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História Back Home. - Capítulo V.


Escrita por: annesky

Notas do Autor


Twitter: @mificwritter

Capítulo 6 - Capítulo V.


Fanfic / Fanfiction Back Home. - Capítulo V.

- Emma, você quer sair comigo um dia desses?

- Oi? – Eu perguntei, surpresa demais. A pergunta foi de supetão e em vez de ser um momento romântico, parecia mais que eu tinha levado um soco.

 

(...)

- Ah... Eu queria saber se você está afim de sair comigo um dia desses? – Ele disse, mais lentamente, e abriu um sorriso nervoso.

- Hum... Claro.

- Sério?

- Aham. – Nós dois parecíamos nervosos e aquilo seria cômico, se não fosse trágico. Depois de alguns segundos de silêncio constrangedor, Ashton relaxou, de repente e sorriu abertamente.

- Que tal amanhã a noite?

- Ah, pode ser. – Eu disse, lembrando da aula. Mas, quem é que se importava com isso agora, não é mesmo?

- Onde você mora? Eu passo para te buscar.

- Eu moro na República de Estudantes, perto da Faculdade Central.

- Sei onde é. – Ele disse, sorrindo com as covinhas e os olhos verdes brilhantes. Por algum motivo, nem eu me sentia mais nervosa. – Passo às 19h lá.

- Ok, combinado.

- Combinado. – Ele repetiu, satisfeito. Mais um silêncio constrangedor até ele falar novamente. – Ei, me passe o número do seu celular. – Ele disse, de repente, me assustando novamente. Eu iria ao encontro, mas para isso ele tinha que parar de me dar pequenos ataques do coração.

- Ah, sim. – Eu disse, me recuperando e lhe passei meu número enquanto ele anotou no próprio celular.

- Ok, nos vemos amanhã.

- Tudo bem.

– Tchau. – Ele acenou com a mão, saindo de ré para a porta. Eu sorri antes que ele virasse de frente e abrisse a porta, saindo para a rua.

 

---*---

 

- Você vai cobrir para mim amanhã, não vai?

- Ah, Emma... – Yan resmungou, pesaroso, enquanto saíamos da sala.

- Por favor, eu não posso perder essa oportunidade. Você sabe o quanto eu estava afim dele. – Eu implorei e ele sorriu, respirando fundo.

- Ok, Emma. Só se você parar de bancar a louca perto de mim. Ninguém quer saber do corpo atlético no baterista.

- Ok, vou guardar esses comentários para a Frida. – Eu prometi. Yan tinha sofrido um pouco quando descobri fotos de Ashton sem camisa, eu admitia que passei algumas horas procurando por mais e tinha uma pasta especial para elas na minha conta do Pinterest.

- Ótimo.

- Emminha! – Eu ouvi a voz sonora e fechei os olhos, travando o passo no chão.

- Hummmm. Não. – Eu resmunguei e Yan bufou.

- E aí, como vai a minha garota favorita? – Zac apareceu ao meu lado, me alcançando. A camisa social impecável e um pulôver cinza que poderia ser do meu avô por cima.

- Bem, Zac. Eu estava com um pouco de pressa. – Eu apressei o passo e ele começou a marchar ao meu lado.

- Nosso encontro, Emma, nosso encontro.

- Zac, estou com um projeto na Confeitaria para fazer uma torta e se tudo der certo, serei promovida. Então, agora realmente não é um bom momento. – Eu me lamentei, mas a realidade é que era um ótimo momento para Ashton apenas.

- Que notícia maravilhosa, Emma! MARAVILHOSA. Fico muito feliz por você. – Ele falou como se estivesse concorrendo na próxima eleição.

- Obrigada. – Eu disse, sem muito interesse.

- Depois que você for promovida, vamos sair para comemorar.

- Ok. – Eu disse, rapidamente, para que ele me deixasse em paz. Até lá, acharia uma desculpa.

- Ótimo. Vou ficar torcendo, você merece.

- Obrigada, Zac. – Eu sorri, forçada.

 

---*---

 

Eu respirei fundo, esperando na frente do portão. O vento frio batia na minha pele, enquanto me encolhi. O cabelo ia solto, um vestido rodado, não muito justo, azul, uma jaqueta de couro e um vans. Era o suficiente. Pelo menos, eu esperava que fosse.

Quando o carro preto de Ashton parou na frente da República, meu estomago deu um giro completo e eu agradeci por não ter comido nada antes do encontro. Ele saiu do carro num jeans preto justo e uma camiseta cinza. Como era possível que só com isso, ele ainda era lindo? O cabelo estava jogado para um lado só e ele sorriu para mim, abrindo a porta do carro.

- Vamos?

- Vamos. – Eu assenti, sorrindo.

- Você está linda. – Ele disse, quando eu cheguei à porta e eu sorri, sem jeito.

- Obrigada. Onde vamos? – Eu perguntei, quando ele entrou no carro.

- Gosta de hambúrguer? – Ele perguntou, antes de dar partida no carro. – Não é vegetariana nem nada?

- Não. Eu gosto. – Eu disse, rindo do jeito dele.

- Ótimo. – Ele disse, simplesmente, com as covinhas se mostrando novamente e partiu, sem me dizer onde íamos.

 

---*---

 

- Você não é daqui. Seu sotaque é diferente. – Ele afirmou, enquanto comia seu hambúrguer. Eu respirei fundo e engoli o que tinha na boca, observando a paisagem. Estávamos sentados no capô do carro dele, comendo hambúrguer e batata frita, enquanto olhamos a cidade lá embaixo. As luzes pequenininhas e ninguém imaginava que nós estávamos no topo do morro. Era incrivelmente silencioso ali.

- Sou brasileira. – Eu disse, finalmente e ele me olhou espantado.

- É sério? Brasil?

- Sim. – Eu disse, rindo. – Por que o espanto?

- É bem longe daqui. – Ele disse, dando de ombros.

- Você está mais longe do seu país do que eu do meu. – Eu disse, rindo.

- Então, o que te trouxe aqui, Emma? – Ele decidiu perguntar, terminando seu hambúrguer.

- Eu deveria dizer que foi o sonho de ser Chef? – Eu disse, terminando meu hambúrguer também. – Mas, não sei. Poderia ter escolhido qualquer país no mundo.

- E por que justo esse?

- Não sei. – Eu dei de ombros e encarei seus olhos ali tão perto. Talvez, eu finalmente entendesse o motivo da vida me arrastar para aquela cidade, mas eu nunca admitiria, com medo de soar patética. – Eu passei na prova da faculdade e tinha uma relação de países que eu poderia ir. Escolhi os Estados Unidos e pronto.

- E é por isso que você trabalha na Confeitaria?

- Também. Eu preciso do dinheiro e a Confeitaria foi o único lugar que aceitou uma brasileira. – Eu ri, sem jeito, percebendo que os olhos dele não me perdiam de vista. – Mas, se eu fizer uma torta, com influências brasileiras, boa o suficiente, eu posso ser promovida para a cozinha.

- Quando eu voltar para a cidade, vou experimentar a sua torta que provavelmente já estará à venda. – Eu sorri, mas um medo me assaltou. Ele sairia em turnê na próxima semana. Aquilo acabaria em poucos dias.

- Tudo bem. – Eu disse, sem jeito. – E você, ansioso para a turnê?

- Ah, sempre. – Ele disse, rindo. – É cansativo. Uma cidade por dia, muitos meses sem descanso, mas é ótimo do início ao fim. Não poderia escolher coisa melhor para fazer da vida. – Ele falou sonhador e eu analisei seu rosto, enquanto os olhos brilhavam e o sorriso se fazia perfeito em seus lábios. A barba bem aparada e o rosto calmo, enquanto o vento bagunçava seu cabelo. Era uma cena que eu não esqueceria e eu sabia disso.

- Você está vivendo o sonho. – Eu concluí.

- Pois é. – Ele disse, pensativo, apoiando a cabeça nas mãos.

- 5sos. – Eu apontei para a tatuagem em seu braço e ele sorriu, observando a própria tatuagem com o símbolo da sua banda.

- Clichê?

- Eu gosto. – Eu ri baixinho. – E o coração também é legal. – Eu concluí, segurando seu braço no meu colo, analisando o coração. Ele sorriu, chegando seu rosto mais perto do meu. Eu levantei o meu para encará-lo, os olhos verdes tão perto que eu conseguia ver os pequenos risquinhos que o formavam. Ele tirou o braço do meu colo e passou por trás de mim, se apoiando no carro, sem tirar os olhos dos meus.

- Eu vou embora em três dias. – Ele anunciou, com a voz baixa e meu coração apertou. – Então, provavelmente, eu não deveria fazer isso. – Ele disse, enquanto se aproximou de mim até eu conseguir sentir sua respiração em meu rosto. Eu deveria falar algo ou talvez impedi-lo sabendo que poderia me magoar, mas eu fiz o oposto e aproximei meu rosto ao dele, dando a permissão que ele queria. Em segundos, seus lábios estavam nos meus e sua língua pedia a passagem que eu logo cedi. Era um beijo lento que parecia fazer a Terra girar mais rápido. Isso era possível? Aparentemente, essa era a pergunta que eu mais fazia quando Ashton estava por perto. “Era possível?” Porque, ele me mostrava diferentes reações e coisas que eu nunca achei que era capaz de sentir.

Ele segurou meu rosto com a outra mão e eu me senti pequena, mas protegida. Eu passei uma das mãos pelo seu cabelo enquanto a outra segurava seu braço, sentindo sua pele quente, apesar do vento gelado. Eu sabia que minhas mãos estavam na temperatura de cubos de gelo pelo nervosismo, mas ele parecia não se importar. Quanto tempo passou naquele beijo? Parecia uma eternidade e eu não queria soltá-lo. Eu desci a mão, sentindo sua barba e senti a mão passar pela minha nuca em algum momento, me fazendo arrepiar.

Quando finalmente conseguimos nos soltar, ele sorriu para mim com os olhos verdes próximos. As borboletas estavam de volta ao meu estomago, mas isso nunca pareceu tão bom como naquele momento.

“Take me back to the middle of nowhere

Back to the place only you and I share

Remember all the memories?

The fireflies and make believe”.

(Me leve de volta para o meio do nada

De volta pro lugar onde só você e eu compartilhamos

Se lembra de todas as lembranças?

Os vagalumes e os faz de conta).

 

---*---

 

- Quantos meses são uma turnê? – Eu perguntei, enquanto estávamos deitados no capô, contando estrelas encobertas por algumas nuvens.

- Nove, dez meses. Depende. – Ele disse, ainda com os olhos no céu.

- Você não sente falta da sua família na Austrália? – Eu perguntei, virando para encará-lo.

- Todo dia. – Ele admitiu, sem me encarar. Eu sabia da história completa. O pai de Ashton deixou a família quando ele tinha dois anos. Desde pequeno, ele foi praticamente o pai dos dois irmãos mais novos, forçado a amadurecer muito cedo. – Mas, sempre que posso, voo para casa. Sabe? A prioridade é sempre a minha família. Minha mãe e meus irmãos. – Ele disse, me encarando com um sorriso.

- Eles devem estar orgulhosos de você, Ash. – Eu o confortei e ele voltou a encarar as estrelas.

- Espero que valha a pena. Estou perdendo muita coisa enquanto meus irmãos crescem.

- Eles não iriam querer que fosse diferente. – Eu sorri, enquanto voltei a encarar o céu. Ele parou e se apoiou no braço para me encarar de cima.

- Cada loucura nós temos que fazer para viver um sonho, não é? Abrir mão até de amor. – Ele sorriu, mas eu senti uma ponta de tristeza escondida.

- Você não namora. – Eu afirmei com cuidado e ele virou o rosto, observando em volta.

- Não é que eu não namore...

- Não dá certo com a sua profissão.

- É. – Ele disse, voltando a me encarar, sem jeito. – Não funciona. São muitos meses fora, não tem como conciliar.

- Parece solitário. – Eu concluí, o analisando, enquanto seus olhos verdes miravam os meus.

- Isso foi o que eu ouvi o velhinho da confeitaria te dizer. – Ele disse, abrindo um sorriso brincalhão e eu ri, sem jeito.

- Como você disse, o que temos que fazer para viver um sonho, não é?

- Pois é. – Ele assentiu. Eu sorri, sentindo uma calma imensa e enxergando a vida inteira com clareza. Mas, durou pouco tempo, enquanto Ash se apoiou sobre mim e voltou a me beijar.

 

---*---

 

- Obrigada por hoje. – Eu disse, sorrindo, quando Ashton me deixou no portão da República, perto das três da manhã.

- Eu gostei também. – Ele sorriu, satisfeito.

- Boa noite, Ash. – Eu encerrei a noite e ele me puxou para perto, me dando um último beijo. Eu tive que ficar nas pontas dos pés, mas ele me envolveu em seus braços, enquanto passei meus braços pelo pescoço dele e senti seu cabelo perto da nuca.

- Boa noite, Emma. – Ele sussurrou quando o beijo terminou, enquanto nossas testas continuavam encostadas e eu o encarava de perto. Eu lhe dei um último selinho e me soltei, abrindo o portão pesado para entrar. Ele me esperou entrar na República antes de voltar para o carro.

“So we're taking the long way home

(taking the long way home)

'Cause I don't wanna be wasting my time alone

I wanna get lost and drive forever with you

Talking about nothing

Yeah whatever baby

So we're taking the long way home

(taking the long way home)

Tonight”

(então nós estamos pegando o caminho longo pra casa

(pegando o caminho logo pra casa)

por que eu não quero perder meu tempo sozinho

eu quero me perder e dirigir pra sempre com você

falando sobre nada

yeah, tanto faz, baby

então nós estamos pegando o caminho longo pra casa

(pegando o caminho logo pra casa)

hoje á noite).

(Long Way Home – 5 Seconds Of Summer).



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