História Bad Date - Min Yoongi (Suga) - Bad Date pt.1

Às 8 em ponto eu estava na entrada do restaurante. O Salwa era um lugar que a gente frequentava bastante com nossas amigas na época da faculdade, era um lugar confortável e discreto. Estranhando a demora de minha Unnie eu lhe mandei mensagem perguntando onde é que ela estava. A mesma me respondeu que tinha se atrasado na maquiagem e que estaria saindo em 5 minutos, que era para eu entrar e pegar nossa mesa e assim eu fiz, pois não iria ficar esperando a princesa chegar até aqui em pé do lado de fora. Assim que entrei fui em direção a Hostess, ela me encaminhou para minha mesa e lá eu fiquei esperando, pedi uma água e me coloquei a observar o local, eles haviam mudado algumas coisas, mas continuava praticamente do jeito que eu ainda me lembrava. Haviam se passado 15 minutos e novamente mandei mensagem para aquela irresponsável. Marcava um horário e se atrasava. Bloqueei o celular e o coloquei em cima da mesa ao lado da taça com água. Novamente me coloquei a observar o ambiente e no momento em que olhei para frente eu me vi completamente presa. 

O que era aquilo? Um anjo? Uma miragem? Um deus grego reencarnado? Só podia ser alguma dessa opções. O homem que caminhava pelo corredor das mesas era extremamente e absurdamente lindo. O look todo preto lhe dava um charme surreal, ele vestia uma blusa gola rolê e por cima usava uma jaqueta de couro, a calça também era preta e um pouco justa, nos pés tinha um Adidas preto com branco e na cabeça um boné preto que escondia as madeixas loiras. Eu não conseguia desviar meus olhos dele, eu acompanhei todo o seu trajeto da entrada até passar por mim, quando já estava perto o suficiente para conseguir enxergar todos seus detalhes ele me encarou, e parecia que eu tinha sido sugada por um buraco negro, seu olhar tinha tanta intensidade que eu não sabia mais o que estava fazendo, só continuava a olhá-lo nos olhos. Quando passou por mim eu pude sentir seu perfume suave e eu estremeci toda. Um homem com um olhar tão intimidador quanto aquele possuía um perfume leve e gostoso. 

Eu queria saber mais daquele anjo, eu não podia me virar e olhar onde eles estaria sentado ou com quem, eu tinha que arrumar um jeito de fazer isso sem dar muito na cara, então tive a brilhante ideia de pegar meu celular e fazê-lo de espelho. Aquela técnica nunca falhava. Quando peguei o aparelho e o posicionei de frente ao meu rosto de modo que eu conseguisse ver o que havia atrás de mim me surpreendi. Seu olhar encontrou o meu pela tela e imediatamente eu fingi estar retocando a maquiagem. Ele estava sentado na mesa atrás de mim. Minha nossa, eu sentia minha pernas bambas. E para não entregar totalmente que eu estava sim olhando para ele, desbloqueei o telefone e mandei outra mensagem para Jiwoo. Haviam se passado 26 minutos após a última mensagem dela e eu já estava ficando irritada com aquela demora. Fiquei mexendo em minhas redes sociais até que alguém para ao lado da mesa em que eu estava esperando Jiwoo. Deixo de fazer o que fazia e olhei para a pessoa que estava ali, era um homem, muito bonito até, cabelos castanhos e alto, seu sorriso era um pouco contido e não lhe daria mais que 30.

- Pois não? - Perguntei, quem era aquele?

- Você é a SooHyun? - Perguntou galanteador. Olhei desconfiada para os lado e assenti que sim. - Muito prazer, me chamo Taeyon.

- O prazer é meu. - Sorri tentando ser simpática e começando a desconfiar do que realmente acontecia ali.

- Sua irmã que inventou esse encontro às cegas. - Riu e meu sangue borbulhou dentro das minhas veias, mas eu sorri amarelo para não deixá-lo sem graça.

- Jiwoo não tem jeito. - Ri falsamente. Jiwoo sua desgraçada.

- Posso me sentar? - Perguntou ao mesmo tempo em que já se sentava na cadeira em minha frente. Não, você não pode se sentar. Você pode ir embora daqui para que eu vá atrás da minha irmã traidora e fazer picadinho daquela bruxa.

- Claro… - Olhei para os lados tentando achar uma rota de fuga e no momento não achei nenhuma 

- Então… Me desculpe fazê-la esperar tanto, eu peguei um pouco de trânsito. - Disse se encostando na cadeira de um jeito que talvez para ele fosse sedutor. 

- Não tem problema. Eu cheguei a pouco tempo. - Falei tentando ser simpática com aquele moço, mas tudo que ele fazia me irritava… Ou talvez eu estivesse com raiva da minha irmã e projetava tudo nele.

- Quer pedir algo pra comer agora? - Perguntou, mas sequer deixou eu responder e já havia chamado o garçom. Respirei fundo e reproduzi um mantra calmante em minha mente. - O que você gostaria de comer, SooHyun? - Me questionou olhando o cardápio.

- Algo leve, eu gost-

- Pode ser uma salada tropical para a senhorita é um Gopchang para mim. - Fechou o cardápio e entregou para o garçom.

- Gostariam de algo para beber? - Quando ia abrir a boca para pedir um vinho o ser em minha frente foi mais rápido.

- Soju para mim e um suco de melancia para ela, é tudo, obrigado! - Dispensou o homem que por um segundo eu jurei ter visto ele revirar os olhos. Eu te entendo companheiro, eu entendo. Quando ele se curvou e saiu da mesa meu olhar se voltou para Taeyon. Eu sentia que meu olho estava prestes a começar a pular como quando eu ficava extremamente estressada. Se aquele jantar demorasse mais, juro que enfiaria o jeotgarak nele. - Você trabalha, SooHyun? - Aquele cara não sabia o que era formalidade, continuava me chamando apenas pelo nome.

- Sim. - Respondi sua pergunta e não fiz questão de lhe dar mais informações ou devolver a pergunta.

- Não que? Você é tão bonita, sabe que não precisa dessas coisas não é? Um homem como eu poderia muito bem dar-lhe tudo o que quiser. - Sorriu como se o que tinha acabado de sair de sua boca não fosse um completo absurdo.

- Desculpe, eu não preciso que nenhum homem me sustente. Eu trabalho duro para poder ter tudo o que tenho e conquistar muito mais. - Disse enquanto lhe devolvia o sorriso com um falso.

- Claro, uma mulher com personalidade forte. Adoro isso. - Eu estava prestes a mandá-lo ir à merda quando aquele garçom voltou com nossa comida. Colocou tudo em nossa mesa e pediu-nos licença e se retirou. A salada estava com uma aparência boa, por mais que não fosse o que eu gostaria de comer. Preferi ocupar minha boca ao invés de xingá-lo. Ele continuava a tagarelar e eu apenas assentia e lhe respondia com sim ou não. Não demorou tanto quanto achei que iria e foi um alívio.

- O jantar foi bom. - Menti já querendo introduzir minha saída daquele lugar para ir estrangular uma certa irmã.

- Sim, foi ótimo. Eu gostaria de estender nosso encontro, o que você acha? - Sugeriu enquanto levantava as sobrancelhas e dava novamente aquele sorriso galanteador de meia tigela.

- O que? - Me fiz de desentendida.

- O que acha de irmos para o meu apartamento e fazer uma festinha particular por lá, uh? Minha cama é bem confortável… - Riu e eu fechei a cara para ele, agora sim, aquela era a gota d’àgua, quem aquele babaca imbecil achava que eu era? Mais uma das putas fáceis que ele conseguia por ter dinheiro? Bati minhas mãos na mesa e estava prestes a levantar.

- Escuta aqui seu- Fui interrompida por alguém que parou ao nosso lado, meu Deus o gerente irá nos expulsar daqui e eu nunca mais poderei frequentar meu restaurante favorito.

- SooHyun-ssi, que coincidência, não havia reparado que era você aqui. - Quando olhei quase cai para trás. Ué? De onde esse anjo me conhecia? Claro, porque eu me lembraria perfeitamente de conhecer um cara como aquele.

- Hã? E-eu… - Sério? Eu iria gaguejar justo agora?

- Ei, quem é você? - O bundão em minha frente questionou, claramente ele estava num estado de quase embriaguez.

- Eu sou o melhor amigo dela, e você quem é? - Questionou desafiador, eu pude ver Taeyon se encolher levemente.

- Eu sou o namorado dela! - Disse e eu arregalei os olhos e fiquei indignada com tamanha audácia daquele homem.

- Não, você não é! - Cruzou os braços e eu pensei ter escorrido uma baba no canto dos meus lábios. - E se eu fosse você iria embora daqui agora! Deixe-a em paz.

- Claro, você é só mais uma oportunista, eu já deveria saber, só queria se aproveitar do meu dinheiro e da minha beleza. - Se levantou da mesa meio cambaleante. - Eu não quero ter que cruzar com você nunca mais, passar bem. - Se virou e foi embora. Espera, eu teria que pagar toda a conta? Eu não acredito nisso.

- Tenha dignidade e pague a conta. - O homem ao meu lado disse um pouco mais alto para que ele escutasse, Taeyon apenas balançou a mão ainda de costas como quem dizia que faria isso. Fique olhando ele pagar a conta e em seguida desaparecer por onde entramos. Voltei meu olhar para o anjo ao meu lado e corei ao encontrar seu olhar intimidante sobre mim novamente.

- Obrigada! - Falei baixo e ele assentiu.

- Ya, Yoongi Hyung eu já vou indo, tenha uma boa noite. Boa noite senhorita! - Um rapaz mais alto que ele parou ao seu lado e se despediu. Eu acenei desejando-lhe boa noite.

- Depois terminamos nosso assunto Jungkook-ah, dirija com cuidado. - Desejou e em seguida voltou seu olhar para mim. 

- Eu me chamo Son Soohyun, muito prazer. - Falei me curvando levemente por estar sentada.

- Eu sei. Eu sou Min Yoongi. - Disse enquanto se sentava onde aquele ogro estava minutos antes.

- Sabe? Como você sabe? - Questionei, meu Deus, não era possível que eu havia esquecido de um anjo do Senhor.

- Quer dizer, apenas seu primeiro nome, SooHyun, convenhamos que aquele cara não era nada discreto. Notei que estava incomodada com ele, eu não iria interferir, mas eu ouvi a proposta totalmente ridícula dele e vi como ficou nervosa. - Disse e eu não conseguia desviar minha atenção de seus lábios, ele fazia um biquinho extremamente fofo ao falar.

- Pois é, isso me lembra que eu tenho que fazer picadinho de alguém. Eu não acredito que minha irmã fez isso comigo, ela me enganou dizendo que iriamos jantar e na verdade era outro encontro às cegas. Ugh! Eu vou matar a Jiwoo. - Eu estava realmente nervosa com ela, droga, qual era o problema daquela desmiolada? Ela não podia respeitar minha vida pessoal só um pouquinho? Meus pensamentos foram cortados pela risada do anjo em minha frente.

- Eu sinto muito por você. Parece que sua irmã não tem um pingo de bom senso com sua vida amorosa a julgar por aquele lá. - Apontou com o dedão para trás se referindo ao Taeyon, bléh.

- Não, nem um pouco. Estou cansada de falar pra ela que eu não gosto desse tipo de coisa, eu quero achar alguém no momento certo, qual o problema nisso? - Falei e reparei que ele me olhava com um pequeno sorriso nos lábios. - Uh? O que foi? - Questionei.

- Nada, só estou prestando atenção no que diz…

- Ah… - Fiquei sem graça e coloquei o cabelo atrás da orelha envergonhada.

- Você quer ir tomar um sorvete? Algo doce para tirar o amargo desse jantar! - Perguntou e eu arregalei os olhos levemente. Aquele lindo estava me chamando para ir tomar sorvete com ele? - Eu conheço um food truck aqui perto que tem um sorvete muito bom. - Continuou achando que precisava me convencer mais.

- Claro, eu adoraria. - Falei e ele se levantou me estendendo a mão. Eu mais que depressa aceitei e senti um arrepio subir por todo meu corpo ao tocar sua pele. Saímos do restaurante e a brisa da noite logo bateu em nossos corpos, estava bem agradável.

- Se importa se formos a pé? É logo ali, está vendo? - Apontou para um food truck duas quadras acima.

- Claro que não! Vamos! - Chamei e fomos caminhando lado a lado conversando, no tempo que levamos para andar às duas quadras eu falei mais do que no jantar inteiro com aquele outro lá. Yoongi era encantador e a pose de bad boy combinada com ele sim, mas ele era muito mais que aquilo. Ao chegarmos ele se preocupou em perguntar primeiro qual sabor eu queria antes de pedir e aquilo me fez sorrir. Ao ter ambos os sorvetes em mãos refizemos nosso caminho de volta.

- Eu juro, Jin Hyung tem piadas horríveis e o único que ri é o Jimin, agora não sei se ele realmente acha graça ou ri por pena. - Riu e eu lhe acompanhei, seu riso e seu sorriso mais aberto era encantado, seus dentes eram pequeninos e sua gengiva ficava a mostra, o que o deixava muito fofo.

- Eu tenho um primo assim, a diferença é que ninguém ri. - Dei de ombros.

- Coitado, deveriam ter um Jimin para ele. - Riu suspirou ao ver que tínhamos chegado ao restaurante novamente. - Alguém vem lhe buscar, ou está de carro? - Perguntou.

- Eu vim de táxi, mas acho que nesse horário será difícil pegar outro, tem uma estação de trem aqui perto, vou andando até lá. - Lhe respondi.

- Ani, eu te dou uma carona, não vou deixar você andar sozinha uma hora dessa. - Falou e eu olhei totalmente encantada por ele. Onde esse príncipe estava que eu nunca vi?

- Você é real? - Falei completamente boba e ele riu de mim.

- É claro que eu sou, se eu não fosse real você sentiria meu toque? - Se aproximou e colocou a mão livre em meu rosto, eu fiquei nervosa e totalmente ansiosa para o que viria a seguir. Era clichê, mas quem disse que eu não gostava?

Yoongi foi se aproximando cada vez mais do meu rosto e quando percebi já estava de olhos fechados esperando seus lábios tocarem os meus, não demorou muito, talvez ele também estivesse ansioso, no início foi só um selar, mas logo evoluiu para um beijo maravilhoso, agarrei sua jaqueta com a mão que não segurava o sorvete e aproximei mais nossos corpos, ele era alto, tanto que eu tinha que ficar com a cabeça erguida e os pés levemente erguidos, seu beijo era gostoso e fazia uns barulhinhos que me faziam querer beijá-lo cada vez mais. Mas em algum momento do beijo eu senti algo gelado tocar minha bochecha e interrompi o ósculo abrindo os olhos e vendo que o que havia me tocado era o sorvete que estava na mão dele. 

Ele também viu o que tinha acabado de fazer e caiu na risada sendo acompanhado por mim.

- Me desculpe. - Pediu e eu balancei a cabeça dizendo que não tinha problema, ergui a mão para limpar, mas ele me impediu. - Espera! - Disse e foi se aproximando novamente, achei que ele fosse me beijar novamente, mas seu rosto desviou para minha bochecha, perto da minha boca. Senti seus lábios encostarem ali e em seguida sua língua limpou todo o sorvete esbarrando no canto da minha boca depois. Aquilo foi tão, mas tão sexy que eu senti algo lá embaixo se agitar. Seu rosto voltou para a posição em que estava e eu encarei aquele olhar intimidador novamente, ofegante. Sem pensar duas vezes ataquei seus lábios com desejo, suas mãos foram para minha cintura e não havia mais sorvete, apenas a pressão que ele fazia juntando nossos corpos. - Quer ir pra sua casa? - Perguntou em meio ao beijo.

- A gente pode ir pra sua? - Questionei ofegante.

- Tem certeza? - Parou tudo e me olhou, eu apenas assenti e ele sorriu logo nos encaminhando para seu carro que estava do outro lado da rua quase em frente ao restaurante, não havia muita gente naquele lugar no momento por já ser um pouco tarde. Yoongi dirigiu rápido, estávamos ansiosos para o que viria a seguir.