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História Avatar - a Lenda de Mira - Imprudência


Escrita por: sahsouto

Capítulo 35 - Imprudência


Meelo

Mira me olhou com os olhos vermelhos. Eu realmente não sabia o que podia ser feito. Eu só sabia que a UCG era uma organização terrorista contra o governo.

— Eu tenho que ir atrás deles. Eu vou vasculhar essa cidade  mas vou encontra-los e eles irão pagar amargamente. – Mira disse um pouco duro demais.

A melhor alternativa seria falar com a polícia, acho que eles teriam informações sobre a UCG, ou pelo menos suspeitas.

— Por que não vamos até a polícia, eles devem ter algum tipo de informação.—Disse com jeito.

— Polícia? A polícia considera o meu pai um traidor também, você acha que eles se importariam?

Ela tem razão. Se o pai dela é considerado um traidor eles não farão nada.

— Mas o que podemos fazer? Como podemos encontrá-lo então?

— Eu já fui até a sede da UCG uma vez,  eu estava vendada. Mas eu me lembro dos rostos de algumas pessoas, e se a encontrarmos?

— Acho que é o único jeito.

Minha cabeça ainda estava meio longe flashs de quando eu morava desse lado da cidade me perseguiam. Mas ver a aflição dela me fez acordar.

Mira olhava para a madrasta com certo desprezo.

— Você pode me dizer o que realmente aconteceu? – Ela falou na direção da mulher ferida.

— Nós estávamos bem em casa, não nesse barraco, mas na nossa casa.

Enquanto a mulher falava Mira apertava o maxilar. Ela estava a ponto de explodir.

— Seu pai chegou muito aflito. E me mandou arrumar as crianças por que  iríamos voltar para cá. Nós discutimos muito antes de vir, mas ele estava muito nervoso. No fim ele me convenceu a voltar. Mas quando chegamos aqui eles estavam nos esperando.  A porta estava aberta. Assim que seu pai entrou, homens mascarados o pegaram. Ele lutou, mas eles ameaçaram os gêmeos, eu tentei evitar, mas eles me bateram e me esfaquearam. Seu pai não teve escolha e aceitou ir com eles, mas eles não desistiram de também pegar os gêmeos, para que seu pai não tentasse nada. Por fim eles atearam fogo nessa casa.  Eu não sabia o que fazer, tentei apagar o fogo e  me escondi. – A mulher disse entre soluços.

— Como você sabia que eles eram da UCG? – Mira perguntou. Seu olhar estava estático ela não parecia tão afetada pelas palavras da mulher.

— Seu pai me disse. Ele falou que se o plano não desse certo a UCG viria atrás dele.

— Você sabia o que ele ia fazer? O que a UCG queria que ele fizesse? – Mira a confrontou

— Não, mas ele me disse que isso iria mudar esse país.

— Mudar o país?  Você acredita mesmo nisso? Ele iria se explodir no festival, um ataque terrorista que iria matar centenas de inocentes!  

— EU não sabia.

— Você nunca sabe de nada. Você se esconde nesse disfarce de boa esposa mas é um megera fraca e imprestável.

Mira estava sendo dura, a mulher que já estava aflita ficou aos prantos.

— Você não acha que está sendo dura demais? – Eu falei tentando acalmar os ânimos dela.

— Dura? Você acha que eu estou sendo dura com ela? Eu estou me retraindo por que seu eu fizesse o que eu estava pensando, eu ser dura seria o menor dos problemas para ela.

—Mira, respire fundo, você está deixando a raiva te consumir. Pense no seu pai, nos seus irmãos e vamos logo atrás deles. Você está perdendo tempo humilhando essa mulher.

Ela me ouviu e respirou profundamente.

— Vamos logo.

— Não seria bom leva-la até um médico? Ela está ferida. – Suni disse finalmente.

— Não, deixe que ela se vire. – Mira disse com rancor.

Apesar de tudo isso me pegou de surpresa, não sei que tipo de relacionamento elas possuíam, será que Mira seria capaz de deixa-la acuada e ferida nesse lugar?

— Você como a Avatar deveria pensar mais nas pessoas.

OS olhos da mulher se arregalaram. Ela ainda não havia contado isso para a família.

— Talvez eu seja um tipo diferente de Avatar.

E talvez ela seja mesmo.

Acabamos deixando a mulher que eu descobri que se chama Wana sozinha naquela casa, mas também deixei a promessa de que eu iria enviar alguém para cuidar dela.

Suni havia sugerido para irmos até a casa dela. Seu pai sendo parte do conselho tinha acesso a alguns dados como os registros de todos os cidadãos de Republic City.

Mira estava emburrada com motivos. Mas eu sugeri que ela escondesse o rosto para não ser reconhecida. Ela pegou um pano cinza e grosseiro que estava na casa e enrolou no rosto.

Ela tossiu algumas vezes.

— Isso está com cheiro de fumaça. – Ela disse sugerindo tirar o pano.

— Você não quer aqueles jornalistas fazendo perguntas novamente não é?

— Você tem razão.

Não haviam ônibus a vista, não havia qualquer pessoa a vista fora da casa. Fomos ate a avenida principal e ela continuava deserta.

— Como faremos para sair daqui? O caminho é longo e não temos tempo. – Eu perguntei.

Mira olhava ao redor.

— Alguém aqui sabe dirigir?

Suni levantou a mão prontamente.

— Eu já dirigi antes.

— Destruiu o carro você quer dizer. – Eu disse vacilante.

— Melhor do que nada. – Mira disse se aproximando de um carro aparentemente  abandonado. Eu imagino que ele era inicialmente azul, mas a fuligem o cobria totalmente.

Ela abriu o capô do carro e começou a mexer no motor.

— Vai ter que servir.

— Mas ele não tem dono? 

— Se tem, isso não me interessa agora.

— Como quiser. – Falou Suni.

Suni tentou abrir a porta do carro, parecia que ela estava travada.  Eu a vi se concentrando e vi o que ela tentou esconder, ela havia feito de novo. Ela havia dobrado o metal. Pelo jeito Mira não percebeu. E isso me deixava cada vez mais preocupado. A quanto tempo ela esconde isso?

— Vou liga-lo. Mira mexeu em alguns fios e o carro começou a tremer e um cheiro mais forte de queimado se misturou aos cheiros do ambiente.

— Pronto.  - Ela bateu o capô do carro com força.

Ela se sentou no banco da frente com Suni e eu não tive escolha a não ser sentar atrás.

—  Espero sinceramente que você saiba o que está fazendo.

— Não se preocupe Meelozinho. Eu sempre sei o que eu estou fazendo – Ela disse e acelerou. Foi tão rápido que eu não pude nem me segurar no lugar.

O pneu cantou no chão deixando uma marca para trás.

O barulho do carro chamou a atenção de algumas pessoas que finalmente saíram dos seus esconderijos, alguns correram atrás de nós, mas eles não eram páreo para o carro que estava ganhando cada vez mais velocidade.

Os prédios cinza começaram a passar como um borrão.  E o meu estômago começou a embrulhar.

— Mais devagar! – Eu disse quase sussurrando. – O enjoo estava ficando cada vez mais forte.

Na primeira curva eu quase vomitei. Fechei os olhos e desejei que esse passeio acaba-se logo.

Paramos abruptamente e eu quase atingi o para-brisa.

— O que foi agora? – Perguntei.

— Meelo, você sempre foi verde assim?

A ignorei.

E olhei para fora. Nós já estávamos em frente à casa dela.

— Finalmente. Eu disse já tentando sair do carro.

Mira também saiu.

Olhei para o carro, eu não havia percebido haviam cones de transito enroscados nas calotas.

— Melhor do que o planejado — Suni disse com orgulho ao ver essa façanha.

Meu estomago não dizia o mesmo.

— Podemos ir logo. – Mira perguntou. Sua cara estava fechada. E seus olhos ainda marejados.

— Claro.

A casa da Suni era um feito arquitetônico inigualável.  Quase como um castelo de pedra branca. Ele possuía duas torres bem altas  e a estrutura principal era muito grande.

Mira não parecia admirada, mas cada vez que eu venho aqui fico  deslumbrado.

Suni fez ao  portão o que sempre fazia. O derrubou com uma pisada no chão. Eu imagino que seu pai já esteja cansado de sempre mandar recolocar o portão.

O jardim era um pouco desigual, para cada árvore no lugar, havia uma derrubada. Suni treina aqui.

Ela nos levou até a porta principal. E invés de bater ou abrir a porta ela abriu um buraco na parede próxima.

A família dela era rica de verdade. Não só por ser descendentes do Sokka uns dos fundadores da cidade junto com o meu Bisavô. Mas sim pelas propriedades, fábricas e influencias que eles possuíam.

— Vamos até a torre um, meu pai guarda lá os arquivos e o computador principal.

A família tinha muitos empregados, mas por algum motivo não tinha nenhum a vista.

A entrada da torre um era fechada por uma enorme porta de carvalho negro. Era imponente.

Suni forçou várias vezes.

— Ela está trancada. Mas ele nunca tranca.

Suni bateu algumas vezes na porta. E se concentrou. O chão tremeu sutilmente.

— Ele a lacrou.  Existe uma grande quantidade de ferro nas paredes e atrás da porta.

— Ferro?  - Mira disse ao  cair de joelhos.

Suni tentou alguma coisa com o chão.

— E como uma grande caixa de ferro que impede nossa entrada.  Ela já existia, mas nunca ficava trancada. 

Tem o motivo para ela estar lacrada. Estamos em estado de Guerra e nessa torre tem dados de todos os cidadãos registrados de Republic City. Nosso erro foi não termos previsto isso.

— Não existe outra alternativa?

Mira perguntou quase suplicando a Suni.

— Não... – Ela disse com dificuldade.

— Como eu vou encontrá-los.  Se alguma coisa acontecer a eles minha vida não vai ter sentido. Eu falhei em ser uma boa filha, eu falhei em ser a Avatar.

Alguma coisa mudou no olhar de Suni. Ela vai fazer. Ela vai dobrar o ferro e abrir uma entrada para nós.

— Para trás. – Ela pediu.

Nos afastamos.

As paredes começaram a tremer. E vigas de ferro começaram a se desvincular da parede.

— Prometam que não vão contar isso para ninguém.

Mira finalmente estava impressionada. Seus olhar cabisbaixo apresentou um brilho de admiração. Mas como não ficar. Toda essa situação. Era impressionante.

—  Prometemos. - Eu e Mira falamos juntos.

O Buraco na parede era perfeito. As vigas foram moldadas delicadamente.

Quando íamos passar um grito nos chamou a atenção.

Olhamos para trás. Suki irmã gêmea de Suni olhava para aquilo espantada.

— Você é uma dobradora de metal!

— Sim. Mas vamos discutir isso depois. Temos coisas mais importantes para fazer. - Suni disse com pesar.

Eu me aproximei de Suni e peguei a mão dela.

— Você não vai passar por isso sozinha.

Senti meu rosto corar, mas isso não importava. Ser dobrador de metal não é visto com bons olhos e todos eles devem ir para o território remanescente do Clã do Metal e fazer parte do esquadrão mais forte do exército.  O que resta do dobradores de terra se recusa a aprender essa subdobra. Ser treinado apenas para a guerra não é o desejo de muitos. E quem não se alista pode ser considerado um traidor.  



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