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História Auxilium Spiritus - Shoukki


Escrita por: Lady_Solar

Notas do Autor


Hiii <3
E GENTE
eu n sabia q a Treze era mulher, eu fui pela legenda dos sites e eram todas se referindo a ela no masculino, ai eu descobri q ela é mulher
esse cap eu já corrigi, mas vou editar os outros capsdps tbm, só pra deixar o aviso
Ah e galera desculpa a demora pra postar
era pra ter saído mais cedo, mas enquanto eu tava escrevendo alguma coisa bugou e apagou a metade da porra do cap
ent eu peguei birra por alguns dias ahuasuhasuhsa sorry <3

Capítulo 15 - Shoukki


Hizashi estava tendo um dia horrível.

Primeiro, ele acabou tendo que ir dormir noite passada sozinho já que Shouta havia ido para a sua patrulha, e dessa vez não havia conseguido ficar acordado até a hora que ele voltasse como sempre faz. Então, de manhã, ambos ele e seu marido e levantaram da cama atrasados e tiveram que correr para o trabalho, não tendo tempo pra ficarem a sós e curtirem a presença um do ouro. E agora, na verdade, dez minutos atrás, um de seus alunos e uma desconhecida chamada Samael correram desesperados para o professor mais próximo que encontraram - na verdade, como ela conseguiu passar pela barreira sem um cartão de acesso? - e disseram que o USJ estava sendo atacado por dezenas de vilões e... ayakashis? Foi essa a palavra que usaram? 

Então, cá ele estava agora, encarando o corpo quebrado, ensanguentado e imóvel de seu marido no chão, ao mesmo tempo em que uma outra versão do mesmo, vestida de branco e coberto por uma mancha roxa escura, com olhos doentios por todo o corpo e asas saindo de suas costas, soltava gritos de pura agonia no centro de um triângulo luminoso feito por mais três pessoas desconhecidas. Ah, e um de seus alunos estava no chão tossindo sangue, coberto pela mesma mancha roxa, e implorando para que salvasse Shouta enquanto um redemoinho de criaturas apavorantes e horrendas os circulavam como se fossem urubus encarando uma carcaça no chão que irão devorar. Tinha um mau pressentimento de que eles que fossem a carcaça...

O que estava acontecendo...? Quem eram..? Shou estava....? 

-O... que....- só conseguiu sussurrar. Não entendia o que estava acontecendo, quem eram aquelas pessoas, que criaturas eram aquelas no céu, dos lados, no chão, em todo lugar, porque haviam dois Shoutas e porque os dois pareciam estar em uma terrível agonia.

Ele estava entrando em choque, com certeza. Talvez acompanhado de um ataque de ansiedade mais tarde, se esses tremores e a pressão nos pulmões que estava sentindo fossem um aviso.

Seu marido...

Seu Shouta...

O que havia acontecido com ele...? Por que ele não se movia no chão? Por que o que estava vestido de branco não parava de gritar?!

O que fizeram com ele...?! O que fizeram com ele?!

Sentia os seus reflexos de herói, pra lutar e proteger, começarem a borbulhar em seu peito, e sentia sua raiva subir cada vez mais e sua individualidade se agitar em sua garganta, pronta para ser usada e liberada contra os estranhos. O que havia acontecido com Shouta?! QUAL DOS DOIS ERA SEU SHOUTA?! 

Enquanto sua mente girava cada vez mais rápido, os shinkis viam o novo ayakashi começar a se formar nas proximidades. Ainda não estava formado, no entanto, estava quase. 

-Mais um não!- Astaroth exclamou, fazendo mais uma linha contra um ataque de um ayakashi ousado. 

-Eu juro por Deus que quanto tudo isso acabar, eu vou encher o terreno dessa escola com tantos selos que nenhum ayakashi vai conseguir chegar a DEZ METROS de proximidade! - Lúcifer disse, apertando os dentes.

-Não é hora Lúcifer! - Egyn exclamou, apertando os dentes enquanto continuava fazendo o ritual.. - Ele vai nos atacar se não fizermos nada! Somos estranhos e o companheiro dele está sofrendo! Alguém faz alguma coisa! - 

-mas o que há com o Mic-sensei?! - Kirishima perguntou, seus olhos do tamanho de pratos.

-Ele está entrando em choque, o marido dele está ferido e todo o ambiente em volta é literalmente sobrenatural! Ele não está pensando direito, vai nos atacar! - Beelzebur respondeu, suor escorrendo por seu rosto.

-eles são casados?!- Kirishima disse, surpreso.

-É NISSO QUE VOCÊ FOCA? - Bakugo gritou, mas claramente tão nervoso com tudo que estava acontecendo quanto o ruivo.

-Yamada-san! - All Might tentou o chamar, mas caiu em ouvidos surdos. De nada adiantava.

Izuku encarava seu professor surtar, impotente. Mal conseguia falar, quanto mais guiar seu professor para fora do desespero. No entanto... Acho que há alguém aqui que conseguirá, apesar de sua situação. Se isso funcionar, ele vai pular em cima da primeira mesa que vir pra comemorar.

-S... Sh....- tentou falar, mas acabou engasgando com o sangue que subiu por sua garganta. 

-Izuku? - Nana o apoiou com um braço para que não acabasse sufocando. O que ele estava tentando dizer?!

-Sho... - continuou a dizer, antes de engasgar e tossir mais sangue que havia subido. Quando suas vias respiratórias estavam livres, juntou todo o fôlego que conseguiu. - Shouta! Hizashi-san está aqui! - gritou para seu novo shinki atormentado.

Foi quase como apertar um botão. Os gritos de Aizawa travaram em sua garganta e seu olho não transformado lentamente se fixou no herói loiro surtando a poucos metros de onde estava.

-Hi...za...shi..- o moreno sussurrou, sua voz sendo uma cacofonia de muitas outras. Era estranho, era anormal e não era bom... mas... 

-S-Shou...? - Mic respondeu, a sua visão de túnel se clareando um pouco além dos instintos de "atacar" e "proteger".

-está dando certo...! - Iblis sussurrou, conseguindo aliviar um pouco a pressão da sua linha, Egyn e Beelzebur fazendo o mesmo. Já que Aizawa parecia focado no loiro, e não em lutar, puderam relaxar um pouco. Mas muito pouco...

-Yamada-san! - Nana o chamou, fazendo com que ele a olhasse. Seu olhar era de alguém perdido. - Eu sei que está confuso, eu sei que está estressado, mas por favor! Ajude ele! Salve-o! Peça pra ele se acalmar e contar os pecados que cometeu, aí tudo irá acabar! - 

Mic mal parecia consciente do seu entorno, mas estava melhor do que há quinze segundos. Lentamente, começou a avançar em direção a onde Aizawa estava, não mais encarando seu corpo. 

-Shou... Shou...! - sua voz foi se firmando conforme a mente foi clareando, a vontade de salvar a pessoa mais importante para si o motivando a ficar são. Sem que soubesse, o ayakashi que havia começado a se formar atrás de si foi lentamente desaparecendo. - Shouta! -

Aizawa o encarava se aproximar, a mancha que se alastrava por sua pele dando uma pausa. Estava confuso, estava assustado, e estava atormentado, mas Hizashi... Hizashi era seu porto seguro, sempre foi. 

-Zashi... - respondeu.

-Shou, por favor, se acalme! Você vai ficar bem! - Se aproximou mais.

-Não chegue muito perto! - Iblis o avisou. - é perigoso! -

-Não...! Ele não é um perigo pra mim, nem assim! Confio nele com os olhos fechados, eu sempre confiei, e mesmo agora vou confiar! - o loiro exclamou, continuando a andar. Só parou quando estava a centímetros da linha, o vento que saía dali fazendo seu cabelo se desalinhar um pouco. - Shou, vamos! Por favor! Se acalme, tudo vai ficar bem! Confia em mim! Os vilões foram embora e o reforço está aqui! Esta tudo bem! - 

Aizawa tremia, a mancha tendo parado de se espalhar a centímetros de cobrir seu nome. Estava assustado, estava confuso, estava sentindo tudo ao mesmo tempo... vida, morte, arrependimentos...tudo doía... doía...!

-Shou.... eu sei que está assustado... confuso e com dor... mas por favor, fale! Confesse os seus pecados e arrependimentos, e isso vai acabar! - sentia os olhos arderem. Seu Shouta estava com dor, e não sabia como se livrar dela. Não sabia o que fazer, então fez o que os outros lhe instruíram a fazer.  

-está indo bem, Yamada-san... continue falando com ele...- Nana o instruiu com a voz calma, mesmo que por dentro estivesse desesperada. O estado de Izuku estava horrível, assim como o do novo shinki. Deus, quando voltassem para casa ia desmaiar na cama...

-volte pra nós, Shou...- Disse, a voz soando chorosa. Bom, estava sentindo que poderia explodir em lágrimas ali mesmo.

Os shinkis encaravam os dois com todo tipo de emoções passando por seus rostos. Medo, esperança, cautela... por favor... que isso dê certo...!

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Enquanto isso, alguns minutos antes e logo após a chegada de All Might, Azazel queria bater com a cabeça na parede.

Bom, geral estava tendo um dia de merda, não só ele, mas... cacete. 

Tanto vilão espalhado pelas ruas pra aparecer, tanto vilão disponível pra coordenar o ataque, e o líder TINHA QUE SER o vilão que matou Amaimon. O universo deveria estar rindo deles no momento, não era possível. Tudo que ele queria fazer no momento era chegar em casa, pegar uma garrafa de Vodka e ficar levemente alcoolizado. Lê-se "tão bêbado que não vou lembrar nem meu nome". Mas, no momento, estava socorrendo o pirralho. 

Depois que Izuku o ajudou a se firmar um pouco mais, ele havia se agarrado em Azazel e ficado mortalmente quieto. Pelo menos não estava surtando mais... era um bom sinal, não era?

Não era?

Vindo do seu lado esquerdo, pôde ouvir alguém se aproximar cautelosamente dos dois, essa pessoa provavelmente estando receosa quanto ao o que fazer e como. Pelo que sabia, Nana, Iblis e Lúcifer ainda estavam por perto, por que vir até ele? E qual dos alunos era?

-Ele... está bem? Eu digo... ele não parece bem, mas... - uma voz feminina disse, claramente estava perdida quanto ao que falar. Isso explica ela ter vindo falar com ele.A identificou como Mina, a garota empolgada da sala. Segundo Izuku, pelo que lembrava, sua individualidade era "ácido". Curioso, pra ele pelo menos...

-Desculpe eu... não sei o que dizer...- ela se desculpou depois que ele não respondeu nada, provavelmente pensando que ele ficou com raiva da pergunta. Ele daria um desconto a ela, sua cara não era exatamente a de uma pessoa simpática. No entanto, a expressão de Azazel amoleceu um pouco. Ela o lembrou de algumas das alunas que teve na época em que era professor, e, ao contrário do que ele deixa transparecer, o albino gostava de crianças.

-está tudo bem, o pirralho vai ficar bem. Se não ficar, dou uns tabefes nele depois, ele vai acordar pra me bater de volta. - respondeu. Pra qualquer pessoa, essa teria sido uma resposta horrível, principalmente se levar em conta o motivo de Amaimon estar assim. Contudo, entre os dois, essas agressões gratuitas praticamente viraram uma brincadeira. 

-Que bom, eu acho... Er.. quem são vocês exatamente? - ela perguntou. Bom, sua pergunta é válida, dado a explicação porca que Izuku havia dado na hora da pressa. 

-e o que são essas coisas em volta? - outra voz se fez presente no seu lado direito. Ele negaria até a sua morte que deu um pulinho de susto. Se bem que ele já estava morto...

-Não chega de fininho, porra! - acabou xingando.

-Desculpa! Mas achei que tinha me visto. - O garoto disse. 

-Eu sou cego. Meu olho ser branco não é decorativo e muito menos cosplay. - respondeu, mas suspirou. Tinha que ser justo, eles não sabiam.

-F-Foi mal...- mais uma voz se fez presente, outro garoto.

-Ta tranquilo, vocês nem me conhecer, conhecem..- respondeu.

-Já pudemos ver que não estão contra nós... mas... se importa de explicar melhor? - Ouviu Treze perguntar, provavelmente no chão por conta do dano em suas costas.

-... - Suspirou, vendo que teria que dar apoio a Amaimon E contar a verdade pros outros. Cansativo... - ok, pra começar, como o garoto contou antes, somos as armas dele. Somos os chamados "shinkis", vulgo espíritos que receberam nomes dados pela Alma Divina, vulgo o Izuku. - começou.

-Alma divina? E espíritos... vocês estão...- Uraraka perguntou, a voz meio trêmula.

-mortos? sim. Todo shinki é alguém que morreu, não é possível dar um nome a alguém que ainda está vivo. E Alma Divina... Não se preocupem com isso, é um termo técnico de uma história complicada demais pra explicar agora. - dispensou. Não sabia se era uma boa deixar todos saberem que o Shinigami realmente existia. - Os shinkis tem suas individualidades sim, como vocês viram a Samael usar, mas elas não surtem mais o efeito que surtiam enquanto estávamos vivos, são mais fracas. O único que pode liberar o potencial delas é o Izuku enquanto estamos em nossas formas de armas. Cada shinki tem uma forma diferente, uns podem ser uma espada, bem como outros podem ser um brinco ou um espelho, não dá pra prever muito o que vamos nos tornar. -

-o que é essa... luz? que vocês conseguem fazer? - a voz desconhecida perguntou. Ficar pensando nele como "voz desconhecida" tava ficando foda. A partir de agora ele é o "Jefferson".

-porra parece que eu to realmente dando uma aula... Essa é a linha. - fez uma de exemplo ao lado deles. - São, em teoria, a única arma de um shinki contra um ayakashi, nossas individualidades não funcionam bem neles. Mas, como vocês puderam ver, - apontou pra sua cara e para Amaimon. - somos um tipo diferente de Shinki. Antes de recebermos nomes, eramos os chamados "demônios". Basicamente são espíritos que enlouqueceram ou foram influenciados demais por ayakashis antes de voltarmos ao juízo. Mas já estávamos quase nos tornando ayakashis e em um estado avançado demais pra voltarmos a ter a aparência de antes. Uns ganham chifres, outros olhos, e, no meu caso, uma aparência escrota e cegueira. - não sabia como realmente se parecia agora, mas, pela reação dos shinkis "normais" que encontravam no pé da montanha e no que sentia ao tocar seu rosto, não era bonito.

-ah... e o que são esses "ayakashis"? - Treze perguntou, o "ah" soando estranhamente triste. Estranho.

-ayakashis são fantasmas filhos da puta que se alimentam de espíritos e fazem as pessoas sentirem/cometerem atrocidades. Eles podem nascer de um sentimento ruim, ou podem ser atraídos por essa mesma coisa. Mas não venham pensando "não posso sentir raiva que vai atrair um ayakashi!", não, não funciona assim. Na maioria das vezes, o sentimento que você carrega é seu mesmo, mas, caso seja potente o suficiente, podem atrair ayakashis ou os formar do zero. Mas relaxem que não é um choro pelo ex que vai te infestar de ayakashis -

Quase riu com os suspiros de alivio que escutou.

-nosso trabalho, Izuku como a Alma Divina e nós como seus shinkis, é proteger o mundo normal e espiritual desses putos. Vocês não sabiam que estávamos com vocês o tempo todo por estarmos mortos, mas, diferente dos espíritos sem nome, nós podemos interagir com as pessoas vivas, mesmo que esse contato seja mais limitado. -

-isso parece meio triste...- Mina comentou.

-Nem tanto. Eu moro com 8 malucos, 9 se contar o Izuku, e no pé da montanha tem mais shinkis que não tem medo de nós. Uma Samael vale por umas 5 pessoas. -

Nessa hora, ouviu passos vindos da escada. Se virou rápido, preparando uma linha, e se colocou na frente de Amaimon, o qual ainda estava extremamente quieto.

-Tsuyu-chan! Você está bem? - Uraraka parecia aliviada. Tsuyu... quem era mesmo? Ah, aquela garota sapo. Espera. 

-sim, Kero... - ela parecia cansada.

-Onde estão o Izuku e o Beelzebur?- perguntou, alarmado. Pelo que o quatro braços, mais uma descrição alá Samael, havia falado, ele estava junto dela.

-Estão na praça ainda... um vilão acabou pegando o Aizawa-sensei e... ele não estava se movendo...- ela disse.

Oh não...

-puta merda... - murmurou, mas foi obrigado a cobrir os ouvidos pelo som repentino de uma briga enorme. - que que ta acontecendo?!- 

-Izu-nii...- ouviu Amaimon sussurrar. (Finalmente!). - Ele está lutando... com uma possessão. -

Pera quê.

-possessão?! De quem?!- perguntou.

-O que é uma possessão? - O quatro braços perguntou.

-Falando de uma forma bem porca, é tipo uma fusão entre o Izuku e um dos shinkis. Qual shinki foi? - se virou pra Amaimon.

-Estou vendo a capa da Nana...- 

-Ôho... alguém vai apanhar... - sorriu.

Todos na escada, menos Azazel, assistiram a luta com olhos arregalados. Que poder era aquele? Era insano! 

Quando houve a explosão final, o albino teve que tapar os ouvidos novamente.

-Porra Izuku, dá pra explodir as coisas mais baixo não?! - reclamou.

-Ele acabou com aquela criatura que parecia um pássaro. - O quatro braços disse, provavelmente pra ele. 

-Aí sim... acho que acabaram com o mais problemático... -

Como uma deixa, a porta do USJ foi totalmente estourada com a chegada dos heróis profissionais. Soube que eram eles por causa da voz do diretor e a exclamação de Iida.

-CARALHO SAMAEL SE DEMORASSE MAIS EU IA ACHAR QUE VOCÊ FOI ABDUZIDA! - Gritou.

-Cala a boca que eu cheguei! Bem a tempo! - riu.

Então, os profissionais começaram a explodir tudo e todos os vilões. De relance, conseguiu ouvir alguns alunos perto deles chorarem de alívio e um dos professores ir ajudar Treze.

-quem são eles? - uma voz feminina, Midnight, perguntou. Não precisava conseguir ver pra saber que ela estava pronta pra os nocautear.

-São outros shinkis! - Escutou Samael entrar no meio. - Esses são Amaimon e Azazel. Os outros shinkis devem estar espalhados por aí. -

-pelo que eu sei, estão todos na praça principal. - Ele próprio adicionou.

-Não se preocupe, Midnight-san! Eles estão do nosso lado! - o diretor interveio. GRAÇAS! Não tinha mais paciência pra isso.

-acho que acabou, finalmente! - comentou. Estava prontinho pra ir pra casa na montanha e descansar. Vulgo ficar levemente alcoolizado.

Agora vem a pergunta.

Pra que

Ele foi

Falar.

De forma meio distante, pôde escutar o som distinto de linhas de shinkis, contudo, o som estava muito mais alto do que deveria. Poderia muito bem ser o som de uma das explosões, mas... Aí vieram os gritos.

-por favor me fala que não é o que eu to pensando... - murmurou, completamente tenso.

-que torre de luz é essa?! - Mina exclamou.

-POR QUÊ UNIVERSO?! - Gritou.

-ei! O que está acontecendo?!- O primeiro garoto que falou com ele perguntou. É o durex?

-algo ruim! -

Então, escutou mais passos desesperados vindos da escada, estes contendo o som nítido de saltos. Reconhecia esses saltos em qualquer lugar.

-Present Mic...! - Lúcifer chegou, sem fôlego. -Present Mic! Rápido...! -

-ei ei ei! Calma aí! Quem é você?! - o herói perguntou, provavelmente tenso que nem a Midnight. 

-Sou a Lúcifer, uma das shinkis! Rápido, vem comigo...! - ela parecia desesperada. Que diabos aconteceu?!

-Lúcifer, respira! - chamei. - o que aconteceu?! -

-temos um novo shinki... e ele ta sendo purificado...! - ela respondeu.

...oh...

-Novo shinki? - O diretor perguntou. 

-Sim... e precisamos do Present Mic! - ela disse.

-pra quê?- o referido herói perguntou.

-oh que inferno-! Shouta precisa de você! - Ela finalmente gritou.

O silêncio do diretor dizia que ele havia entendido o que havia acontecido, mas Mic aparentemente não.

-Shouta?! Ele está bem?! - Seu comportamento tenso imediatamente mudou para o de alguém preocupado. 

-Se vir rápido, pode ficar! - ela, aparentemente, se cansou da enrolação de Mic, já que pôde ouvir o som distinto dos saltos dela enquanto ela corria e o de alguém tropeçando, provavelmente tentando acompanhar ela.

-O Aizawa-kun..? - Amaimon perguntou fracamente.

-eu... tenho medo que sim...- só conseguiu responder isso, antes de segurar o garoto loiro pelos ombros. - por favor Amaimon, me guia até lá..! Um shinki novo no meio de um monte de ayakashis...!

O garoto ficou em silêncio por um tempo, antes de responder com uma voz firme e determinada.

-se conseguir me acompanhar, cegueta! -

Aí estava o Amaimon que conhecia!

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Shouta não sabia onde estava, ou como, mas sabia que tudo doía muito... Era como se a dor emocional se tornasse física, e a física emocional... imagens desconexas passavam de novo e de novo diante de seus olhos num ciclo que parecia não ter fim. Via Shirakumo sendo esmagado pelos destroços, seus alunos sendo pegos e mortos pelos vilões... estava num pesadelo...! Sentia que iria enlouquecer...!

Era quase como se estivesse andando sobre uma ponte, em um lado estava a vida em que vivia, onde havia sido morto, e na outra... lá era algo que desconhecia, mas sabia que se fosse pra lá, não haveria volta... toda essa dor que sentia o fazia andar rapidamente sobre o chão da ponte na direção desse lado desconhecido, no entanto... havia algo que o desacelerava, como se o mantivesse conectado ao lado do qual veio, um fiozinho saído de seu pescoço o ligando a alguém que o esperava, que desejava que ele voltasse. 

Mas, mesmo com esse fio, continuava a avançar em direção ao desconhecido. Estava assustado. Estava com medo. Aquilo era algo do qual não fazia parte antes, e ser introduzido ali no meio... era assustador, pra dizer o mínimo. Ao fundo, podia ouvir vozes de pessoas pedindo para que ele parasse, pra que voltasse, mas... doía demais... 

Contudo, a poucos metros do outro lado, ouviu uma voz distinta das outras. Mais familiar, mais querida... 

Hizashi. 

Ele o implorava para voltar.

Hizashi sempre foi o seu "cobertor de segurança", desde que se conheceram na sala de aula da Yuuei anos atrás. Ele que, mesmo que pudesse ter todos os amigos que quisesse, resolveu grudar no garoto sombrio e fechado que ficava no canto da sala, ele que o ajudou a se reerguer depois da morte de Shirakumo, o homem com o qual resolveu passar todos os dias de sua vida. Esse homem estava lhe dizendo pra voltar, dizendo que tudo ficaria bem e que essa dor passaria. Hizashi nunca mentiu pra ele antes... confiava nele... confiava em seu marido!

O fio em seu pescoço parecia ressoar em acordo, pedindo pra que se afastasse do lado desconhecido da ponte. O nome gravado em sua pele era quente, prometendo proteção contra o mal... irônico... ele é o herói, e ele que está precisando de proteção. 

Supunha que, as vezes, mesmo os heróis precisavam ser salvos. 

Com os chamados de seu marido e a pessoa do outro lado do fio em sua mente, se virou e começou a correr para longe do lado desconhecido. Indo para casa...

Casa...

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Izuku sabia que Hizashi havia conseguido o trazer de volta quando o nome gravado na pele de Aizawa começou a brilhar com uma luz branca e pura, esta prometendo ofuscar o sol.

-me... me desculpem...! - as lágrimas escorreram dos olhos de Aizawa, os quais estavam de volta ao normal, e afastavam a mancha que estava sobre seu rosto. As asas vermelhas nas costas dele começaram a se dissolver e a desaparecer no ar e os olhos em sua pele iam lentamente sumindo a cada segundo que passava. 

-Me desculpem...! Eu não pude salvar Shirakumo! Eu não pude salvar Inko do vilão! Não pude salvar o filho dela do próprio pai...! - Os olhos negros de Aizawa permaneciam fixos em Hizashi, contando-lhe toda a culpa que carregou por anos. - Se eu estivesse lá mais cedo, se eu fosse mais rápido, se eu fosse melhor...! Civis morreram por erros que eu cometi durante a carreira, acabei com o sonho de ser um herói de muitos estudantes...! - Ele caiu de joelhos no chão, ainda sentindo a dor provocada pela purificação. - Eu o fiz sofrer! - Aizawa olhou para Izuku. Ele não era burro e muito menos cego. Quando voltou, conseguiu ver a quem o nome em seu pescoço o estava ligando.

O esverdeado sentia o descontrole das emoções de seu professor, tudo que ele estivera guardando por anos sendo colocado pra fora. Manteve seus olhos fechados e caiu contra Nana, a mancha em sua pele provocada pela dor de Shouta recuando lentamente até sumir, um minúsculo sorriso saindo em seu rosto quando identificou o alívio que veio a seguir. 

Nem percebeu a chegada de Azazel, Amaimon e Samael. acompanhados por Midnight e Nedzu, e não sabia quanto tempo mais a purificação durou, mas, eventualmente, os gritos de Aizawa pararam e o triângulo de linhas onde ele estava contido foi lentamente desaparecendo. No fim, ambos o professor e o aluno estavam deitados no chão, estourados, exaustos e acabados, mas, pelo menos o primeiro, se sentia muito mais leve do que esteve em anos.

Os que estavam presentes se mantiveram quietos, com medo de que uma única palavra pudesse acabar com essa aparente paz. Mais tarde todos negariam, até o fim dos tempos, que pularam um pouco quando Aizawa soltou um gemido dolorido e rolou até ficar de barriga pra cima. 

-...se algum dia eu for atropelado por um trem, vai doer menos do que isso doeu...- resmungou.

Poderiam muito bem ter dito a Hizashi que o natal havia chegado mais cedo ou que ele havia ganhado na loteria, pois o sorriso que ele abriu ofuscaria facilmente o All Might.

-SHOUTA! - Gritou, se arremessando no dito cujo e o apertando num abraço. Como padrão, ganhou um belo resmungo irritado em resposta.

-ALELUIA ACABOU! - Iblis gritou, jogando os braços pra cima e caindo de joelhos também. - ODEIO PURIFICAÇÕES COM TODAS AS MINHAS FORÇAS! -

-Quem não odeia ou é masoquista num nível nunca antes visto ou é sádico no mesmo grau...- Egyn concordou, enxugando o suor de sua testa.

-ainda não acabou...- Beelzebur apontou fracamente para o redemoinho de ayakashis. Quase todos os shinkis xingaram. 

All Might não acreditava no que acabou de testemunhar. Com certeza teria pesadelos com os gritos de Aizawa e de Izuku durante meses. Fora os ayakashis logo ali em cima. Seu aprendiz estava detonado, o que iriam fazer?!

-Shouta...- ouviu o referido aprendiz chamar. O esverdeado se remexeu no colo de Nana e engatinhou pelo chão até os dois professores abraçados. Caiu de cara a poucos metros dele e soltou um xingo pela dor no nariz.

-Olha a língua...- Aizawa repreendeu, parecendo que poderia dormir ali mesmo. Bom, acho que muitos podiam.

-me dá um crédito, não curto quebrar a cara não...- resmungou, antes de virar de barriga pra cima e encarar os ayakashis a cima deles. - to fudido...-

-ô se tá, problem child...- se virou nos braços do loiro pra encarar os fantasmas também. Hizashi apertou mais o moreno, provavelmente ainda assustado pelo que havia acontecido.

-nananananão... não vou sozinho não...- sorriu maldosamente. 

Aizawa pareceu processar um pouco antes de fechar a cara.

-Não. To cansado.-

-E eu to com mancha ainda, supera aí! Vamos à sua estreia como um shinki! - tirou forças do além pra se sentar, levantar e ainda sorrir de forma travessa pro professor. Qualquer coisa pra irritar alguém.

-eu vou te expulsar.- 

-duvido! - riu. Mas, logo seu sorriso ficou um pouco mais sério. - está pronto pra ver que forma você vai assumir?-

Aizawa o olhou por um momento, mas logo sorriu e deu um tapinha no braço de Hizashi, provavelmente o tranquilizando. Levantou com um grunhido e ficou de pé na frente de Izuku. 

-aposto que vai ser uma adaga. - Iblis começou a apostar.

-nah, ele tem mais vibe de uma daquelas facas.- Samael apontou.

-nem um nem outro. Vai ser uma espada. - Azazel disse com um sorriso convencido no rosto.

-d-do que eles estão falando? - Kirishima perguntou, ainda parecendo abalado da purificação. 

-todo shinki tem uma forma, estão apostando qual vai ser a de Shouta-kun. - Nana explicou, se levantando e sorrindo um pouco.

-pronto? - Izuku perguntou.

-Como sempre estarei.- Aizawa respondeu, definitivamente não sorrindo pelo tom de desafio. 

Os olhos de Izuku brilharam.

Venha, Shoukki!

O corpo do herói virou luz e subiu ao céu numa luz forte, antes de rapidamente descer na direção de Izuku. No momento em que sua mão fez contato, a luz de Shoukki cegou a todos temporariamente, tamanho seu brilho. Quando conseguiram voltar a olhar, encararam pasmos a katana enorme e brilhante, seu punho enrolado na arma de captura que o moreno sempre usava sobre os ombros, suas extremidades flutuando ao redor da lâmina, muito parecida com a forma que ela ficava quando Aizawa ativava sua individualidade. Era explêndida...!

-Shouta... você é incrível! - Izuku elogiou. 

-valeu, problem child... mas, mesmo que você seja meu novo mestre ou sei lá o quê, na aula me chama de sensei.- 

-Pode deixar, sensei~

Então ele pulou para a enorme nuvem de ayakashis, Shoukki brilhando extremamente afiada em sua mão.


Notas Finais


E terminamos por aqui <3
E SIM
A forma de shinki do Aizawa é o Sekki, vulgo o Yukine!
era perfeito demais pra eu n botar ali, A FAIXA MANO ATÉ A FAIXA
é issoh nos vemos no próximo cap <3


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