A véspera da semana Santa chegou rápido. Era quarta-feira à noite e Juliette estava no quarto de Carla, observando arrumar a mala.
- Vocês não vão ficar mesmo em São Paulo até domingo? - perguntou Juliette.
- Minha mãe até queria, mas não estou com vontade. Minha Tia é chata demais, só estou indo porque minha mãe insistiu.
- Ela não ficou brava porque você quis volta antes do domingo?
- Não, ela entendeu. Sabe que não dá certo ficar muito tempo com minha tia, que reclama demais da vida e é uma pessoa extremamente negativa. Ninguém aguenta ninguém assim.
- Isso é verdade.
- Nem minha mãe aguentar, embora seja sua irmã. Ela mesma não fica muito em São Paulo quando vamos lá. Eu gosto da cidade, mas aguentar minha Tia é outros 500. Tem também minha prima, que é outra chata. Por isso vamos amanhã e voltamos no sábado. Ainda pego o churrasco dos meninos - Carla deu uma piscada para Juliette.
- Ah! Não piscar assim, se eu me apaixono - disse Juliette rindo - Então é isso, todo mundo vai neste churrasco, menos eu. Você, os meninos, claro a Thais.
- Thais vai? - o rosto de Carla se iluminou, mas Juliette não percebeu. Ela estava folheando uma revista, enquanto Carla ia colocando algumas roupas na mala.
- Vai, o Rodolffo convidou e ela se animou.
- A Camilla vai? - Carla ficou com medo da resposta, mas precisava fazer essa pergunta.
- Não, ela vai para um interior de São Paulo, visitar os avós.
- Ah! Carla sentiu um grande alívio dentro dela.
- Incrível este namoro dela está durando. Quase um mês - comentou Juliette, largando a revista e olhando para a mala de Carla.
- Vai ver ela é a alma gêmea dela, a que Sônia falou - Carla tentou arriscar para ver o que Juliette falava.
- Duvido muito. A Tatá não está apaixonada. Se fosse ela, certeza que ela estaria.
Carla abriu um sorriso e continuou arrumando sua mala, desta vez mais empolgada. Era o que precisava ouvir para lhe dar ânimo de enfrentar a viagem do dia seguinte e os dois dias que passaria com sua tia.
- Eu vou indo. Vou ver se ligo para os meus Tios e durmo cedo. Amanhã tenho um longo caminho até a Paraíba.
- Ok, vai lá. Boa viagem para você.
Às Duas se abraçavam em despedida e Juliette saiu. Olhou para a República da Máfia, em frente à casa da Carla. Estava tudo apagado, quieto. Ela foi em direção ao seu carro e observou um papel preso ao para- brisa. Juliette o tirou e abriu a folha. Era um bilhete do Rodolffo.
Caloura
Eu e o Gilberto estamos tomando uma no Lenha. Quando terminar a fofoca com a Carla, vai lá nos encontrar.
Até!
Juliette sorriu e guardou o bilhete dentro da sua bolsa. Entrou o carro e dirigiu até o Lenha. Como estava próximo do feriado se ruas estava bastante movimentada, então ela não conseguiu nenhuma vaga em frente ao restaurante. Decidiu guarda o carro na garagem do seu prédio e depois foi encontrar Rodolffo e Gil.
Assim que se aproximou do restaurante, viu os meninos em uma mesa na espaçosa varanda. Ficou feliz por eles estarem ali, pois o Lenha estava lotado.
- Olá Meninos - disse Juliette os cumprimentados.
- Até que não demorou muito para terminar a fofoca com a Carla - brincou Rodolffo.
- Ai, aí. Sabia que o ruim de você morar em frente a ela é que agora você adora controlar meus passos?
- Reparo não, o Rodolffo é chato assim mesmo - disse Gil. Ele chamou o garçom e pediu mais um copo.
- Não vou beber cerveja. Traz um suco de Laranja para mim, por favor - pediu ela ao garçom, que saiu para buscar o suco.
- Está na lei da seca?
- Eu não vou beber, né, vou viajar amanhã.
- Um copo não matar ninguém. Você vai viajar só amanhã e também você vai de avião.
- Eu sei, mas sei que não vou querer só um copo, aí viajar de ressaca é horrível. E também quero dormir cedo e tranquilamente.
- Ok - disse Rodolffo.
- Pena que você não vai conhecer o Lucas - disse Gil triste.
- É, eu estou doida para conhecer ele, mas fica para a próxima.
- Ele chega agora de noite, vamos ficar aqui até a hora. O ônibus deve chegar entre meia - Noite e uma da manhã.
- Pena que é tarde, essa hora já quero estar dormindo.
Nesse momento, Juliette olhou para fora do Lenha e viu Thais passando. Juliette chamou a garota e ela foi até a mesa dela.
- Oi! Julie, estava indo para sua casa.
- Nós trouxemos para um brinde de despedida, mas ela quis brindar com suco de laranja - Rodolffo fez uma careta - Senta aí, toma uma conosco.
- Não dá, vou até à casa da Camilla. Não dá para chegar na casa da namorada cheirando a cerveja.
- Ei, você não disse ir lá em casa?
Thais sorriu com as bochechas vermelhas.
- Sabe como é Julie, eu estava indo na sua casa me despedir de você, e depois ia até à casa da Cami me despedir dela.
- Sei, isso está parecendo mais o contrário, que você vai é se despedir dela, mas como minha casa é no caminho, resolveu dar um Oi!
- Ou então que ela só resolveu dar um Oi porque te viu aqui - provocou Rodolffo.
- Valeu Rodolffo - Disse Thais.
- Liga não Tatá,não esquenta com isso. Sei quer fica com a Camilla e está mais que certo - Juliette terminou de tomar o suco - Gente, vou indo, quero dormir cedo.
- Eu vou com você - Thais se levantou.
- Pode deixar que o suco é por minha conta hoje, aproveita - disse Rodolffo.
- Grandes coisas, deve custar no máximo uns cinco reais - Gil tentou provocar Rodolffo.
- Não desdenhe de mim, estou sendo cavalheiro - Rodolffo olhou para Juliette - Fica como um presente de despedida.
Juliette deu um abraço em Rodolffo e outro em Gil e depois foi com Thais até seu prédio, onde pararam na porta.
- Vai querer subir?
- Acho que não. Não quero chegar tarde na casa da Cami.
- Verdade, pega mal, né?
- Nem fale, o pai dela é uma fera.
- E como vai o namoro?
- Vai indo - disse Thais suspirando
- Não sentir muita empolgação.
- E não tem mesmo. Gosto dela, mas não é aquela coisa. Mas é legal está junto dela.
- Ai credo, Thais então terminar. Fica enrolando a garota.
- Não estou enrolado, gosto de ficar com a Cami. Só não a amo.
-Entendi. E ela?
-Sei lá. Acho que está um pouco empolgada.
- Mais um motivo para terminar.
- Não quero terminar. Não agora, quero curtir um pouco mais.
- Você que sabe. Só não vai brincar com os sentimentos dela.
- Pode deixa. Mas agora deixa ir logo lá - Thais abraçou a amiga
- Boa viagem, Julie
- Obrigada - Juliette deu um beijo no rosto da amiga e depois entrou no prédio. Antes de ir para seu apartamento, tocou a campainha de Sônia e George atendeu a porta.
- Oi! George, acabei de vir do Lenha.
- Estou indo lá agora - disse ele. Juliette entrou o apartamento.
- Está lotado, como sempre.
- Véspera de feriado, sempre é dia de bom movimento.
- É Verdade - Ela sorriu e olhou para os lados - Sônia está?
- Sim, no quarto, vai lá. Eu tenho mesmo que ir ao Lenha.
Juliette se despediu de George, que saiu. Foi andando até o quarto de Sônia, e a encontrou sentada na cama, falando no celular. Rabisco, que estava ao seu lado, levantou assim que viu Juliette.
- Oi? Rabisco - disse ela, pegando o cachorrinho no colo. Sônia fez um sinal para esperar e desligou o celular - Desculpa Sônia, o George falou que eu podia entrar, não sabia estar em Uma ligação.
- Não tem problema, já estava desligado mesmo. Era uma amiga combinando de ir ao clube amanhã, aproveita a piscina. Se fizer Sol, é claro - Sônia sorriu e Juliette retribuiu. Colocando Rabisco de volta na cama.
- Eu vim me despedir.
- É mesmo, amanhã você vai para Paraíba.
- Sim. É bom ir para Casa, já estava com saudades dos meus Tios.
- Vai lá e aproveite bastante. Volte com as baterias recarregadas.
- É o que eu espero. Bom, vim mesmo só dizer Tchau! Domingo estou de volta.
Às Duas se abraçavam e Juliette foi para seu apartamento, indo direto para seu quarto. Ligou o som, tirou a roupa, colocando o pijama e deitou. Ainda era cedo, mas ela sentiu o corpo cansado, queria esticar em sua cama e só levantar no dia seguinte. Sem perceber, dormiu rapidamente.
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