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História Através dos meus olhos - Novos amigos


Escrita por: evaamaca

Capítulo 3 - Novos amigos


Fanfic / Fanfiction Através dos meus olhos - Novos amigos

Me pego atrapalhada, entre dicionários pequenos e dicionário eletrônico, traduzindo cada palavra que vejo. Não é fácil. O idioma é parecido com o inglês em algumas palavras, mas o restante para ser ser ruído do estômago de um gigante e fico frustrada comigo mesma, pela minha incapacidade em aprender rápido. 

Por isso tenho que relaxar e pensar no ponto positivo, as pessoas falam muito bem inglês aqui, no entanto ao perceberem meu esforço para falar seu idioma, para me ajudar, eles respondem em inglês o que torna uma simples conversa, uma explicação. Aí vem o lado positivo -eles pouco se importam com o que faço, é o que parece -não fazem um questionário sobre a minha vida. Respondo que quero aprender o idioma e vida segue. 

Decidi comer pelo menos duas vezes por semana em um restaurante diferente. Tuva insiste para irmos comer a tal sopa de peixe, que só de imaginar, faz vir um gosto esquisito na ponta da minha língua. 

Andar por esse bairro, fez tudo parecer mais fácil. Tudo o que eu quero está a menos de 300km; o ponto de ônibus, um restaurante legal de um hotel, supermercado. Aos poucos, vou conhecendo mais a cidade, porque odiaria conhecê-la rápido demais, eu acho que as coisas importantes e que valham a pena, devem ser experimentadas aos poucos, para não ter uma overdose cultural. 

Essa é a desculpa que dou a Tuva sobre a sopa; deixe o que tem de melhor por último, vamos primeiro experimentar as coisas insignificantes, mas ela me conheçe bem e sei que não vou conseguir enrolar mais. As aulas do curso são tão tediantes e agora me lembro o que me fazia faltar direto nas aulas. Sempre pensei que fosse a vontade em estar com os meus amigos, ou com o meu namorado, mas não é. É o tédio em estar sentada, anotando qualquer coisa na folha de papel com medo de logo esquecer. Não consigo ter paciência comigo mesma, por isso fico entrando e saindo da aula, só para respirar um ar. 

O bom de estar sempre ocupada, lendo livros, desenhando qualquer bobeira que passa pela minha cabeça afim de tirar todo o peso que tenta me afundar  é que tenho pouco tempo para pensar nele, Jake. Aliás, a cada dia que passa, penso menos nele. Eu passei daquela fase de lamento inicial para a fase transitória de ódio e aceitação. Aceito o término e estou aprendendo com o que passei nele.

A expectativa é a mais dolorosa. O e se é quase enlouquecedor mas o poderíamos é torturante. Era inevitável não pensar no futuro com ele, fazer planos, criar um pequeno mundo onde tudo é possível, onde problema não existe e se existe é fácil resolvido.

Tive relacionamentos complicados durante a minha vida toda. Começando com os meus pais, que se casaram e separaram e voltaram a se casar, tornando a minha vida muito consufa e cheia de mudanças das quais tive que me adequar. Não tenho medo de mudanças, eu até gosto de estar mudando, veja só, estou em um país diferente. Na adolescencia, pintava meu cabelo a cada dois meses, de todas as cores que tinham na farmácia. Meu estilo também muda, meus gostos, meus ídolos e agora, meus amores. Para crescer é preciso mudar, reinventar para progredir e hoje percebo o quanto já mudei. E como meus erros formaram cicatrizes rapidamente. Hoje estou machucada, mas não sangro mais. 

Tento ler um livro de Mikael, mas traduzir cada palavra é tão exaustivo para o meu cérebro que logo estou exausta e nada entendi do que li. E tenho certeza que seu gato me detesta. 

Hoje atendi um telefonema confuso, acho que era a sua mãe. Ela foi simpática comigo e quis saber se estava tudo bem no apartamento e se os animais estavam "bem". Estou enfatizando o bem, porque pelo seu tom de voz, eu poderia muito bem entender como "vivos". Eles estão muito bem vivos e alimentados, é o gato que me preocupa. Ele parece sempre estar em estado de alerta e anda furtivamente atrás de mim. Lembro daqueles filmes de terror, onde os animais são sensível e pressentem algum espírito se espreitando e na noite anterior eu fechei a porta. O que se você pensar bem, pode ser uma coisa estúpida, porque espiritos ultrapassam matéria, como todo sabe e uma porta fechada mais me atrapalharia do que evitaria uma visita fantasmagórica. Voltando no gato; ele me detesta e demonstra isso, fazendo cocô fora da caixa da areia e devo dizer, o cheiro de suas fezes é pior do que o cheiro do esgoto dessa cidade -suponho.

Tuva me liga, quer sair á noite em uma balada e eu mal espero para sair. Eu estou tão empolgada que decido me arrumar para valer. E para valer significa -maquiagem, roupa, cabelo e pernas depiladas. 

Procuro na minha pequena necessaire uma lâmina decente para fazer o trabalho e não encontro. Felizmente, estou em um apartamento de um homem cuidadoso e organizado. Na gaveta do banheiro, encontro uma lâmina nova, ainda na embalagem e uso ela mesma. A lâmina de barbear é tão afiada que parece tirar uma fina camada da minha pele. 

Coloco meu vestido branco com cuidado na escolha da lingerie. O vestido tem uma alça fina mostrando a marca recente de bronzeado e as minhas pequenas sardas nos braços. No rosto, passo uma maquiagem leve para ter a garantia de não errar. O cabelo, a parte mais dificil e trabalhosa, seco-o com o secador e o modelo com os dedos, deixando formar as ondas e o deixo solto.

Como o lugar é próximo, vou andando até a boate. Combinamos de nos encontrar em frente e ela irá com sua amiga que fizera no trabalho novo, que vou conhecer pela primeira vez. A fila não é grande quando chego e vejo Tuva mexendo no celular, perto da guia. 

Tuva usa uma maquiagem preta nos olhos, marcante, batom escuro e um cabelo liso jogado nas costas, ao lado dela uma mulher de cabelos vermelhos cereja, com sobrancelhas pintadas da mesma cor e vestido dourado,curto. 

-Tuva - Chamo-a e ela não disfarça seu espanto em me ver; arrumada. 

-Effy, você está linda. 

-Obrigada.

-Essa é Vivianne, Vivianne, Effy -Ela nos introduz. 

Damos um aperto de mão quase abraço, vergonhoso. Ela fala em sueco com Tuva o que acho muita falta de educação, considerando que todos aqui falam muito bem inglês. Quando isso acontece, eu sempre tenho a impressão que não gostam de mim e algo no meu interior floresce, uma flor da discórdia. 

Ficamos na fila por alguns minutos, enquanto isso, Vivianne decide falar em inglês. 

-Somos todas solteiras? -Ela pergunta.

-Ja -Tuva responde que sim.

-Effy, você tem que aprender algumas palavras úteis aqui no clube. Imagino que você não fale o nosso idioma, correto?

-Não, não falo -Respondo sua indireta, educadamente.

-Pois bem, quando vir um rapaz bonito você pode dizer kan vi dansa tillsammans? Podemos dançar juntos? 

-Ou, kan jag dricka samma som han? Posso beber o mesmo que ele? Diga para o bartender e eles logo percebem que é uma cantada. 

-As mulheres dão a iniciativa por aqui? -Pergunto curiosa.

-Sim! -Vivianne responde.

-Bem, eu já esqueci o que vocês falaram mesmo -Digo a elas rindo.

-Fique atenta com vackra kläder. Bela roupa e fique de olho se eles parecerem muito bêbados porque é aí que eles tomam coragem para avançar.

-Atacar? -Pergunto.

-Cantadas mais diretas, Du har en snygg röv. Você tem um belo traseiro -Vivianne diz.

-Är du gift? Você é casada? -Tuva completa.

-Serio meninas, vocês estão me botando medo. Vou entrar lá pensando que terá uma manada de homem atrás de mim.

-Estamos lá para te proteger Effy -Tuva diz. 

A boate é uma das mais bonitas que já estive. Seu interior em nada se parece com o exterior. As paredes são cinzas escuras, os detalhes como iluminação, pés das mesas e cadeiras em prata. O chão é de cimento queimado. A luminária do bar tem um formato oval, desenhado com ferro, formando a sombra desenhada no teto. Cortinas pretas, presas, separam o ambiente do DJ com o bar. A luz é azul e meu vestido de repente vira um alvo de olhares, porque estou brilhando. 

Não demora muito para o bar ficar abarrotado de pessoas, se espremendo buscando mais um drink para anestesiar as preocupações do dia-a-dia e eu sou uma delas. De repente tudo fica escuro e logo a música do DJ é preenche o lugar. Ao apagar as luzes, as pessoas gritam entusiasmadas e eu procuro um lugar vazio por entre elas para chegar até o bar. Os dois bartenders parecem não dar conta dos pedidos, mas agem naturalmente. Um deles é bem bonito e claro, a roupa engravatada justa, ajuda muito na aparência deles. Peço três doses de tequila, para começarmos bem e bebo a minha no mesa do balcão do bar mesmo, virando de uma vez. 

Escuto alguém falando comigo ao meu lado, mas não respondo nada porque eu mal entendi o que ele quis dizer e vou com cuidado, costurando as pessoas até a mesa onde estão Vivianne e Tuva.

Entrego a bebida para elas no instante que sinto a tequila subir na cabeça. Aquele calor nos músculos provoca uma sensação de arrepio e o gosto de tequila na boca, traz o sabor de arrependimento e eu lembro porque.

-Vamos para lá -Falo indicando para a área do DJ.

-Já? -Tuva diz -Queria me sentar mais um pouco.

-Eu vou! -Digo para elas. 

Vou até a área do DJ, onde as luzes piscam mudando de cor. Odeio esse efeito de luzes, não tanto quanto o piscar, que faz parecer que estou em câmera lenta, juntando com o efeito ilubriante do alcool até parece fazer algum sentido, perder sentido. Escuto a música e danço sozinha por entre pessoas desconhecidas, das quais espero nunca mais vê-las. Existe algo envergonhador em dançar sem coreografia, não mais do que dançar todo mundo igual, esse tipo de vergonha jamais passei. Entretanto, entregar-se no ritmo da música, sozinha e em sã consciência é algo que fico espantada em estar fazendo, já que acho os outros fazendo a mesma coisa, cômica. Espero a música acabar para comprar outra bebida, quando sinto o efeito da tequila passar, por isso mais uma vez, me enfio na multidão sedenta por bebida alcoólica. E vejo Tuva e Vivianne não perdendo tempo e imagino se foram elas a darem a iniciativa ou eles. Procuro não atrapalha-las e peço um martini para o bartender bonito de barba bem feita. Ele pergunta alguma coisa em sueco e como não quero perder tempo, respondo logo que sim, para qualquer coisa que ele tenha dito e me arrependo ao cheirar o meu copo, ele colocou com certeza vodka. 

Bebo devagar, para sentir o gosto antes de dar um gole considerável do líquido. As cores novamente começam a mudar. Danço devagar para não derrubar a bebida e vejo alguém passar por mim, cumprimentando-me. Não respondo, só dou um sorriso sem graça o que é a mesma coisa que dizer -Cai fora. Não gosto quando falam um oi vago, gosto que chegue conversando, falando qualquer besteira, mas que fale. Um oi vago parece estar somente jogando a isca na água na espera do peixe fisgar e eu não sou peixe, tampouco isca. Pesca é chato, porém a caça ... a caça é interessante e exitante. E nesse jogo de pesca, eu prefiro passar. 

-Effy -Tuva diz, batendo em meu ombro -Não perdeu tempo, hein? Outro copo?

-Eu não perdi tempo? Te vi falando com um rapaz lá trás, e aí?

-E aí que eu não gostei. 

-Porque?

-Por que ele pegou meu telefone e disse que estava com pressa para ir embora e queria me ligar para convidar para ...

-Já fiquei entendiada.

-Eu também, por isso dei o número errado.

-Má. Você é do mal.

-E aí, viu alguém? 

-To vendo vários alguéns. 

-Alguem interessante?

-Só o bartender.

-Ah o bartender ... -Tuva diz maliciosamente -É o seu tipo?

-Tenho tipo?

-Tem. Escroto. Do tipo ... escroto mesmo, não consigo pensar em outra palavra para descrever seu tipo. 

-Então provavelmente seja. 

-Vamos fazer um trato, eu escolho para você daqui pra frente.

-Já que você tem tanto bom gosto. Acertar isso é como loteria, ou melhor, uma aposta.

-Para mim parece um kinder ovo. Você nunca sabe o que vai encontrar assim que ele abre o zíper.

-Tuva -Eu rio sem parar do que ela fala e tento falar compreensivamente enquanto rio cada vez mais -É porque se vier um brinquedo pequeno, eu to fora.

-Eu perco já na hora.

-Nem quero montar.

-Literalmente.

-O que literalmente? -Um rapaz muito alto se aproxima de nós com uma cerveja na mão.

Nos viramos para ele ainda com um sorriso bobo no rosto. Ele tem olhos espremidos, como se as luzes incomodassem sua vista ou ele simplesmente acha que deve ter algum apelo sedutor ao fazer isso. Mas funciona com Tuva, que sorri .

-Olá, estranho -Ela diz.

Vivianne logo chega, juntando-se a nós.

-Sou Eric esse -ele puxa a camisa polo de um amigo que dança de qualquer jeito ao seu lado -é George -George acena alegremente para nós - e você ficaria surpresa em saber que não somos tão estranhos assim, porque aquele meu amigo ali -ele aponta para um rapaz de costas com uma câmera fotográfica na mão -conheçe muito bem vocês.

-E isso o torna de repente um conhecido, é isso? -Tuva diz.

-Sim, está na regra de conhecidos -ele responde. 

-Prazer Eric -Tuva diz dando-lhe a mão -Quem é o seu amigo?

-Carl! -Ele grita, acenando para ele se aproximar do grupo -Carl é o nome dele, vocês conhecem não é mesmo? 

-Ah Carl! -Tuva vira-se para mim rapidamente sacudindo seus cabelos no ar e arregalando seus olhos. Eu sei o que ela quer dizer, sei muito bem. 

-Hey -Carl diz. 

-Hey -Vivianne responde -Eu não o conheço, eu sou Vivianne -Vivianne estende a mão e ele a cumprimenta sem graça. 

Não nos cumprimentamos falando, apenas sorrimos um para o outro.

-Eu sou Effy -Me introduzo. Eric e George me dão as mãos. 

-Você é a estrangeira que está morando na casa do Mikael? -George pergunta.

-Sim, sou. 

-Já ouvi falar muito de você -Ele comenta.

-Perdão? -Pergunto confusa. Vejo Carl dar uma olhada repreensiva contra ele. 

-Ouvi falar que você se mudou e Carl pensou que você estava invadindo o apartamento.

-É, porque deve acontecer muito disso aqui, não é mesmo?

-Você ficaria surpresa -Eric diz -Um dia sai para comprar comida e quando voltei tinha uma família de morcegos no meu apartamento. 

Tuva ri da piada de Eric, eu mal conseguia prestar atenção no que ele falava. Era o som alto que começava a aumentar ou as pessoas pulando e dançando ao nosso redor, ou os olhos de Carl que provocavam estranhas emoções em mim. Sem dúvida, ele é o homem mais atraente desse lugar.

-Bem, porque não vamos para uma mesa conversar? -George nos convida. 

-Vou pegar uma bebida primeiro, Effy você pode vir comigo? Vivi o que você gostaria de beber?

-Ah, o mesmo que vocês -Vivianne responde.

-Vamos? Effy?

Ela engancha seus braços nos meus e como se fosse um dançarino, me conduz para o bar que nunca esteve mais cheio como agora. 

-Lembra do que falamos, do trato?

-Já imagino o que você vai falar -Digo quase cantando a ela.

-Quem? -Ela pergunta desafiando.

-Carl.

-É.

-E o que faz crer que ele está interessado? Você mesmo disse que ele tem namorada.

-E se não tiver?

-Se não tiver não tem.

-Eu estou escolhendo para você agora Effy e eu posso dizer uma coisa? Ele vale a pena. 

-Uma noite ou uma vida?

-Não quer descobrir?

Voltamos com cervejas geladas, seguradas pelo gargalo. Estão tão geladas que queimam nossas mãos. Colocamos em cima da mesa, cheia de garrafas de outras bebidas e copos vazios. Eles se expremem para cabermos em volta da pequena mesa redonda espelhada.

Me pego olhando para Carl, como se eu fosse magneticamente atraída por seu rosto tímido. Seus olhos me fascinam e como observadora, adoraria admira-los. O pego retribuindo meu olhar atento, ele sorri sem graça, envergonhado, eu já não sinto tanta vergonha facilmente. 

-Effy? -Tuva me cutuca.

-O quê? -pergunto distraída.

-Eles perguntaram por quanto você pretende ficar.

-Seis meses é o mínimo que ficarei. 

-O que você daqui?

-Tudo lindo, tudo. Ruas, casas, até o lixo é bonito, pessoas ...

-Gostou das pessoas? -Eric pergunta.

-Claro!

-Quem daqui é mais bonito? -Eric pergunta.

-Não posso ser a juíza da beleza, meu gosto é peculiar.

-Você é lésbica? -Eric diz -Nada contra, só estou curioso.

-Não, não sou. Você é gay?

-Não! Eu acho.

-Tem dúvidas? 

-Olha, eu me acho sexy e bonito isso me torna gay?

-Não, só narcisista, que é um defeito. 

-Estou brincando, não me acho sexy. 

Rio ainda lembrando de seus olhares espremidos. 

-Como estão os animais? -Carl me pergunta.

-Vivos! Estou surpresa, considerando o tempo que não os alimento. 

Ele se mostra preocupado inicialmente e ri depois de perceber que eu fizera uma piada.

-Estou brincando. Não faz assim tanto tempo, três dias dá para sobreviver. 

-Effy tem medo do gato -Tuva me entrega.

-Medo de gato? -George ri.

-Gatos podem ser assustadores, vocês já viram o tamanho das presas deles? Ou o rugido quando estão com fome? -Eric brinca.

-Aquele gato vê espíritos, eu não tenho medo dele, tenho medo do que ele vê. É sério. Quando ele me vê, ele chega a andar pra trás.

-Então você é o espírito- Carl diz.

-Deve ser algo que ele vê, me perseguindo. A noite, quase não durmo direito, pensando no gato.

-Quer que eu durma com você -George diz brincando -espero.

-Prefiro ficar assustada com espíritos. 

-Pensando bem, acho que o meu irmão já falou algo do tipo, ele é biólogo sabe? Ele entende de espíritos, é algo científico.

-Ah muito engraçado Carl. Queria que você visse a forma que o gato fica quando estou lá.

-Então Carl pode dormir com você? -George pergunta indignado e brincando -espero.

-Ah ... ele é da casa, não é? -Me pego falando demais.

-Aê Carl! -Eric dá batidinhas em seu peito, que o deixa mais tímido -Você tem namorado Effy?

-Não e você?

-Não. Somos todos solteiros e veja só que sorte temos, ou seria, obra do divino, para quem acredita. Somos três solteiros encontrando três solteiras, deve ser o destino -Eric diz.

-Só essa coincidência, não deve ser destino, apenas coincidência -Vivianne diz -Quem diria que vocês não vieram com mais solteiros e não combinaram antes de vir falar conosco?

-É! -Tuva afirma.

-Bem, vocês terão de confiar em nós -George diz -E somos legais, não estamos cortejando-as somente.

-Eu estou -Eric diz olhando para Tuva.

-O que quero dizer em meu nome e de Carl também é que já que vocês se conhecem, não víamos problema em vir conversar com três bonitas mulheres.

-Tudo bem, então fale sobre vocês, vamos conversar -Vivianne diz.

-Eu sou advogado, trabalho em uma ong.

-Gosta de fazer academia ... -Tuva completa, insinuando suas roupas esportivas e seu braço bem desenhado.

-Gosto. Não tenho namorada ... -Ele continua.

-Nunca teve -Carl completa o que nos faz rir. 

-Nunca tive, porém estou sempre à procura do amor da minha vida. E esse cara aqui calado é fotógrafo, já teve namorada, acabou de terminar um namoro...

-Com uma megera -Eric completa. A cada vez que alguém completa, viramos a cabeça na mesma direção que a pessoa fala.

-Uma mulher ás vezes agradável.

-Sempre falamos mal dos ex assim que terminamos o relacionamento, mas aposto que enquanto estavam namorando, vocês gostavam dela, não é mesmo? -Pergunto.

-Não! -Viramos para Eric.

-Não -Viramos para George.

-Se acabou é porque algo não estava bom -Carl diz.

-Effy também acabou de terminar um namoro -Tuva revela, cabeças viram para mim.

-E o que ele fez de errado? -Viramos para Eric.

-Ou você? -Viramos para George.

-Ele terminou porque ... porque ... eu não sei.

-Por que ele é um babaca medroso -Tuva completa, viramos para ela.

-Como não sabe porque ele terminou, você estava lá?

-Sim! Mas ele nada disse, foi tudo muito vago, ele disse que não poderia mais continuar assim.

-Assim como? -Viramos para George.

-Estavamos muito ocupados e ás vezes eu escolhia trabalhar ao invés de ficar com ele.

-Que bom que ele terminou, fácil isso se tornar abusivo -George diz.

-Ele não era nem um pouco abusivo, na verdade não podiamos continuar um namoro, quando nunca estávamos lá. 

-Começa assim Effy, eu vejo isso todos os dias. Primeiro são brigas que te fazem sentir-se culpada por estar escolhendo si mesma, depois impedimentos e aos poucos ele vai te controlando até você largar seu emprego ou relaxar com ele.

-Ela largou o emprego -Tuva completa.

-Tuva! -Fico brava por ela estar revelando demais. Ela abre os braços se desculpando.

-Que bom, assim você não estaria aqui -Carl diz e fico surpresa por ele ter falado alguma coisa. 

Seus olhos são tão azuis quanto as luzes artificiais do DJ, porém mais claros e vivos. Lembra-me o céu em um dia de verão, mais intensos. Não, não é um céu que eu vejo, mas sim geleira. Geleira azul brilhante e intenso. 

Vendo o quanto eu estava desconfortável, ele decidira falar algo afetuoso para me fazer sentir melhor e nisso sou grata por ele e retribuo sorrindo gentilmente. Ele é um cara legal, muito legal e sabe de uma coisa. Eu sou problema demais para ele, mesmo que se fosse por apenas uma noite. Porém, nada mais me impede de admira-lo. De todos aqui no salão, Carl sem dúvida alguma, é quem mais me atraí, agora mais do que nunca. 

 

 



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