1. Spirit Fanfics >
  2. Atraídos. >
  3. Caos.

História Atraídos. - Caos.


Escrita por: QueziaSouzaMG

Capítulo 27 - Caos.


Henrique:



Ele me olha receoso... 


Como posso responder a isso? 


Resolvo ser sincero. É a única opção no momento e a única que acho correta. 


— Ele foi uma pessoa muito importante pra mim e... 


— Droga Henrique. Ele te traiu. E você ainda guarda fotos dele com você. - ele diz com uma expressão muito séria. 


— Você não entende, eu não... 


— Acho que eu entendo muito bem. Alguém que foi traído e ainda não se desfaz das coisas do ex só pode ter sentimentos muito fortes. 


— Não é assim... - céus, realmente não  era o que parecia. 


— Como é então? 


— Eu apenas não tive tempo de me desfazer disso... 


— Não teve a PORRA de tempo? - me surpreendo com o modo bravo dele falar. 


— Daniel, me escuta. - tento me aproximar dele, mas ele se afasta. - Eu quase não mexi nessa pasta depois que a gente... Depois que começamos a nos levar mais a sério. 


— Você ainda o ama? 


— Não. - respondo com toda certeza. -  Se eu ainda o amasse jamais você escutaria um "Eu te amo" de mim. Eu não sou esse tipo de pessoa. 


Os olhos dele se tornam mais suaves, mas a expressão de receio ainda está lá. 


— Droga Henrique... - ele passa as mãos no cabelo.- Eu não estava preparado pra esse nível de ciúmes que eu senti agora. 


— Você acredita em mim? 


— Sim... - tento toca-lo novamente, mas de novo ele me impede. - Eu só preciso de um tempo ok? 


— Um tempo? 


— É... Eu vou pra casa, amanhã tenho uma reunião importante então tenho que me preparar. Mas conversamos melhor amanhã tudo bem? 


— Tudo bem... - Não. Não estava tudo bem. Eu o queria aqui comigo. A noite toda comigo. 


Ele abre a porta do meu quarto e eu o sigo até a porta de saída. 


Meu coração estava apertado. Por favor não me deixe... 


— Boa noite... - ele me diz e me dá um beijo em minha testa. Olha em meus olhos e eu ainda vejo muitas dúvidas ali. 


— Eu te amo! E isso é a mais pura verdade. 


Ele olha fundo em meus olhos... 


— Eu quero tanto acreditar nisso. Você não imagina o quanto. 


— Acredite. - Eu praticamente imploro. 


— Amanhã eu estarei com a cabeça mais fria. E conversaremos melhor... 


Assim eu o vejo ir embora... E meu coração afunda dentro do peito. 


Tranco a casa e volto pro meu quarto. 


Pego as fotos que tanto olhei nos últimos meses e as rasgo uma por uma. 


Minha raiva não era do Renato nesse momento. Não. 


Minha raiva era de mim mesmo por não ter me desfeito disso antes. 


Pego todos os pedaços das fotos e coloco em uma sacola, levando direto para o lixo. 


Inferno. 


Eu já devia ter feito isso há muito tempo. 





Gabriel:


Acordo no susto ainda sentado na cadeira. Olho para meu celular e já são quase sete horas da manhã. 


Droga. 


Levanto na pressa e sinto meu corpo reclamar de dor por causa da posição em que passei a noite toda. 


Minha aula começa daqui a uma hora e eu nem havia terminado meu trabalho. 


Estou ferrado. 


Me troco sem nem tomar banho. Não daria tempo. 


O banho teria que esperar a hora do almoço quando eu viria pra casa me arrumar pro trabalho. 


Saio do quarto reclamando em pensamento do peso da maldita mochila em minhas costas. 


E paro surpreso ao encontrar o Henrique sentado no sofá, com cara de quem não dormiu a noite toda e uma garrafa de alguma bebida na mão. 


Droga. 


O que foi que houve? 


Jogo minha mochila no chão e me sento ao seu lado. 


— Henrique? O que aconteceu? 


Ele me olha, mas parece que não me enxerga de verdade. 


— Eu sou um idiota não é? Você sempre fala isso, e agora eu acredito em você. 


Esqueço de tudo agora. A aula e meu trabalho sem terminar...


Ele estava chorando. 


Mas que inferno. Eu jurava que ele já estava bem. 


— Henrique... Me diz o que aconteceu por favor!


— O Daniel foi embora... - ele começa a falar e volta a beber direto da garrafa. - Por minha culpa...


Essa história de novo? 


Eu já me cansei de vê-lo se culpar e se martirizar por causa dos erros dos outros. 


E agora ele estava se culpando do mesmo jeito que aconteceu na época do Renato. 


— Escuta aqui! Você não tem culpa se eles são uns idiotas entendeu? Não é culpa sua... 


Ele parece não me ouvir... Volta a deitar no sofá e eu seguro a garrafa da sua mão antes que ele derrube ela no carpete. 


Sorte dele que a mamãe não deve estar em casa de novo. Se não ele estaria ferrado. 


Não tão ferrado quanto eu, mas enfim... 


Tomo minha decisão ainda enquanto estou olhando para ele assim. 


Não sei o que se passou entre ele e o Daniel, mas dessa vez eu não iria ficar calado... O Henrique não iria me impedir de tomar alguma atitude...






A secretária do Daniel me olha de soslaio enquanto eu o espero sentado no sofá que ela me indicou. 


Não sei se minha expressão de raiva era algum indicativo pra ela não parar de me olhar ou se eu estava com alguma coisa estranha no rosto. 


Merda já eram mais de oito e meia da manhã. Que horas ele viria trabalhar? 


Esse era o lado bom de ser o dono né? 


Mas tudo bem, eu esperaria o tempo que fosse preciso. 


A secretária dele havia me dito que ele não poderia me receber, que tinha uma reunião importante logo agora de manhã. 


Foda-se. O que eu tinha que falar para ele seria rápido. 


Escuto um pequeno tumulto vindo do lado de fora da recepção e logo o vejo entrando com mais algumas pessoas ao seu redor e me levanto. Não reparo em mais ninguém, eu apenas o fuzilo com meu olhar. 


— Gabriel? O que houve? O Henrique está bem? - ele se aproxima de mim quando me vê, visivelmente preocupado. 


Será mesmo que eu entendi certo? Ele não parece que aprontou alguma coisa. 


— Eu que pergunto. Que porra você fez com meu irmão? 


A expressão dele me diz que ele entende minha pergunta. 


— Isso é entre ele e eu... 


— Isso se torna assunto meu também, quando o vi na sala hoje de manhã bêbado. 


— O que? 


— Isso mesmo que você ouviu... Ele bebeu por que está triste e eu tenho certeza que a culpa disso é sua. - digo apontando meu dedo na cara dele. 


Eu sei que devia me controlar, mas não consigo. Eu não posso aceitar ver meu irmão sofrendo novamente. Foram seis meses pra ele se reerguer e um idiota não iria faze-lo sofrer assim de novo. 


— Você não deveria acusar meu amigo assim. - me viro totalmente chocado ao som daquela voz.- Pelo que sei sobre seu pai, seu irmão estar bêbado só pode ser coisa de família. 


Como ele sabia sobre meu pai? 


Minha cabeça estava a mil. 


Se eu já o odiava antes, não chegava nem aos pés da raiva insana que eu sentia agora. 


Comparar o Henrique ao verme do pai era inaceitável. 


E quem aquele imbecil pensava que era pra sequer falar sobre a minha família? 


Eu já estava há dias querendo fazer isso. E sem pensar duas vezes dou um belo de um soco naquela cara perfeita dele. 


Não consigo evitar o sorriso ao vê-lo sangrar. Todo mundo corre ajudá-lo e o Daniel segura meus braços no intuito de me impedir de continuar batendo naquele filho da puta. 


— Pode me soltar... Esse é o máximo que eu me permito de encostar nesse idiota. 


— Gabriel?! O que você pensa que está fazendo? - Daniel grita ao meu lado. 


— Ele está apenas sendo o delinquente que estava tentando esconder. - até a voz debochada dele me fazia enxergar vermelho.


— De onde vocês se conhecem? - Daniel me pergunta. 


Eu não respondo. Fico apenas encarando o demônio em forma de gente com todo meu ódio possível. 


E ele me encarava de volta. Com o mesmo olhar superior com que me observava há mais de uma semana. 


— Leandro, você quer me explicar o que está acontecendo aqui? - Daniel pergunta, mas também não obtém uma resposta... 






Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...