História Bad Blood - So Bad

Juvia chegou em casa com certo cansaço. Não havia conseguido dormir direito a noite passada por que teve que ouvir Meredy reclamar da bronca de seus pais a noite inteira.

-Olá -Ela cumprimentou seu pai enquanto tirava sua mochila e colocava na cadeira da cozinha.

-Olá, Juvia. -Seu pai lhe cumprimentou, colocando uma panela sobre a mesa.

-Como foi na escola?

-Cansada. -Resmunguei.

-E aquele trabalho que você tinha que apresentar?- Ele perguntou, enquanto colocava um pouco da sopa em sua tigela.

-É, foi bem. -Ela repetiu o ato do homem- Você vai trabalhar hoje?

-É, tem um carinha programado para hoje. -Ele resmungou- Eles nunca acabam.

-E nunca vão acabar. -A garota comeu a sopa- Mas pense pelo lado bom. Sempre vai ter dinheiro. -O homem de cabelos acobreados riu levemente. Só ela conseguiria ver algo de bom nessa profissão.

-Isso é, se eu não morrer antes de me aposentar. -Ele zombou.

-Você é bom no que faz, não vai morrer. -Ela sorriu- Fora que se você morrer antes de me ajudar com aquele trabalho de física...

-Pode deixar, madame. -Ele respondeu. Eles continuaram a conversar sobre coisas do cotidiano até acabarem de comer.

-Vou indo, Juvia. Se cuide, e não saia de casa despreparada. -Ele falou, enquanto pegava um grande casaco preto.

-Tudo bem. Não morra. -E ele saiu pela porta. Juvia pegou sua mochila e seguiu para seu quarto.

Não era nada extravagante, era um quarto bem pequeno com uma cama, um armário e uma pequena TV. O quarto de todo branco, com alguns detalhes coloridos da colcha. A garota colocou a mochila ao lado de sua cama e se sentou na cama, pegando o celular e mandando uma mensagem para Meredy, perguntando se ela iria vir para sua casa. Não demorou muito para a rosada responder, dizendo que já estava a caminho. No meio tempo em que Meredy vinha, Juvia tomou um banho e colocou uma roupa simples.

-E então? -Meredy lhe perguntou ao entrar em casa- Oque planeja para semana que vem?

-Dormir até meio dia e comer torta de blueberry. -Juvia sorriu, fechando a porta da qual Meredy entrará.

-É seu aniversário, você não pode comemorar assim! -Meredy começou a subir as escadas que davam para o andar de cima. Ela sabia que a casa inteira tinha câmeras de segurança, e que o quarto de Juvia era o único do qual não havia microfone.

-Ah, tão posso como vou. -Elas entraram no quarto, onde Meredy se sentou na ponta da cama de Juvia. A azulada subiu na cama e engatinhou até o canto da cama.

-Ah, vamos Juvia. Ao menos vamos comer uma pizza ou sair para algum lugar. -Meredy sugeriu.

-Oque você propõe para me fazer ir? -Juvia sorriu desafiadoramente.

-Consigo que o Gray e o Lyon vão. -Ela sorriu igualmente

-E como vai conseguir essa façanha, sendo que Gray quer te matar mo momento?

-Segredo meu. -Meredy sorriu malignamente

-Desde que você não o seduza, como fez com o coitado do Eve... -Ela lamentou.

-Eu não seduzi ele! -Ela se exaltou-  Apenas iludi um pouco.

-Você não deveria fazer isso com o garoto. -A azulada repreendeu.

-Ele tá feliz, eu tenho pizza rápida e quente e ninguém sai ferido, oque é melhor que isso? -Meredy levantou os braços ao ar.

-Meredy, você nunca gostou de nenhum garoto? Nem um pouquinho? Sabe, tem uma dúzia de garotos que gostariam de te namorar. -Juvia sugeriu, abraçando o travesseiro.

-Uma dúzia que querem meu dinheiro, você quer dizer. -Ela corrigiu-  E outra, não vale a pena. Acho que já gostei de um garoto na minha outra escola, mas eu me fodi legal, então foi mais fácil ignorar essa questão de namorados.

-Oque aconteceu? -Ela perguntou, visivelmente interessada.

-Digamos que aquela pessoa destruiu aquilo que antes era um coração. Hoje em dia é um monstro que toma way proten. -Ela sorriu.

-Me sinto morta.

E então ambas começaram a rir. Não que Meredy estivesse totalmente errada: desde que aquela pessoa lhe destruíra, ela havia conseguido se re erguer e se fortalecer. Mas toda barreira cai um dia, e esse dia não iria demorar muito para Meredy.

Gray jogou sua toalha na cama, logo caindo por cima da mesma. Era difícil acreditar que já era o início de um novo mês: isso significava mais trabalho. Ele realmente não tinha disposição para trabalhar naquele dia, quem sabe se falasse conseguisse uma folga. Fora que ele ainda sentia os sinais da ressaca, da festa que fora no dia anterior. Ele se levantou preguiçosamente e abriu a porta do pequeno quarto monocromático, indo em direção a pequena saleta, onde o casal de adultos assistia o jornal como uma bela família feliz

. -Pai, -Gray chamou -preciso falar com você. -O homem desfez a face feliz do rosto e levantou do sofá, seguindo o filho até a cozinha da casa. -Eu não estou muito bem. Posso ficar em casa? Estou de ressaca da noite anterior.

Ele passou a mão pelo cabelo. -Gato mole. -O pai resmungou- Vou te liberar hoje, mas é bom estar disposto amanhã. Tem muito trabalho a fazer.

-Tudo bem. -Ele voltou a andar- Estou no meu quarto dormindo qualquer coisa.

-Tudo bem. -Mika, a moça de belos cabelo albinos sorriu. Ela era bem nova comparada a Silver, mas não era problema.

O garoto de cabelos negros um pouco grandes de mais começou a subir as escadas, quando bateu contra nada menos que Lyon.

-Silver ainda está aí? -O albino perguntou. Ele nunca chamava Silver de pai, como Mika sempre pedia.

-Na cozinha. -O garoto respondeu, monótono.

  O albino desceu e Gray abriu a porta do quarto, voltando a cama. Se ele pudesse parar o tempo e ficar ali, para sempre... Porém o som estridente da campainha da casa lhe fez voltar a realidade, porém ele ignorou. Mika provavelmente abriria a porta para ela.

-Graay! -Ele enfiou a cara no travesseiro- É para você!

Sua vontade para levantar estava mais baixa que sua última avaliação de química, e assim como a prova, ele sabia que quem quer que fosse, lhe traria problemas. Ele desceu a escadas com preguiça, e deu meia volta a ver os cabelos rosados presos em um rabo de cavalo que já conhecia lhe encarar.

-Vá em bora, Meredy. -Ele falou, voltando a subir.

-Eu não vou. -Ele ouviu passos. Ele entrou em seu quarto e bateu a porta atrás de si, porém Meredy segurou e entrou.

-Eu te dei permissão para entrar aqui? -Ele perguntou, irritado.

-E eu te dei permissão para me ignorar? -Ela rebateu.

-Quê?!

-Abacaxis. -A rosada disse naturalmente. -Em fim, vamos direto ao ponto: na quarta da semana que vem é aniversário da Juvia, e nós vamos fazer uma pequena comemoração surpresa para ela lá em casa, e você vai ir.

-Ah, agora acha que pode mandar em mim. -Ele zombou- Acho que sua pizza tava estragada.

-Você sabe o quanto você estar lá faria a Juvia feliz. Vai mesmo te matar se você fizer meia horinha na festa e comer comida de graça? -Ela perguntou, também irritada.

-Vai. -Ele respondeu cruzando os braços.

-Então fala, que merda você quer? -Ela se encostou na porta do armário negro do garoto.

-Como é, acha que pode me comprar? -Ela concordou- Oque você pretende me dar? Por que se for confiando nesse corpo, você está...

-Caso você não se lembre, a minha mesada em três meses paga sua casa, então se você puder parar de falar asneiras e me falar oque você quer para fazer uma garota de quinze anos feliz, eu agradeceria muito -Meredy falou rapidamente. Gray olhou com certo ódio para a rosada em sua frente. Pois bem, iria tirar vantagem disso da melhor forma possível.

-Tudo bem, ricaça. -Ele se sentou na cama- Uma semana agindo como uma linda garotinha, um pedido de desculpas na frente da escola toda. E dentro dessa uma semana, inclui a festa da Juvia.

-Fechado. -Meredy sorriu. Porém por dentro, ela já se sentia dentro da cova da humilhação.

-E garotinhas não bebem. -Gray sorriu maldosamente. E logo seu sorriso aumentou, ao ver a cara de desespero da garota.

-Mas, mas, mas... -Meredy encarava suas mãos em busca de alguma resposta.

-Vou ser bonzinho. -Ele riu- Até a meia noite. Daí você pode encher a cara até não poder mais.

-Obrigada. -Sua voz saiu com um leve tom de arrependimento- Te vejo na quarta.

A garota saiu do quarto e Gray riu alto. Para um dia de ressaca, até que algo de bom tinha acontecido. Talvez até que não fosse tão ruim.