— Obrigado! — agradeci mais uma vez assim que ele estacionou o carro de frente ao meu prédio.
— Não foi nada. — Dominic sorriu. Tentei abrir a porta e sair, mas meu corpo congelou assim que senti sua mão tocar-me o joelho em um gesto que me parasse. Encarei-o com uma fisionomia assustada. Ao perceber o que tinha feito, ele retirou a mão dali e disse baixinho um pedido de desculpa.
— Tudo bem. — sorri um pouco nervosa.
Subitamente um silêncio surgiu entre nós.
— Eu posso subir? — aquela pergunta fez meu coração bater mais rápido. Mesmo conhecendo um pouco dele e sabendo que corriria o risco de cedo ou tarde ouvir essas palavras, me surpreendi.
— Olha Simo...
— Calma, não é isso que está pensando. Peço desculpa, se eu falei de uma maneira que fez você pensar isso. Eu só quero usar o seu banheiro, caso não seja incômodo. — Kiseok quase nem respirava, o que me arrancou um riso. O semblante preocupado dele foi se suavizando. — Posso?
— Pode sim.
Jung Kiseok iria sair do carro mas o segurei pela manga comprida da camisa preta e larga de tecido tencel. Confuso, ele olhou-me.
— Acho melhor, você estacionar o carro em outro lugar, pois os meus vizinhos e síndico não são muito legais.
Ele deu um sorriso de canto de boca.
— Eles são assim é porque não me conhecem. Mas se eles tiverem de reclamar é comigo, portanto não se preocupa! — e antes que eu podesse dizer qualquer coisa, Jung saiu daquele veículo. Suspirei fundo, arrumei minha bolsa e fiz o mesmo que ele. Dominic deu a volta pela frente do carro e parou ao meu lado. — É até que você mora em um prédio ajeitadinho para esse bairro.
— Oh céus! Tem um príncipe de cavalo branco querendo usar meu banheiro por aqui. — sorri irônica e andei na frente.
— Não gostei da maneira que falou! — exclamou ele assim que entramos no elevador. Soltei uma risada e virei o rosto para o lado oposto dele. — Não sou um príncipe, eu sou um rei.
Virei-me o rosto para encará-lo e mais uma vez sorri irônica.
— Desculpa, vossa majestade.
As portas do elevador se abriram no quarto andar e saímos. Segurei-me para não rir de Kiseok, me seguindo até o final do corredor daquele andar como se fosse programado somente para isso.
— Mora sozinha? — indagou ele assim que chegamos em frente de meu apartamento.
— O que acha? Acha que tem um bando de drogados na minha sala, sentados no meu sofá, fumando até meu sabonete favorito? Não é só porque eu moro em um bairro inferior ao seu que vai ter dessas coisas.
— Grossa. — disse ele em uma voz baixa assim que abri a porta e entramos. — Perguntei sei lá por achar que tivesse um namorado e ele não fosse um cara sociável ou algo do tip...
— Entendi. — apontei para o lado esquerdo onde tinha o corredor que dava para meu quarto e o banheiro. — O banheiro é logo ali, na segunda porta. Ah, e tira o sap...
Antes mesmo que eu podesse mandá-lo tirar o sapato, Dominic saiu dali como se não tivesse me ouvindo.
— Folgado... — falei ao tirar meus sapatos.
Tentei o máximo ir para cozinha preparar algo para comer, mas ao olhar o sofá no canto da parede não resistir, fui até lá e deitei-me. Fechei meus olhos e entreguei-me para aquele silêncio que era a minha casa. Se eu podesse nnão iria trabalhar nem se querer um dia, só ficaria ali curtindo o silêncio e a escuridão ao fechar os olhos.
— Valeu ai viu, nem precisava avisar que tinha uma coisa pequenina que morde como se tivesse arrancando minha alma.
Ainda de olhos fechados ri.
— É, esqueci de avisar que tenho um bebezinho.
— Aquilo é qualquer coisa menos um bebezinho. Ele só faltou arrancar a minha alma em apenas uma mordida no tornozelo.
— Para de drama Dominic. — abri os olhos, sentei-me no sofá e soltei uma risada assim que percebi a fisionomia indignada dele. Ele soltou um impaciente ofego e aproximou-se em seguida sentou-se ao meu lado.
— Não faço drama.
— Ok tá bom mas mudando de assunto, lavou a mão, né?
— Claro que lavei.
— Agora então já pode ir.
Ele levantou-se e andou até a porta de entrada. Mas antes de ir, coçou a nuca em seguida virou-se e me olhou.
— Eu gostei de conversar com você, posso vir amanhã te ver? — se não fosse por aquela pergunta súbita dele eu nem lembraria que o mesmo deu-me folga. — Posso?
— Pode, Dominic!
Um sorriso cândido dele, fez algo se despertar dentro de mim, algo que fez-me sorrir também. Eu não podia negar que tinha gostado daquilo e da companhia dele também. Dominic era um cara legal, ele em apenas três horas com a sua presença conseguiu mudar o que criei em minha cabeça a respeito dele. Passei o resto daquele dia, dizendo para mim, que aquilo não era uma atração. Eu não podia sentir-se atraída por ele. Aquilo estava no começo seria fácil de desmanchar, pelo menos era o que eu acreditava.
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