História Avengers - A Filha da Natasha - Do Começo...

Alícia POV:

Eu tenho 15 anos... E sim estou quase completando 16 já que falta apenas alguns dias para meu aniversário... A vida às vezes não é justa. Estou acima do meu peso ideal, uso óculos, pele negra com os cabelos ruivos, mas que são frequentemente pintados de preto, além de uma ficha enorme de exames e consultas. Meus pais se divorciaram por conta própria, e sim, ainda são unidos no papel. Tenho dois irmãos: Christian com 17 anos e Rachel com 12.

Moramos com a minha mãe e digamos que a situação não é a das melhores, estudamos numa escola pública, porque a loja do meu pai está falindo nos obrigando a isso. Tudo o que queria era continuar ali feliz com eles, mas desde que descobri não fazer parte dessa "linhagem" minha vida teve sentido.

Eu tenho um amigo e amor da minha existência: anjo. Chamo ele assim porque não sei seu nome verdadeiro e o mesmo nunca fala, posso ser classificada como louca, mas não posso vê-lo ou tocá-lo mas sua imagem se forma em minha cabeça e posso sentí-lo por perto. Ele é o único que realmente me conhece e por isso confio-lhe todos meus segredos.

Isso foi antes de ser encontrada.

Aonde estou agora? Bem... Vestida com a mesma roupa que estava antes de ser acertada pela flecha: a blusa cinza idiota do uniforme do colégio, calça jeans de cintura alta escura, casaco azul marinho de bolinhas brancas amarrado na cintura e meus tênis velhos da Olympicus pretos. Suspiro reparando que estava em uma sala feita de concreto com um espelho parecido com o de uma sala de interrogatório de delegacia. Provavelmente me observavam do outro lado atentos a cada movimento meu.

_ "Desculpa meu amor. Você precisa da verdade." - meu anjo diz e fecho os olhos me levantando da cadeira em que estava com sua imagem se formando em minha mente. Seus cabelos loiros... A pele pálida... Os olhos esmeraldas...

_ Está tudo bem eu confio em você. E sei que eles estão me olhando agora. Obrigada por cuidar de mim. - o abraço aonde de acordo com minha visão era sua cintura.

_ Alícia. Consegue me entender? - escuto uma voz grossa sair pelo auto falante ali dentro e meu anjo segura minha mão enquanto tento traduzir o que falavam já que parecia ser inglês. Sei mais ou menos sobre a língua então apenas afirmei com a cabeça. - Preciso que confie em nós. Iremos te soltar, mas não poderá fugir. OK?

Faço de novo que sim sem saber ao certo o que ele está dizendo, pois estava apenas seguindo o que meu anjo dizia. Abro os olhos e a porta lateral de ferro se abre revelando um cara muito lindo que tenho certeza já ter visto antes...

_"Diga: Captain Rogers. E o siga em silêncio. Eu estou aqui." - ele diz para mim e aperto sua mão nervosa.

_ Captain Rogers. - digo e saio da sala de mãos dadas ao meu anjo seguindo o cara.

_ Não precisa temer. Vamos apenas ter uma reunião. - ele fala e fico em silêncio sem entender nada. Sentindo seu desconforto já que ninguém via meu anjo fazendo parecer que estou de mãos dadas para o nada.

_"Ele te acha bonita. Não gostei dele." - meu amor diz e rio baixo.

_ Você não gosta de ninguém. - digo e sinto o olhar confuso do cara em cima de mim.

****

Chegamos numa sala com uma enorme mesa parecendo uma reunião de negócios com todos vestidos de preto, menos um cara que usava uma blusa vermelha com calça de moletom e um outro cara com roupas normais.

Vejo um agente encostado na parede com uma flecha e arco, então fecho a cara olhando para ele.

_ Aquilo doeu. - digo e ele sorri.

_ Foi uma voltagem pequena.- ele diz me surpreendendo.

_ Fala português?

_ Sim. - levanto uma sobrancelha e meu olhar para numa ruiva de olhos verdes.

_ Você está aqui.

Vou até uma cadeira e me sento ouvindo uma voz robótica que deduzi está traduzindo a minha conversa.

_ Achei que fosse uma reunião. - digo fazendo todos se sentarem e um cara de tapa olho entra. - Pirata?

O cara de blusa vermelha ri e diz algo que faz todos sorrirem, acho que era uma piada já que ele fazia o tipo egocêntrico pela forma que mexe as mãos e age. Suspiro profundamente rio cansada e sussurro para meu anjo aparecer para eles, deixando todos menos o arqueiro e o pirata surpresos.

_ Vou ser rápido. Entre para os Vingadores. - o pirata fala e espero meu anjo traduzir, então afirmo me levantando.

_ Eu quero ir lá fora. - digo e saio de lá pegando na mão do meu anjo de olhos fechados sendo guiada por ele até uma pista com jatos militares então o ventos sacode meus cabelos me fazendo respirar fundo.

_ Deve ser a novata. - diz uma garota de cabelos vermelhos acompanhada por um cara com fantasia de aranha e um negro com asas mecânicas. - Eu sou a Feiticeira Escarlate.

_ Hum... Me chame de Alícia. - digo e respiro fundo.

_ Pode me seguir? - ela pergunta com um sotaque meio forte e afirmo com a cabeça.

Vou com eles até a sala de treinamento que era composto por diversas armas, um ringue, sacos de areia e alvos. Fico com um pouco de medo pois nunca havia aprendido qualquer arte marcial que exista, sou uma dama. Rio com essa conclusão fazendo eles me olharem estranho. O cara de aranha retira a máscara e o olho assustada.

_ Você é o cara do museu.

_ Sim, fui para lá atrás de um artefato. Quanto tempo hein?

_ Sim... - digo e sorrio dando um soco no estomago dele com certa força. - Quase fui parar na delegacia por culpa tua.

_ Bom te ver também... - Diz com um pouquinho de dificuldade por conta do soco.

Eles riem e me mostram cada equipamento do local, mas o negão (me perdoem se entenderem como ofensa) manda que mire nos alvos como um desafio e detecto um olhar intrigante de sua parte como se estivesse curioso sobre mim me fazendo hesitar no início. "Vai ser divertido. Eu acho.", penso pegando uma faca customizada do tamanho da minha mão.

Treino com as facas atirando elas contra o alvo acertando no meio certinho sem errar nenhuma ouvindo suas vozes surpresas por minha habilidade.

_ É realmente filha da Romanoff. - diz um deles atrás de mim e enrolo umas faixas nas minhas mãos indo socar os sacos de areia, pois queria rir de suas reações.

Paro de socar assim que minha mão fura o saco o arremessando contra a parede, sem saber o que mais fazer resolvendo parar já que estava suada e cansada.

Ao me virar encontro todos me olhando.

_ O que foi? - pergunto irritada cruzando os braços.

_ Quanto tempo se passou? Você emagreceu mais rápido que as piadas ruins do Legolas. - fala o de blusa vermelha e olho o meu anjo fechando a cara enquanto traduz para mim.

_ Me desculpa. Esqueci que o metabolismo de velhos são lentos demais para me acompanhar. - afirmo tirando a faixa das mãos escutando as risadas do arqueiro, da feiticeira e do aranha.

_ Vamos começar os testes. - diz o cara de roupas normais. - Sou o Dr. Banner, pode me seguir?

Afirmo com a cabeça e o acompanho até uma espécie de laboratório com vários aparelhos, fios, seringas, uma maca... Comecei até a ficar enjoada só de imaginar o que vão fazer comigo, então, de repente a sala desligou e tudo treme como em um terremoto. Meu anjo pela primeira vez aparece em carne e osso para mim.

_ Eu disse que não queria ninguém fazendo testes com ela! - ele berra em inglês e o abraço por trás com medo.

_ PARA! - grito e tudo volta ao normal. - Eu vou fazer... Está tudo bem.

_ "Não quero eles fazendo isso com você. Vou matar eles se encostarem em você." - ele diz na minha mente e a Feiticeira vem até nós.

_ Não consigo ler sua mente, mas a dela sim. Confie em nós, sei como é ser rato de laboratório, por isso vou ficar aqui com ela. Qualquer coisa, eu os mato primeiro. - não compreendo uma palavra do que ela diz mas sinto ele se acalmar.

_ Desculpa por isso meu amor. - falo baixo no ouvido dele. - De volta... Eu te chamo... Meu poder reclamo... Em troca de meu amo. - uma lágrima escorre enquanto canto a última parte o fazendo desaparecer. - Vocês têm 40 minutos. É o máximo que suporto restringir ele.

Assim que declaro iniciamos os testes, colheram dois tubos de sangue meu e fiz alguns com um capacete ligado a vários fios.

Descobri o porque das minhas notas serem altas, tenho QI de 230. Sorrio com esse resultado e percebo uma ruiva me encarando de maneira estranha, convicta de que não era a primeira vez que ela me via.

_ Você tem muitos problemas. Renite Alérgica, Escoliose, Depressão, Problemas Neurais não identificados, Deformidade nos pés, Tireóide também, intestino, Miopia e Astigmatismo. Como sobreviveu até agora?.

Uma voz robótica se faz presente traduzindo tudo o que ele me disse me fazendo compreender melhor. Disse que se chamava Jarvis.

_ Ah... Isso é castigo. Por isso ainda não morri e também, eu já tentei. - digo meio triste. - Eu sofro tudo que possa ocorrer para pagar meus pecados. O problema é que não sei o que fiz de tão errado...

_ Castigo? Nossa... Você é mais complicada do que pensei. - diz o de blusa vermelha. - Aliás, eu sou Tony Stark, já deve ter ouvido falar sobre mim.

_ Nunca tinha ouvido falar de você. Digamos que estava ocupada com o divórcio dos meus pais "adotivos", o bullying e o racismo que sofria. - digo olhando para ele com raiva.

_ Você sofre mesmo. - diz a ruiva dos olhos verdes confirmando minha tese.

_ Agora eu estou bem. Aquele cara que chamava de pai, me bate desde os 4 anos de idade, perdi vários amigos trocando de escola três vezes. Fui humilhada em público e obrigada a pintar o cabelo para não me destacar demais na sociedade. Eu sou ruiva igual a você. Mãe.

_ Então você já sabia.

Levanto e caminho até a pia ali tirando a tinta lavando o cabelo. Assim que meus fios encharcados pingavam uma água preta revelando sua cor original. Ruivos como os dela, pego uma toalha que o Dr. Banner me entrega e seco bem deixando a cascata ruiva ir até o meio das costas.

_ Preciso da minha mochila. - digo e logo a agosto no canto da sala caminhando quase que imediatamente até ela. Tiro a caixa dos meus óculos de lá de dentro ao mesmo tempo que retiro minhas lentes de contato castanhas revelando minhas íris esverdeadas. - Mais alguma dúvida?

_ Não. - diz ficando meio sem jeito saindo do laboratório de cabeça erguida como soldado e coloco os óculos.

_ Nossa... Uma cópia exata da Romanoff. Exceto a pele negra. - fala o Stark.

_ Puxei meu pai nesse aspecto. - digo e agradeço mentalmente pelo Jarvis traduzir tudo o que eles falam.

Me sento na maca e aguardo o resultado do exame de sangue sendo a todo instante observada por todos menos o arqueiro, minha mãe e o pirata que haviam se retirado do local. Os dois cientistas de repente intercalam o olhar entre mim e o monitor deles, me deixando curiosa e ao mesmo tempo com medo do que quer que estejam vendo.

_ Incrível. Seus sistemas se atualizam conforme suas ações... Sistema imunológico aparentemente fraco, mas é resistente a qualquer coisa. Está tudo perfeito exceto que... - ele fala fazendo uma pausa de repente me deixando aflita. - Ainda não possui um apelido! Que tal Filha Negra?

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Legenda:

"" - pensamentos ou conversas mentais do anjo com ela.

Negrito e itálico - falas em inglês.