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História Bad Behavior - Capítulo 23


Escrita por: Gi-Ka

Notas do Autor


Agradecemos aos favoritos e a todos que comentam!!! :D

Aviso de gatilho: Transtorno alimentar

Para mais informações ou se quiserem bater um papo com as autoras,
nos sigam no Twitter: @giseledute | @isidoroka ;)

Capítulo 23 - Capítulo 23


 

 

Jinyoung não acreditava que iria viajar para o Japão. Na verdade, ele acreditava, contudo, tinha tanto tempo que não entrava em um voo internacional que estava um tanto nervoso que tudo fosse dar errado.

— Você está tão lindo.

A voz de Jackson fez o corpo do cantor derreter. Já era o terceiro dia seguido que Wang dormia ali e toda manhã, para o cantor, parecia que acordava em um paraíso.

— E você deveria estar no seu apartamento, pegando sua mala.

— M-mas… — Jackson fingiu gaguejar e Jinyoung revirou os olhos. — Eu gosto de ficar aqui com você.

Park sorriu e se inclinou na direção do outro, roubando-lhe um beijo.

— Eu também, baby. Mas você tem que ir senão vai se atrasar.

Jackson projetou o lábio inferior parte frente.

— Eu vou morrer de saudades.

— Eu também — garantiu o moreno. — Mas… eu consegui pegar o planner de Jaebeom escondido e mudei o seu quarto para o lado do meu. Você vai poder entrar escondidinho…

O chinês sorriu docemente.

— Como dois adolescentes.

O moreno também sorriu

— Dois adolescentes apaixonadinhos.

O cantor sentiu seu corpo sendo puxado para o colchão e nem resistiu, somente deixou Jackson lhe beijar primeiro com força, depois com carinho. Não passavam daquilo e de início. Park pensou que nunca se acostumaria, contudo agora não se sentia estranho, ao contrário, sentia-se querido e cuidado.

— Eu sentaria no seu colo, mas aprendi da pior maneira que só para mim é algo inocente.

Park riu alto.

— Pobrezinho — falou o moreno, roubando um beijo do seu namorado. — Foi com Beom?

Yeap, no início do namoro. — Jackson riu com a lembrança. — Ele tentou ao máximo se controlar e eu nem percebi, até fiquei me mexendo… Era divertido, eu nem reparei.

—  Oh, bebê. Podemos treinar na viagem — comentou o cantor. — Eu sei que consigo me controlar, não é algo absurdo.

Jackson balançou a cabeça e Jinyoung sorriu, beijando-o uma outra vez.

— Agora você tem que ir, Jackie!

Ahhhh.

— Não seja chorão!

Wang projetou o lábio inferior para frente e cruzou os braços.

— Jackie…

— Tudo bem. — O chinês suspirou pesado. — Mas eu te vejo no Japão!

Jinyoung sorriu.

— Claro que nos veremos lá.

Com mais alguns beijos, eles se despediram e o moreno voltou a arrumar as coisas para a viagem. Ele estava indo para o Japão! Não podia acreditar naquilo.

 

 

O embarque foi normal e o cantor não pode deixar de procurar Jackson com os olhos antes de sentar na primeira classe do avião. Funcionários iam na classe econômica e o moreno não pode fazer nada em relação àquilo, não sem parecer suspeito. Contudo eles podiam ficar duas horas separados, não iria matar ninguém.

Jaebeom sentou ao lado do cantor logo depois dele e Jinyoung sorriu, buscando o livro que leria durante a viagem na bolsa de mão.

— Então, você vai me contar ou não?

Jinyoung franziu a testa e olhou para o manager.

— Oi?

— Ele é o meu ex, você sabia?

Park sabia, afinal tinham conversado sobre isso, porém ele não esperava ter que falar com Jaebeom sobre aquele assunto. Parecia errado, afinal estava pegando o ex do amigo, tinha um código específico de como isso não era totalmente correto.

— Jackson… te contou?

Jaebeom riu, ajeitando-se no lugar, mas Jinyoung agora estava preocupado.

— Ele não contou, mas eu conheço Jack, principalmente quando está apaixonado — explicou o mais velho. — E tinham duas opções… Mas o outro cara está namorando, então só podia ser você.

— Que outro cara? Quem é esse outro cara?

Lim levantou as sobrancelhas e outra vez riu.

— Isso é ciúmes?

— Quê? Claro que não! — afirmou Park. — Eu só quero saber quem é esse outro cara.

O manager revirou os olhos. Claramente Jinyoung estava com ciúmes de alguém que nem tinha conhecimento no momento.

— Não importa, Jackie está com você — disse o mais velho. — Agora me diga, você iria contar?

— Não?

Jaebeom suspirou pesado.

— Sério?!

— Desculpa…

— Seu ridículo — reclamou o mais velho. — Já disse que como manager tenho que saber dessas coisas para ajudar.

— É… — Jinyoung deu um sorriso sem graça. — Você tem razão. Mas, eu fiquei com medo, né? Ele disse que vocês eram noivos, isso é… uau!

— Um pouco, mas estamos bem agora, somos amigos.

— Você tem razão. — O cantor suspirou. — Me desculpe?

— Desculpo — afirmou o mais velho. — Mas da próxima vez, não mude as posições dos quartos sem me falar!

Jinyoung concordou, sentindo as bochechas esquentarem. Ele deveria ter dito para Jaebeom antes, era sempre a melhor opção. Tinha um bom manager no final das contas.

— Jin?

Hm?

— Não parta o coração dele — pediu o mais velho. — Por favor. Sei que não estamos mais juntos, mas Jackie sempre será uma pessoa muito importante para mim.

Jinyoung sorriu docemente.

— Não irei partir.

Lim coçou a bochecha.

— Olha, eu sei que você tem algo complicado com Mark, mas…

— Eu já disse que não vou partir o coração dele!

Park quis gritar frustrado. Ele odiava o poder de análise de Jaebeom e como ele pegava cada detalhe em segundos. Lim definitivamente estava no emprego certo.

— Mark partiu seu coração, né? — disparou o mais alto. — Óbvio que ele partiu seu coração. — Jaebeom suspirou pesado. — Eu sinto muito.

Jinyoung quis xingá-lo naquele momento.

— Ninguém partiu o coração de ninguém — garantiu o mais novo, expirando com força. — Só esquece essa história.

Agora, tudo fazia sentido para Jaebeom. Ele nunca tinha entendido bem como as coisas tinham ocorrido, afinal não tinha questionado, contudo havia ligado os pontos naquele momento. Mark e Jinyoung estavam juntos, até Tuan começar a namorar Youngjae.

— Desculpa — pediu o mais velho. — Eu só queria garantir que Jackie ia ficar bem. Desculpa mesmo.

Park concordou com a cabeça e suspirou pesadamente, voltando a procurar o livro na sua bolsa. Agora, a viagem de duas horas parecia extremamente longa.

— Ele gosta de margaridas — comentou o mais velho.

Hã? — O cantor soou um pouco rude.

— Jackson gosta de margaridas — explicou o mais alto. — E de massagens.

— Massagens?

— Sim… Era bem íntimo para a gente — disse Jaebeom, sorrindo fracamente. — E relaxante.

Jinyoung sorriu, dessa vez abandonando o ar irritado.

— Vocês se gostavam muito, né?

— Sim — afirmou o manager. — Eu espero que vocês possam dividir o mesmo. Sério.

O moreno mais novo concordou com a cabeça, suspirando pesadamente. Era estranho aquela conversa no final das contas.

— Eu quero o fazer feliz — afirmou o cantor. — Assim como ele me faz.

Era tudo o que Jaebeom precisava saber naquele instante. Jinyoung queria fazer Jackson feliz, então era perfeito. Os dois mereciam aquela felicidade e como amigo deles, torcia para dar tudo certo.

— E você? — Jinyoung disparou. — Quando vai assumir o seu casinho?

— Meu casinho? — Jaebeom levantou as sobrancelhas assustado. — Que casinho? Não estou com ninguém.

Park levantou uma sobrancelha e somente não cruzou os braços pela posição ruim. Jaebeom ainda manteve a expressão confusa no rosto.

— Não se faça de idiota! — disparou o mais novo. — Youngjae, ora!

O moreno mais alto arregalou os olhos e olhou em volta assustado, para em seguida fitar o amigo negando veementemente com a cabeça.

— Não fala isso! — pediu o mais velho. — E nem é verdade! Jae e eu não estamos juntos. Isso é loucura!

Hum-hum… Eu vejo o jeito que você olha para ele.

— Jin, não viaja, ‘tá legal? O que eu sinto por Youngjae é uma profunda gratidão e só. 

— Gratidão? — Jinyoung pareceu cético. — Gratidão do que?

Jaebeom suspirou fundo, estalando a língua. Parecia algo tão particular de se falar agora. Quantas vezes o loiro tinha cuidado dele naqueles poucos meses? Parecia absurdo agora como parecia cada vez mais necessitar de Choi ao seu lado.

— Eu tenho uns problemas familiares graves, com a minha mãe, e desde que nos conhecemos, todas as vezes que a situação ficou difícil Jae esteve lá por mim. Nem… sei explicar como aconteceu, mas ele esteve lá.

Jinyoung estava surpreso, afinal não sabia de nada daquilo, contudo tinha mais, muito mais, ele conseguia enxergar em como o outro pareceria mudar o tom de voz ou somente ficar com os olhos mais brilhantes quando falava algo sobre o loiro.

— Eu sou cantor e compositor. Sei quando alguém está apaixonado — comentou Jinyoung, displicentemente. — E você está apaixonado por ele. Ponto.

— E você por Mark!

Park deu um forte tapa na coxa do moreno que gritou mais de susto do que de dor.

— Cala boca! Quer que Jackie escute?! O que eu tinha com Mark acabou! — o idol sussurrou de forma irritada.

— Jackie está na classe econômica! Se ele escutar isso, ‘tá na profissão errada; deveria largar tudo e virar super-herói!

Jinyoung riu, empurrando o outro com o ombro.

— Chega desse assunto — pediu o mais novo. — Vamos conversar sobre outras coisas. Quantos shows eu terei mesmo no Japão?

— Quatro.

— Tem certeza? Isso parece… tanto.

— Todos esgotados em tempo recorde.

— Mentiroso.

Jaebeom revirou os olhos.

— Não estou mentindo e você viu os artigos! Foram vendidos em tempo recorde!

— Mas… como é possível?!

— Primeiro, você tem muitos fãs internacionais; Coreia não sabe aproveitar talento. Fato.

Jinyoung levantou uma sobrancelha.

— Jae? — Park usou um tom de deboche. Aquele tipo de fala era típica de Choi.

— Cala a boca — disparou o mais alto. — Voltando… Segundo, depois do que aconteceu com... aquele incidente, chamou muita atenção para você. Então, não é loucura você lotar locais tão rápido assim.

— Ah, as pessoas então vão por pena?

— Para de tentar encontrar coisas negativas! Você vai fazer quatro ótimos shows e ponto final!

— Não sei…

— Para com isso!

— Talvez Jae devesse ter vindo para adiantarmos o collab… O pessoal ia gostar mais.

Jaebeom sentiu vontade de bater na própria testa, mas não o fez, somente capturou a mão do outro e entrelaçou os dedos, para a surpresa de Jinyoung.

— Vai ser perfeito, Jin — garantiu o mais velho. — Você é espetacular no que faz e todo mundo que comprou um ingresso está lá para te ver. Não a Jae ou sei lá o que, você.

— Obrigado… — o idol murmurou sorrindo um pouco tímido e então se movendo até conseguir encostar a cabeça no ombro do manager, sem deixar de segurar sua mão. Era confortável e ele precisava daquele gesto de carinho. — Você sempre infla meu ego.

— É o meu trabalho — afirmou. — E é tudo verdade, então…

Era complicado para Jinyoung ver valor em si mesmo, contudo aos poucos ele conseguia perceber algo aqui ou ali e mesmo sendo surpreendente de alguma maneira, tinha que se acostumar, certo? Estava crescendo e isso era ótimo! Era o seu sonho, então agora teria que se esforçar ainda mais para ser um artista ainda melhor.

— Jaebeom?

Hm?

— Obrigado por fazer isso possível. — Jinyoung sorriu, ajeitando-se melhor no ombro do manager. — Você é o melhor agente do mundo todinho.

— Espero um bom presente no Natal.

Park riu alto e Jaebeom o acompanhou nas risadas. Era maravilhoso terem um ao outro em suas vidas.

 

 

Jinyoung estava sendo esperado por uma multidão e ele não soube como reagir quando viu tantas pessoas, tantos fãs, gritando o seu nome. Era estranho, excitante e seu coração disparou com a visão.

Assim, enquanto estava sendo empurrado de um lado para o outro, Jinyoung não se importou e exibiu um grande sorriso.

— Não fique parado! — reclamou Jaebeom, tentando fazer uma barreira em Jinyoung. — Jin?! Anda, Jin!

— Mas eles querem tirar fotos! Eles me esperaram por muito tempo… — Jinyoung ponderou, ele queria retribuir o carinho de alguma maneira.

Lim revirou os olhos, mas sorria ainda assim, mesmo que a máscara tapasse parte de seu rosto. Então ficou bem próximo ao idol, enquanto este terminava de acenar para os fãs reunidos no aeroporto, tomando um longo tempo até chegar na van que os levaria para o hotel.

— Meus fãs são tão lindos. — Jinyoung fungou. — Eu os amo!

— Você está chorando?!

De fato, Jinyoung estava. Era sonho o que estava acontecendo. Estava tendo reconhecimento, estava ganhando fama, estava feliz. Ele definitivamente estava feliz e não conseguia ver nada estragando aquele momento.

— Porque Jackie não veio com a gente? — o idol mudou de assunto, limpando as lágrimas rapidamente.

— Estava tudo muito confuso, mas ele deve chegar ao hotel primeiro.

— Entendi. — Jinyoung fungou. — Hoje eu tenho agenda?

Nope. Hoje o dia é livre. — Jaebeom piscou um dos olhos. — Aproveita!

— Eu pensei em visitar algum parque, mas… acho que não dá mais, né?

— Com Jack, não.

Park suspirou um pouco frustrado, mas estava tudo bem. Poderiam aproveitar de outras maneiras, certo? E ainda teriam saídas com Jaebeom que poderia levar Jackson e disfarçar; daria tudo certo. Teria a primeira viagem com o namorado, estava animado para tal coisa.

— Tudo bem, eu estou feliz ainda assim — afirmou Jinyoung. — Muito feliz!

Jaebeom quis falar todos os problemas da fama para Park, porém parecia errado estragar aquele momento para o amigo, então ficou em silêncio, observando o idol tirar algumas selfies e as postar em todas as redes sociais possíveis. Era fofo e Lim queria preservar aquela alegria para Jinyoung; ele faria de tudo para aquele sorriso não sair do rosto do mais novo.

 

 

A chegada ao hotel foi bem menos turbulenta, pois a localização não foi divulgada para a segurança de todos. Então, após tudo certo na recepção, Jinyoung estava feliz por poder ficar sozinho no quarto que seria seu por duas semanas. Era grande, espaçoso e bonito; sentia-se um milionário naquele momento.

Ele riu sozinho e se jogou na grade cama, já buscando o seu celular sem demora. Era idiota, mas estava com saudades de Jackson.

 

Squirtle

 

Chegou bem?

Acabei de tomar banho

na super banheira!

 

Ai, acabei de chegar ):

 

Vai tomar banho!

 

Para de me chamar de sujo :(

 

Mas eu quero você cheirosinho

para dormir abraçadinho! ):

 

:((

 

Que foi? D:

 

Vem logo pra cá >.<

 

Será que ninguém

vai ver?

 

Eu não me importo u.ú

 

Mas eu sim…

Não quero que inventem fofocas

 

Vai dar tudo certo…

Espera.

 

Jinyoung sorriu para si mesmo e então logo pegou algumas roupas na mala e correu para a porta, colocando somente a cabeça para fora primeiro para ter total certeza de que não tinha ninguém e então se moveu rapidamente para o quarto ao lado, onde ele sabia que Jackson estava, batendo algumas vezes na porta de forma bem rápida.

Jackson abriu a porta confuso e quando viu Jinyoung, arregalou os olhos e o puxou para dentro do quarto. O mais velho sorriu, logo roubando um beijo do namorado.

— Ai, eu ainda estou de toalha! — disparou o chinês.

— Oh! — Park não tinha percebido tal coisa. — Não tem problema. Quer dizer… desculpa? Eu só… tentei ser romântico.

— Você é impossível! Nem trocou de roupa ainda. — Jackson murmurou, roçando a ponta do nariz na do namorado. Ele não conseguia ficar chateado com Jinyoung.

— E-eu vim tomar banho aqui… — explicou-se, um pouco envergonhado agora. — Q-queria passar mais tempo com você.

— Ridículo! Para de ser tão fofo, Park Jinyoung! Eu te proíbo.

O idol sorriu, roubando um novo beijo de Jackson.

— Eu vou tomar banho agora, okay? E você vá vestir uma roupa, está frio aqui, vai pegar um resfriado.

O banho do idol foi rápido, ele até queria curtir mais um pouco da água morna para aliviar a tensão da viagem, porém sabia que iria se sentir muito mais revigorado depois de conseguir muitos e muitos abraços de Jackson. Ele não conseguia explicar ao certo e talvez precisasse conversar com o seu terapeuta sobre aquilo, contudo saber que Wang não estava atrás de sexo — por motivos óbvios — o deixava muito mais feliz. Talvez tivesse mesmo depois de tudo.

— Eu pedi serviço de quarto — Jackson avisou depois de uma batida na porta do banheiro. — Espero que você goste de doces.

— Odeio — Jinyoung afirmou em tom alto.

— Poxa…

Park definitivamente não poderia estar mais feliz.

 

 

Já era noite quando eles terminaram de comer.

Jinyoung tinha a cabeça apoiada no peitoral de Jackson e não poderia estar mais feliz. Na realidade, nem sabia que poderia ser assim tão feliz.

— Eu posso te perguntar uma coisa? — Wang questionou, com um tom baixo de voz.

Hm… Claro? — Jinyoung levantou a cabeça e fitou o outro, com um sorriso. — O que é, baby?

— Você não precisa responder… — afirmou. — Mas… era Mark, né?

— Uau… P-parece que todo mundo sabia menos ele… — o moreno abaixou a cabeça outra vez, envergonhado demais para continuar fitando os olhos castanhos de Jackson.

— Você não sabe esconder muito bem. — Wang sorriu. — E, depois de anos com Beom, eu aprendi uns truques.

— Odeio os dois.

Wang riu algo, projetando os lábios para frente, o que fez com que o moreno revirasse os olhos antes de o beijar.

— Eu acho que ele também gosta de você — comentou Jackson. — Assim… se for importante.

— Jackie…

— Eu… não quero que você deixe de ter a pessoa que ama ao seu lado.

— Ele já deixou claro que não me ama. Que bem me faria ficar perseguindo quem não me quer? E… eu gosto de você, gosto de como me sinto quando estou contigo, m-mas eu entendo se não for o suficiente…

— Suficiente?

— É… — Jinyoung suspirou cansado, fitando o lençol de cama. — Eu… ainda estou apaixonado por outro, sei que isso é estranho para você. Não te culpo se você quiser… — Park não queria falar a palavra, não quando se sentia tão feliz. — Não posso te prometer deixar de amá-lo assim, puf, do nada… Mas eu realmente sinto algo forte por você, mesmo com pouco tempo. Parece só desculpa, mas… não é.

Hey… você me disse que é poli, certo? — Wang questionou, deslizando os dedos pelos fios castanhos de Jinyoung. — Você pode gostar de mais de uma pessoa, de verdade, ao mesmo tempo. Eu confio em você, Jin. S-só é meio esquisito, eu acho… Eu gosto de Mark, mas saber que ele fez você tão triste me deixa levemente irritado.

Jinyoung não pode deixar de rir.

— Tudo bem… Eu tenho uma parcela de culpa. Demorei muito para tentar algo com ele — comentou o mais velho. — Não precisa ficar irritado com ele, vocês são bons amigos.

— Se você quiser, posso deixar tudo bem profissional.

— Não, claro que não! — Park sorriu outra vez. — Vocês podem ser amigos, sério!

— Okay… — Jackson estendeu a mão para o namorado, que aceitou o contato de imediato. — Eu estou muito feliz de estar com você.

— De verdade, Jackie? Eu vou entender se não for isso o que você quer — Park proferiu, mas sentia seu coração doer só de pensar em ser deixado por Jackson também.

— Não… Eu quero. Acho que só preciso pesquisar mais, entender um pouco melhor. — Wang explicou, sorrindo fracamente. — Vivemos em uma sociedade muito monogâmica e unitária. Ainda é confuso para mim.

Uma sensação de alívio e alegria tomou conta do idol outra vez e ele não resistiu ao impulso de selar os lábios de Wang com carinho.

— Obrigado por tentar me entender, Jackie. Eu prometo que sempre vou verbalizar meus sentimentos para você, okay?

— Eu também — afirmou o coreógrafo. — Tudo funciona na base da conversa, né?

— É… — respondeu o moreno, contudo logo lembrou de algo e ficou entristecido.

— Ei, que cara triste é essa?

— Eu tinha planejado uns encontros com você aqui no Japão, mas depois do aeroporto percebi que não vai dar.

O chinês sorriu.

— Você tinha planejado encontros? Que fofo, Jin!

— É, mas agora…

— Tudo bem, o importante é que podemos estar juntos nesse tempo todo, não importa se em um quarto ou em lugares bonitos — afirmou o chinês. — Comida também traz boas recordações. Vamos comer todo o menu do hotel.

— Não posso comer muito…

— Jin…

— É verdade! Vou sair imenso nas fotos!

— Jin, você pode comer! Você está cada vez mais magro e eu estou ficando preocupado.

— Não estou! — Jinyoung riu de forma estranha. — Ainda tenho muito para emagrecer.

— Jin… — Jackson suspirou pesadamente. — Por favor, eu… estou ficando assustado. Você está lindo, é lindo… Tem alguns fãs reparando o mesmo…

— É a dança, só isso.

Wang buscou as mãos do namorado outra vez, apertando com força.

— Jin, isso é perigoso, sério. Não só por conta da magreza, mas da sua imunidade… Você não está se alimentando direito e meu coração dói de preocupação. Não estou exagerando.

— Eu acabei de comer!

— Muito pouco, Jin. Eu que fiquei insistindo… Por favor, eu não gosto disso.

— Jack…

— Eu gosto muito de você para te ver se machucando dessa maneira — afirmou o coreógrafo. — Eu já falei com Beom, m-mas se continuar eu vou falar com a empresa. Droga, eu falo até com Mark!

— Eu estou bem!

— Até quando? — Jackson suspirou cansado, ele só queria proteger o namorado de si mesmo. — Por favor… Você promete tentar, Jin? Tentar mesmo… Eu estou muito preocupado.

Jinyoung não conseguia entender. Estava tudo bem com ele, comia o necessário e estava perdendo peso necessário para ser melhor e mais bonito. Seu namorado e manager estavam exagerando, contudo somente concordou com a cabeça, vendo o sorriso bonito de Jackson aparecer em seu rosto.

— Ótimo. Agora vem cá, me dê mais beijos — o coreógrafo pediu, puxando o namorado mais para si e juntando seus lábios em um beijo calmo e acolhedor. — Te beijar é a parte favorita do meu dia.

— Achei que era tirar meu couro no treino das coreografias.

Nah… Não gosto de te ver sofrer.

O cantor sorriu, puxando o namorado ainda mais contra si.

— Vamos assistir um filme enquanto você fica no meu colo?

Hm… Eu gosto dessa opção.

E, foi isso o que fizeram. Jackson não demorou para se acostumar a ficar com as costas apoiadas no tronco do namorado enquanto encontrava um novo local favorito para ver filmes, principalmente porque o moreno não prestava muita atenção no filme, ao invés disso ficava distribuindo beijos pelo pescoço do mais novo e algumas carícias, quando não até mesmo cantarolava alguma coisa bem clichê que fazia Jackson rir como um bobo.

Então, daquela maneira, Jackson percebeu que mesmo não ainda entendendo totalmente o poliamor, ele sabia que Jinyoung gostava dele, gostava de uma maneira que o respeitava, aceitava e ainda o fazia se sentir bem. E, céus, era tudo o que precisava para sentir que poderia aquele tal do final feliz.

 

***

 

Youngjae se sentia sozinho.

O loiro tinha gravado uma nova versão do single do seu próximo álbum, tinha treinado os passos que aprendera de dança e até tinha conversado com Mark antes de ir para o seu apartamento, então não entendia bem o porquê daquele ruim sentimento estar de volta. Teria outra vez que aturar a sua mente lhe pregando peças o dizendo que era uma pessoa péssima que não servia para nada? Desde que começara a namorar Tuan, aqueles pensamentos tinham sido extintos, então por que pareciam outra vez fortes naquele momento? Que droga!

Choi suspirou pesadamente e resolveu tentar cuidar de si mesmo. Assim, tomou um banho, fez um chá e se alimentou corretamente, contudo duas horas depois, fitava algum filme qualquer, sentindo que não dormiria naquele dia se as coisas continuassem daquela maneira.

Ele pensou então em ligar para Mark, talvez falar o que estava sentindo, contudo sabia que o ruivo tivera um péssimo dia, então o melhor era somente tentar dormir, certo? Para que chatear os outros com as suas bobagens?

Quando o loiro se acomodou na cama, seu celular tocou. Ele piscou assustado e buscou o aparelho torcendo para ser Mark, contudo “Lim-Lim” piscava no display e o coração do cantor ficou acelerado no mesmo instante. Choi sorriu sozinho, pigarreando antes de atender a ligação.

— Cheguei.

A voz de Jaebeom era divertida e Youngjae quis gritar por algum motivo que não entendia completamente.

— Mentiroso — disse o loiro. — Eu vi o Twitter… Vocês chegaram bem mais cedo.

— É, mas eu só cheguei no quarto agora — explicou o moreno. — Enquanto Jinyoung já deve estar no milésimo sono, eu tinha um montão de coisas pra fazer. Mas você tem razão, eu já tomei um banho.

Hm… Deve estar cheirosinho.

— Eu usei aquele shampoo que você recomendou.

— Meu cheiro favorito. — Youngjae sorriu bobamente, mordendo o lábio inferior para evitar de suspirar. — Então… descansa um pouquinho agora.

— Estou sem sono. Você já comeu?

— Comi e você?

— É... eu comi algo.

— JB…

O loiro escutou o outro reclamar do outro lado e seu coração voltou a ficar acelerado. Céus, o que era aquilo? Por que tudo parecia tão bem quando falava com o manager?

— Eu ia comer, mas resolvi ligar para você.

— É? Por quê?

— Senti que você estava com saudades de mim.

Youngjae afastou o telefone somente para chutar o lençol, com uma mistura de raiva e carinho. Não conseguia entender aquelas sensações que tinha com o moreno.

— Isso é mentira — afirmou o loiro. — Eu estava muito bem, indo dormir…

— Às vinte e uma horas?

— Estou com sono.

— Eu te conheço — garantiu o mais velho. — Você não está com sono. O que aconteceu?

— Nada…

— Jae…

Choi sorriu sozinho.

— Não sei — disse Choi. — Só… estou me sentindo desanimado. Eu tenho disso perto de comebacks.

Jaebeom ficou em silêncio por alguns segundos até dar uma risada baixa.

— Vai ficar tudo bem, bobinho — falou o moreno. — Você será perfeito e todos irão amar a nova roupagem de idol do rock.

— É… Acho que eu só queria um abraço.

Os dois ficaram em silêncio por vários segundos, sem saber ao certo o que dizer. Mas, um pouco depois, Youngjae conseguiu escutar som de um teclado — ele calculou que fosse do notebook do moreno —, sendo digitado com rapidez.

— O que você está fazendo? — o loiro questionou, com um tom de voz baixo.

— Estou procurando o próximo voo de ida para Coreia para poder te abraçar.

Youngjae quis morrer e quis que um buraco se abrisse para ele sumir e quis correr e quis gritar e quis ir até o Japão atrás de Jaebeom. Céus, o que estava acontecendo consigo? O que eram todas aquelas sensações?

— Vem logo — brincou Youngjae, percebendo sua voz falhando no último instante. — E-eu… estou com saudades.

Jaebeom riu.

— Eu… também estou. — O moreno riu outra vez e o sorriso no rosto do loiro aumentou sem ele perceber. — Eu tenho uma ideia. Vamos nos ver?

— Como?

Skype?

 — Ahh… — Youngjae mordeu o lábio inferior. — Só se você me falar o porquê está digitando aí…

— Estou procurando um filme para vermos juntos na Netflix — explicou o moreno. — Eu… preciso estar bem cansado para dormir com a luz acesa.

— Oi? Como assim? — questionou preocupado.

— Eu… pedi um abajur, uma lâmpada, qualquer coisa, mas o que colocaram no quarto ilumina muito forte e… É.

— Ah… Mas esse hotel não é cinco estrelas?

— Sim… Eu deveria ter trazido de casa, fui idiota — disse o mais velho. — Então, podemos ver um filme juntos?

— Deixa-me pegar meu notebook…

Youngjae se moveu o mais apressadamente possível para pegar o seu computador portátil enquanto escutava Jaebeom reclamando de algo que tinha acontecido com a organização do local. Choi aproveitou que o moreno parecia entretido naquilo e arrumou o seu cabelo no espelho e até caçou o seu hidratante labial, dando uma cor a mais na sua boca. Se perguntassem o porquê estava fazendo aquilo, não sabia explicar.

— Você demorou — falou o mais velho quando o loiro afirmou que poderiam se falar por Skype naquele momento. — Achei que tinha me deixado falando sozinho.

— Nada… Eu… só não sabia onde estava o notebook — mentiu o cantor. — Você está cansado? Podemos deixar para outro dia.

— Não! Eu quero assistir!

— Okay, você liga para mim ou eu te ligo?

— Eu te liguei primeiro, então você me liga agora.

— Que bobagem. — Youngjae riu. — Estou ligando.

— Não é bobagem.

A voz de Jaebeom saiu duas vezes — pelo celular e pelo computador —, e eles riram juntos antes de desligarem o telefone. Youngjae deu um aceno e Jaebeom fez o mesmo.

— Você parece cansado — comentou o loiro, um pouco triste. — Tem certeza que a luz do abajur é muito forte?

— Espera, vou te mostrar.

O moreno deixou o notebook virado na cama e Youngjae pode ver os movimentos, não deixando de notar a parte do quarto que conseguia observar. Era bonito e com tons de dourado; já havia ido naquele hotel antes.

— Presta atenção.

Youngjae prestou e quando o moreno apagou a luz, ele pode ver como a iluminação do abajur era extremamente exagerada.

Wow! — disparou Youngjae, não demorando para novamente ver todo o quarto quando o moreno acendeu as luzes. — Nem dá para transar no escurinho em lugar desses.

— Eu falando de algo importante e você falando de transar no escuro, tsc, tsc.

— Ora, você está aí sozinho… E japonesas são muito bonitas, japoneses também — comentou o cantor. — Você não vai trabalhar todos os dias.

— Não vou trazer pessoas para transar aqui!

— Por que não?

Jaebeom ficou em silêncio por alguns segundos, para em seguida balançar os ombros.

— Porque eu não quero transar.

— Não acredito nisso — afirmou o loiro, sorrindo. Contudo, ele pode ver o moreno ficando desconfortável com o assunto e assim resolveu brincar. — Eu sei suas segundas intenções com essas ligações, Lim Jaebeom!

— Oh, você me descobriu! — O moreno riu. — Eu quero ver o seu corpinho nu.

— Vou te arranjar algumas fotos conceituais — afirmou o mais novo. — Espera… Tive uma ideia.

— Oi? Que ideia?

Youngjae virou o notebook para o outro lado enquanto escutava as reclamações do moreno, que essa altura já estava com o absurdo que era aquilo e também berrava para o loiro não fazer nada que ele não faria.

O loiro, por outro lado, correu pelo quarto e pegou a primeira joia que viu para em seguida posicionar o celular da melhor maneira possível. Demorou alguns minutos e vários xingamentos de Jaebeom para o moreno voltar a ver o cantor, que tinha o rosto vermelho pela corrida que tinha dado até a cômoda.

— Céus, Jae! — Jaebeom riu nervosamente. — Parece… Esquece.

— Parece o que, JB?

— Nada… Espera, você postou algo no Instagram?

Hm-hm. — O loiro piscou um dos olhos. — E isso acaba de provar que você tem as notificações ativadas para a minha conta.

— Ei… eu sou o seu manager!

— ‘Tá, finjo que acredito.

O cantor esperou a reação do outro e sorriu ao ver o moreno arregalar os olhos antes de estalar a língua para a câmera.

— Você é ridículo!

— Não gostou da foto? — questionou o loiro, olhando para a fotografia já postada na Internet. Ele estava com a roupa que usava para dormir no momento e segurava o cordão com a mão enquanto fazia uma feição sensual. Sinceramente, tinha gostado de como ficou bem naquele ângulo. — Quer outra, Lim-Lim? Uma mais… particular.

O moreno engoliu a seco e se moveu na cama, o que levou um sorriso ao rosto do loiro. Jaebeom estava envergonhado e o cantor amava aquela expressão no rosto do manager.

— Talvez eu possa tirar a próxima foto. — Jaebeom sorriu de lado ao ver o loiro morder o lábio inferior com a proposta. — Eu sou muito bom… com fotografias.

— Você conquistou Jackson com essas cantadas ruins?

E, dessa maneira, os dois riram e o clima de risadas voltou entre eles. Era melhor assim, ambos pensaram, afinal trabalhavam juntos e Choi tinha Mark, então somente amigos era o que Youngjae e Jaebeom sempre seriam.

— A foto está muito bonita — concluiu o moreno. — Você é muito bonito e ponto.

— Ai, adoro que me elogiem.

Mais uma vez, riram.

— Vamos ver o filme? — perguntou o moreno. — É uma comédia que disseram que é legalzinha.

— Vamos sim.

Dividindo a tela, os dois então começaram a assistir ao filme juntos. Youngjae não percebeu, contudo tinha momentos em que Jaebeom somente o fitava, ainda mais quando o loiro gargalhava de alguma cena qualquer; Lim simplesmente não conseguia evitar que seus olhos ficassem fixos no cantor. Era como um imã e pelo menos naquela noite, estava cansado demais para resistir à atração.

— Oh, o bebezinho ‘tá dormindo — comentou Youngjae para o a respeito da criança no filme, mas ao olhar para o lado, percebeu que Jaebeom estava adormecido, com o notebook ainda no colo. — Lim-Lim?

O loiro sorriu, pausando o filme e sabendo que ia acontecer o mesmo para o moreno; era a última cena de qualquer maneira. 

— Durma bem, Jaebeom.

Youngjae então fechou a tela do filme e maximizou a do Skype, velando o sono do moreno por longos minutos, até ele mesmo começar a sentir sono. Ele então sorriu e desligou a transmissão, escrevendo uma mensagem para quando o manager acordasse no outro dia.

E, assim, após beber um copo de água, Youngjae voltou para a cama e dormiu tão bem que nem se lembrava como estava triste mais cedo naquele dia.

 

***

 

Jaebeom acordou com uma batida na porta e após reclamar um bocado, recebeu a caixa que tinham deixado na recepção. O moreno esfregou o rosto, jogando-a de qualquer jeito na cama e ainda xingando, abriu o papelão irritado.

Haviam uma outra pequena caixa dentro da maior, contudo tinha um envelope por cima e o moreno o abriu, agora curioso ao puxar o papel para ler.

 

Agora você pode dormir bem sem mim.

Mas saiba, que pode me ligar sempre.

(Por favor, ligue)

Jae

 

Ao abrir a caixa menor, Jaebeom encontrou uma lâmpada igual à que ele usava em seu quarto para conseguir adormecer.

— Droga, Youngjae!

O moreno sorriu. Daquela maneira, estava realmente impossível não se apaixonar por Choi Youngjae.

“Ferrado” não começava a descrever a sua situação naquele momento.

 

 

 


Notas Finais


Gostaram do capítulo? Divulguem a fic!

E, por favor, deixem comentários com as suas opiniões; amamos lê-los.

Até amanhã ;*


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