-Quem é?- Christopher perguntou já colocando sua calça, o sorriso divertido ainda adornava seus lábios pelo simples fato de Felix parecer totalmente perdido à ponto de não ter notado o que acontecia.
Na verdade, duvidava que o menino ainda estivesse consciente.
-É o Hyunjin... o Felix está ai?- Ouviu aquela voz que tanto o irritava do outro lado da porta.
-Só um minuto.- O Bang sorriu maldoso, caminhando até a cama e cobrindo parcialmente a nudez do ruivinho, na verdade, só jogou o cobertor sobre o quadril do Lee, deixando as pernas e o tronco marcado exposto. -Não acredito que você desmaiou só com isso...- O Bang preguejou. Nem tinha pegado tão pesado à ponto do garoto desmaiar.
Abriu a porta minimamente, constatando que o Hwang estava sozinho, só para depois abri-la bem. Os olhos do moreno à sua frente bateram diretamente no menino adormecido e cheio de manchas, variando-o com o peito desnudo do loiro.
-O que você queria?- Chris questionou, sem se importar em não usar os bons modos que tinha.
-A sobremesa...- Falou meio aéreo. -A senhora Lee... pediu pra avisar que a sobremesa está servida.
O Bang quase riu da cena, o garoto estava tão envergonhado que, se fosse um desenho animado, poderia ver uma linha vermelha subindo de seu peito até a testa.
-Ah, não faz mal.- Sorriu de canto. -Eu acabei de comer minha sobremesa.
-'Tá tudo bem com o Felix...?- Questionou, temendo qualquer hipótese louca que pudesse prejudicar seu amigo.
-Yongbok está no céu.- Estalou a língua, se aproximando de modo ameaçador do Hwang. -E isso, fica entre nós, uh?
-S-sim...
[ . . . ]
Depois do susto que Christopher deu em Hyunjin, não fizeram nada durante alguns dias.
Coisa que frustrava o Lee.
Entendam, se sentia aliviado pelo Hwang ter ido ali apenas alerta-los de que a sobremesa ia ser servida, mas, talvez, se pudesse ter feito um pouco mais de manha, Bangchan teria o fodido com força de novo.
Se não tivesse apagado totalmente depois de seu orgasmo, é claro.
Definitivamente era muito frustrante.
A mudança para a Coreia do Sul não foi a pior coisa do mundo, apesar de Felix ainda achar o local meio frio, para alguém que viveu a vida inteira na Austrália.
Ainda estavam pintando o apartamento, então meio que estava tudo uma bagunça que parecia sem fim.
-Meninos, vamos sair pra comprar algo pra comer, querem ir junto?- A mãe do Lee colocou a cabeça para dentro do quarto, observando os dois rapazes que pintavam calmamente o quarto.
-Não, noona.- Chan sorriu. -Estou todo sujo de tinta.- Deu de ombros.
-Vou ficar pra ajudar o hyung, mãe.- O ruivinho sorriu minimamente, ouvindo a mulher sair falando como era bom saber que os dois garotos se davam tão bem.
Ah, se ela soubesse o quanto eles realmente se davam bem.
Ouviram a batida na porta seguida do barulho de chaves; alertando-os de que estavam sozinhos enfim.
-Seu coreano está melhor?- Bangchan perguntou. Ainda estava ajudando o menino com o novo idioma e Felix parecia ter feito um grande progresso.
E isso se referia à realmente estar ensinando apenas coreano para o garoto. Nada à mais.
-Sim, Chris.- Sorriu. -É estranho de falar, mas, eu consigo entender.
-Que bom, logo vai est... merda!- O Bang bufou, observando a camisa preta que agora se encontrava coberta de tinta azul bebê.
-Desastrado.- Felix riu, parando assim que viu o olhar fulminante em sua direção.
Christopher olhou derrotado para o tecido sujo, retirando-o de seu corpo e o jogando no chão forrado de jornais.
-Ei, hyung.
-Hm?- E antes que pudesse raciocinar, os respingos de tinta atingiram seu rosto e abdômen.
-Ah, você já era, Lee Yongbok!- Caminhou até o mais novo, que obviamente fugiu na direção oposta, Christopher tomou em mãos o rolinho de tinta que o menino usava antes, com um olhar maldoso.
-Hyung, não, por favor...- Ria nervoso enquanto o mesmo se aproximava, e logo sentiu o tecido molhado contra seu rosto. -Seu cretino!- Felix resmungou, limpando a face com a palma da mão e acertando-a no pescoço do mais alto.
Chris puxou seu pulso, aproximando o corpo do seu. Felix arregalou os olhos com a expressão felina do mais velho, e os fechou assim que sentiu os lábios cheinhos tocarem seu pescoço.
-Do que me chamou?- Rosnou contra sua pele, inebriando-se com o cheirinho delicioso que o mais novo tinha.
-De cretino.- Quase ronronou a resposta, praticamente esfregando o corpo no do outro, estava com tanta saudade de sentir os toques do Bang.
-Você realmente gosta de ser castigado, baby?- Riu.
-Gosto, hyung...- Felix sussurrou rouco. -Eu sou um menino mau...
-Eu sei, princesa.
Pouco se importou em enfiar a mão suja de tinta nos cabelos ruivos, puxando-os com firmeza enquanto atacava os lábios do menino.
As mãos grandes subiram pelas coxas alvas presas na bermuda, apertando-as com possessividade, tão forte que a pele clarinha criou pequenos vergões por onde os dígitos deslizaram. Não teve dificuldades em erguer Felix. Agora, a blusa branca do garoto também estava suja de azul, assim como o corpo de Christopher.
Um gemido rouco se desprendeu da garganta do loiro ao sentir o baixinho ondular a cintura contra seu corpo, fazendo uma pressão inacreditavelmente forte no seu baixo ventre.
-Caralho, Felix...- Grunhiu, mordendo o lábio inferior do mais novo.
-Estava com saudade, hyung... Sorriu, as bochechas coradas, tanto de expectativa quanto pela excitação.
-Eu também, baby... você ainda vai me enlouquecer...- Sussurrou contra a boquinha avermelhada.
"Você é louco, já pensou se a mãe dele descobre?"
Foi isso que Han, seu melhor amigo, havia dito quando contou à ele, um dia antes de se mudarem.
"E seu pai, Chan? Ele ia conseguir aceitar isso?!"
-H-hyung...- O Lee gemeu manhoso quando as mãos grandes o colocaram delicadamente no chão.
-Lix... eu...
-Você...?- Felix o fitou confuso, não entendendo aquela mudança abrupta de ações.
"Vocês são praticamente irmãos. Felix nem tem idade pra fazer isso!"
-Não dá.
-Do que você 'tá falando, Christopher?- O pequeno se afastou um pouco. Chan não o encarava.
-Não podemos continuar com isso.- Bufou. -É errado.
"Ele ainda é um colegial, hyung."
-Mas... mas... nós nos damos tão bem...- Sussurrou contendo os pequenos soluços. -Achei que gostasse... eu fiz algo errado?
-Não, bebê.- Abraçou imediatamente o menino. -Eu... só não quero mais fazer isso.
[ . . . ]
-Aconteceu alguma coisa, filho?- Ouviu a voz do pai, e o fitou alguns segundos depois, como se o som tivesse chegado atrasado aos seus ouvidos.
-Não.- Suspirou. -Só estou cansado.
-Entendi.- O homem sorriu, sentando-se ao seu lado. -E esse seu cansaço tem nome?
-Pai!
-Eu conheço um homem apaixonado, Christopher.- Riu. -Sou escritor, esqueceu? Quem melhor que eu para entender de amores complicados?
-Não é nada relacionado à amor, pai.- Mentiu, dando dois tapinhas no ombro dele. -Só estou pensando longe mesmo, juro.
-Aham...- O Bang se ergueu, tocando suavemente o ombro do menino. -Quando parar de pensar longe, olhe para a frente, entendeu?
-Acho que sim.
Não tinha entendido aquela analogia furada de seu pai, e provavelmente não a entenderia tão cedo, mas era melhor dizer que sim antes que ele começasse a lhe dar uma aula de literatura ali mesmo.
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