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História Baby May Cry - Stories NOT to tell a baby


Escrita por: CherryCool

Notas do Autor


~Hey pessoas desse universo [?]
Finalmente vou dar continuidade a essa historia. Devido a uns probleminha técnicos demorou muito mais do que queria para postar.
E como passou o Dia das bruxas, fiz esse capitulo como um especial meio atrasado (Na verdade tem mais haver com Friday 13, mas como os dois tem situações sinistras: Vualá) xD

Capítulo 6 - Stories NOT to tell a baby


Fanfic / Fanfiction Baby May Cry - Stories NOT to tell a baby

NERO ERA A EPÍTOME DO RESPONSÁVEL. Não afirmo isso com convicção somente por sermos amigos de longa data — ele junto de Lyana ocupavam um lugar de melhores amigos pra mim — e sim por ser mais cauteloso, embora seu temperamento, por vezes, não é dos mais palatáveis.

Depois do telefonema no qual ele dispendeu alguns minutos para avisar da sua busca, aparentemente pretendia solicitar o auxílio de Dante em alguma missão nos arredores e tive que explicar a situação visto que o nosso Devil Hunter favorito estava em um serviço solo. Me perguntei a razão dele não sugerir que substituísse Dante, poderia não ser uma caçadora exímia com um arsenal invejável, mas sabia como chutar traseiros também... Claro que se ele desse a ideia iria negar por ter me comprometido a cuidar de Bea, ainda assim me senti subestimada.

O jeito foi aguardar Nero dar as caras já que resolveu dar o ar da graça para cumprimentar os conhecidos: ele tinha uma maneira fofa de se comportar quando nos víamos, o que não era um evento frequente, que me deixava com vontade de dar um abraço nele.

Pensei em tudo que extrairia dele, sobre a Kyrie, como as coisas estavam em Fortuna. Basicamente colocar a fofoca em dia. E pareceu um bom plano pra começar, só que como o timing ruim dele afetou meu sono acabei por dormir sobre a escrivaninha.

Talvez tenha apagado por menos de duas horas, pois quando despertei, para minha frustração, ainda não tinha amanhecido, o que reforçou a curta duração da soneca. O escritório estava absorvido na mais completa escuridão. Obviamente a luz acabou. Será que cortaram a luz? Dante não anda pagando as contas?

Ouvi um ruído proveniente da porta.

Soava como alguém que quisesse invadir e isso é um péssimo sinal. Tomei coragem e aos tropeços segui para porta. Digamos que estava em contradição: a possibilidade de ser um ladrão é mínima e Dante tinha chave assim como Trish. Talvez seja obra do Além, ou tipo, um fantasma.

Refleti por uns poucos segundos e conclui que possuía uma imaginação fértil demais para uma garota de dezoito anos. Mas tinha que considerar que nada é realmente normal desde que cai acidentalmente nessa dimensão. Se é que tem algo comum morar com um bando de criaturas sobrenaturais com poderes malucos que devastam o escritório com bagunça e, de bônus, ouvir cantadas baratas de um meio-demônio cara de pau que passa a maior parte do tempo comendo pizza e dormindo. Eu definitivamente só conheço pessoas perturbadas. Juntei forças e criei uma frigideira com energia já que estava sem vontade de pensar em algo mais elaborado. Segurando o objeto firmemente em mãos caminhei vagarosamente e cuidadosa abri a porta. No instante seguinte aceitei a frigideira — possivelmente — na cara do invasor.

— É você, satanás? — questionei, exageradamente, alarmada. — Olha aqui eu sei judô, caratê, jiu-jítsu e mais outras tantas palavras perigosas e ainda manjo dos paranauês!

Notei que no chão, para minha completa infelicidade, jazia o pobre Nero. Ele resmungou, esfregando o nariz dolorido. Graças a suave luz que emana do objeto criado com energia em minhas mãos conseguiria ver pelo menos suficiente para saber quem era.

— Ah, Nero! Mil perdões! — pedi envergonhada pela minha estupidez.

— Qual é o seu problema?

— Meu problema? — arquejei exasperada. — Nunca ouviu falar em bater a porta? É o que pessoas civilizadas fazem quando visitam a casa de alguém.

— Pensei que ia me esperar. — acusou, se levantando.

— Falha minha, foi mal. — forcei uma risadinha. — Devia ter prestado mais atenção. Entre e fique a vontade.

— Está sem luz? Dante esqueceu de pagar as contas?

— Não sei dizer, talvez seja uma queda de energia pela chuva. No entanto... Se for por negligência dele, ensinarei umas coisinhas para ele: Mil e uma utilidades de uma frigideira. — afirmei cômica. — Brincadeiras a parte, venha. — o guiei até o sofá.

— Espero não ter atrapalhado seu sono. E sinto muito por ligar essa hora.

— Que bobagem! — dei uma risadinha — Nem estou com son...

Mal terminei a frase e fui dominada pela letargia abrupta, levando-me para os domínios dos sonhos.

 Foi a primeira vez em dias que descansei de verdade, sem ser arrastada para confusões e uma bebê chorando... Espera, bebê?

Arregalei os olhos saindo num sobressalto da cama.

Cama? Como fui parar nela? O que está acontecendo?

— Cadê meu bebê? — berrei exasperada, correndo pelo quarto em uma busca frenética pela criança.

Meu controle emocional tinha virado um desastre com a mera hipótese de alguma coisa ter acontecido com a Beatrice. Minha pobre bebêzinha!

Depois de ter reduzido minha expectativa de vida em menos quinze anos, encontrei Nero com Bea nos braços quase como se tivessem sido feitos para um ser cuidado pelo outro. A pequena estava encolhida em bolinha, desafiando as leis da física, nos braços dele. Lembrei que ontem Nero tinha passado ali para solicitar o auxílio de Dante em alguma missão não especificada e que o acertei com uma frigideira.

— Parece que já se conheceram.

— Ela estava chorando e não queria te acordar — Nero explicou, afagando as costas dela. — E resolvi lidar com a situação.

— Você maneja bem as crianças.

— Eu vivi um tempo no orfanato. — seu semblante mudou de sereno a algo próximo de cautela. — E essa menina, é sua?

Pisquei.

— O que?

— Sua filha — ele insistiu intrigado.

— Não. Não é minha filha — gaguejei constrangida. —  Deixaram ela aqui a única informação que tinha era o nome: Beatrice.

— Beatrice. Ela é fofinha. — Nero tocou com a ponta dos dedos o nariz dela e Bia aproveitou e o mordeu.

— Bea, não se morde. — olhei para Nero. — Você está bem?

— Sim, ela tem uma mordida forte.

— Pelo menos ela não vomitou em você. — suspirei, dando de ombros — Pode tomar conta dela por um momento, Nero? Você já fez um trabalho tão bom até aqui, só continuar.

— Por mim tudo bem. — fui preparar algo pra comermos para adiantar e agradecer a tão solícita mãozinha que ele dava. — Uma mulher chamada Lyana disse que viria dar uma passada aqui pra te ver.

Arregalei os olhos.

— Lyana? Ah, não! Preciso fugir para as colinas mais próximas. — deixei as xícaras de chá de lado. — Quanto tempo faz isso?

— Ela é tão ruim assim?

— Divinha! — Lyana praticamente pôs a porta abaixo.

— Isso responde sua pergunta?

— Olá, minha amiguinha — ela me abraçou, dando pulinhos.

— Você falando no diminutivo... O que você aprontou, criatura?

— Assim você magoa meu coração, Divinha. Senti tanto sua falta e é assim que me recebe? Cadê o amor no coração, hein? Esqueceu os momentos felizes que passamos juntas? — Lyana repousou o braço sobre meus ombros, trazendo-me para perto. Do nada — e do jeito que é estranha — ela encara o teto como se tivesse vendo algo ali. Procurei o que seria isso, mas como não achei o que quer que fosse deixei pra lá.

— Lyana, isso está meio estranho...

— Como sua melhor, melhor, melhor amiga do mundo todo eu posso fazer essas coisas.

— Então fica quieta que assim vai assustar o bebê. — pedi.

— Bebê? Que bebê?

— Essa aqui — indiquei tirando Bea dos braços de Nero.

— Ah, não! Não me diga que aquele safado... Eu vou castrar aquele miserável! — grunhiu ficando mais vermelha que o próprio cabelo. — Meteu o boneco e depois foi comprar cigarros, esse miserável!

— Ninguém meteu o boneco em ninguém! — berrei exasperada. — Ela não é minha filha com o Dante. Abandonaram ela aqui e estamos cuidando.

— Oh, não. Pobre bebêzinha! — os olhos dela cintilaram pelas lágrimas que ameaçavam transbordar. — Isso é coisa de gente desalmada!

— Já que está aqui poderia ajudar também, porque cuidar de um bebê não é fácil.

— Claro, estou às ordens! — Lyana bateu continência. — Por falar nisso alguém sabe que dia é hoje?

— Sexta feira?

— Não só isso: Sexta-feira 13.

— E?

— Hoje é o dia que a linha entre o mundo humano e dos espíritos fica tênue.

— É lenda. — retorqui cinicamente.

— Ah é? Então você não mora e ainda é namorada de um meio-demônio? Nem é uma reencarnação? Ou tem amigos bruxos e demônios? Conversa com um fantasma e ainda não acredita?

— Vendo por esse ângulo...

— Continuando... Lembra que sempre nesse dia ficávamos em casa contando histórias de terror?

— Sim, mas...

— Sem "mas" — Lyana me encarou e um arrepio passou pela minha espinha.

— Estou com um mau pressentimento...

×××

Sentei ao lado de Nero para garantir em ter alguém para agarrar quando levar um susto. Bea estava entre minhas pernas encostada em meu abdômen enquanto batia palminhas sem se importar com o tenso ambiente que a rodeava. Lyana sentou-se frente a nós com uma expressão assustadora.

— Então quem começa? — indagou abrindo um sorriso.

— Não sei se é uma boa ideia, temos um bebê aqui.

— Ela nem vai entender, cabelo de palmito.

— Cabelo de palmito? — Nero repetiu.

— Deixe que eu comece — disse segura. — Bem...

Devo ter esquecido as conveniências narrativas de uma história de terror, pois no instante que ia abrir a boca pra relatar algo assustador pra dar um toque diferenciado no momento, a porta se abre abruptamente fazendo com que todos fiquem em posição defensiva. O mais impressionantemente maluco de toda a situação, que por si só já era bem bizarra, foi a entrada não de um ser humano, o que quase nunca é, mas um lobo grande de pelugem branca. Ela avançou na minha direção e do Nero. Antes que sequer pudesse me tocar ou ao bebê, Nero nos tirou do caminho.

— É culpa sua, Lyana! — acusei, alarmada.

— Minha culpa? O que eu fiz? Eu tenho cara de líder de alguma matilha por acaso?

— Ué, deve ser os espíritos do além que estão irritados. É um sinal.

— Não gostei dessa brincadeira!

— Em vez de discutir de quem é a culpa, por que não fazemos algo? — Nero expôs, ligeiramente aborrecido.

— Eu sou contra violência aos animais.

— Diz isso a ele então.

O lobo pulou na nossa frente e fungou, sentindo o cheiro do local. Confortavelmente, ele se sentou e permaneceu assim.

— Aí caramba! Xô, lobinho! Xô! Vai caçar a chapeuzinho vermelho!

Bati na minha própria testa com a tentativa de Lyana de afastar o animal. O lobo tombou a cabeça intrigado com nossas atitudes e pânico generalizado.

— Ele deve estar raciocinando em quem comer primeiro. Ele deve estar pensando: Acho que a ruiva linda e simpática será a melhor opção.

— Bem, se ele tomar tempo te comendo a gente pode fugir. Nero segura a bebê — sem questionar Nero a pegou. Respirei fundo e cheguei perto do lobo, cuidadosa. O animal partiu para cima de mim e começou a me lamber.

— Ah, por quê? A Diva, não! — Lyana fez um gesto dramático.

Tentei separar o lobo de mim, porém ele estava tão agitado que não daria muito certo assustá-lo e principalmente considerando as enormes garras e suas presas afiadas. Depois de o que pareceu uma eternidade o lobo ficou imóvel, esperando. Os olhos dele eram bicolores, o esquerdo azul e o direito verde e eles refletiam a vivacidade infantil que somente um ser que conheço consegue.

— Maya? — inquiri, incrédula por estar iniciando uma conversa com um animal. Qual seria a probabilidade de ser mesmo a Maya? Ela nunca me disse que podia fazer essas coisas de metamorfose. Na verdade, desde que conheço tanto Maya quanto a irmão dela Eryna, nunca soube ao certo o que elas eram, deduzi que ambas ou seriam médium ou bruxas. Logo o corpo cheio de pelos começou a mudar e tornar-se humano.

— Pensei que nunca descobriria — Maya brincou, mostrando a língua.

— Você nunca disse que pode fazer isso.

— E você nunca perguntou — cruzou os braços, enraivecida. — Como você não me visita mais, eu mesma vim te ver. Eu estava com tanta saudadinha, Diva.

Maya me ajudou a levantar.

— Senti sua falta também, e como está sua irmã?

— Ela está ótima, tanto é que me disse: Não vá causar problemas para Diva! — imitou a voz de Eryna.

— Então Diva, não vai apresentar? — Lyana questionou.

— Maya esse são Lyana e Nero. Pessoal essa é a Maya.

— O que vocês estão fazendo?

— Estamos aproveitando a Sexta-feira 13 — informou.

— Oh, é mesmo. Hoje é um dia super divertido com muitos filmes de terror e... De quem é esse bebê?

— Vai começar tudo de novo — resmunguei. — Longa historia e estamos de babá.

— Chega de enrolação. Vamos continuar ou não?

Recomeçamos onde fomos interrompidos, Maya sentou perto de mim. As luzes foram apagadas deixando somente uma lanterna para iluminar o espaço.

— Prosseguindo na historia; — pausei, vendo se ninguém irá interromper. — Era uma noite de sábado e como estava sozinha Alice resolveu assistir um filme. Tudo estava tranquilo quando viu algo estranho passando pelo corredor do quarto, foi muito rápido e aquilo despertou um medo irracional na garota. Tomou coragem e levantou, a luz do corredor estava acesa e ela apagou; em meio à escuridão surgiu uma sombra com a forma humana... Assustada, acendeu a luz de imediato e tudo voltou ao normal...

— Não gostei — Maya cortou visivelmente assustada. — Não gostei, achei muito pesado. Horrível.

— Maya, é uma historia de terror estava esperando o que? Pôneis?

— Até que não seria uma má ideia — gracejou.

— E eles podiam cantar: Pôneis malditos, pôneis malditos, venham com a gente...  — Lyana completou.

— Calem a boca. Vocês pediram uma historia de terror agora ficam de graça com pôneis. Qual parte do terror, vocês não entendem? — repreendi nervosa. — Bem, o certo é que comecem a acontecer coisas estranhas do nada e sons muito assustadores e... — as luzes começaram a piscar assim como surgiu um som de algo batendo no chão. Olhei para Maya que estava brincando com a lanterna e batendo ela no chão, simulando que o objeto é um copo. Tentando fazer aquele truque — para mim é um truque — para aqueles que têm boa coordenação motora.

— Maya para com isso!

Quando percebeu que foi flagrada, Maya colocou a lanterna no lugar como se nada tivesse acontecido.

— Vamos fazer assim para facilitar e ninguém ficar de fora, cada um vai me falar algo que tem medo e colocaremos tudo numa só historia. Nero me diz algo que você tem medo.

— Nada.

— Nada? Tipo, nada que te deixe com os cabelos em pé?

— Não.

— Que sem graça — Maya afirmou.

— E você, Lyana?

— Eu tenho medo de... Hm... de Bonecas.

— Bonecas? Você está brincando, né?

— Não, estou falando sério.  Bonecas podem ser fofas, mas devem ter um lado obscuro por baixo de toda aquela aparência.

Suspirei.

— E você, Maya, do que tem medo?

— Eu tenho medo de dormir sem cobertor e o monstro me pegar.

— Pelo menos essa foi mais haver com o tema.

— Acho que sei como fazer... — Nero pronunciou com um sorriso diabólico estampado em seu rosto.

Já era noite e eu estava pronto para dormir, porém quando repousei  minha cabeça no travesseiro ouvi um grito assustado de Kyrie. De sobressalto entrei no quarto dela e ela estava encolhida usando o cobertor para se proteger e  tremendo de medo, mesmo assim teve forças para me explicar o que estava acontecendo e apontou para a boneca que tinha ganhado no parque. Leve-a com tido cuidado para a sala, e notei que no corredor havia uma figura pequena, mas encoberta pela escuridão. Era a boneca. De repente a pequena criatura me olhou e saiu correndo em minha direção...

— Não! — eu, Maya e Lyana dissemos em uníssono.

— Eu nunca mais vou dormir — Maya confessou.

— É só uma historia — Nero justificou rindo da nossa reação. Beatrice acabou rindo também, e fez um engraçado ruído.

— Eu achei tenso e... — as luzes começaram a piscar. — Maya quer parar?

 — O quê? — ela perguntou sem entender. A lanterna não estava com Maya.

Algo invisível nas sombras mexeu o objeto e focou a luz no próprio rosto.

— Buh! — peguei Beatrice e junto com Maya e Lyana saímos correndo desesperadas. Escondemo-nos atrás da mesa. Uma risada familiar encheu a sala. — Mil perdões, senhoritas, se eu as assustei.

— Dante, seu miserável! — gritei.

— Eu vou te matar, feioso.

— E eu vou te retalhar, maldito!

— Dantiii — Bea soltou, rindo logo em seguida. A primeira palavra dela fora justamente a pessoa que passa menos tempo com ela. Que absurdo!


Notas Finais


Até a próxima!


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