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História Avesso - Dramione - Bruno's


Escrita por: LostShadow

Notas do Autor


Oi! Já tenho tres favoritos? E comentários fofos! Que surpresa boa.
-Beijo da Lina *-*

Capítulo 2 - Bruno's


O Bruno's é nosso refúgio secreto. Um bar escondido no antigo centro da cidade, que toca bons rocks antigos, e tem a melhor batida de morango que você poderia encontrar.

Eu engulo minha quinta dose, e Luna revira os olhos.

-Olha só pra você... Parece um crianção. - eu estou um tanto zonzo, e consigo sentir lágrimas em minha garganta. Mas a tristeza foi anestesiada pelo álcool.

-Você diz isso porque não viu sua ex-namorada beijando seu pior inimigo, e depois derramou café em sua blusa preferida como um panaca. - eu soluço, prestes a pedir outra dose, mas Luna me arrasta do balcão e me leva para a área do palco antes que eu diga qualquer coisa ao bartender.

Ficamos escutando Bon Jovi e algumas músicas melosas dos anos 80, enquanto eu tento limpar um pouco do café da minha camisa xadrez.

-Eu preciso ir. - Luna diz, depositando uma nota de vinte dólares na mesa. Eu não recuso o dinheiro... Esse mês estamos mais que apertados, e ela também bebericou umas doses da bebida. - Você vai ficar bem?

-Vou sim. O efeito já passou. - eu sorrio de leve, para tranquilizá-la. - Vai encontrar Lilá?

Ela sorri, e morde o lábio. Eu considero como um sim. Lilá Brown é a menina com quem Luna está saindo ultimamente.

-Me liga amanhã. Precisamos terminar o trabalho. - ela bagunça o meu cabelo, e vai para fora chamar um táxi. Eu suspiro.

-Luna? - ela se vira para mim, da porta. - Me deixa em casa e pega o meu carro. Assim seus pais não vão questionar o seu paradeiro.

Ela volta, sorrindo.

-Até bêbado você continua gentil... - ela ri, e me ajuda a me levantar. - Vamos. Você precisa dormir...

(…)

-Ei, cara. - eu atendo meu telefone, sonolento. É Harry. O relógio marca 6h da manhã. Que porra... - Luna me contou o que houve ontem.

-E você me liga às 6h da manhã? - eu sinto vontade de esmurrar Harry, mas infelizmente ele está a 120 km de distancia. - Você não sabe muito bem consolar as pessoas, sabe, Harry Potter?

Ele ri e eu sorrio também, ignorando a ressaca que começa a surgir.

-Vou estar na cidade hoje. Vou ter que resolver algumas coisas na faculdade, porque... - ele faz um suspense. Eu estou com dor de cabeça demais pra ficar na expectativa. - Estou voltando, cuzão!

-Caralho. - eu pulo da cama. - Bruno's hoje, as 20h. Não atrase. Preciso te dar umas porradas, seu viado. Avisa a Luna...

-Já avisei mais cedo. - ele faz uma pausa. - A propósito, ela parecia muito feliz. Sabe o motivo?

Eu sorrio. Então deu certo a coisa com Lilá.

-Isso é com ela. Nos vemos a noite.

(…)

Eu passo o dia ajudando meu pai na oficina, como em todos os sábados. Lucius Malfoy é um homem forte, grande, com um longo cabelo loiro grisalho sempre preso por uma bandana, e muita graxa nas mãos. Eu me pareço com ele, exceto pela minha postura e meu tamanho, pois sou esguio. Mas temos os mesmos olhos e gosto musical.

-Ei, Draco. - ele sorri, saindo de debaixo de um carro e me estendendo a chave de fenda suja de graxa. - Soube que Harry voltará pra cidade. Você deve estar feliz...

-Sim, pai. Eu sinto falta dele... - eu guardo a chave de fenda e passo outra ferramenta para Lucius, que desaparece mais uma vez debaixo do carro.

-Sabe... - ele diz, sem que eu veja algo além de suas pernas – Eu pensava que você e ele eram gays quando crianças. Pensava mesmo. Um não vivia longe do outro.

Eu rio alto.

-Ainda tenho minhas dúvidas a respeito do Harry. - meu pai volta a aparecer, saindo de debaixo do carro, mas dessa vez se levantando. Ele limpa as mãos em um pano velho, e olha fundo em meus olhos. - Mas depois de Pansy, acredito que você realmente não curte esse lado... A propósito, como estão?

Eu engulo em seco.

-Terminamos pai. Há dois meses, na verdade. - eu fujo dos olhos dele, e busco uma esponja para lavar um outro carro.

-Ah... Sinto muito, filho. - Lucius coça a parte de trás da cabeça, sem jeito, e me ajuda a esfregar a lataria.

-Não. Tudo bem. - eu sorrio, de leve. - Eu não gostava tanto assim dela. O que ficou pesado mesmo é o fato de ela estar saindo com o Weasley Júnior agora.

Meu pai fica sério, e desliga a mangueira. Olha para os dois lados, verificando se estamos mesmo sozinhos, e então olha fundo nos meus olhos pela segunda vez no dia.

-Filho... Eu nunca disse isso, mas preciso que preste muita atenção. - ele suspira. - Eu sei da perseguição do Weasley contra você. E isso me doeu cada dia da minha vida, desde que você era pequeno. Eu odiava vê-lo sofrendo, e pensei em me demitir várias vezes, mas você sabe que não tínhamos escolha...

-Pai, está tudo bem. - eu me desvencilho do olhar dele, mas ele segura meu braço com uma urgência muito grande, fazendo com que eu volte a olhá-lo nos olhos.

-Escute, Draco... Perdi sua mãe muito cedo, e disso aprendi uma coisa. Uma coisa que você precisa ter em mente sempre. - ele pigarreia, coisa frequente dada a quantidade alarmante de cigarros que ele fuma diariamente. - Eles podem tirar tudo de você. Seu dinheiro, sua casa, sua família, até mesmo sua honra. Mas filho... Eles não podem tirar sua dignidade. Não deixe que ninguém faça isso. Você é meu orgulho, Draco Malfoy. Então lute para continuar sendo o que é...

Eu o abraço, forte. O cheiro familiar de suor e colonia barata dele é um pouco incômodo, mas me faz sentir seguro.

-Você também é meu orgulho, pai. De verdade.

(…)

Luna me busca em minha casa às 20h. Eu não consegui tirar a mancha de café da minha camisa, então tive de procurar qualquer outra para substituí-la. Decidi por uma com estampa do homem-aranha que eu não usava há séculos.

-Finalmente trocou aquela camisa. - Luna sorri, abrindo a porta do passageiro para mim. - A costura debaixo do braço já estava abrindo um rombo.

-Obrigado pelo elogio, Lovegood. - eu rio. - A propósito, teve uma noite divertida ontem?

Ela dá de ombros, com um sorrisinho.

-Qual é! Sabe que não contaria nem ao Harry sobre isso... A propósito, acho que é hora de ele saber...

-E se ele não aceitar bem? - ela franze as sobrancelhas, enquanto acelera meu fiat até o Bruno's. - Já bastam meus pais me vigiando em meus plenos 19 anos... Não aguentaria mais uma pessoa me julgando.

Eu contei da breve desconfiança do meu pai acerca de Harry e eu sermos gays quando crianças. Isso fez ela se sentir mais segura. Para Luna, assumir sua sexualidade era algo delicado. Mas eu sabia que Harry nunca a olharia diferente por gostar de meninas.

Chegamos em cima da hora para encontrar uma figura baixa, de cabelos pretos desalinhados e óculos redondos nos esperando na mesa ao fundo. Luna pulou em Harry e eu dei um soco em seu peito musculoso. Eu sentia muita falta dele...

-Está malhando, Potter? - eu sorrio, dando um tapa brincalhão no bíceps dele.

-Assim como acredito que você está se tornando cada vez mais uma doninha, Malfoy. - ele ri. - Vamos sentar logo. Quero a batida de morangos daqui mais que passar no quinto período de medicina.

Nós pedimos batatas fritas e frango, e uma dúzia de batidas de morango. Harry explica a transferência no meio do período com o fato de seu pai ter sido transferido para cá de novo. O sr. Potter trabalha para uma agencia de leilões e volta e meia é transferido de cidade. Isso é um saco.

-Espero que fique mais tempo por aqui, agora. - eu sorrio.

-Acredite. Vocês vão enjoar de mim... - ele pisca, e então sorri para Luna, que está muito quieta bebendo sua dose de batida. - E você, De Lua? O que tem de novo?

Luna olha para mim, e eu a encorajo com um levantar de sobrancelhas. Ela suspira.

-Estou saindo com alguém... - ela diz quase inaudivelmente.

-E quem é esse babaca? - Harry parece estar interessado.

-Na verdade... - Luna morde o lábio. - É uma menina.

Harry fica silencioso por um momento, assimilando a nova informação. Eu aperto a mão de Luna por debaixo da mesa. Ela parece aliviada e preocupada ao mesmo tempo.

-Bem... - Harry tem o tom de voz normal, mas um pouco confuso. - Quando vou conhece-la?

Nós três rimos, e começamos a falar sobre garotas. Tudo parece calmo, estão tocando Nirvana ao vivo, e nossas bebidas estão geladas. Mas nada é perfeito.

-O que elas estão fazendo aqui? - Luna encara a porta, onde Gina Weasley e Hermione Granger aparecem, procurando algum lugar vago. A nossa mesa ainda tem dois lugares vagos. Mas eu não quero pensar nessa possibilidade.

-Como conhecem esse lugar? - eu sinto um soco no estomago. Esse é o nosso lugar. Pessoas como elas não frequentam o Bruno's.

-Quem se importa? Eu quero chamar aquela ruiva gostosa para se sentar conosco. - Harry se levanta, antes que possamos impedí-lo, e vai até as garotas. Eu prefiro me enfiar num bueiro a ter que suportar a cara antipática de Granger, mas parece que não terei escolha. Gina acena para mim e para Luna, e arrasta Hermione com ela, atrás de Harry. Quero socá-lo mil vezes mais.

-Olá! - Gina sorri. - Esse bar é muito legal! Nunca vim aqui antes.

-É. - Luna sussurra para mim. - Por motivos meio óbvios...

Eu controlo um riso. Ela está certa. Gina e Hermione não devem saber o nome de três musicas de rock do Nirvana, sequer.

-Oi. - Hermione sorri, sem mostrar o dentes. Olhando assim ela não parece tão má. Mas o jeito como me chamou de esquisito não vai sair da minha cabeça tão cedo... - Como vão?

-Pior agora. - eu digo, sem nenhum senso de humor. Mas Harry e Gina riem, levando na brincadeira. Luna me cutuca por debaixo da mesa.

-Hmm... Quer me acompanhar até o bar? - Harry convida Gina. Ela sorri para ele sugestivamente, e eu sou abandonado na mesa com Hermione e Luna. Porra, era pra ser a noite dos amigos...

-Eu vou acender um cigarro. - Luna parece se desculpar com os olhos. Não, não, não me deixe sozinho aqui com Granger. Eu imploro silenciosamente, mas ela me abandona também. Eu suspiro, engolindo mais uma dose. Belos amigos...

-Hm, então. - Hermione puxa assunto. Eu a olho sem nenhuma simpatia, enfiando um punhado de batatas na boca. - Sinto muito pela sua blusa, ontem...

Claro que eu não acreditei nisso.

-Não, tudo bem. - eu sorrio forçadamente. - Nem gostava tanto dela assim.

Estou sendo irônico, mas acho que ela não percebeu. Como poderia? Para qualquer um aquela era só uma blusa comum. Mas não para mim, obviamente...

-Hm... Heart-shaped box é muito boa. - ela sorri, fechando os olhos ao som da música. Eu engulo em seco. Então ao menos uma música do Nirvana ela conhece. Superou minhas expectativas.

-Você faz física também, correto? - eu pergunto, decidindo que ela merece um pouco de crédito por ter acertado a música.

-Na verdade, faço matemática. Por isso temos algumas aulas juntos. - ela sorri. Não é tão ruim assim, no fim das contas.

Luna demora mais que o esperado. Ela deve ter fumado um maço inteiro, não é possível. Harry e Gina estão fora de meu alcance de visão. Nesse meio tempo, acabo descobrindo algumas coisas sobre Hermione Granger.

-Então seus pais são franceses. Interessante... Nunca saí do nosso estado. - eu me permito viajar um pouco, mentalmente, para outros lugares. França... A Europa deve ser fascinante.

-Eu gosto muito de viajar. - ela sorri, tomando um gole de um coquetel de abacaxi. - A propósito, vai rolar uma excursão para Nova York, uma amiga está organizando. Iríamos de ônibus e voltaríamos no dia seguinte. Se tiver interesse...

-Ah. Obrigada. Mas não sei...- a verdade era que tinha muito interesse em ir a Nova York e conhecer o Museu de História Natural, mas Hermione ainda me causava certa antipatia. Entretanto eu iria pensar muito sobre ir. - Vou pensar a respeito.

Nesse momento Luna reapareceu, fedendo a fumaça. Harry e Gina ainda estavam sumidos, e eu apostava que estavam em algum canto se agarrando. Eu não iria esperar.

-Luna, estou indo. Quer carona? - ela me olhou com uma expressão de graças a Deus no rosto, e fomos ao caixa pagar nossa parte.

Quando estávamos na porta eu olhei para Hermione. Ela me encarava com uma expressão estranha, mas logo virou o rosto.

-Ela vai ficar sozinha ali, coitada. - Luna cogitou voltar e esperar Harry e Gina, mas eu segurei seu braço.

-Não. Ela vai ficar bem.

E dirigi noite adentro, sem olhar para trás.


Notas Finais


u_u - Beijinho da Lina


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