saber que meu Ashera estava por aí tentando me trair era definitivamente um caso extremo. Claro que não era a primeira vez e nem seria a última. 

Fechei os olhos quando ouvi o barulho da porta sendo aberta e o rangido irritante que se seguiu pelo processo ter sido lento, visando diminuir o barulho. O filho da puta tentou se esgueirar pela sala sem fazer barulho.

— Se divertiu? – duas palavras. Apenas duas palavras foram o suficiente pra Kim congelar todos os seus movimentos e se virar pra mim.

Levantei da poltrona e cruzei aos braços, agradecendo por conseguir me controlar e voltar à minha forma humana. Eu tinha quatro braços na forma de demônio, útil? Sim. Desconfortável? Com certeza.

— Hay, baby! – Ele exclamou abrindo um sorriso enorme e correndo até mim de braços abertos.

— Baby é o cacete, você cala a boca! – apontei pra ele, o fazendo parar no meio do caminho. – Onde você estava? Como, quando e com quem? Por que sua camisa está ao avesso? Essa merda no seu pescoço é um chupão? – ele ficou calado, me encarando com aquela cara de lesado desentendido. – Me responde! – gritei.

Ele soltou um gritinho miado e deu um pulinho, como um gato assustado.

— Você mandou eu calar a boca! – ergueu as mãos, como se tivesse medo de que eu me transformasse em demônio novamente e o cortasse em pedaços. Bem, talvez eu o fizesse.

— E agora mandei responder!

— Eu só saí um pouco! Não é legal ficar o tempo inteiro preso na cabeça do Daeh e só sair quando você quer sexo, me sinto completamente usado – ele tentou fazer drama, piscando docemente aqueles olhinhos puxados e bufou irritado quando viu que eu não me afetei. – Será que não podemos só pular a parte da briga e partir pra onde fodemos no sofá? – perguntou ansioso, levando a mão para trás e tirando sua cauda de sua jeans.

— O que você pensa que-. – abri a boca, pensando em falar mais, mas então lembrei que nem que ele quisesse conseguiria me trair (benefícios do elo), e apenas dei de ombros ficando aliviada, o que eu achei que era um chupão era a tatuagem de coração no pescoço dele. – Foda-se isso – o puxei pela camisa, jogando-o com força sobre o sofá.

Sentei em seu colo, cercando sua cintura com minhas pernas, e levei minha boca para seu pescoço. Suas mãos foram instintivamente até minha cintura, mas eu as segurei e as ergui sobre sua cabeça. Aproximei meu rosto do dele, meus lábios parados a milímetros dos seus, mas no lugar de beijá-lo apenas suguei seu lábio inferior, logo descendo meus beijos pelo seu queixo, até chegar em seu pescoço.

Mordi o local até tirar sangue, ficando mais excitada pelos gemidos de dor de Kim do que pela sensação de seu pau já duro contra mim. Soltei suas mãos para poder arranhar suas costas e ele me olhou como um filhote abandonado.

— Você tentou me trair, não tentou? – comecei a rebolar sobre ele e tirei a camisola que eu usava para dormir.

— E-eu... – ele pareceu hipnotizado pela imagem dos meus peitos se balançando e eu apenas levei minha mão até o local onde eu tinha mordido, apertando ali.

— Cala a boca! – o olhei ameaçadoramente e rasguei sua camisa em pedaços, sem paciência pra abrir botão por botão.

Suas íris estavam quase rosas, como sempre ficavam quando transávamos, com uma aparência ferina devido ao tesão, e eu apenas sorri maldosa. Abri os botões de sua calça e a desci um pouco. Coloquei as mãos por dentro de sua cueca e passei a masturbá-lo lentamente.

Abaixo de mim, Kim começava a ofegar cada vez mais necessitado e eu apenas distribuía beijos preguiçosos por seu torso.

Como acontecia na maioria das vezes durante o sexo, eu não conseguia me concentrar em controlar minha aparência, ainda mais juntando com o fato de que eu estava realmente puta, então eu estava no meio termo entre humana e demônio. Meus cabelos estavam rosas até a cintura e minhas unhas longas e negras, minhas asas estavam soltas e provavelmente meus olhos tinham voltado a ser totalmente negros e com as pupilas vermelhas, mas eu estava muito ocupada me colocando de joelhos em frente a Kim para me preocupar com isso agora.

Comecei a saborear seu pênis com a ponta da minha língua, como se fosse a primeira vez que eu fazia aquilo, me divertindo com os gemidos sofridos que meu Ashera liberava. Eu sentia como seu pênis palpitava em minha mão e meu próprio corpo reagia àquilo, a vontade quase irresistível de me tocar mesmo que por cima da calcinha. Sem querer enrolar mais com aquilo, coloquei seu membro inteiro dentro da minha boca sem desviar os olhos de Kim.

— Oh, porra! – ele deixou sua cabeça cair pra trás com a boca entreaberta, suas mãos indo para o sofá e apertando forte o estofado para evitar colocá-las em minha cabeça. Ele sabia como eu odiava que me ditassem qualquer tipo de ritmo.

Comecei a tirar e meter seu membro em minha boca com agilidade enquanto acariciava meus seios com a mão que não o masturbava. Levei minha mão até minha intimidade, passando a me masturbar ao mesmo tempo que ainda o chupava, e em pouco tempo nossos gemidos já tinham se misturado ao som de minha boca subindo e descendo por seu pau.

Em um movimento rápido, ele me puxou em sua direção e me colocou novamente em cima dele, esfregando deliciosamente seu pau no meio de minhas pernas. Joguei a cabeça pra trás e suspirei necessitada, completamente extasiada por aquela sensação já conhecida de prazer tomando cada célula do meu corpo. O que diziam sobre os orientais não era verdade, pelo menos não se tratando do Kim, ele tinha um pau lindo e grande e seus pelos pubianos também eram branquinhos.

Um de meus seios foi capturado por seus lábios enquanto ele continuava com as mãos em minha cintura, se esfregando em mim como se estivéssemos em algum tipo de cio.

— Por que a gente sempre demora tanto nas preliminares? – perguntei entre suspiros. Era engraçado pensar que eu era mil vezes mais silenciosa no sexo do que Kim.

— Elas são a melhor parte! – ele nos virou, jogando meu corpo no sofá de barriga pra cima e se deitando por cima de mim, enquanto isso tirava sua calça e cueca que ainda estavam presos em seus pés. Nossos sexos se roçavam e eu já sentia a baba do seu pau me melar toda.

Seus lábios se colaram aos meus, praticamente os amassando, nossas línguas em uma completa confusão, tentando tomar o controle do beijo. Suas mãos apertavam deliciosamente minha bunda e o prazer era tanto que eu apenas ignorava a dor que sentia por ter minhas asas amassadas contra o estofado.

Um tempo depois ele começou a descer pelo meu corpo, fazendo um rasto molhando por todo ele. Ele se demorou mais dando sugadas gostosas nos meus seios, eu tinha seios tão grande assim, era o bastante para o Kim encher sua mão. Quando ele finalmente chegou sua boca na minha vagina foi quando eu finalmente soltei um gemido significativo. O oral do Kim era a melhor coisa do mundo, sua língua era feroz e safada, eu podia gozar só com aquilo.

Um bom tempo depois ele voltou a subir seu corpo e nos roçamos mais um pouco enquanto nos beijávamos. Eu abraçava seu pescoço e arranhava de leve o local, preocupada em realmente estar o machucando com minhas unhas, e separei nossos lábios pra gemer quando ele finalmente me penetrou. Aquela prazerosa sensação de me sentir totalmente preenchida.

Eu tinha sorte de ser imortal, provavelmente se eu fosse humana teria um ataque do coração toda vez que eu fizesse isso.

— Você é tão gostosa... – ele separou de vez nossos lábios, um fio de saliva nos unindo, e desceu os beijos para meu pescoço, arranhando os dentes ali.

— Eu sei – arranhei suas costas e cruzei as pernas em volta de sua cintura, incitando-o a nem mesmo pensar em se afastar.

Seus movimentos eram curtos e precisos e eu quase via estrelas. Arranhei suas costas, gostando da ideia de deixá-lo marcado, e liberei seu quadril para que ele pudesse finalmente ir mais rápido. Kim abriu minhas pernas, dando aquele sorriso pervertido que eu tanto amava, e começou a realmente me foder. A tatuagem de coração em seu pescoço pulsava muito rápido e agora era rosa neon.

Fechei os olhos, deixando que aquele mar de sensações me invadisse junto com suas investidas. Seus dedos foram até meu clitóris, estimulando o local, ao que sua outra mão não se decidia entre apertar meus seios ou se segurar em minhas costas.

Ele se sentou no sofá e me puxou para que eu sentasse em seu colo. Suas mãos passearam pelas minhas costas calmamente enquanto eu rebolava em seu colo para poder beijá-lo ao mesmo tempo que ele estimulava meus seios.

— Cavalga em mim – ele levou suas mãos à minha bunda, apertando fortemente as duas abas. Revirei os olhos em prazer e puxei seu cabelo, fazendo-o olhar pra mim.

— Eu sei o que fazer, agora cala a boca e me chupa – empurrei seu rosto contra meu peito e no segundo seguinte já pulava em seu colo.

Meus dedos se ocupavam em o arranhar até tirar sangue ou puxar seu cabelo. As vibrações de seus gemidos contra meus seios só servia pra deixar tudo ainda mais prazeroso e naquele momento eu tinha certeza de que estava completamente bêbada de prazer.

Raiva, suor, gemidos, prazer. Amor.

À medida que meu orgasmo se aproximava Kim aumentou a pressão de sua língua, revezando entre meus mamilos, e segurou em minha bunda, obrigando-me a ir cada vez mais rápido sobre ele.

— Goza pra mim, Hayley – pediu entre gemidos, levando sua boca até meu ouvido e mordendo levemente o local.

As contrações de meu corpo acompanhavam meus arrepios intensos e eu me resumia a uma confusão de gemidos. Finalmente cheguei ao orgasmo, chamando por seu nome, e deixei que meu corpo caísse sobre o dele.

Comecei a rebolar mais calmamente sobre ele, sua respiração ficando cada vez mais entrecortada, e passei a brincar com seus mamilos, sabendo que ali era um de seus pontos mais sensíveis. Em pouco tempo ele gozou dentro de mim, daquele jeito escandaloso de sempre, e eu encarei com um sorriso idiota seu rosto vermelho e suado.

Ele beijou minha testa e nós ficamos um tempo ali em silêncio, tentando controlar nossa respiração. Passei meus braços em volta de seu corpo, apertando-o possessivamente contra mim, como se tentasse juntar nossos corpos. Àquela altura eu já tinha voltado a ser totalmente uma humana.

— Vem, vamos tomar banho. — Saí de seu colo e puxei sua mão.

— Posso pegar meu consolo? — Olhei para trás fazendo careta, mas ele me lançou um olhar pidão. — Por favor, baby... — insistiu manhoso quando chegamos no nosso quarto.

Nós morávamos numa casa grande, mesmo que Kim e as outras personalidades do Daeh ficassem um bom tempo na casa dele, cada um tinha seu próprio quarto. Tirando o Kim, que dormia comigo, obviamente.

— Okay, pega lá... — eu disse derrotada indo para o banheiro. Não demorou nem um minuto para o Kim aparecer no banheiro com um consolo preto grande e molenga.

— Isso me lembram negão que eu vi-... — ele parou de falar quando eu estreitei os olhos. — Vem baby... Adoro quando sou “passivo” com você. — Ele provocou dando uma lambida na ponta do consolo olhando para mim.

Eu engoli em seco, confesso que aquela cena era excitante. Kim também gostava que eu estimulasse sua próstata. Pelo menos era um jeito de deixar ele mais calminho, já que ele era bissexual. Entrei no box e dividi a água do chuveiro com ele assim que entrei. Ele deu outra chupada do consolo e virou de costas.

O que uma garota não faz por amor?

-x-

Acordei com um falatório vindo do primeiro andar da casa. Apalpei meu outro lado da cama e o Kim não estava lá, por um segundo achei que ele tinha sumido outra vez, mas fiquei aliviada ao ouvir sua voz no meio das outras no cômodo de baixo. Fomos dormir bem tarde ontem, Kim ficava ainda mais safado depois que eu enfiava um consolo na sua bunda. Me deixava louca.

Tomei outro banho, me arrumei e desci. Ainda tinha que dar uma geral no meu pub antes de abri-lo.

— Warrior is back, we gonna rock this…. — ouvi ele cantando assim que cheguei à sala. Era o Bang, a personalidade “Boss”, ele era a personalidade do Daeh mais alta, devia ter quase dois metros. Ele estava com fones de ouvidos e cantava a plenos pulmões, segurava uma vassoura na mão e varria o chão enquanto cantava, sua cauda branca, que sempre estava presa a uma lâmina, agora tinha um espanador. Desafiar pessoas para duelos mortais e arrumar a casa eram seus hobbys.

Deixei ele lá e segui para cozinha. Tinha uma grande mesa cheia de comida posta e eu sorri ao sentir o cheiro. Todos as outras cinco personalidades estavam ali, inclusiva Kim.

— Bom dia rapazes! — disse sentando na cadeira na ponta principal da mesa.

— Bom dia Hay! — todos responderam ao mesmo tempo e voltaram a discutir sobre a festa do Liam, que seria dali alguns dias.

O Daeh parecia o mais ansioso e não podia ser diferente.

— Aqui Hay. — Zelo veio até mim e me serviu um pouco de café. Era ele quem cozinhava para gente praticamente todos os dias. Quando ele não estava tentando matar alguém ele podia ser um grande Chef.

— Obrigada querido. — Comecei a comer tranquilamente enquanto interagia com todos eles, até o momento em que olhei para o garoto que usava uma toca azul e tomava uísque no gargalo. — Moon, já bebendo de manhã? — ele negou e sorriu de lado. — Não?

— Eu passei a noite toda bebendo... Você e o Kim me acordaram. Você não pode me culpar!

— Sim, francamente — começou outra personalidade, Yoo, ele era o único que usava óculos —, o que você estava enfiando no Kim essa madrugada?

— Ah, nem te conto. Uma jeba negra dess-. — Kim começou a falar, mas recebeu um tapa na cabeça do Zelo, que estava ao seu lado.

— Não fala essas coisas quando Daeh estiver perto. — Ele comia uma torrada com geleia de morango.

Todos nós olhamos para o garoto de cabelos brancos e olhos cinzas que aparentava ter uns doze anos de idade. Só Daeh tinha uma aparência infantil.

— Desculpa, eu esqueci. — Kim se desculpou, voltando a comer.

— Daeh não sabe o que é jeba... — o pequeno disse confuso, olhando para Kim.

O Yoo arrumou seus óculos e suspirou. Ele era perfeito para pensar em uma desculpa rápida.

— É um apelido para beijo na bochecha.

— Ah! Daeh adora dar jebas então! — ele disse animado beijando a bochecha do Moon, que já tinha dormido com a cara no seu prato, até que demorou pra isso acontecer.

O Kim segurou uma risada e eu não consegui evitar fazer o mesmo.

Eu amava todos eles, cada a seu jeito. Eles podiam ser terríveis, mas o que eu podia esperar? Eles foram criados por um demônio como eu, não podia ser diferente. Eu também era terrível.