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História Atraídos. - O pedido.


Escrita por: QueziaSouzaMG

Capítulo 1 - O pedido.


Henrique:




Nós ganhamos.

Nosso primeiro grande prêmio.

Melhor canção do ano.

Era nossa consolidação no mundo musical.

O prêmio que todo músico almeja.

Levanto com tudo, ainda sem acreditar que isso estava realmente acontecendo. Meu Deus, nos ganhamos mesmo.

Meus colegas e eu nos abraçamos e me sinto mais feliz do que estive nos últimos seis  meses.

Como vocalista, eu precisava sempre passar uma imagem positiva para o público, coisa que eu infelizmente, não estava conseguindo nos últimos meses.

Ou felizmente, se depender do contexto.

Nossa canção ganhadora, foi uma composição minha.

Falava sobre ter o coração despedaçado.

Sobre não nos sentirmos suficiente para quem amamos, ao ponto de sermos trocados por outra pessoa.

Descartados.

E continuar vivendo depois disso não era fácil.

E no palco, eu interpretava aquela música como se realmente tivesse vivenciado isso.

Pelo menos era assim que os críticos descreviam minha  performance.

O que eles não sabiam, era que todo sentimento era real.

Cada palavra daquela canção era minha verdade.

Minha dor.

A música tomou um proporção gigantesca.

Em todas as mídias sociais, éramos assunto constante.

Eu até  estava me acostumando a fama já.

Mas não parava de me surpreender em como minha vida havia dado uma guinada de 380 graus em apenas alguns meses...

Éramos um grupo de cinco integrantes.

Marcos, o baterista.

Felipe, baixista e segunda vóz.

Vinícios, nosso tecladista e responsável por toda nossa produção musical. Eu o via como o mais talentoso do nosso grupo.

Alexandre, guitarrista. Mas sabia tocar quase todo tipo de instrumentos.

E eu.

Vocalista e compositor.

Do nosso grupo eu era o mais estranho. Eu tinha plena noção disso.

Tínhamos músicas feitas em parcerias com outros compositores, mas a maioria era composta por mim.

BLACKROSE, era o nome de nossa banda.

Quando começamos a nos apresentar em pequenos bares, Vinícios deu a ideia de sempre vestirmos  preto. E uma rosa vermelha como nosso logo, exposta em algum lugar do palco.

Acabou virando nossa marca registrada.

Nossa agência era pequena. Então nunca  tínhamos muito dinheiro para figurino, e estar sempre de preto facilitava nossa vida.

Dinheiro sempre foi um dos nossos maiores problemas.

Com baixo orçamento, já tivemos até que dormir no carro, para não termos gastos com hotéis quando viajavamos para alguma apresentação.

Pão com mortadela e refrigerante era nosso cardápio especial de todo dia durante os ensaios.

E Deus, como eu amava tudo que vivemos durante os últimos cinco anos desde que formamos nossa banda.

E agora, aqui estamos.

A maior rede televisiva do país, anunciando nosso prêmio. Todos os holofotes sobre nós.

Ainda nos abraçando, não conseguiamos segurar nossa emoção.

Todos passamos por tanta dificuldade para estar aqui, e hoje recebendo esse prêmio, era a prova de que todo nosso esforço estava sendo recompensado, finalmente.

Vinícios fez nosso discurso de agradecimento, em especial a todos os nossos fãs, que  cresciam de modo assustador nos últimos dias.

Não consegui conter muito mais as minhas lágrimas.

Eu estava feliz. Nós estávamos.

Nos bastidores do prêmio, nos encontramos com os maiores nomes do meio musical, pessoas que eu era fã e que jamais sonhei que poderia estar sequer no mesmo ambiente.

E agora, eles vinham nos cumprimentar.  Nos dar os parabéns pela nossa conquista.

Era o auge de um sonho se concretizando.

Haveria uma festa depois da premiação.

A empresa que nos patrocinava, tinha preparado tudo.

Bancando tudo na verdade.

Tínhamos apenas que aparecer e curtir.

O local reservado para nós, era um bar desses de granfino. Chique.

Apenas pessoas com um convite especial poderiam entrar.

Não seria uma festa aberta ao público.

Alguns artistas estariam presentes também.

Músicos, atores e personalides importantes desse meio.

Eu não estava muito afim de beber, então fiquei sentado na área vip que foi reservado para nós.

Meus amigos, estavam aproveitando.

Eram beberrões natos e paqueradores profissionais.

Eu que sempre fui o mais introvertido entre eles.

Nunca gostei muito desse tipo de interação.

Na verdade, eu passava a noite em claro, compondo. E dormia o restante do dia. Por isso a fama de ser o mais quieto e reservado do grupo.

A verdade era que eu sempre fui antisocial mesmo.

Não todos com quem eu me sentia a vontade.

Eu era eu mesmo apenas com os membros da banda e com ele... Meu ex.

Inferno. Eu não queria pensar nele essa noite.

O som estava alto demais.

Eu amava música, mas a batida estava estrondosa.

As luzes da pista de dança, chegavam ate mim, me dando um pouco de dor de cabeça.

Sinto meu celular vibrar em meu bolso, o pego e vejo que recebi uma mensagem.

R: " Eu sabia que você conseguiria. Parabéns."

Meu coração se aperta.

Era um sentimento de tristeza, misturado com o prazer de saber que ele não havia me deletedado completamente da vida dele.

Eu havia acabado de pensar nele.

Era algum sinal?

Sorrio me sentindo mais idiota ainda.

Ele estava com outro ja.

Estava feliz sem mim.

Renato e eu ficamos juntos por pouco mais de dois anos.

Ele foi meu relacionamento mais duradouro.

E eu o amava.

Sim. Ainda o amava.

Mas ele não sentia o mesmo por mim.

Nunca sentiu na verdade.

Eu deveria saber que me deixar, seria algo natural para ele.

Resolvo não responder e guardo meu celular.

A sensação ruim de tudo que senti quando terminamos ainda mais viva em meu coração.

Olho meu copo sobre a mesa e tomo um pequeno gole.

Não sei o que me faz olhar para baixo, mas minha atenção recai sobre uma pessoa em especial no meio de tantas outras ali, naquela pista de dança.

Ele já estava me encarando.

Então,  deve ter sido a sensação de me sentir  observado que me fez olhar para ele.

Seu olhar era tão intenso sobre mim, que me senti estranho.

Não de um jeito ruim. Apenas um tanto nervoso.

Ele estava dançando com uma mulher...

Seguindo a batida da música com uma sensualidade que não me deixava desviar o olhar.

As mãos dele, segurando a cintura dela,  fazendo o delicado corpo praticamente se colar  ao corpo dele, deslizavando  suavemente seus dedos sobre ela.

Me fazendo ter um subto desejo de  ter aquelas mãos sobre mim.

Ele tinha cabelos escuros, o rosto bronzeado, sombreado por um cavanhaque curto. Sexy.

Extremamente sexy.

Os olhos de um azul profundo. Claros como um céu de verão. E tão quente quanto.

Me senti instantâneamente atraído.

O modo como ele me olhava, ainda tocando a mulher, era como se quisesse me dizer  que seria daquele jeito que ele me tocaria.

A mulher num vestido curto e colado, vermelho...linda.

Ele a faz se virar, colando as  costas dela contra o tórax  dele.

Ela dança sensualmente, fazendo sua bunda se esfregar direto na virilha dele.

Era uma visão tão erotica que me fez endurecer.

Quando ele tira o cabelo dela do pescoço, e cheira logo abaixo da orelha, ainda olhando para mim, senti todo meu corpo arrepiar.

A mulher fecha os olhos, inclinando a cabeça para o lado. Totalmente cativa dele.

Assim como eu estaria se aquele toque fosse em meu pescoço.

As mãos dele sobem vagarosamente até estarem logo abaixo dos seios dela.

Quando ele toca um dos seios, me viro.

A cena era tão íntima que me deixou sem fôlego.

Sinto meu rosto pegando fogo.

Viro o que restava da bebida de uma única vez.

O líquido desce queimando em minha garganta.

Deixando  meu corpo que já estava quente, pegando fogo, de um jeito que me deixava desconfortável até.

Tento clarear minha mente. 

Fazia tempo que eu não me relacionava com ninguém... Meu corpo estava cobrando.

Me seguro para não olhar para eles novamente, e peço mais um copo ao garçom.

Talvez beber não fosse uma má ideia agora...

Daniel:

Assim que o vi me interessei de imediato por ele.

Atraído de uma forma, que eu não poderia fingir que não o queria.

Eu sabia quem ele era. Meu pai era dono da empresa que patrocinava o grupo.

Mas nunca tive contato pessoalmente com nenhum deles. E nem me interessei também.

Era comum para mim, conviver com esse tipo de gente.

Mas agora, eu não conseguia tirar meus olhos dele.

Ele estava todo de preto.

Camisa e calça social pretas, destacando sua pele clara.

Os cabelos castanhos encaracolados jogados de lado, os olhos negros que me observavam e a boca... Céus, que boca. Carnuda e bem desenhada.

Senti o impacto direto em meu pau. Imaginei o que aquela boca poderia fazer em mim...

O corpo macio e delicado em minhas mãos, deixando meu desejo mais a flor da pele ainda.

Sinto a bunda dela, rebolando, se esfregando em mim, me deixando louco.

Minha intenção era terminar a noite com ela...

Mas meu corpo desejava os dois...

Será que ele estaria disposto?

Sei que ela toparia... Mas e ele?

Pelo modo como ele me olha, sinto que tenho uma chance...

Henrique:

Já estou em meu segundo copo...

Meus pensamentos ainda naquele dois...

Mais especificamente nele.

Passo a mão pelos meus cabelos num gesto exasperado.

Vejo um movimento perto da minha mesa e me surpreendo ao ve-los perto de mim.

Estavam em pé, em frente a minha mesa.

Fico sem reação, e sem nenhuma cerimônia eles se sentam. Cada um ao meu lado. Me deixando no meio deles...

Gente rica tinha essa impressão de que não precisavam de permissão para invadir o espaço alheio.

— Boa noite... E parabéns. - A voz suave dela, tão perto de mim.

— Obrigado. - Digo, tentando soar firme, sem gaguejar.

— Me chamo Vanessa, e meu amigo aqui é o Daniel.

Olho para ele, e meu coração palpita.

Ele está tão perto.

Os olhos azuis tão mais bonitos do que eu havia percebido de longe.

— Oi...- ele diz e seu hálito fresco, chega ao meu rosto incendiando ainda mais minha pele.

— Oi... - retribuo e é o máximo que consigo fazer.

— Você é uma das estrelas da festa, por que está sozinho aqui? - Vanessa me pergunta.

— Não estou muito afim de socializar... - respondo sincero.

— Henrique não é? - A voz do Daniel, profunda e tão próxima de mim me causa um efeito que eu não esperava.

O fato dele saber o meu nome não me surpreende, já que ultimamente isso vinha acontecendo com frequência.

— Sim. - sinto o corpo dele encostar  no meu.

Nossos braços esbarrando um no outro, nossas pernas sob a mesa coladas.  

— Eu não sou muito de fazer rodeios. - ele fala, bem junto ao meu ouvido.- Eu percebi você nos olhando aquela hora. - Meu coração está quase saindo pela boca. - Quero saber se você não gostaria de sair daqui conosco. O que acha?

Isso estava realmente acontecendo?

Eu estava mesmo sendo convidado a fazer um ménage?

Minha mente estava a mil...

Que tipo de loucura era essa? Eu jamais aceitaria algo assim... Tão, vulgar.

Na minha cabeça isso soava como um tipo de perversão.

Que tipo de casal faria algo assim?

Claro que já ouvi falar muito desse tipo de prática.

Mas isso jamais chegou tão perto de mim.

Nem em sonhos mais loucos.

Sexo para mim, era algo especial.

Para ser feito com alguém que apreciamos.

Não necessariamente amor.

Mas pelo menos respeito, e confiança eram requisitos importantes para mim.

Minha mente e coração jamais aceitariam isso como algo normal.

Mas meu corpo...

Bem, meu corpo queria dizer sim.

Olhando diretamente para aquela olhos azuis, tenho que admitir que  meu corpo suplicava pelo toque dele.



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