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História Atraídos. - Pai e filho.


Escrita por: QueziaSouzaMG

Capítulo 31 - Pai e filho.


Henrique:


Esse foi meu primeiro passo na intenção de faze-lo acreditar em mim. 


Mas pela reação dele já começou a surtir algum efeito. 


Combinamos de nos encontrar mais tarde. Depois que ele saísse do trabalho. 


Eu estava tão ansioso para estar com ele...


Me surpreendo ao ver o Gabriel chegar em casa tão cedo. Geralmente ele chegava da clínica bem mais tarde. 


A cara de poucos amigos que ele está e o modo rápido como ele apenas me cumprimenta e vai para o próprio quarto me diz que ele está com algum problema. 


Penso em ir perguntar o que houve, mas meu sexto sentido me diz que é melhor conversar com ele quando estiver com um humor melhor. 


Conhecendo meu irmão, mexer com ele enquanto ele está assim é sinônimo de discussão na certa. 


Vou pro meu quarto e faço o que mais gosto. 


Compor. 


Fazia dias que o processo de compor minha nova música estava empacado.


Mas agora, minha mente fervilhando com palavras que  fluíam aos montes, estava mais do que disposta a colaborar. 


Eu me sentia revigorado, com a expectativa de vê-lo. 


Ahhh Daniel. 


Como você me mudou. 


Transformou meu mundo. Meus dias... 


Eu não vou te deixar ir embora novamente. 









Gabriel:


Assim que entro em meu quarto meu telefone toca novamente. 


Penso em não atender. Mas olho para o número chamando e mesmo a contragosto resolvo atender. 


Era o número particular do Dr. Daniel. 


Aposto que aquele filho da puta contou o que houve. 


Respiro fundo e aceito a ligação. 


— Alô. - minha voz sai fraca. 


— Gabriel? - ele parece alterado. - Que história é essa de demissão? 


Droga. 


Como ele...? 


Daiane... Mas que fofoqueira.


Mas que inferno. Por que ela foi abrir a boca? 


— Eu só... - começo a falar mas ele me corta. 


— Eu vou te esperar na clínica em uma hora. Eu peço, por favor que você venha. Precisamos conversar. Eu não quero que você  faça essa besteira. Seja lá o que houve, conversando podemos nos entender. 


Será que aquele demônio não falou nada ao pai dele? 


Eu não queria mudar de ideia quanto a minha demissão. Eu não aguentaria trabalhar com ele sem controlar minha vontade de soca-lo a cada dois minutos. 


Mas também devo uma conversa ao Dr. Daniel. Ele acreditou no meu potencial o tempo todo. 


— Dr. O senhor não está de licença esses dias? Soube que você precisa repousar bastante...


—Agradeço a sua preocupação.  Mas eu não vou morrer se for na clínica apenas para uma conversa. 


— Bom, se é assim... Tudo bem. - digo resoluto. 


— Certo. Te espero lá então... 


Merda. 








Leandro:


Então ele queria se demitir? 


Eu estava em casa , quando o assunto se alastrou pelos funcionários da clínica e  chegou até nós. 


Meu plano deu certo? 


A ideia sempre foi inferniza-lo e fazer com que ele saísse o quanto antes dali.  Parece que fui bem sucedido. Sorrio com esse pensamento. 


A reação do meu pai quando soube me deixou irritado. 


Claro que ele iria tentar impedir a saída do querido garoto prodígio dele. 


Mas que inferno. 


Ele até iria a clínica tentar convencer o pirralho a mudar de ideia. 


Eu teria que dar um jeito de estar junto. Aposto que ele iria contar ao meu pai o que eu andei fazendo esses dias. 


Iria se fazer de vítima. 


— Leandro. Quero que você me acompanhe. 


Me surpreende o fato dele me convidar sem eu ter que pedir. 


— Claro, pai. - digo sem pestanejar. 


— Quero conversar com vocês dois. 


— Comigo também? Por que? - isso não me cheirava bem. 


— Você acha que eu não tenho olhos naquela clínica? - merda.- Leandro, eu conduzo aquele lugar há mais de vinte anos. Se eu não tiver pessoas de confiança lá dentro, aquilo já teria ido abaixo faz tempo. 


Aquelas palavras fazem a raiva me consumir. Ele nunca iria confiar em mim para nada. 


— Então por que me colocar como responsável na sua ausência? É esse tipo de confiança que você tem em mim? 


— Eu quero que você cresça. Já me cansei de  ver você agindo sem responsabilidade nenhuma. Você já é um homem. Te eduquei o melhor possível para você assumir meu lugar. Mas se continuar agindo como uma criança birrenta nunca vou confiar minha clínica a você. Eu te dei um voto de confiança. Mas nunca te deixei sem supervisão. E foi a melhor decisão não é? Já que você apenas usou sua posição para infernizar o pobre do Gabriel. 


Pobre do Gabriel? Mas que porra... 


Pobre de mim que recebi um soco dele. 


Mas nem isso eu posso comentar. Meu pai está tão encantado com a mente brilhante dele que é capaz de dizer que a culpa foi minha pelo soco. 


Afinal, tudo era minha culpa segundo ele...


Quando chegamos a clínica o pirralho já estava nos esperando. 


Era a primeira vez que eu o via sem o uniforme. Ele estava diferente.  Até que ele era... 


Nada... Ele não era nada. Que merda de bugue foi esse em minha mente? 


Olho sorrindo cínico pra ele, e ele devolve o sorriso. Tenho que aceitar que ele era corajoso. 


Em nenhum momento ele abaixou a cabeça para mim. 


— Que bom que você veio. - Meu pai vai direto para perto dele. - Vem, vamos para minha sala. 


— O senhor realmente está bem? - ele realmente parece preocupado com meu pai. 


— Estou sim. Eu apenas preciso de uns dias de repouso. 


— Desculpa causar esse inconveniente. Eu não queria tirar o senhor do seu repouso e nem causar nenhum problema. Mas também é um alívio saber que o senhor já se sente bem, para poder vir aqui. Todos estavam com saudades. 


Certo. Temos um " puxa saco" aqui... Penso comigo mesmo, enquanto os dois continuam se lambendo. 


Entramos na sala e meu pai se senta na sua cadeira, que eu estava usando há mais de uma semana. 


Sou obrigado a me sentar ao lado desse fedelho. 


Olho pra ele que mantém toda a atenção em meu pai. 


Me pergunto como um nerd como ele arranjou força para me socar tão forte daquele jeito. 


Sem perceber toco onde ele me bateu, e sinto meu lábio ainda dolorido. 


Ele me olha nesse exato momento e o vejo sorrir quando seus olhos baixam para minha boca. 


— Eu preciso que você mude de ideia sobre seu pedido de demissão. 


Levo um pequeno susto quando escuto meu pai começar a falar. 


— Infelizmente, eu não posso e nem quero mudar de ideia Dr.


— Por que não? 


É agora que ele vai me ferrar não é? 


— É um assunto pessoal. Não tem nada a ver com a clínica. 


Olho para ele realmente surpreso. 


— Gabriel, eu já sei o que andou acontecendo aqui na minha ausência. -Claro que sabia. Colocou um espião nas minhas costas. - E eu te garanto, que não voltará mais a acontecer. Não é Leandro? 


— Pai. Eu apenas dei algumas funções pra ele. O único que reclamou aqui foi ele. Todos os outros funcionários estão agindo de acordo...


— Leandro, eu preciso que você entenda, que o Gabriel está no setor mais importante para mim aqui dentro. E ele precisa de todo tempo disponível para isso. Tenho certeza que você pode arrumar outra pessoa para retirar o seu lixo. 


Céus, o espião era bom mesmo hein?  


Não tenho o que falar contra isso. Então prefiro me manter quieto. 


— E quanto a você Gabriel. Você vai mesmo jogar fora a chance de crescer aqui dentro? Você tem todo um potencial incrível e eu tenho certeza que você vai  se tornar o melhor geneticista nessa área. Seu QI e sua força de vontade em estar sempre aprendendo faz de você um caso raro aqui.


Mas que porra... Ele era tão inteligente assim? 


— Eu agradeço muito a sua confiança em mim dr. - ele parecia sem jeito. Quase solto uma risada sarcástica. Ele nem parecia o infeliz raivoso que me socou ainda ontem.


— Por favor... Não quebre essa minha confiança em você então. Eu disse a você  há um tempo atrás que você seria meu braço direito mais pra frente. E ainda quero isso. 

Você sabe que não é fácil encontrar bons profissionais nessa área. E eu não posso nem pensar em perder alguém como você. 


Sério isso?


Eu não conseguia manter minha cara de fachada ao escutar essa conversa. 


Até parece que ele  é o filho perfeito que você queria não é papai? 


Com esse pensamento, a raiva que sinto pelo Gabriel só aumenta. 


— Eu vou ter uma longa conversa com o Leandro. E sei que ele não irá mais manter aquelas atitudes que ele vinha tomando. 


Eu sabia que no fim o culpado sempre seria eu... 


— O que você me diz? - ele pergunta olhando para o Gabriel.- Vamos continuar nossa parceria? 


— Como eu poderia negar algo ao senhor depois dessas palavras? - os dois sorriem um para o outro e dessa vez quem sente vontade de socar alguém sou eu. 


— Perfeito.  Eu quero que vocês dois se dêem bem. - O que? Nem venha com essa besteira papai.- Meu filho precisa de um incentivo aqui dentro. E ele pode aprender com você a ter responsabilidade no que faz. 


— Minha área em nada pode interferir no que seu filho faz. - Gabriel pelo visto também não gostou da ideia. 


— Eu apenas quero que vocês dois tenham uma boa convivência aqui dentro. Mesmo em áreas diferentes, vocês ainda terão bastante contato. 


Espero que sim. Por que de um jeito ou de outro ainda vou tirar esse pirralho daqui...












Daniel:


Eu já estava quase pronto para ir embora. 


Planejei sair um pouco mais cedo, para ir pra casa tomar um banho antes de me encontrar com o Henrique no mesmo  restaurante em que fomos flagrados aquele dia. 


Bem, foi lá que realmente tudo começou não é? 


E eu gostava daquele lugar. 


Me despeço da Adriana e fico olhando em meu celular enquanto esperava o elevador chegar. 


Assim que as portas se abrem um sorriso radiante me espera. 


Vanessa, toda produzida,  assim que me vê me puxa pelo braço e me diz sorridente. 


— Que bom que você já está de saída. Dessa vez você não me escapa. 





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