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História Até Onde os Olhos Podem Ver - Ideal antes e agora


Escrita por: SECTOR1

Notas do Autor


Olá, unicórnios >.<
Já tinha boa parte do capítulo pronto há alguns dias mas a inspiração me fugiu aaaaaaa que agonia. Enfim, ontem à noite ela voltou aeeeeee
Ah, eu mudei a sinopse, dêem uma olhada >.<
Ain esse capítulo <3 adorei escrever aaaaa

Capítulo 5 - Ideal antes e agora


Fanfic / Fanfiction Até Onde os Olhos Podem Ver - Ideal antes e agora

Um universo de possibilidades estava à minha volta. Eu não tinha medo. Meu estômago estava repleto de borboletas rindo do quanto era patético, pois sequer sabia como agir em frente a uma garota bonita.

Em minha defesa, não era uma simples beleza humana. Era de ser desejada pelas deusas da fertilidade celta, invejada pelas ninfas da floresta e capaz de atrair anjos do céu à Terra para suspirarem, tamanha admiração. Quase era capaz de ouvi-los e vê-los ao nosso redor.

Nesse instante, minha mão coçou para pintar tal visão. Tudo por ela.

Fomos transportados para o espaço e estrelas explodiram ao nosso redor. Como eu disse, um universo infinito de possibilidades, uma caixa misteriosa; já que não fazia ideia do que aconteceria a seguir.

Foi assim que me senti. Meus lábios formigaram e mesmo após afastados ainda era capaz de sentir seus lábios sobre os meus. Não pude sentir seu sabor, porém com certeza era incrível e doce como a dona.

Foquei em seus olhos a tempo de vê-los abrir lentamente e mirar-me intensamente. Meu peito era maltratado por meu coração. Jimin era a culpada.

De todos, de fato foi o melhor momento que tivemos desde que nos conhecemos. Sem palavras ou toques. Somente nós dois, construindo silenciosamente uma intimidade que jamais seria abalada. Pela primeira vez, senti que estávamos próximos e Jimin não era uma realidade distante; como uma deusa que se fez pequena para ficar comigo.

Isso me fez pensar que fosse a hora certa para enfim fazer o que desejei desde o primeiro instante que coloquei meus olhos em Jimin: chama-la para um encontro.

Pode parecer bobagem, no entanto era importante para mim a possibilidade de passar um tempo com ela em um consenso de ambas as partes, sem empecilhos ou coisas ruins que nos levassem a isso — tal qual a ida ao meu apartamento.

Pareceria um idiota completo se dissesse que me assustei ao ouvir seu “sim” e que acabei fazendo-a rir uma vez mais de mim. Não que eu me importasse, até gostava na realidade.

Para minha surpresa e felicidade, essa é a história de como convidei Jimin a um encontro com a finalidade de saber mais sobre ela e tudo que a envolvia, pois se era ligado à Park desejava conhecer. Desejava em meu âmago fazer parte disso; uma necessidade quase patológica.

E sim, obtive êxito.

Fiquei obviamente ainda mais nervoso, todavia o sorriso capaz de deixar minha face dolorida não escapava dali de maneira alguma e eu não o expulsaria.

Jimin riu de minha expressão, os dedos passeando pelo bordado do vestido. Também encontrava-se nervosa, perfeitamente adorável. Esperava que fosse um bom sinal, apesar da plena certeza de que tal beleza não jogaria algo tão precioso quanto seu sorriso ao vento.

Enfim dei o pedaço de bolo de padaria tão desejado por Jimin e agradeci mentalmente por tê-lo comprado no dia anterior, afinal ela não estaria ali se não fosse por isso.

Ingeri também um pedaço, sempre atento às ações de Jimin. As marcas em sua face ainda me intrigavam, fazendo-me questionar do motivo do ser humano fazer tal barbaridade em não ferir a própria espécie sem um porquê, mas também a loucura em ferir Jimin, a qual não faria mal à uma formiga.

No outro dia, quando nos encontramos como combinado fiquei contente em ver que os hematomas começaram a sumir e a Park cobriu o que restou com maquiagem. Devo dizer que não possuía necessidade do uso de tal artifício, no entanto o fez de modo brando, acentuando os olhos e as maçãs rosadas corretamente. Discreta.

Jimin se encontrava em pé no ponto de ônibus onde a deixei dias atrás, na chuva. Seu vestido era simples e rodado como sempre — tinha uma fixação por eles, era visível —, mas em um vermelho vivo como sangue e seu lenço era rosa como as bochechas da dona.

Havia dessa vez um artifício para simular os ceios pequenos na parte folgada do vestido. Admito que ficou bonito, porém o que me importava era se Jimin estava à vontade com isso somente. Por sua expressão, penso que havia gostado.

Em frente ao corpo, segurava uma bolsa tão minúscula quanto as mãos que envolviam a alça. Seu olhar brilhava em um misto de nervosismo e ansiedade e descontava ambos no pequeno objeto.

Era a primeira vez que a via usando saltos, estes que acentuaram suas curvas e tornaram a postura ainda mais elegante, dando-lhe um toque especial, ainda que não fossem muito altos.

Meu coração disparou e mais uma vez senti-me indigno de sua presença. Apesar disso, decidi que me esforçaria para ser ao menos minimamente merecedor; não abriria mão.

Caminhei por volta de dez metros — percebi estar parado observando-a e constrangendo-a, Deus. Tentei parecer pelo menos um pouco mais confiante do que realmente estava, o que era difícil, já que podia jurar que o som de meus batimentos eram audíveis. E só ficava ainda mais nervoso.

Jimin me cumprimentou, sem saber ao certo o que fazer, porém ainda estava mil vezes mais tranquila do que eu. Fiz o mesmo que ela, no entanto seu sorriso não tremulava como o meu.

Olhei em suas suas orbes e respirei fundo em um momento de desespero. Jimin possuía uma aura que tranquilizava seus admiradores e transmitia-nos paz. Então, sorri timidamente.

— Está linda — não somente na aparência, seu espírito estava em paz, o semblante tranquilo e era só o que importava.

— Obrigada — soltou um risinho, na tentativa de disfarçar o nervosismo e senti-me abençoado por presenciar. — Então… Onde vamos?

Havia feito segredo quanto ao local do encontro, o que me deixou mais empolgado ainda para ver sua reação com meus planos. Não era grande coisa, não sou rico, porém esforcei-me para pensar no melhor que poderia dar; nada exagerado para não assusta-la de primeira. Não queria parecer estranho.

A primeira parada foi o Museu de Louvre. Particularmente, adorava passar minhas tardes e minha época de ouro no local, apreciando simplesmente. Sentia-me em casa e já tinha tudo na palma da mão, apesar da extensão e grande acervo.

Mas antes de entrarmos passeei com Jimin à margem do rio Sena. O brilho em seu olhar em relação à vista e ao clima agradável fez-me sentir privilegiado.

Ficamos a maior parte do tempo em silêncio, falando uma coisa ou outra sem importância de tempos em tempos, como nosso dia e o clima, ambas óbvias aos nossos olhos, já que passávamos a maior parte do dia no mesmo ambiente.

Apesar disso, não nos sentimos desconfortáveis, muito pelo contrário. Ao menos de minha parte posso dizer que a sensação foi de que não fosse necessária comunicação oral. Claro que certas informações ainda necessitavam ser trocadas, no entanto para tudo há seu tempo. Descobriríamos tudo aos poucos, sem apressar nada.

Dentro do museu, houve um pouco mais de conversa, mesmo que pequenas, não apenas falas soltas.

Não estava tão à par de tudo na arte, afinal não sou um especialista, nem nunca fui bom em decorar assuntos, porém era incrível no quesito neoclassicismo, minha área. Em algo pelo menos era bom.

Evitei ser um chato insistente, discursando sobre coisas que não interessavam a Jimin, mas ainda falei um pouco sobre as obras que mais gostava. Seus olhos demonstravam interesse, o que me motivou a continuar.

Estava tímido, não costumava conversar tanto com alguém, nem mesmo sobre meu trabalho. A pessoa com quem mais dialogava era minha mãe e, apesar de apoiar-me, era ocupada e não possuía interesse em qualquer tipo de arte.

Jimin não tinha muito conhecimento sobre, ficou claro; era uma jovem simples, contudo pareceu-me disposta a ouvir cada informação com atenção, principalmente minhas obras favoritas.

Mas o que me intrigou foi sua repentina fixação por Afrodite de Cnido, esculpida por Praxíteles. Jimin parou em frente à obra no meio da sala e a encarou. Nesse momento, houve um conexão. A Park não sabia o real motivo e não importava-se, somente encarou os olhos feitos em gesso.

Foi como se Afrodite a encarasse de volta, dando forças para suportar tudo, pois apesar dos contratempos eram deusas.

Não sei ao certo quanto tempo passamos ali. Foi como se tivéssemos ido ao Limbo e retornado, o tempo já não fazia sentido. Jimin contemplou Afrodite e eu contemplei a Afrodite que era Jimin. Poderiam ter passado-se minutos ou horas, não era relevante.

Olhei a Park detalhadamente e reparei em como seu corpo era rechonchudo, os pneuzinhos aqui e ali, porém disfarçados pelo vestido, as coxas fartas e canelas mais grossas do que o considerado ideal. Seus lábios eram fartos, assim como as bochechas.

Tudo fez sentido. Sempre vi Jimin como não sendo desse mundo. Caí em mim. Jimin era uma deusa e sua beleza foi louvada em outros tempos, tempos estes vindouros.

Bem, não me surpreendi com a descoberta.

— Sabe, a beleza é relativa — quebrei o silêncio, dando um leve susto na jovem, a qual encarou-me, os olhos ainda brilhando em expectativa. — Essa é a deusa Afrodite.

Jimin fitou novamente a obra, espantada com a nova informação. — Mas ela não é a deusa da beleza? Por que ela é…?

— Gordinha? Na época, as mulheres mais belas eram essas e essa escultura… Bem, foi um símbolo de beleza por séculos. Mulheres matariam para ter o corpo e a formosura de Afrodite em todos os tempos, Jimin, e não é diferente hoje. Ela não é a só a deusa da beleza, e sim também do amor.

A magia estava de volta ao olhar de Jimin, mirando-me com atenção, encantada. Ela podia ser simples, mas não era boba e obviamente compreendeu tudo que quis dizer Senti uma estranha vontade de abraça-la com força e não solta-la nunca mais.

— Venha — segurei seu pulso cuidadosamente e a fiz seguir-me até não muito longe. Paramos em frente à uma pintura, Parnaso, por Andrea Appiani mais especificamente. Suspirei a analisa-la pela centésima vez ou talvez mais; perdi as contas. — É uma de minhas favoritas.

Jimin fez o mesmo que eu, tentando enxergar o outro lado.

— Quando você vê uma pintura — continuei, — deve olhar como uma janela. Certas obras são frias, feitas em puro tédio do artista ou por dinheiro. Existe muito disso hoje. Contudo há momentos em que certas pinturas, como estas, comportam-se realmente como janelas.

“Há um outro lado, aqui, Jimin. E quando nos permitimos mergulhar, somos capazes de enxerga-lo, sentir o ar, ver o que está além. Quando vejo esse quadro, posso ver as damas dançando juntas ao som da harpa, ouvir as risadas, os pássaros cantando ao fundo, sentir o Sol batendo em minha pele, a brisa…”

Percebi que havia ido longe demais e soltei um riso constrangido. — Perdão, parece bobagem, não é?

— Não — o semblante de Jimin era sereno, ainda mais do que normalmente, enquanto contemplava a obra, fazendo esforço para mergulhar como fiz.

Meu coração bateu rápido. Jamais ninguém tentou compreender o que eu tanto tentava dizer. Ninguém nunca se esforçava em compreender a magia por trás da tela. Não era apenas tinta e pincel nas mãos de alguém com mais habilidade. Não… Era a mente, as emoções, o dia a dia, a história de alguém. Vidas gravadas na tela.

E Jimin foi a primeira a ver isso a partir de mim.

— Não precisa se esforçar, apenas repare nos detalhes, respire fundo e tente ver-se entre as pessoas, descalça, sentindo a grama orvalhada entre os dedos. Uma roupa leve tocando a pele, enquanto move-se ao som das notas da harpa…

— Parece… — analisou Jimin com o corpo mais relaxado e enfim imersa na janela. — Utópico.

Sorri soprado, vendo seus olhos pequenos estreitando-se para a pintura. — Eu acho que sim. Sempre vi como a vida perfeita, um lugar onde todos são felizes. Talvez por isso goste tanto.

— A vida perfeita… — sussurrou, provavelmente imaginando como isso seria. — Você… Já se imaginou vivendo em… Uma casinha com canteiros de rosas e cerca branca? O que acha da ideia?

Jimin ainda não me olhava diretamente, mas entendi o que queria dizer. Essa era a vida perfeita que todos imaginavam.

— Por muito tempo, fugi da ideia e me neguei a pensar que um dia isso seria possível. Em meus quadros e estilo de vida meio… Underground, digamos assim — ri brevemente, — pensar em morar em uma casa com canteiros de rosas e cerca branca parecia-me fútil, mas não mais.

Enfim, Jimin desviou as orbes em minha direção, curiosa, eu diria.

— Acabei descobrindo com o tempo — com Jimin — que a felicidade é relativa. Cada indivíduo encontra a felicidade de alguma forma, seja no animal de estimação, no emprego, amigos, família, apartamentos apertados, kitnets, mansões ou casas com canteiros de rosas e cerca branca. E nenhum desses meios de vida está errado, pois cada um é feliz ao seu modo.

— Jungkook, isso é muito bonito — sorri timidamente, pois Jimin parecia realmente encantada. Por algum motivo, durante todo o encontro, olhou-me como se eu fosse o ser mais inteligente que já vislumbrou. Sentia-me sem jeito com tal coisa, todavia parecia que a cada segundo meu coração batia um pouco mais rápido.

— Obrigado, meio que inventei isso agora.

Jimin gargalhou. Sim, soltou uma gargalhada gostosa e dessa vez não deu-se ao trabalho de cobrir a boca com a mão, como costumava fazer.


Notas Finais


Afrodite de Cnido: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Afrodite_de_Cnido
Panarso: https://www.operedarte.nikla.net/gallerie/Mitologia/IlParnaso-Appiani/

Essa relação tá se desenvolvendo né >.< tô toda softzinha com esses dois. Esse diálogo final aaaaa pensei no banho ggsgjjfdgh minhas boas ideias vem no banho.

Entrem no grupo de interação amores <3
https://chat.whatsapp.com/K4c9MLRtMAY2Bfbsdcftjz

Beijon :3


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