História Bad boy is karma - Kim Taehyung - Capítulo 4 - "O Mau Varre Ao Lado."

"Eu ainda quero ser seu garoto favorito."

- Parece que ninguém vem aqui faz anos. - Digo olhando ao meu redor. O local era um porão cheio de livros empoeirados e mal iluminado, o cenário perfeito para um filme de terror.

- Vamos começar logo que eu quero ir pra casa. - Começamos à arrumar. Enquanto tirava o pó dos livros, Taehyung colocava na caixa. 

Estava ficando triste em ver que todos aqueles livros iriam para o lixo, sempre gostei de ler e estava sendo uma tortura. Que se dane! Não vou jogar esses livros fora, assim que terminar vou levar as caixas para à adoção. A leitura é uma forma de anestesia que faz com que possamos viajar para outra realidade e esquecer a que vivemos.

Em meio a aquele amontoado encontrei um livro, ele era escrito à mão. Observei sua capa na tentativa de saber do que se tratava, até ele ser puxado de minhas mãos pelo insuportável.

- Me devolve agora, Taehyung!

- A ordem era jogar TODOS os livros fora. - Dá ênfase na palavra "todos".

- Primeiro, se eles vão para o "lixo" não vai fazer diferença se ficar com um. E segundo, não vou jogar fora e sim levar para a doação, então me entrega o livro.

- Se você quer vem buscar. - Ele levanta o livro para o alto.

- Você é a pessoa mais insuportável que existe! Me dê logo. - Subi em uma cadeira para tentar alcançar, mas a cadeira já estava velha e acaba quebrando. Quase caio de cara no chão porém Taehyung me segura e ficamos nos olhando por alguns segundos.

Simplesmente não o entendia, em alguns momentos me provocava e me maltratava já em outros me ajudava. 

Desde de que cheguei na escola foi assim. Primeiro ele me derrubou no chão e saiu sem nem se desculpar e depois foi legal comigo e me ajudou quando um garoto rasgou o meu trabalho de ciências. 

Dois dias depois deu um soco no Jungkook, que na época era melhor amigo dele, do nada. Nunca vou conseguir compreender a dualidade dele.

- Deveria fazer uma dieta, está tão pesada que a cadeira não aguento. A sua sorte é que sou forte, porque senão já tinha caído de cara no chão. - Sorriu e o empurro com força. 

Não importa quanto tempo passe e ele continua sendo esse babaca, Taehyung deveria mudar seu comportamento o quanto antes ou então iria sofrer.

- Você é realmente um babaca!

- De qualquer modo, esse livrinho vem pra cá. - Coloca o livro na caixa e a lacra logo em seguida. 

O resto do tempo passei emburrada, não olhei nem se quer em seu rosto. Quando acabamos já havia anoitecido.

- Até que enfim acabamos. - Se joga no chão. Não respondi, peguei as duas caixa com dificuldade e desci as escadas, queria ir logo pra casa, mas infelizmente o embuste me seguiu.

- Você ainda está brava? Sempre te zuei e você vinha me dava uns tapinhas e pronto. Precisa que eu peça desculpas? - Segura o meu braço e pega uma das caixas.

- Vai ver se eu estou na esquina e me deixa em paz. - Volto a andar.

- Quer se pegar comigo na esquina?

- O que você disse?!

- Perguntei se você quer se pegar comigo na esquina.

- Seu idiota! Se não estivesse com as mãos ocupadas já tinha te dado uma bofetada.

- Se não quiser na esquina, pode ser no meu carro. - Sua cara cínica era uma das coisas que mais me irritavam nele. Com cuidado coloquei a caixa no chão e antes que agisse, dei um tapa em seu rosto.

- Me respeite! Você é a pessoa mais irritante que conheci em toda a minha vida.

- Só estava brincando. - Diz sorrindo mas logo fica sério ao ouvir a voz de Jungkook.

- Te encontrei! Está acontecendo alguma coisa? - Kook pergunta assim que se aproxima.

- Não, está tudo bem. O que faz a essa hora aqui?

- Vou deixar os namoradinhos a sós. - Me entrega a caixa e sai.

- Respondendo a sua pergunta, vim te buscar. Liguei para sua casa só que ninguém atendeu e então imaginei que estivesse aqui.

- Ah Kook! Você é um fofo, obrigada. - Jungkook pega a outra caixa e caminhamos para a minha casa.

- Posso fazer uma pergunta? - Ele diz temeroso.

- Só se me pagar um sorvete amanhã.

- O que? Não sabia que uma pergunta ia sair tão caro. Okay, amanhã a gente toma sorvete na minha casa.

- Combinado, qual é a pergunta?

- É………. Você gosta do Taehyung? - Pergunta rápido e quase me engasgo com a pergunta repentina e sem sentido.

- Que tipo de pergunta é essa? Não! Nunca gostaria de uma pessoa como ele.

- Sério mesmo? Talvez ele goste de você e tudo que faz é para chamar sua atenção.

- Pode parar, Jungkook. Nós dois nunca vamos ter nada. E você? Gosta de alguma garota?

- Gosto de uma garota faz muito tempo, mas ela não sabe.

- Tá esperando o quê, querido? Deveria se declarar pra ela.

- É, talvez algum dia me declare para ela.

- Se prefere assim. Porém se você quiser, posso te ajudar.

- Vamos mudar de assunto, por favor. - Estava aparentemente desconfortável.

- Está bem. Se não quer, vou respeitar. - O resto do caminho foi silêncioso. Ele estava pensativo, quando chegamos em casa se despediu e foi embora.

Entrei em casa e meu pai estava preparando o jantar.

- Oi pai. - Lhe dou um abraço.

- Onde estava até essa hora? É perigoso.

- É…… eu me candidatei como voluntária para ajudar na biblioteca. Que cheiro bom, o que o senhor está fazendo para o jantar? - Tento mudar de assunto.

- Lasanha, preciso comer alguma coisa diferente. Estou cansado de comer miojo.

- Ei! Meu miojo é maravilhoso. - Rimos por saber que isso era uma grande mentira.

- Antes de comer vai lavar as mãos.

- Vou tomar um banho. 

- Então vai logo, porque você já tá com um cheirinho debaixo das axilas.

- Pai! Hoje teve educação física. - Finjo estar magoada mas rimos novamente.

- Vai, antes que a comida esfrie. - Vou para o meu quarto e tomo um banho demorado. Quando termino, vou jantar com o meu pai e depois de lavar a louça, vou dormir.

(......)

 finalmente era sexta-feira, no final de semana iria no parque de diversões. Não estava totalmente animada, só aceitei ir por causa do meu pai, ele fica preocupado dizendo que eu precisava sair mais, só vou de casa para escola e vice-versa.

Cheguei no colégio e como de costume, Jungkook me esperava no portão.

 Conversamos até o horário das aulas. Não sei o que aconteceu mas elas passaram muito mais devagar e o mais louco ainda era que estava ansiosa para ir à biblioteca. Quando as aulas acabaram praticamente corri até lá.

- Cheguei! - Digo totalmente ofegante.

- Ótimo. Limpa todas as prateleiras, elas estão cheias de pó. - A Senhora Nina me entrega um espanador.

- A biblioteca é gigante são várias prateleiras e além disso eu tenho alergia a poeira.

- Será que dá pra fazer o seu dever sem reclamar?

- Pede pro Taehyung.

- O senhor Kim ainda não chegou. Vai logo, essas prateleiras não vão se limpar sozinhas.

- Muito obrigada pela compreensão. Deus lhe pague. - Digo irônica e ela aponta para as prateleiras. Reviro os olhos e começo a limpar.

Um tempo depois a Cinderela, vulgo Kim Taehyung, chega. Fala  alguma coisa para a bibliotecária que se levanta para sair e antes aponta para uma vassoura no canto. O mais novo faz uma careta e começa a varrer o local.

- Até que está bonitinha hoje. - Estava concentrada em tirar o pó, que não percebi quando ele se aproximou.

- Me deixa em paz. Vai varrer outro lugar. - Assim que terminei de falar, comecei a espirrar. Esse Taehyung traz má sorte mesmo.

- Você tem alergia?

- Não, só estou espirrando porque é divertido. É claro que tenho. - Respondi com dificuldade, porém não ia deixar a oportunidade de o alfinetar. Espirrava sem parar e ainda tinha esse garoto.

- Sério, nem percebi. - Reviro os olhos. Os espirros não passavam, até que Taehyung me pega no colo.

-Espera, o que está fazendo?

- Fica quieta, estou te ajudando. - Me coloca em cima do balcão e sai voltando com um copo de água e uma garrafinha de soro fisiológico.

- Pra que isso?

- Quando era criança e começava espirrar, minha mãe me dava um copo de água e colocava duas gotinhas de soro fisiológico dentro do meu nariz. - Ele olha nos meus olhos e levanta o meu queixo colocando o soro. Bebo a água e os espirros foram diminuindo até sumir completamente. 

Sua mão continua no meu rosto acariciando minha bochecha.

- Já chega, parei de espirrar. Obrigada.

- Se você diz. - Dá de costas.

- Não precisava ter me pegado no colo. Estava só espirrando, poderia muito bem andar.

- Eu pretendo te pegar no colo e botar em cima desse balcão em outros momentos. - Fala no meu ouvido e rapidamente saio do balcão.

- É melhor voltarmos ao trabalho.- Quando ia pegar o espanador, ele me toma.

- Está maluca? Quer ter outra crise de espirros e quem sabe até morrer?

- Não seja exagerado.

- Nada disso. Eu limpo as prateleiras e varro o chão. E você fica no balcão já que a Senhora Nina saiu. - Aponta para a cadeira vazia atrás do balcão.

Continua............