História Au Revoir - Epilogue

Points Of View América Thompson

Me via perdida. Estava em um lugar onde a natureza estava gritante, e o sol prevalecia. Estava um dia muito quente, e eu andava, procurando por alguém conhecido, mas não havia ninguém.

Passei ao lado de uma árvore e puxei uma fruta. Era uma maçã, e quando a mordi, senti o doce em meus lábios; estava maravilhosa. Sorri, com prazer. Ouvi alguns passos e me virei rapidamente, vendo Justin parado à minha frente. Ele estava maravilhoso, com toda a roupa branca, e os cabelos perfeitamente alinhados. Me olhava com um sorriso estonteante e eu me aproximei.

— Drew — o abracei — Faz tão pouco tempo, mas já estou com tantas saudades — comentei.

— Eu também estou, Meri — colocou a mão em meu rosto, depois acariciou minha barriga — É um menino.

— Sério? — sorri com a notícia — Vai ter o seu nome.

— Eu fico muito feliz com isso, meu amor — ele acariciava minha barriga com tanto carinho, e eu sabia que era um sonho, mas parecia tão real — Justin Junior? — ele sorriu.

— Eu amo seu sorriso — senti uma lágrima ligeira cair — Só Justin.

— Ok, só Justin — me pegou pela mão, e começamos a andar. 

— Eu não acredito que você me deixou quando eu descobri que te amo.

— Pensa pelo lado bom, eu estarei em todos os seus sonhos, e você poderá matar a saudade de mim — sorri, e parei de caminhar. Me aproximei e selei nossos lábios. — Eu te amo, América.

— Eu te amo, Drew.

Abri os olhos lentamente, tendo a certeza de que tudo realmente não passou de um sonho. Limpei as lágrimas e fui ao banheiro tomar um banho: precisava mandar a tristeza embora.

Me troquei e fui até a sala de Patricia, precisava falar com ela. Bati na porta algumas vezes e ouvi um "entre". Assim o fiz.

— Estava precisando te ver mesmo, América — comentou — Sente.

— Pode falar.

Ela tirou de um envelope enorme e preto algumas coisas, entre papéis e um caderno.

— Aqui está tudo que você precisará para incriminar a Rebekah e Ian, leve até a delegacia — Assenti.

— Como conseguiu tudo isso? — perguntei.

— Justin conseguiu. Ele estava com tudo planejado a muito tempo, América — apenas concordei.

Após a terna conversa com Patricia, fui até meu quarto, me preparando psicologicamente para ler tudo o que estava ali. Quando terminei, não sabia o que pensar. Ian já havia matado muitas pessoas, e Rebekah também, até a vida de Rogers foi ela quem tirou. Não passavam de dois traficantes ridículos que tiravam a vida de qualquer um. Apesar de tudo estar muito confuso para mim, eu tinha a certeza de que Rebekah havia matado os meus pais, eu a colocaria atrás das grades com toda certeza!

Um mês depois.

Estávamos diante do tribunal, para o julgamento do caso de Ian e Rebekah. Eu já sabia que eles iriam presos, mas eu queria olhá-los quando estivessem sendo algemados e levados para o lugar de onde eu espero que eles não saiam mais.

"Com os fatos e provas contra Rebekah e Ian, o tribunal os considera culpados. Os dois serão condenados à prisão perpétua. O tribunal está dispensado." 

Encarei os olhos azuis dos dois, e sorri, saindo dali, sabendo que eles teriam o que mereciam.

4 anos depois.

— Justin Drew Malik — chamei meu filho por seu nome completo — Anda logo, estamos atrasados.

Meu pequeno desceu as escadas e eu sorri ao vê-lo: seus cabelos loiros estavam completamente arrumados, e sua roupinha devidamente colocada. Cada dia ele ficava mais parecido com o pai, tanto no jeito, quanto na aparência. 

— Cadê o papai Zayn? — perguntou.

— Já saiu, você demorou muito, meu amor — o peguei no colo.

— Então vamos aproveitar e falar do papai Justin? Quero ver fotos dele, mamãe — sorri. Sentamos no sofá.

Nunca escondi de Justin quem era seu verdadeiro pai, e toda vez ele pedia para ver as fotos dele, e sempre comentava o quanto são iguais. 

— Ele é tão parecido comigo  — comentou.

— Por isso vocês tem o mesmo nome — sorri.

— Eu queria muito ter conhecido ele — abaixou o olhar.

— Ele também queria muito ter te conhecido, bebê — comentei — Mas olha, ele sempre aparece nos sonhos da mamãe e diz que te ama muito e está cuidando de você lá do céu.

— Eu sonho com ele também, mamãe — seus olhinhos brilharam — Ele é muito legal.

Uma lágrima caiu de meu olho, ao mesmo tempo que eu sorri. 

— Eu sei, Justin, eu sei... — coloquei meu neném no chão, levantando-me do sofá — Vamos para a escola, já estamos atrasados.

Entramos no carro, e depois de deixar Justin na escola, eu fui para meu serviço. Estava trabalhando como inspetora no colégio de Patricia, onde estudei.

Eu gostava de estar ali, pois foi o lugar em que eu vivi os melhores e os piores momentos da minha vida, e ao mesmo tempo que me trazia lembranças ruins, traziam as melhores possíveis.

— Bom dia, Pattie — cumprimentei minha ex sogra.

— Bom dia, Meri — nós havíamos criado um vínculo muito forte — Como está Justin?

— Está ótimo! Hoje ele esperou o Zayn sair para falar sobre o pai dele. Toda vez ele comenta o quanto são parecidos — Patricia sorriu.

— E realmente, são muito — comentou — Parece que estou vendo meu filho.

— Pois é — sorri — Hoje ele me disse que sonha com o pai dele sempre.

— Isso é tão lindo — Pattie começou a chorar.

— Sem chororô, dona Patricia! — sorri — Bom serviço.

— Igualmente.

Dito isso, sai de sua sala e fui ao jardim, perto da piscina, onde conheci o grande amor da minha vida. Nós vivemos ótimos momentos, e eu ficava muito grata por isso.

Fui até meu antigo quarto, onde agora já estava sendo usado por outra pessoa. Vi que minha antiga cômoda ainda estava lá, e mesmo sendo muito abusiva, abri a mesma. Olhei pelas roupas e senti saudade de quando estudava ali.

Peguei uma camiseta e a abri, sorrindo. A moça que estava ali era muito vaidosa e cuidadosa, disso tinha certeza.

O pedaço de pano escorregou da minha mão, e eu me abaixei para pegar. Embaixo da cômoda havia um papel, e eu o peguei e abri. Curiosa nível master.

"É, não sei como escrever isso... Pode ser que eu esteja vivo, ou não. Se eu morri, você com certeza estará lendo isso, mas se eu estiver vivo, estaremos muito felizes juntos. Já estava tudo programado para acontecer, eu sabia que Rebekah iria tentar te matar, e eu sabia que iria me jogar em sua frente, porque eu queria te salvar, e eu faria isso milhões de vezes. América, você mudou meus pensamentos, meus sonhos, meus desejos mais profundos e meus sentimentos. Tudo ficou melhor desde que você chegou, e não me arrependo nem um pouco de ter te seguido aquele dia quando vi você mandando email para o Ian. Foi a melhor escolha que fiz em toda a minha vida! Vivemos momentos muito felizes, e é isso que quero que você guarde no seu coração: nossos momentos de beijos, abraços, carícias e sorrisos. Eu não me canso de dizer que sempre estarei contigo, e cuidarei de você, do mesmo jeito que fiz quando me joguei na frente de uma bala por você. Eu te amo muito, e um dia nos encontraremos novamente."

Como aquela carta havia parado ali eu não sei, mas eu agradeci por tê-la achado. Meus olhos estavam encharcados, e antes que alguém pudesse se aproximar, eu guardei a camiseta da garota e sai dali. Fui até o banheiro e deixei que as lágrimas caíssem, enquanto eu lembrava de todos os momentos passados com Bieber. Eu estava com saudades.

(...)

Me despedi do pessoal da escola e fui até meu carro. Pensei em passar na casa de Charlotte ou Violet, mas as duas recém casadas precisavam de tempo e espaço para curtirem os maridos. Violet tinha se casado com Jaxon, por quem se apaixonou depois de algum tempo, e Charlotte com seu grande amor, Ryan. Estava muito feliz por elas. Peguei Justin na escola e fui para casa. Assim que chegamos, encontrei a mesa decorada e o jantar feito; o cheiro estava ótimo. Sorri com aquilo e fui até a cozinha, encontrando Zayn todo embaralhado com as panelas.

— Boa noite, meu amor — o abracei por trás, e ele sorriu.

— Oi, princesa — se virou e selou nossos lábios — Como foi o dia de hoje?

— Foi bom. Eu achei uma carta do Justin no meu antigo quarto, acredita? — comentei.

— Aposto que chorou muito — sorriu — Você sente muito a falta dele, né?

— Sim — dei de ombros — Mas eu tenho você, e isso me ajuda a superar qualquer coisa.

— Eu sei que nunca vou tomar o lugar dele, e aceito isso — sorriu — Mas você sabe que eu te amo, certo?

— Certo — assenti — Eu te amo também, Zayn. Você é o melhor — dei-lhe um selinho — Agora termina isso logo, que eu estou com fome.

— Gordinha! — sorriu e eu fui até a mesa de jantar.

Depois da bela janta preparada por meu marido, tomei um banho quente com meu filho. Assim que nos arrumamos, o coloquei para dormir e deitei em minha cama. Zayn estava deitado, assistindo televisão, e eu me aconcheguei em seus braços.

Eu estava feliz e em paz. Sentia saudades de Bieber, e sabia que jamais esqueceria dele, pois foi o grande amor da minha vida, mas eu tinha uma família linda, e isso nada no mundo paga.

Apesar de tudo, sabia que um dia me encontraria com Justin, e isso me dava esperanças. Nosso amor venceu a morte, e eu sabia disso por reencontrá-lo todas as noites em meus sonhos.

Não há outro igual a nós. Não há amor igual o nosso. Sempre será América e Justin, até a eternidade.

Fechei meus olhos lentamente, sentindo o  cansaço me dominar.

— Estamos aqui novamente — sorri.

— E estaremos para sempre, até que você venha me encontrar — respondeu.

E eu sabia que seria assim em quanto eu vivesse: encontrando Justin em meus sonhos, sempre contando as coisas boas que aconteciam em minha vida, e ele, em sua morte. Nada nos separou e jamais nos separará.

— Eu te amo, Drew — selei nossos lábios.

— Te amo para sempre, loira — respondeu, e ali ficamos, olhando aquele jardim maravilhoso, onde todas as noites eu contemplava um pouco do meu amor verdadeiro.