1. Spirit Fanfics >
  2. Automatic >
  3. Você é especial.

História Automatic - Você é especial.


Escrita por: JungSoojung e MylKyun

Notas do Autor


Resolvi postar essa hora mesmo, melhor do que deixar pra outra noite (Só iria ficar disponível á noite).
Hoje é pra fazer o coração palpitar, pois o amor tá tão visível~~~~ só irei dizer isto. <3 T~T
Boa leitura. <3

Capítulo 14 - Você é especial.


— Wandy, Irene não chegou ainda ou Bogum a trouxe de novo? — Perguntei com certo desespero para minha amiga assim que cheguei à empresa, eu não havia visto o carro de Irene em lugar algum, Wendy sorriu.

— Ela ainda não chegou kkangSseul, calma. — Disse tranquilamente e debruçou sobre o balcão me olhando de forma divertida, me deixei sorrir com ela.

— Okay, vou esperar ela lá em cima. — Baguncei de leve os cabelos de minha amiga que resmungou algo qual eu não ouvi, apenas segui para o elevador ainda sorrindo.

 

Passei em minha sala apenas para cumprimentar Joy, ao chegar na porta vi Yeri escorada sobre a mesa de sua namorada, apoiando suas mãos ali, elas conversavam enquanto se olhavam de um jeito carinhoso e Joy acariciava o rosto da menor. As cumprimentei assim que elas notaram minha presença, Yeri cerrou os olhos pra mim por instantes, o que me deixou meio sem jeito já que eu parecia estar sendo observada, dei de ombros assim que ela sorriu e aquela expressão  de antes se tornou um lindo e enorme sorriso. Rumei para a sala de Irene e ao adentrar fui até o armário onde ela guardava os documentos e alguns relatórios, peguei o que iria ser preciso para aquele momento e me sentei no meu lugar de costume, decidi iniciar logo o meu trabalho e ajeitar algumas papeladas.

— Oi... — Senti uma voz suave esquentar meu ouvido e mãos se apoiarem em meus ombros, tomei um leve susto já que estava concentrada nas folhas à minha frente, as mãos desceram por meu peito e ao virar meu rosto e ver os lábios de Irene próximos ao meu rosto eu sorri, seus olhos me fitavam com tanto carinho e ela também sorria, meu coração se apertou com um sentimento bom assim que ela selou seus lábios aos meus, fechei meus olhos e senti meu corpo vibrar com o seu contato.

— Oi... — Murmurei com um sorriso bobo enquanto via ela se afastar ainda sorrindo, observei ela caminhar até sua cadeira, se sentar e apoiar sua bolsa sobre a mesa, logo ajeitou seus cabelos atrás de sua orelha e me olhou com certa timidez, qual me encantou.

— Como está? — Franzi levemente o cenho com sua pergunta.

— Por que a pergunta? — Me ajeitei na cadeira, não sei o porquê, mas de certa forma eu sentia algo muito bom entre nós, muito diferente do clima horrível qual estava antes, aquilo estava me deixando muito satisfeita.

— Não sei, tem algo diferente em você hoje... — Ela riu. — Foi direito para casa ontem? — Seu olhar se tornou indiferente e suas sobrancelhas arquearam, acabei rindo de seu jeitinho.

— Fui sim, e...  Tive uma noite bem ocupada... — Esbocei um riso no canto dos lábios, Irene revirou os olhos em desconforto, mas antes que ela pudesse esbravejar eu voltei a falar. — Depois que cheguei em casa não parei de pensar em você um segundo sequer, fui dormir pensando em você. Já não basta me ocupar no trabalho, fora dele também? — Brinquei e ela entreabriu seus lábios, me olhando surpresa. — Dá um tempo... — Mostrei a palma de minha mão à ela e virei meu rosto, dando ênfase à minha frase, escutei ela rir e quando voltei a olhá-la a vi sorrindo deliciosamente enquanto tampava sua boca com uma de suas mãos, o singelo eyesmile que ela me direcionou me fez encará-la provavelmente de um jeito... apaixonado.

— Boba... — Franziu as sobrancelhas e um bico manhoso se fez presente em seus lábios, suas mãos procuraram as minhas quais agora estavam apoiadas sobre a mesa, ela as pegou, as olhou por instantes e então seus olhos se prenderam aos meus. — Você anda me ocupando muito também, as vezes sinto que não só a minha mente... — Ao fim de sua frase ela fechou os olhos, vi seu rosto corar levemente.

— Conte me mais sobre isso. — Acariciei suas mãos à incentivando a continuar já que eu não havia entendido muito bem o que ela quis dizer, ela voltou a me olhar e balançou a cabeça negativamente com um doce sorriso nos lábios.

— Agora não é hora pra isso, já enrolei muito... e por culpa sua! — Deu um leve tapa em meus braços e se ajeitou em sua cadeira. — Vamos trabalhar, hum? — Disse enquanto tirava seu blazer e eu a admirei mais um pouco, totalmente apaixonada pela visão à minha frente, pelos seus simples movimentos quais me encantavam tanto.

— Como você quiser Baechu... — Esbocei mais um sorriso bobo qual ela retribuiu de forma carinhosa e assim nosso dia começou, um começo completamente diferente do que havia sendo há alguns dias, num clima completamente diferente qual claramente fez tão bem para mim quanto para ela, não posso negar, eu não sabia exatamente o porquê daquela mudança entre nós,mas eu estava feliz, feliz principalmente pois algo me dizia que aquilo se devia por conta de mim, eu esperava que aquele "diferente" que ela mencionou fosse alguma mudança positiva em mim, pois no fundo, eu estava começando à tentar mudar por ela.

 

Minha manhã de trabalho foi tranquila e deliciosa ao lado de Irene, não conversamos nada qual não fosse a respeito de nosso trabalho, mas os sorrisos e toques que trocávamos foi essencial para tornar tudo maravilhoso, eu não sabia o porquê, mas parecia que depois de passar um tempo afastada de Irene, ao me aproximar novamente o que eu sentia por ela estava se tornando mais intenso, era difícil entender então eu tentava não pensar e apenas me deixava sentir. Pedi à minha amada chefe que me liberasse para almoçar mais cedo naquele dia já que Moonbyul estava me cobrando de ir almoçar com ela, Wendy e Solar, e eu não queria mais adiar, Irene não me contrariou e me liberou, logo eu segui para o térreo onde me encontrei com minha amiga que já me esperava, seguimos em meu carro até o restaurante onde encontraríamos Moonbyul e Solar.

 

Era sempre muito cômico para mim ver a interação daquelas três, chegamos ao local e ao nos aproximarmos da mesa onde as outras duas estavam. Wendy depositou um selinho nos lábios de cada uma e as pessoas me olhavam de um modo estranho, como se esperassem que eu fizesse a mesma coisa para quem sabe aquilo soar tão mais estranho que parecesse normal, ri de meu pensamento e cumprimentei minhas outras duas migas com trocas de beijo no rosto. Nosso almoço foi divertido, aquelas três combinavam tanto, eram três bobas apaixonadas e sem noção, elas ficavam se paparicando, brincando, flertando e eu ali rindo com aquela situação, era uma relação torta, mas tão certa ao mesmo tempo, o clima era bom, elas pareciam felizes e confortáveis com tudo aquilo e sendo assim, não havia nada de errado, pelo menos era o que eu havia começado a pensar sobre elas.

Fiz Moonbyul pagar meu almoço lembrando da aposta que havíamos feito há dois meses atrás qual eu havia cumprido, de fato eu fiquei pouco mais de um mês sem me relacionar com mais nenhuma mulher além de Irene, quando me envolvi de novo com outras garotas eu já havia ganhado a aposta e lembrando disso Moonbyul não se negou a pagar, éramos justas uma com a outra, levávamos nossas apostas idiotas sempre à sério. Após isso eu e Wendy voltamos à empresa, pelo caminho ela só me contou o que eu já havia notado, elas estavam realmente bem e eu torcia para que elas continuassem, pois aquilo de alguma forma também me deixava bem já que eu tinha um carinho enorme pelas três, ainda mais pela minha amiga nutricionista qual comia mais que dois mendigos famintos juntos.

 

Depois do almoço eu não vi mais Irene, apenas fiquei em minha sala resolvendo meu trabalho com Joy, aproveitamos para conversar um pouco já que estávamos um pouco afastadas também, contei à ela sobre minha relação com Irene e sobre a confusão interna que às vezes eu me encontrava, Joy sempre jogava em minha cara que eu tinha que parar de ser orgulhosa e admitir que eu estava gostando de Irene, mas a questão não era essa, eu podia até admitir que estava apaixonada por Irene, mas eu não saberia lidar com aquilo, como sempre eu tinha medo de me precipitar e acabar a magoando. Fiquei surpresa por Joy me dizer que Irene finalmente havia contado para Yeri sobre nosso envolvimento, o que me deixou surpresa, apesar de eu não achar nada demais compartilhar esse tipo de coisa com a melhor amiga, eu nunca entendi porque Irene queria nos esconder tanto assim, de Bogum tudo bem, mas de Yeri era meio sem sentido.

Enquanto eu e Joy estávamos fazendo um planejamento, comigo sentada na cadeira à sua frente, ouvi alguém entrar na sala e logo meus olhos foram na direção da porta, encontrei Yeri parada com um meio sorriso nos lábios enquanto nos observava, aos pouco ela foi se aproximando, ficou ao meu lado, cruzou seus braços e fitou Joy.

— Amor, quero conversar um pouco com a Seulgi-yah, poderia nos dar licença? — Pediu carinhosamente.

— Conversar? O quê? — Joy perguntou confusa e riu.

— É, o que? — Murmurei ainda mais confusa e Yeri me olhou com os cantos dos olhos.

— Joy... — Yeri sorriu então de forma estranha para sua namorada. — Poderia nos dar licença? — Falou a última parte entredentes para Joy enquanto a olhava de um modo frio, seu sorriso soou altamente cínico e ameaçador, ao ver a reação de Joy eu não pude evitar de sentir medo, a maior se levantou com os olhos levemente saltados e deu a volta em sua mesa, se aproximando de sua namorada, eu apenas observei.

— Posso... amor, quer que eu faça algo para você? — Joy disse meio sem jeito e selou seus lábios com os da maior.

— Sim, fique por lá caso algum cliente chegue... mas vou ser rápida. — Me olhou. — Bem rápida. — Seu sorriso foi direcionado à mim, o que me causou um calafrio e me fez estranhar a Yeri que estava ao meu lado, estava mais que óbvio que aquela conversa não seria nada amigável.

Joy apenas me lançou um olhar qual parecia querer me confortar, assenti ao seu olhar e então a vi se retirar da sala e encostar a porta, ajeitei minha cadeira ficando mais de frente para Yeri que já estava virada para mim me encarando de braços cruzados, seu olhar estava ainda mais assustador, o que me fez me encolher mais em minha cadeira enquanto esperava ela se pronunciar.

— E... então? — Perguntei num fio de voz e vi Yeri suspirar e fechar seus olhos por instantes.

— E então? Eu vou ser bem direta com você Seulgi e é bom que você me escute calada! — Apontou seu dedo indicador para mim e meus olhos saltaram com o tom alto de sua voz, meus ouvidos vibraram e eu me preparei para o que estava por vir. — Irene me contou que vocês estão tendo um caso há mais de dois meses, ela apenas me contou agora pois estava com medo da minha reação já que desde que você entrou nessa empresa não ouvimos coisas muito boas ao seu respeito, não como profissional, mas como uma cafajeste! — A olhei incrédula.

— Como é que é? Não é bem assim não! — Tentei começar a me defender.

— Deixa eu falar! — Novamente me encolhi na cadeira com o seu grito. — Só vou te dizer uma coisa Seulgi, Irene já tem muitos problemas e Bogum é um deles, não pense que eu vou ficar parada vendo outra pessoa entrar na vida dela para ser mais um motivo para fazê-la sofrer, se você não tem intenção alguma em ser algo bom na vida dela é melhor que pare com isso agora, Irene gosta de você Seulgi, mas se você não puder retribuir isso se afaste, se não por bem, por mal... juro que se eu ver minha amiga sofrer por você não vou deixar barato, Irene é a dona daqui, mas do mesmo jeito que eu te coloquei aqui dentro eu tiro, do mesmo jeito que você entrou na vida dela eu faço você sair então é bom que você pense muito bem no que você quer, não seja outro erro, outra mágoa na vida dela... se caso isso acontecer, pode ter certeza que eu vou ser um peso pra você, já avisei Bogum e agora você também, melhor agir como gente se não quiser ter problemas. — Seus olhos se firmaram aos meus, me senti totalmente presa à eles. Yeri poderia ter aquela aparência frágil e dócil, mas depois de hoje... Aquela visão mudou completamente. Suas palavras eram tão firmes. Meu coração batia tão forte que eu podia escutá-lo em alto em bom som dentro de minha cabeça. Eu tentava falar algo, mas não conseguia, Yeri suspirou e ajeitou seus cabelos. — Enfim, dado o recado... — Calmamente me deu as costas e caminhou até a porta, a abriu. — Passar bem Seulgi. — Me direcionou um último olhar e se retirou dali.

 

— Irene gosta de você Seulgi... — Murmurei com um sorriso bobo nos lábios. — Sim, eu também gosto dela... o que devo fazer? — Ajeitei minha cadeira novamente, apoiei meus cotovelos na mesa e minha testa em minhas mãos, eu não sabia se ria ou se chorava, eu não estava com medo de Yeri, okay, talvez um pouco, ela me pareceu bem firme, mas na verdade eu estava mesmo era com medo de suas palavras, do que elas significavam, de fato eu não queria ser alguém na vida de Irene qual a magoasse, o que eu menos queria era a magoar por isso eu tentei me afastar, mas não dá... sair da empresa não era um problema, eu já havia pensado nisso, sair da vida de Irene era o que eu achava que deveria fazer, mas para ser sincera era o que eu menos queria.

Fiquei perdida em meus pensamentos, refletindo sobre as palavras de Yeri até Joy aparecer novamente, ela brincou comigo já que Yeri contou à ela sobre o que havíamos "conversado", perguntou se eu queria desabafar já que eu parecia estranha, mas naquele momento eu não quis mais falar sobre aquilo, quis apenas relaxar um pouco e em seguida voltamos a pegar firme em nosso trabalho.

Voltei a ver Irene somente no final do dia, trocamos alguns beijos, carinhos, ficamos um pouco juntas conversando sobre coisas bobas em sua sala e eu aproveitei para me encantar um pouco mais com a mulher que estava comigo, por Deus, como eu queria ajeitar tudo e tomar uma decisão sobre nós, eu estava me sentindo tão infantil por não saber lidar comigo, mas ao mesmo tempo ir com calma era o mais certo que eu poderia fazer assim eu não teria arrependimentos depois... e nem ela.

 

 

***

 

 

O clima maravilhoso entre mim e Irene se estendeu pela semana, para a minha surpresa, nossa relação tinha vários altos e baixos e mudava tão de repente, ao mesmo tempo que eu achava aquilo bom eu tinha medo do que poderia acontecer... passando a ser mais observadora diante da minha situação eu acabei por reparar que de fato eu não era a única que havia mudado ali, Irene estava tão diferente comigo, antes era ela quem sempre tentava arrumar uma desculpa para não ficarmos juntas, para não  passarmos dos limites, vivia constantemente se irritando comigo por coisas sem sentidos e criando um clima ruim entre nós, mas depois de que voltamos à nos aproximar, ela vem se mostrado uma pessoa totalmente nova comigo, ela fazia de tudo para passar mais tempo ao meu lado, pela quarta e quinta ela me fez leva-la para almoçar, ela estava tão amável e carinhosa , ela não sabia mas me deixava em suas mãos quando agia daquele jeito, eu realmente estava ferrada.

 

Sexta feira foi um dia diferente, devido aos compromissos dela e de Yeri, quais eram à parte de mim, Irene mal passou o dia ao meu lado, percebi pela hora do almoço e a tarde quando a vi na empresa que ela estava em uma correria com tudo ali, dias de pagamento chegando, acerto com várias empresas, eu entendia, queria poder ter ajudado mais, mas pelo menos o que me foi designado eu fiz do melhor jeito que pude.

Pela tarde, quase noite quando estava na hora de irmos embora ela mal me deu atenção, fui até sua sala e ela estava com um semblante exausto e preocupado, decepcionado, nervoso, não soube ao certo decifrar, não consegui lhe dirigir uma palavra sequer pois ela estava ao celular e apenas passou por mim, selou nossos lábios, murmurou um "depois a gente se fala" e se retirou da sala, indo embora, não me esperou, apenas saiu apressada e eu fiquei parada na porta de sua sala observando ela seguir para o elevador com o celular ainda em seu ouvido, pelo jeito que ela falava quase que discutindo provavelmente era com Bogum que ela estava falando, pelo menos ele aguentou ficar um mês sem encher o saco dela, se fingindo de perfeito, ou não, tanto fazia pra mim também. Logo segui para a minha sala, e após me despedir de minhas amigas, Joy e Wendy, fui embora pra casa pois eu também havia tido um dia exaustivo e precisava descansar o corpo, a mente... quem sabe o coração também.

 

De noite, pouco mais de dez horas, eu estava sentada na sala assistindo um programa qualquer, eu estava sem sonos pois havia tirado um "pequeno" cochilo das sete às oito e quarenta, assim que acordei tomei um banho, me alimentei e ali estava, tinha meu celular em mãos pois inconsciente esperava por uma mensagem de Irene, nos últimos dois dias ela havia me mandado mensagens de boa noite, aquilo meio que me iludiu e acho que dali em diante eu esperaria por suas mensagens todos os dias, mesmo que elas não viessem. 

Eu estava realmente entretida no drama que estava passando na tv quando ouvi duas batidas na porta, não foram fortes, foram suaves, mas audíveis o suficiente para me fazerem sobressaltar, meus olhos caíram sobre o celular que estava ainda em minhas mãos ao destravá-lo me amaldiçoei mentalmente por ter o costume de deixa-lo no modo silencioso, havia duas ligações perdidas de Irene quais eu não vi por estar com a atenção ocupada. Me levantei e quase que correndo fui até a porta, a abri com um enorme sorriso nos lábios pois eu sabia que era ela que estaria ali e de fato não me enganei, a vi parada em frente minha porta com a cabeça baixa enquanto tinha seus dedos entrelaçados e fitava os mesmos, o leve vento balançava seus cabelos e trouxe seu maravilhoso cheiro até meu alcance, e eu ao senti-lo fui tomada pelo que eu sentia por ela, eu amava seu cheiro.

— Baechu... me desculpe não atender, eu... — Ela me olhou e o meu peito se apertou, meu sorriso sumiu e meu semblante provavelmente se tornou preocupado. — O que aconteceu? — Segurei uma de suas mãos e observei seus olhos quais estavam vermelhos e marejados, ela parecia ter chorado muito, levei minha outra mão ao seu rosto e fiz um suave carinho, ela fechou seus olhos e levou sua mão sobre a minha qual a tocava.

— Fica comigo... eu preciso de você... — Murmurou com a voz baixa e voltou a fitar meus olhos, senti ela me passar algo muito forte pelo seu olhar qual me fez arrepiar, meus olhos ficaram úmidos também e eu num impulso levei minhas mãos à sua cintura e a puxei suavemente para um abraço, assim laçando seu corpo com meus braços e escondendo meu rosto em seus cabelos, ela me agarrou pelo pescoço, me apertou forte contra ela e suspirou, eu não sabia o que aquilo significava, mas admito que me senti bem naquele momento, me senti bem por ser alguém à quem ela veio se apoiar, me senti especial pra ela... assim como ela, de alguma forma, era pra mim.

— Eu fico... — Foi o que consegui dizer, senti ela se remexer em meus braços, aconchegando seu corpo ainda mais ao meu.

— Pode sair comigo agora? — Me afastei dela para encarar seus olhos, mas ainda sem tirar minhas mãos de seu corpo.

— Claro... entra aqui, só vou trocar de roupa. — Aproximei nossos lábios e após uma troca de olhares mais íntimo eu os selei, me controlei para não beija-la naquele momento, mas não me contive em chupar levemente seu lábio inferior, ganhando um delicioso carinho de suas mãos em minha nuca.

— Não precisa... — Disparou assim que eu fiz menção de entrar. — Você está linda assim... — Sorriu de forma linda e passou seus olhos por meu corpo, fiz o mesmo que ela assim observando minha calça de moletom cinza e minha t-shirt azul qual estava com a gola folgada e com algumas manchinhas brancas, eu parecia uma mendiga com aquele meu "pijama" e ri desse meu pensamento.

— Se você diz... — Voltei a olhá-la e ela riu provavelmente do olhar desconfiado que eu lançava à ela. — Vou pelo menos calçar meu chinelo. — Observei meus pés descalços e ela assentiu ao que eu disse, fui rapidamente até onde eu estava sentada antes e calcei os chinelos que estavam por ali, desliguei a tv e voltei a me aproximar de Irene que me esperava e fitava a rua, após trancar a porta segurei sua mão. — Vamos? — Ela me olhou sorrindo levemente, retribui seu sorriso e assim seguimos para o seu carro, logo soltei sua mão novamente para que ela pudesse dar a volta no carro e se ajeitar no lado de motorista. — Onde vamos? — Perguntei ao observar ela dar partida.

— Em um lugar... qual eu gosto de ir de vez em quando. — Mordeu suavemente seu lábio inferior em meio à um sorriso, levei minha mão à sua coxa direita e a acariciei.

Tivemos uma troca de olhares qual o que mais fluiu foi o carinho que havia entre nós, não dissemos mais nada, logo ela começou à dirigir, seguindo para fora de meu bairro, pelo centro, eu apenas fitava os carros que nos acompanhavam ou passavam por nós, as luzes da cidade, os bares agitados por qual nós passávamos, uma ou duas boates também com várias pessoas em frente, bebendo, fazendo tudo o que eu costumava à fazer, minha mão permaneceu acariciando Irene o tempo todo, vi que ela se sentia tão confortável com o meu toque, era tudo tão diferente.

 

Aos poucos fomos nos afastando do centro, percebi que ela seguia para a parte mais alta da cidade, subimos um grande morro qual antes mesmo de chegar ao final já dava uma bela vista da cidade e suas luzes, Irene seguiu pelas ruas que haviam naquele bairro da parte alta da cidade e logo nos afastamos dele também, não pude evitar de sorrir assim que chegamos à um mirante que havia ali, Irene logo estacionou e mesmo de dentro do carro a vista era linda, por sorte a noite estava maravilhosa, assim destacando o céu estrelado e a lua que pairava lindamente nele. Meus olhos logo procuraram por Irene, vi que ela fitava a vista à nossa frente e instantes depois ela me olhou, sorri sem nem mesmo perceber, ela era linda demais.

— Quando você vem aqui, você vem sozinha? — Puxei um assunto e aproximei nossos rostos, eu amava ficar bem próxima dela, de seu olhar, de seu cheiro, de seu corpo. Ela apenas assentiu e levou sua mão esquerda ao meu rosto enquanto fitava meus lábios. — O que você vem fazer aqui? — Toquei sua cintura com minha mão direita e a apertei, beijei seu queixo e ela suspirou.

— Pensar... — Murmurou e selou nossos lábios, acariciou os meus com os seus, os mordeu, ela não imaginava o quanto era provocante e delicioso cada toque de sua boca com a minha.

— E por que me trouxe com você? — Beijei o canto de sua boca e deslizei meus lábios por sua bochecha, por sua mandíbula chegando lentamente ao seu pescoço, suas mãos apertaram meus ombros e eu pude ver ela fechar seus olhos.

— Decidi... trazer o motivo dos meus pensamentos comigo hoje, uma boa ideia, hum? — Chupei sua pele após ouvir suas palavras, ela arfou deliciosamente e eu sorri contra sua pele.

— Não sei pra você, mas para mim... — Murmurei contra sua pele e em seguida aproximei nossos lábios novamente, fitei seus olhos próximos aos meus. — Foi uma ótima ideia... — Ficamos nos olhando, alternando nossos olhares entre nossos lábios e olhos, senti suas mãos subirem de meus ombros lentamente até minha nuca enquanto ela mordia seu lábio inferior e continuávamos a nos encarar.

Sem mais conseguir me controlar deixei meus lábios avançarem contra os dela, minha língua já estava sedenta de desejo após suas provocações e eu precisava invadir sua boca, me entregar aos seus beijos maravilhosos, e assim eu fiz, meu músculo procurou pelo dela qual logo encontrou e aquele gostoso arrepio típico tomou o meu ser, meu corpo começou à esquentar, meu coração à bater mais rápido, cada mordida que ela dava em minha língua, em meus lábios, era um arrepio, uma sensação gostosa, era algo mais forte que uma simples excitação, era algo mais completo, aquele beijo estava me deixando quente e inquieta, ela sempre me fazia perder o controle com tão pouco, eu aprofundava nosso beijo cada vez mais e a fazia ofegar assim como eu, porém certo momento ela me empurrou suavemente, cortando o beijo e eu a olhei um pouco confusa.

— Calma... — Disse com a respiração descompassada. — Se ajeita em seu banco... — Me empurrou mais um pouco e eu sorri com o seu jeitinho de falar, me encostei em meu banco corretamente. 

Deslizei o banco para trás e o deitei um pouco para ficar mais confortável e com mais espaço, logo ela se sentou sobre mim, se ajeitando em meu colo, minhas mãos alcançaram suas costas e suas coxas e meus lábios foram ao seu ouvido, ao seu pescoço, a fazendo se remexer em meu colo e esfregar seu quadril em meu sexo, me arrepiando, enquanto eu a provocava ela mexia em seu som, logo uma música qual eu não reconheci começou à tocar, Irene sorria enquanto escutava o começo da música, ela me olhou, direcionando seu sorriso à mim, e voltou à apoiar suas mãos em meus ombros, seus lábios roçaram nos meus. 

 

"When you were here before,

Couldn't look you in the eyes.

You're just like an angel,

Your skin makes me cry."

 

Irene começou a acariciar meus lábios com sua língua, me deixando tonta de prazer, após mordeu suavemente meu lábio inferior seus lábios desceram por minha pele e deslizaram por meu pescoço, sua língua o acariciou, me fazendo estremecer e arfar com sua boca quente, molhada, deliciosa me tocando, sua respiração me tirava a lucidez, senti seus lábios se aproximando de meu ouvido, ela mordeu suavemente minha orelha.

— I wish I was special... — Murmurou com a voz baixa num tom provocante. — You're so very special... — Suas mãos subiram mais uma vez até minha nuca e eu voltei a olhá-la, eu jamais saberia decifrar seu olhar, ele era tão profundo, tão provocante e tão carinhoso ao mesmo tempo, eu sentia algo realmente intenso por ela naquele momento e eu desejei muito que ela pudesse ver isso em meus olhos.

Antes que eu pudesse pensar em mais alguma coisa elas juntou nossos lábios novamente, calmamente, mas dessa vez com mais urgência, ela parecia querer me mostrar algo através daquele beijo, suas mãos se perdiam em meus cabelos e as minhas em seu corpo, nossos lábios assim como nossas línguas se exploravam, se acariciavam com desejo, com carinho, era algo extremamente excitante, mas ao mesmo tempo confortante, senti minha língua ser chupada por seus lábios e gemi de prazer, como se não bastasse isso ela ainda se mexeu lentamente sobre mim, se esfregando em meu sexo, minha mão esquerda escorregou de sua coxa para o meio de suas pernas quais estavam um pouco abertas mas ela as fechou, prensando minha mão ali no meio, insisti em tocar seu sexo e a boca dela escapou da minha, meus lábios escorregaram até seu queixo e ela soltou um gemido baixo e arrastado.

— Amor... — Ela murmurou assim que eu comecei a massagear seu sexo, eu me sentia extasiada quando a via tão excitada daquele modo, o jeito que ela se referiu à mim ficou ecoando em minha cabeça, comecei a distribuir beijos por seu pescoço. — Não quero aqui... preciso de você... de um outro jeito... — Murmurou tentando não se entregar aos meus toques.

— De que jeito? — Minha voz saiu carregada do prazer que eu sentia.

— Posso te mostrar amanhã? — Segurou meu rosto com suas mãos me fazendo firmar meus olhos aos seus.

— Amanhã? — Tentei desabotoar sua calça mas com uma de suas mãos ela me impediu, segurando a minha e a apertando.

— Sim, amanhã... — Um sorriso lindo nasceu em seus lábios, qual me fez ceder ao seu pedido e desistir de provoca-la, fiquei como uma boba admirando aquele sorriso. — Vou fazer algumas coisas de tarde e à noite... quero que você vá lá pra casa, e durma comigo. — Meus lábios se entreabriram.

— Você... quer que eu durma na sua casa? — Não pude disfarçar meu semblante surpreso com seu convite, Irene nunca havia me convidado para ir à sua casa, sempre pensei que ela tivesse medo de Bogum desconfiar, me lembro de ter à levado para seu apartamento umas duas vezes no máximo, nada mais que isso, aquilo realmente me pegou desprevenida.

— Quero muito... — Selou nossos lábios. — Preciso tirar uma dúvida e também... quero saber como é ter você na minha cama. — Fechei meus olhos ao ouvir o tom sexy que ela usou no fim de sua frase, se ela queria me deixar entregue... ela havia conseguido.

— Céus... não fala assim, depois eu perco o controle e eu que sou a errada, hum? — Brinquei e ela esboçou um fraco sorriso, abaixou sua cabeça, por algum motivo ela pareceu se perder em seus próprios pensamentos durante alguns instantes, toquei seu queixo e a fiz me encarar novamente. — Afinal, o que aconteceu para você estar chorando? Bogum de novo? — Falei com certo descaso, ela fechou seus olhos, beijei o canto de sua boca, mas ela se afastou, criando um espaço para que pudesse me olhar bem.

— Tem haver com ele, nós discutimos... mas ele não é o problema, dessa vez ele não foi o errado...  O problema sou eu. — Falou como um desabafo, não entendi muito bem suas palavras, fiquei a olhando, procurando por uma resposta, mas eu não sabia o que dizer.

— O que você quer di...

— Não... — Me interrompeu. — Não quero falar sobre isso... — Se ajeitou em meu colo, se recostando com suas costas em meu peito e eu cruzei meus braços sobre sua barriga, a abraçando com carinho, beijei seu pescoço. — Quero ficar sentindo você, ouvindo música e relaxando um pouco... esquecer de tudo por um momento e pensar somente no que eu estou sentindo... — Senti seu corpo relaxar e vi um doce sorriso surgir em seus lábios, beijei sua bochecha. — Eu só preciso de um pouco de você Seulgi, apenas fique comigo...

— Me sinta, o quanto você precisar... estou aqui... — Murmurei em seu ouvido e senti suas mãos acariciarem meus braços quais estavam sobre sua barriga.

Ela não disse mais nada e eu também não, notei que ela observava a vista à nossa frente e então fiz o mesmo, passando a observar a cidade que ficava ainda mais linda e iluminada vista ali do alto, Irene às vezes suspirava como se fosse dizer algo, mas desistisse, eu constantemente acariciava sua pele com meus lábios, beijando sua face e seu pescoço, fiquei sentindo sua loção corporal maravilhosa, o cheiro de seus cabelos, fiquei sentindo ela assim como ela disse que me sentiria.

Enquanto estávamos naquele silêncio, ela parecia pensativa, eu mesma fiquei pensativa enquanto fitava tudo aquilo e ouvia o suave som de seu coração, diante daquele momento o pensamento que mais se fez presente em minha mente foi em como eu estava feliz, orgulhosa e satisfeita por estar ali com ela em vez de estar em um daqueles bares e boates por quais nós passamos, era tão maravilhosa a sensação de paz e conforto que ela me fazia sentir, apenas por estar comigo, eu não poderia desejar nada mais naquele momento, pois uma sensação estranha me tomava, uma sensação qual me fazia sentir que tudo o que eu desejava eu já tinha ali.

 

Quando finalmente saíamos de nosso transe e voltamos a nos encarar, Irene optou por irmos embora e eu assenti à sua proposta, afinal já estava tarde e se eu já não estava gostando dela ir embora sozinha naquele horário, se ficasse mais tarde eu a prenderia em minha casa e a faria dormir comigo, o que não seria muito certo já que ela tinha compromissos pro dia seguinte. O caminho até minha casa foi tranquilo, não trocamos muitas palavras, mas o clima não deixou de ser agradável entre nós, só Deus sabia o quanto eu estava amando estar bem daquele jeito com ela.

— Posso contar com sua companhia amanhã? — Irene chamou minha atenção assim que estacionou em frente minha casa.

— Pode contar sempre que quiser. — Esbocei um leve sorriso qual ela retribuiu, ela se virou um pouco de frente pra mim e eu fiz o mesmo, me aproximei mais dela.

— Obrigada. — Acariciou meu rosto, me fazendo sorrir mais uma vez.

— Pelo quê? — Apoiei minhas mãos em suas coxas, ela mexeu em meus cabelos, me deixando ainda mais boba.

— Por ter ficado comigo, por estar comigo... eu realmente estava precisando... — Abaixou sua cabeça assim que seu rosto corou, não aguentei aquele jeito tão delicado e fofo que ela tinha, tomei seu rosto com minhas mãos e a puxei delicadamente, selando nossos lábios sem que ela esperasse, ela acabou rindo ainda com nossos lábios colados e eu ri com ela. — Seulgi-yah! Boba... — Deu um tapa em meu ombro.

— Nos vemos amanhã então, certo? Melhor você ir agora, não quero você até tarde na rua. — Levantei levemente meu rosto e fingi estar séria, ela me olhou com deboche.

— Quanta preocupação... — Ironizou para me provocar.

— Muita e você que não acredite, sou louca para provar. — Mordi meu lábio inferior e arqueei minhas sobrancelhas, de modo divertido.

— Louca? Você? Não me diga... — Segurou meu rosto com suas mãos, apertando minhas bochechas e me deixando com um bico, ela sempre ria quando fazia isso comigo e como eu já esperava, ganhei mais um de seus deliciosos beijos. — Okay, me deixe ir então. — Disse após me beijar e soltar meu rosto.

— Hum... então, tchau Baechu. — Fiquei a olhando, não sabia se a beijava de novo ou não, a vontade se fazia presente.

— Tchau... Seulgi-yah... — Ficamos nos olhando, eu já estava pronta para sair quando não aguentando me inclinei sobre ela e roubei mais um beijo de seus lábios, qual arrancou um sorriso dela, o que me alegrou.

Lhe olhei pela última vez ao sair, seu olhar para mim foi como um "até daqui a pouco", assenti com carinho e então fechei a porta de seu carro, caminhei até a porta de minha casa e só então ouvi ela ligar o carro, após destrancar a porta observei ela partir e entrei, por algum motivo o sono apareceu e eu fui direto me ajeitar para deitar. A mensagem de boa noite que antes eu esperava realmente veio, ela ainda acrescentou que não via a hora de me ter lá, em sua cama, deitada ao seu lado, fiquei me perguntando qual era a dúvida que ela queria tirar, eu não conseguia ter uma noção, mas algo me dizia que era algo bom, eu sentia que sim. Fui dormir com o seu cheiro em mim, com o gosto de seu doce beijo em meus lábios, com um sorriso bobo no rosto qual se devia a sensação deliciosa que me consumia quando eu pensava nela, eu estava ansiosa para tê-la novamente em meus braços, para saber suas intenções... eu mal sabia o que o dia seguinte guardava para nós duas, o quanto aquilo mexeria comigo e com os meus sentimentos por ela.


Notas Finais


Yaaaaa~~~~ Duas bobas apaixonadas. xD
Mas o que será que a Baechu quer mostrar pra Bear? HUMMM
A Boba Myl aqui está super ansiosa com o próximo capítulo. Então preparem o coraçãozinho que o próximo é o meu capítulo favorito (tão favorito que esse foi o motivo de eu ter pedido à Jung Soojung para eu editar todos esses capítulos KK). xD
Até a próxima. <3 <3 <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...