1. Spirit Fanfics >
  2. Asylum >
  3. A morte vem tomar banho comigo.

História Asylum - A morte vem tomar banho comigo.


Escrita por: wftmoose , Eva_Z e mishacolls

Notas do Autor


Olá unicórnios do vale...

Aqui é a Eva e, como eu já expliquei, estou responsável pelo personagem Dean Winchester, mas é claro que tem meu toque nos POVs desses animais silvestres, principalmente quando o assunto é sarcasmo, duplo sentido e, bom... "teorias" (sabemos que é o que eu faço de melhor hahaha)

Enfim né, quem liga? Desculpa o errinhos e fiquem com o capítulo.

Capítulo 3 - A morte vem tomar banho comigo.


POV. Dean Winchester

Outubro, 1962

 

Dean Winchester, é esse é o meu nome. Não que isso importe muito devido às atuais circunstâncias.

Vamos do começo: Um incêndio levou minha mãe e meu pai de mim quando eu tinha sete anos, me deixando apenas meu irmão mais novo, Adam. Obviamente duas crianças não poderiam viver sozinhas, então um amigo do meu pai, Robert nos adotou. Ele era como um segundo pai pra mim, mas a vida o levou também. A partir daí eu me responsabilizei pelo Dam e pela antiga oficina do tio Bobby. Até que as coisas iam bem, Adam estava se formando no colégio e iria começar uma universidade, graças ao dinheiro que meus pais nos deixaram de herança, (já que eu não poderia pagar, o trabalho de mecânico não é assim tão bem remunerado). Mas como já dizia.... Não sei quem foi que disse essa porra...: Tudo que é bom dura pouco.

No dia da formatura do meu irmão eu saí da oficina mais cedo, não dando a mínima para o serviço inacabado. Eu precisava chegar a tempo em casa e ainda tinha de passar no alfaiate de quem encomendara um terno para dar de presente ao Adam. Parei em frente a porta de entrada, respirando fundo antes de abri-la, eu não podia conter o sorriso já imaginando o quão ansioso Dam estaria e como ele gostaria de receber o presente. Provavelmente me abraçaria e agradeceria da forma que pudesse e então eu diria “sem momentos melosos”, ele me empurraria e soltaria um “Jerk” e eu responderia com “Bitch”. Éramos tão próximos.

Ao contrário do que eu imaginava, quando entrei em casa o silêncio era absoluto. Chamei em um grito, na esperança de que Dam estivesse no andar de cima em seu quarto ou tomando banho, mas não houve resposta. Supus que ele estava na casa de algum amigo, e chegaria em breve, então, corri para o quarto dele, planejando deixar o smoking em sua cama, para surpreendê-lo quando o mesmo chegasse. Ao subir as escadas e passar pelo corredor estranhei um pouco o fato dos móveis estarem desorganizados e o tapete completamente fora do lugar, mas ignorei, nós nunca fomos muito organizados mesmo. Fiquei um pouco mais preocupado ao notar que a porta do quarto estava entreaberta e a luz acesa, respirei fundo e contei mentalmente “um... dois... três...” abri a porta. Nada, o mesmo quarto bagunçado de sempre, eu provavelmente teria que mandá-lo arrumar depois. Larguei a grande caixa em cima da cama sorrindo ao imaginar novamente a reação do loiro e fui até o banheiro tomar um banho, afinal, ele ficaria uma fera se eu me atrasasse.

Entrei tranquilo já tirando minha blusa de frio, bem suja de graxa por sinal. Me olhei no espelho e constatei que eu inegavelmente precisava fazer a barba, era um dia importante para meu irmão e eu deveria ficar apresentável. Procurei pela lâmina e não encontrei, xingando Adam mentalmente já que provavelmente era ele quem tinha pego. Balancei a cabeça decidido a tomar banho e deixar a barba pra depois. Abri a cortina que cercava a banheira, e foi neste exato momento que minha vida virou de cabeça para baixo.

A porcelana branca estava completamente suja de um vermelho vivo, vermelho sangue, o sangue de Adam. Meu irmãozinho estava ali, dentro da banheira, com os olhos abertos, porém completamente sem vida. Meu mundo desabou em frações de segundos. Quem faria uma coisa dessas? Quem mataria meu irmão e porquê? Meu desespero momentâneo não me permitiu pensar nisso, eu apenas me abaixei segurando o corpo gelado, sacudindo e chamando seu nome em uma esperança vã de que talvez isso mudasse alguma coisa. Obviamente nada aconteceu.

-Dam, não. Dam olha pra mim, me responda por favor. _ Era tudo que eu podia dizer em meio aos soluços e lágrimas. _ Não, não vai embora, isso não está certo, não era pra ser assim. _ gritava trêmulo enquanto o abraçava agindo completamente guiado pelo pavor. _ Não faz isso comigo Dam, não me deixe sozinho.

Eu devo ter ficado ali, sentado no chão frio do banheiro ao lado do cadáver do meu irmão caçula durante um bom tempo, pois quando resolvi sair já era noite.  Na hora eu não fazia ideia de para onde estava indo, eu simplesmente abri a porta e caminhei desnorteado. Absolutamente nada se passava pela minha cabeça, eu era como alguém no piloto automático, apenas andando como se fosse programado para isso, era como se meu cérebro tivesse parado diante da situação devastadora pela qual eu acabara de passar, estava em estado de choque. Só fui voltar para a realidade quando ouvi sirenes, e o meu nome sendo chamado.

-Senhor Winchester? ... Senhor Winchester, pare imediatamente! _ uma voz masculina soou atrás de mim, e eu supus ser de um policial, tendo certeza disso quando me virei. _ Ponha as mãos na cabeça e não dê nem mais um passo. _ ele disse com a arma apontada para mim.

-O-oque.? _ eu tentava formular frases mas não era capaz, eu não sabia o que estava acontecendo.

-Não dê nem mais um passo, nem mais um passo! _ ele parecia nervoso, e com.... medo? _ Ponha as mãos na cabeça e ajoelhe-se.

Lentamente eu ergui os braços e me ajoelhei, vendo mais dois carros da polícia chegarem e mais armas serem apontadas na minha direção. Dois deles vieram até mim e me algemaram, eu ainda não sabia o que estava havendo. Minha cabeça latejava, tudo rodava, as palavras que eles diziam pareciam desconexas, flashes passavam pela minha mente. Imagens de Dam morto, imagens dele quando era pequeno, nossas brigas, todas as vezes que eu o defendi de brigas alheias misturavam-se com o barulho das sirenes enquanto eu era empurrado para dentro do carro.

Cheguei a delegacia e fui guiado até uma sala, ainda algemado me sentei em uma cadeira e então eles algemaram meus pés. Um homem entrou, ele era alto e usava um terno, se sentou à minha frente e todos os outros se retiraram do cômodo.

-Você é Dean Winchester? _ me perguntou, eu apenas assenti com a cabeça. _ Você é irmão de Adam Winchester? _ disse me fazendo cair na real.

-Adam! _ me ajeitei na cadeira tentando inutilmente me levantar. _ O-o meu irmão, vo-vocês tem que... ele... o Adam... Banheira. _ eu tentei dizer mas não fazia muito sentido.

-Senhor peço que se acalme. _ ele disse friamente. _ Adam Winchester está morto, não que eu precise avisá-lo. _ eu ainda não conseguia entender o que estava havendo.

-Vocês têm que fazer alguma coisa, têm que pegar o desgraçado que fez aquilo com meu irmão. _ falei sério e ríspido, mas o olhar dele permaneceu gélido.

-É exatamente o que estamos fazendo senhor. _ afirmou. _ Sua vizinhança entrou em contado e disse ter te visto sair de casa coberto de sangue. Você nega tal afirmação? _ me olhou de cima a baixo, me levando a fazer o mesmo, foi então que eu percebi que de fato, eu estava coberto de sangue.

-N-não. _ respondi meio atordoado.

-Foi o que pensei. _ seu tom chegava a ser cínico.

-Não está pensando que eu matei meu irmão não é? _ perguntei começando a compreender o que se passava. _ Não pode estar passando pela sua cabeça que eu matei o meu irmãozinho, ele era a única família que eu tinha. _ disse já irritado.

-Infelizmente os fatos nos levam a suspeitar do senhor, senhor Winchester. _ falou respirando fundo em seguida. _ Disse que ele era sua única família certo? _ eu apenas assenti. _ Eram muito próximos? _ novamente assenti, essa pergunta me fez sentir um nó na garganta e meus olhos marejaram. _ Ele se formaria hoje se não me engano. _ continuou. _ Logo estaria indo para uma universidade, deixando você sozinho. _ agora eu entendia as suposições dele.

-Mas se eu o matasse, tecnicamente eu não estaria sozinho também? _ questionei. _ É claro que eu preferia que ele ficasse comigo e fosse uma criança pra sempre, aposto que o senhor pensa o mesmo de seus filhos. Os mataria por conta disso? _ me inclinei para frente desafiando-o

-Não está em posição de fazer perguntas. _ falou se levantando e tirando um saco plástico de dentro de um armário próximo. _ Reconhece isto? _ de dentro do saco ele tirou algo que me era familiar, muito familiar. Era o diário da minha mãe, a única coisa deles que me restou. _ Encontramos na sua casa. Reconhece estes símbolos? _ folheou o caderno me mostrando alguns símbolos, eu apenas fiz que não com a cabeça sem entender o que aquilo tinha a ver com a morte do Dam.

-I-isso era da minha mãe. Acho que o nome está escrito no verso. Mary. _ mostrei o nome escrito na última página _ Eu nem sei do que se trata a maior parte do que tem aí.

-Bom, de qualquer forma, alguns destes símbolos estavam gravados no corpo do seu irmão mais novo. Gostaria de ver? _ me perguntou como se aquele fosse o tipo de pergunta que se faz para alguém de luto.

-Não, carece não. _ eu estava achando aquilo tudo um grande absurdo.

-E como explica o fato das marcas irem parar no corpo morto de Adam? _ me perguntou.

-Bom, digamos que um pentagrama não é bem um símbolo secreto não é? Muito menos uma cruz. _ mostrei os desenhos de que falava

-Você não acha isso tudo muita coincidência Dean? _ parecia que estava tentando tirar algo de mim.

-E o senhor não acha que deveria tirar esse seu rabo da cadeira e ir procurar a porra do assassino que matou o meu irmão? _ cuspi as palavras.

-Seu jeito explosivo deve ser devido a falta dos pais, foi mesmo uma tragédia, muito difícil aos sete anos. _ eu me indignava mais e mais a cada palavra. _ Traumatizante de fato. Mas isso não faz com que você não seja um monstro, o que você fez com seu irmão foi horrendo filho.

Se eu pudesse eu daria um soco que afundaria o nariz daquele imbecil, mas como estava algemado tudo que pude fazer foi cuspir em seu rosto. Atitude extremamente mal pensada analisando agora. Ele se levantou furioso, abriu a porta e fez sinal com a cabeça, logo dois guardas me tiraram dali à força enquanto eu me debatia e berrava todos os xingamentos possíveis, o que não adiantou nada. Me jogaram no presídio da cidade.

Ficar preso era horrível, como já era de se esperar. Minha cela era separada já que me consideravam um tipo de "perigo". Não consegui parar de pensar em Dam nem por um minuto, ele não saia da minha cabeça. Eu nunca me sentira tão vazio, tão sozinho.

No dia seguinte, ainda algemado, eu fui levado até uma sala onde conheci meu suposto advogado. Eu não tinha família, e meus amigos se resumiam aos caras da oficina e pessoas que eu conhecia em bares, logo o governo se encarregou de arranjar para mim um defensor. Ele me disse que meu julgamento seria na próxima semana, que era aconselhável que eu tivesse uma boa conduta e que provavelmente as cartas não estariam a meu favor. Porém faria de tudo pra me inocentar, caso contrário eu iria para a cadeira elétrica, contando que o corpo do meu irmão além de morto estava mutilado (observação que eu achei bem sutil da parte dele).

Eu não podia acreditar no que estava acontecendo, pelo visto a polícia não tinha nenhuma pista do verdadeiro assassino, o que só dificultava as coisas pra mim. Mas lá no fundo eu tinha certeza de que a justiça seria feita, e quando eu fosse levado a julgamento o juiz perceberia que eu jamais seria capaz de fazer algo assim, muito menos com meu irmãozinho. Porém, mais uma vez meu jeito impulsivo fudeu ainda mais com as coisas.

No segundo dia em que eu estava naquele chiqueiro, um dos guardas achou que seria prudente me soltar junto com os outros presos, para que eu pudesse almoçar. Caminhei até o refeitório em silêncio, sendo observado por todos, provavelmente eles já sabiam o motivo pelo qual eu estava lá, e certamente não aprovaram. Peguei minha bandeja e segui a fila calado, depois de ter a comida servida sentei-me em uma das mesas vazias.

Quando eu estava perto de terminar dois caras enormes e tatuados vieram na minha direção, eles pararam a minha frente com os braços cruzados e caras fechadas.

 

-É você que gosta de machucar garotos? _ um deles perguntou chamando minha atenção. _ Fiquei sabendo que você matou um moleque, Winchester. _ ele continuou. _ Porque não tenta com alguém do seu tamanho?


-Bom, pra começar eu não matei ninguém. _ falei olhando para eles. _ E depois, você dá pelo menos dois de mim. Talvez três se contarmos esse seu nariz grande e feio. _ eu não sei porque eu simplesmente não fiquei de boca fechada.

O Homem me segurou pela gola do macacão alaranjado me erguendo no ar. Eu tentei tocar os pés no chão mas era impossível, então apenas o encarei, soltando um sorriso leve e, sem pensar duas vezes, lhe dei uma cabeçada bem no nariz. O brutamontes cambaleou para trás com o rosto sangrando, seu amigo logo partiu para cima de mim. Minha sorte é que rapidamente os guardas vieram nos separar. Na euforia do momento, sem pensar muito eu peguei minha bandeja de macarrão e joguei dentro das calças do guarda idiota que tentava me segurar. Mais uma péssima escolha.

Fui jogado na solitária, me colocaram uma camisa de força, fiquei lá durante umas duas horas até que a porta foi aberta.

-Acorda Winchester. _ um guarda gritou ao abrir a porta fazendo a luz entrar. _ Você vai dar um passeio. Espero que goste do inferno. _ ele riu debochado e eu fiquei sem entender.

Fui arrastado para dentro de um carro preto, ainda com a camisa de força. Lá dentro correntes foram presas aos meus pés e espécies de cintas de couro foram amarradas em volta do meu tronco por cima da maldita camisa de força... eu já disse que estava com uma camisa de força?

-O que está acontecendo? Onde estão me levando? _ perguntei depois que já havíamos partido.

-Ah você vai para um lugar onde tem gente como você. _ um deles disse fazendo os outros rirem. _ E se achava a gente da prisão estranha, espere até conhecer a sua nova casa.

-Mas... Mas eu não posso ir a lugar algum, eu tenho um julgamento na próxima semana. Onde está meu advogado? _ perguntei fazendo-os rir ainda mais.

-Acho que deveria fazer melhor suas escolhas. _ o motorista falou. _ Não tem mais julgamento Winchester. Qualquer um que mata o irmão, quebra o nariz de um cara e bota macarrão nas calças de um delegado em menos de três dias, pode ser considerado mentalmente incapaz de responder a um tribunal. _ falou assim que estacionamos.

Quando a porta do carro se abriu, dois guardas se puseram ao meu lado e um atrás de mim. Outro deles ia à frente como se abrisse caminho entre as pessoas que tiravam fotos e observavam. Observavam a mim.

Olhei para a enorme construção a nossa frente, reconhecia o lugar. Era velho, feio e parecia gélido, no alto da porta de entrada se encontrava uma placa onde dizia "Hospital Psiquiátrico Lakewood.". Foi como caminhar lentamente para a morte, como se aquelas portas fossem as portas do inferno, e de fato eram.

Me debati como pude para me soltar, os gritos das pessoas e dos guardas somados ao meu desespero me fizeram perder o controle. Eu não era louco, não queria ir para aquele lugar, eu não precisava ir para aquele lugar. Não posso negar que naquele momento, preso por correntes de ferro, me debatendo dentro de uma camisa de força e gritando coisas desconexas, eu provavelmente estava parecendo sim um louco, mas não era essa a questão. A questão era: eu era inocente, e o desgraçando que matou Dam ainda estava à solta.

Me empurraram para dentro do lugar, uma freira velha os recebeu me olhando com desprezo, apontou para as escadas dizendo que eu deveria ser levado para cima. Eu ia sendo arrastado enquanto todos ali dentro me observavam, menos uma moça que estava dançando valsa sozinha, os demais me lançavam olhares críticos e outros até mesmo assustados.

Fui para o andar de cima, me colocaram em uma sala junto a uma freira mais nova. Ela sorriu para os policiais que deixaram o lugar em seguida.

-Peço que não lute. _ disse calma, eu cheguei a pensar que ela poderia estar com medo. _ Isso vai ser melhor pra você. _ até que ela soltou esta frase carregada de frieza.

Se eu achava a prisão ruim é porque eu não tinha experimentado o manicômio. Tiraram minhas roupas e me deram uma espécie de banho, que estava mais para um jato d'água e depois uma baforada de um pó que fez meu corpo todo pinicar, tirando a parte que enfiaram minha cabeça em uma água que conseguia estar mais suja que eu, quase me afogando. Me vestiram com uma roupa branca, me obrigaram a tomar comprimidos e me colocaram de volta a camisa de forças. Depois disso me levaram até um corretor escuro e me jogaram dentro de uma sala, me trancando em seguida. Mais uma vez eu estava na solitária

Minha cabeça começou a doer, minhas vistas pesaram, mas eu não pude dormir, não com todos aqueles gritos vindos de outras celas, não com todas aquelas imagens do meu irmão atormentando minha mente.

Em menos de três dias eu havia perdido a coisa que mais amava no mundo, havia ido para prisão e agora estava em um lugar esquecido por deus e repleto de loucos.


Notas Finais


Eu sei, eu sei... Falei que eu ia trazer alegria pra fic e solto um capítulo desses, mas eu sou assim né, uma mistura de ruim com bom hahahha Já estão acostumados hahahha

deixem suas opiniões, ideias, sugestões, criticas
digam o que gostaram e o que não hahaha

Espero que essa fic supere as expectativas de todos... Beijos de luz


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...