História Atlantis - Os sonhos

- Vó. Digo de forma arrastada.

- Vó não vá, fique por favor. 

- Não me deixe. Penso enquanto lágrimas escorrem.

- Nãããooo. Digo enquanto ela se afasta.

Acordo entre fôlegos, de novo não, fazia tempo que esses sonhos não me assombravam, de novo não, penso desesperada, até que caio no sono de novo.

(...)

- Filha, filha levante. Acordo com a minha mãe me acariciando. 

- Mãe ela está voltando. Penso na noite anterior, ela olhava para a janela como se tivesse algo lá. 

- Não, filha ela não vai voltar. Diz virando o rosto para mim.

- Vó? Tento me afastar o mais rápido, enquanto ela se aproxima. Caio no sono novamente. 

(...)

Levanto desesperada, relembrando a noite, não tinha pesadelos frequentes. Me lembro como se fosse ontem o dia que ela morreu e eu não estava ao seu lado por uma simples briga. Me assombrava sempre quando eu era criança, mas fazia tempo que eles não retornavam.

- Filha, posso entrar? Escuto uma batida na porta.

- Entra pai. Digo animada, meu pai geralmente não era muito presente na minha vida, por causa do trabalho. Era um trabalho noturno numa boate.

- Como você esta meu amor?

- Estou bem. Respondo tentando afastar os sonhos da noite.

- O que vai fazer hoje?

- Irei para a aula, depois estarei livre.

- Quer ir no Popy? 

- Claro. Popy era um food caster, amo comida e doces.

(...)

Depois de algum tempo conversando com meu pai, levanto e me arrumo para ir a escola. Visto uma calça preta folgada, o uniforme branco, faço uma trança apertada.

- É Srt Swan, cada dia mais você me surpreende. Penso enquanto olho no espelho. 

- Filha, o seu lanche está pronto.

Mas já? Penso indignada, minha mãe é daquelas corujas, que não desgruda dos filhos.

- Já to indo. Grito, enquanto acelero o processo. 

Se analisar minha vida ultimamente, não tem nada de novo, a mesma rotina de sempre, relacionamento nem sei o que mais é isso.

- Mãe me leve na escola hoje. Digo indo ao seu encontro, não estava com animo para ônibus.

- Filha, eu tenho que ir ao médico querida, não tem como. 

- Tudo bem. Penso indo para a porta.

Ônibus só é bom quando se tem companhia, porque já chega usando dois lugares e não tem como dividir com aquelas pessoas esquisitas que o utilizam. Me encaminho para o ponto, assim que chego já tem gente feia, nunca vi, saio cedo para ver gente feia. Até que sou desperta por uma voz. 

- Garota, você estuda no Lord college? 

- Sim, por que? Uma ruiva me olha de dentro do carro.

- Quer uma carona? Estou indo para lá. 

Penso na possibilidade de eu ser traficada, ser levada para Turquia ou ser escrava, mas lembro das pessoas do ônibus. 

- Claro. Nunca negue um favor.

Ela abre a porta do carro, que por sinal é luxuoso. Sento e coloco o sinto.

- Oi pode me chamar se Zelena, sou vice-diretora do colégio. 

Então ela é a vice-diretora, um bom saber pelo menos é animada.

- Oi sou a Emma, estudo no terceiro. 

- Claro, nossa Srt você esta uma deusa em.

- Obrigada. Respondo tentando manter a calma. 

Percebo que estamos chegando perto do colégio, pois vejo as árvores que o cercam. Ela estaciona o carro.

- Srt chegamos ao destino não desejado, mas que somos obrigados a frequentar. Fala sorrindo.

- Claro, mas esse local precisa de uma pessoa maravilhosa como a mim e a você. Respondo animada. 

- Claro. Diz rindo. 

- Na saída se quiser uma carona, estou disponível, aliás gostei de você Emma, tipo não precisa de formalidades. 

- Tudo bem vou para aula, Zelena até na saída. Me encaminho para a sala de aula, agora teríamos história, depois física e por fim matemática, sim claro não podia haver um dia que eu ficasse sem ver a Srt Mills. 

Malditos horários.

- Emma, oiii tudo bem? Pelo visto hoje chegou no horário em.

- Oi para você também Ruby, em preciso daquela tarefa de história. 

- Tudo bem e cuidado com a língua Srt Swan. Diz imitando a Regina. 

- Claro, claro Srt Mills, mas posso te oferecer uma amostra grátis do que ela pode fazer. Digo rindo, mas noto que Ruby está pálida.

- Como Srt Swan?

Vi o porque dela estar palida. 

- Nada não professora. Digo irônica. 

- Acho que você Srt adoraria visitar a sala vice-diretora agora.

- Claro. Me lembro de quem é a vice-diretora e me animo rapidamente. 

(...)

- Emma o que faz aqui? 

- A Srt Mills pediu para fazer uma vsita a você.

- Sente se, ficar em pé é para pessoas sem cĺasse, Madame.

- Člaro Srt.

Era estranho a forma como as pessoas eram diferentes, minha professora, com aquele humor péssimo, a Zelena, bem humorista, trabalhavam no mesmo local e me tratava de formas diferentes. Ficamos um tempo conversando bobagens aleatórias e coisas sobre a vida.

- Bom, vamos para a casa, em antes de te levar para a casa, se importa de passar la em casa? 

- Claro que não minha predileta, sua vontade minha vontade. Digo enquanto faço uma reverência. 

- Boba, preciso pegar umas coisas lá. 

E resumidamente meu dia foi assim, a primeira vez que chego sem me atrasar não assisto aulas por conta da Srt Mills, eu e Zelena saímos da escola e fomos direto para sua residência. 

- E aqui chegamos na minha humilde casa.

- Humilde? Acho que não é uma boa definição para isso aqui Milady.

Literalmente a casa não era humilde, era grande o suficiente para uma boa festa, tinha um jardim maravilhoso e sem contar que as tonalidades da pintura eram perfeitas.

- Gostou?

- Se eu gostei? Isso é maravilhoso demais.

Eu já estava pensando nos papéis de adoção. 

- Vamos entre. 

O interior da casa era decorado com detalhes alegres, que davam uma calma assim que você entrava. Logo ela me chama para a cozinha, que por sinal é bem organizada. Tudo estava ótimo, até que eu escuto barulhos de saltos ecoando pelo corredor e aquela voz reconhecível até no inferno. 

- Zelena onde est......Srt Swan o que faz aqui?