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História Bad girl gone good - Goodbye, my friend


Escrita por: FindingLauren

Notas do Autor


HEEEEEEY!!! Quanto tempo!!!! Que sdds!!! Vcs tão bem???

Gente, eu sei que eu demorei mais do que o normal mas foi por uma boa causa, a maratona dos 400 faves. E nem era pra eu ter demorado tudo isso mesmo com a maratona, é que um número muito grande de desgraças me aconteceu e eu fui adiando, mas agora.... APROVEITEM!!

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Capítulo 38 - Goodbye, my friend


Fanfic / Fanfiction Bad girl gone good - Goodbye, my friend

Lauren’s Pov 

-Laureeeen, a porta! – Ouço minha irmã gritar em algum canto na sala e bufo irritada. Eu não sabia o que me deixava mais sem paciência: não poder estudar quieta e em paz por cinco minutos sem sentir meu abdômen fisgar com a dor causada pela cólica que me castigava; a saudade de Camila martelando em meu peito; Taylor e Chris se estapeando na sala em um volume considerado alto demais; ou minha irmã gritando á respeito da porta. 

No fim das costas eu acho que estar sem ver Camila por dois dias e estar enfrentando uma onda de cólica era o que me tirava realmente do sério, mas é claro que Taylor e Chris tinham sua parcela de culpa. 

Se ao menos Pê estivesse comigo pra me arrancar risadas fáceis, mas não... Tinha toda àquela coisa da creche e ela havia aprendido a amar àquele lugar ao ponto de ser impossível que eu decidisse simplesmente não leva-la só para tê-la comigo. Seria egoísmo e eu jamais seria egoísta com a minha garotinha. 

-Boa sorte. – Ouvi Taylor e Chris dizerem enquanto passavam por mim e subiam as escadas rapidamente, me deixando ali na sala com um ponto de interrogação na cara que logo foi substituído por um ponto de exclamação quando encarei Normani de pé sobre nosso tapete felpudo. 

Ela estava tão magra e diferente como esteve da última vez em que a vi – á duas semanas – mas dessa vez ela não parecia tão encolhida, tão medrosa. Até mesmo tinha o nariz em pé e os braços cruzados firmemente sobre o peito. 

-Mani, não esperava te ver tão cedo. – Eu disse cruzando meus braços assim como ela. 

-É, na verdade eu queria ter vindo antes mas... Você sabe, com tudo o que aconteceu, a expulsão do Austin e você não indo pra escola por um tempo, eu juntei dois e dois e imaginei que seria melhor te dar um tempo. – Ela disse e eu apenas assenti, internamente eu estava grata por sua compreensão.  

As duas últimas semanas desde que Austin e Camila se confrontaram tinham sido bastante complicadas, meus pais não engoliram muito bem a coisa toda da briga na escola visto que eu era a pessoa menos briguenta á caminhar pela face da Terra, e então os dois estavam constantemente no meu pé, tentando arrancar de mim o que realmente havia acontecido, mas pelo bem do meu relacionamento com Camila eu jurei de pé junto para os dois que eu havia apenas perdido á cabeça com um garoto babaca que não sabia medir as palavras. E bem, depois de muitas juras eles acabaram aceitando que não tirariam outra história de mim que não fosse aquela. 

Eu adoraria dizer que meus pais foram os únicos problemas durantes essas duas semanas, mas seria uma grande mentira. A ausência de Camila era outro grande problema, depois que conheci seus amigos ela se mantinha ocupada o tempo inteiro e eu tentava entender que ela precisava estar na NB também. Eu juro que tentava, mas era difícil simplesmente ter de aceitar que a pessoa que eu amo não tinha muito tempo pra mim só porque ela tinha que dar alguns socos em um saco de pancadas. Era frustrante mesmo que na semana passada eu pude vê-la por alguns dias, não era suficiente no entanto. 

E também havia minha filha.  

Minha garotinha jamais seria um problema, mas suas oscilações entre febre e sem febre me deixavam acordada durante a noite toda, as coisas tinham melhorado na semana passada de qualquer forma e eu já podia respirar aliviada outra vez. 

-Muito obrigada, é compreensível da sua parte. – Eu respondi. E depois ela não me disse mais nada, mas eu sabia que ela queria dizer alguma coisa afinal ela não teria outro motivo para estar parada á minha frente, mordendo a bochecha e me olhando com cautela. –Então... 

-Eu vim pra me despedir.  – Ela disse tão baixo que pensei ter ouvido errado e no fim das contas eu gostaria de ter ouvido a coisa errada. Mesmo com tudo o que houve entre Normani e eu uma despedida era tudo o que eu menos queria entre a gente, meu peito já começava a doer em antecipação. 

-Se despedir? Como assim? Pra onde você tá indo? – Perguntei vendo-a suspirar em tristeza e foi quando eu soube que aquilo não era uma brincadeira. Era mesmo uma despedida e meus olhos já começavam a arder, mas eu queria resistir bravamente e não chorar. Não tão cedo, pelo menos. 

-Eu contei tudo aos meus pais. – Ela respondeu e vendo minha expressão confusão ela se apressou em se explicar. –Sobre eu ter me metido com as pessoas erradas, com coisas erradas. Com drogas. – Eu abri a boca tentando dizer alguma coisa mas nada saiu, eu sabia que ela tinha se metido em grandes problemas mas ouvi-la repetir isso ainda era um choque pra mim, talvez nunca fosse deixar de ser.  

-E-eles te castigaram? – Perguntei me encolhendo, o rumo que a conversa tomava me deixava com frio, mas um tipo de frio que me gelava por dentro. 

Antes de realmente me responder Mani se sentou no sofá e abraçou o próprio corpo, quando me dei conta ela estava chorando e eu não pude segurar minhas próprias lágrimas. 

Que merda está acontecendo? Por que estamos nos despedindo? Deveríamos renovar nossos votos de amizade e não nos separar pra sempre, eu pensava. 

Me sentei ao lado daquela garota que tinha sido minha melhor amiga por um longo tempo, e quando olhei rapidamente em seu pulso e vi a antiga pulseira de couro que eu havia dado á ela á muito tempo como símbolo da nossa amizade, foi que eu entendi que ela ainda era minha melhor amiga e droga... Ela estava indo embora. 

-No começo sim. – Ela respondeu com a voz embargada, levantando a cabeça e encarando a TV desligada, como á duas semanas atrás, e então ela fungou e continuou. –Eles me tiraram o celular, me separaram do Arin... Enfim, semana passada eles sentaram e conversaram comigo, me perguntaram se eu ainda estava usando drogas, eu... – Mani fez uma pequena pausa quando seu choro veio mais forte e eu botei minhas mãos em suas costas para confortá-la. –... Eu respondi que sim, mas que eu queria parar, que eu queria ajuda. – Naquele instante eu sorri orgulhosa dela e quis abraça-la, mas eu me contive sabendo que ainda não era a hora. –E então eles me tiraram da escola, reviraram meu quarto e tiraram qualquer vestígio da droga, no primeiro dia foi fácil, eu estava determinada mas o tempo foi passando e eu sentia que se não usasse eu iria morrer, Laur. Eu fechava os olhos e me lembrava da sensação de engolir as pílulas e de como elas me faziam flutuar, aí eu surtei e quebrei a casa toda atrás das minhas pílulas, eu quebrei tudo Laur, destruí cada coisa na minha frente. 

Eu não sabia direito o que sentir com tudo o que eu estava ouvindo, continuei calada, acariciando as costas de minha amiga, esperando que ela se recuperasse de sua crise de choro. 

-E daí meus pais decidiram me internar. – Eu me senti travada, presa naquele momento quando ouvi a notícia. 

Minha primeira reação foi abrir a boca em choque, depois engolir em seco e depois eu estava sem ação, sem saber o que fazer, genuinamente perdida. 

-Tem uma boa clínica no Texas em Houston, e é também onde meus avós moram então meus pais compraram minha passagem, eu to indo pra lá essa noite, acho que meu voo saí as nove. 

-Essa noite? – Eu perguntei chorando como um bebê. 

Chorando por Normani, chorando ter perdido meses longe dela, chorando por não ter estado ao seu lado semana passada quando ela quebrou sua casa, chorando por seus erros, chorando pelas consequências... Chorando por não ter mais tempo com ela. 

Eu estava perdendo minha melhor amiga e céus! A dor era terrível, me fazia sufocar, eu não conseguia mais conter meu choro, eu estava chorando, soluçando como uma criança, agarrada a Normani pensando que talvez assim ela não tivesse de ir embora. 

-Eu não acredito! Diz pra mim que é mais uma brincadeira sua. – Eu implorava, minha estava voz abafada em seu ombro e se misturava aos seus próprios soluços. 

-Eu queria que fosse, Laur, eu queria muito que fosse mas não é. – Ela respondeu me afastando apenas o suficiente para secar o rosto, o que era inútil já que novas lágrimas desciam e com mais força, com mais pressa. 

-Qua-quanto tempo você vai ficar lá?  

-Eu não vou voltar mais pra Miami, meus pais também vão ano que vem então... Eu vou sentir tanta saudades Laur, eu queria que nada disso estivesse acontecendo, que eu não tivesse sido tão burra, que... 

-Shh. Esquece tudo isso, por favor, deixa isso pra trás. – Eu a abracei outra vez e não pude dizer quanto tempo ficamos ali, abraçados no meu sofá, chorando por uma despedida tão repentina. 

Mani e eu murmuramos uma para a outra o quanto iríamos sentir falta uma da outra, eu ainda não conseguia acreditar que ela estava mesmo indo embora, que minha melhor amiga jamais iria dividir novos momentos comigo outra vez. Pensar sobre isso me deixava tão despedaçada que eu preferia apenas ignorar e lidar com isso em outro momento. 

Mani soltou um risinho no meio de nosso silêncio e eu me afastei a encarando, vendo-a limpar o rosto e alargar o sorriso. 

-Que foi? – Perguntei. 

-Nada, só to me lembrando de quanta coisa a gente viveu juntas, eu me lembro perfeitamente de quando a gente se conheceu. 

-O vôlei. 

-É, o vôlei e você indo de bunda no chão. – Nós gargalhamos com a lembrança, ela parecia tão viva em minha cabeça que eu quase podia vê-la acontecendo diante de meus olhos. 

Flash Back On 

-Time A contra time B! Alguma dúvida? – Todos disseram não quando a professora perguntou mas eu queria gritar que sim, eu tinha uma grande dúvida plantada na cabeça e era em qual time eu me encaixava. 

Afinal, eu era a aluna nova entrando no meio do ano letivo enquanto todo mundo já se conhecia e tinha seus devidos grupos formados. Eu me sentia acanhada mesmo que não fosse muito do meu feitio. Era fácil para mim fazer amigos mas no meio de todas àquelas garotas com realidades tão diferentes da minha eu me sentia um peixe fora d’água. 

Até porque ainda não me caiu muito bem a ficha de que eu não era mais a garota bem de vida, eu não iria todas as manhãs para o colégio de elite de Miami no ar limpinho do sul. 

Eu havia passado á ser – do dia para a noite – a garota cuja casa toda tinha o tamanho da sala de estar da antiga mansão que papai teve de vender. 

-Algum problema, Jauregui? – A professora perguntou ao notar que eu era a única que não estava me posicionando na quadra, eu continuava no canto esperando alguém lembrar da minha presença. 

-Eu não sei em qual time estou. – Respondi acanhada, brincando com a barra de minha camiseta. 

-Hm, deixe-me ver... Senhorita Steinfeld! Dê seu lugar á sua nova colega. – Eu arregalei meus olhos quando a garota me olhou fulminante e bufou, saindo dali segundos depois. –O que está esperando, senhorita Jauregui? Vá até rede e bloqueie tudo o que vier. 

-Tu-tudo bem. – Eu respondi marchando timidamente até minha posição em frente a rede. Aquela coisa parecia alta demais para que conseguisse bloquear qualquer coisa e eu pensei em perguntar se alguém gostaria de trocar de lugar comigo, mas era tarde demais. Alguém já havia feito um saque e o jogo já corria rápido demais para eu acompanhar. 

Estava indo tudo quase bem, eu apenas girava de um lado para o outro, acompanhando o jogo como espectadora dentro da quadra, eu não havia tocado na bola uma vez se quer... Até que era minha vez de sacar. 

Eu fiquei surpresa quando a bolou voou alto e fizemos um ponto. As meninas todas vieram para cima de mim, aplaudindo minha jogada que eu pensava não ter tanta importância. 

Eu estava confiante até que se deu o próximo saque e com ele o próximo lance. A coisa é que em um momento eu estava sorrindo como uma idiota por estar no time ganhador e no momento seguinte eu estava arregalando os olhos porque a bola estava voando bem rápido em direção á minha cara. 

Eu caí sentada no chão com o impacto, me sentindo tonta e dolorida. 

Quando minha visão retornou eu pisquei várias vezes até ver minhas novas colegas me encarando preocupadas. 

Nenhuma delas estava rindo, talvez exceto por Steinfeld mas eu não ligava. 

-Ai tadinha, o nariz dela gente! – Uma garota falou aflita e só então me dei conta do pequeno filete de sangue escorrendo de minha narina esquerda. 

Para o meu eu de treze anos a sensação de ter sangue escorrendo de qualquer parte era vertiginosa. 

-Aí caramba, meninas ela vai apagar! – Disse outra garota, ruiva dessa vez, e logo todas as meninas estavam amontoadas ao meu redor. 

-Gente, saiam da frente, ela tem que respirar. – Quando a garota alta e negra ordenou todas se moveram dois passos para longe de mim e de fato senti o ar correr mais fácil por meus pulmões. –Vem garota, vou te levar na enfermaria. – Ela acrescentou me estendendo a mão que eu peguei sem pensar duas vezes. 

Em um piscar de olhos estávamos andando pelos corredores, quando chegamos a enfermaria eu estava me sentindo meio aérea então minha companheira fez todo o trabalho de explicar que eu havia tomado uma humilhante bolada na cara e que para melhorar tinha dado de bunda no chão. 

Logo eu estava sentada sobre uma maca velha com um saco de gelo no nariz. A outra garota estava me observando da porta como se eu fosse de outro mundo. 

-Você é a nova né? – Ela perguntou direta. 

-Sou. Você é? – Perguntei e só então notei que a pergunta tinha sido bastante idiota. 

-Duh, é claro que não! Mas deixa eu te falar, acho que Hailee Stenfield já te odeia. 

-Quem é essa? – Perguntei confusa. 

-Será que a bolada foi tão forte assim? Hailee é a rede do time Jr. da escola, a professora te colocou no lugar dela e ela não gostou nem um pouquinho. 

-Que legal. – Eu disse sem entusiasmo nenhum. Minha voz ficava engraçada já que o saco de gelo cobria minha boca. 

-É sério? – Ela perguntou chocada e revirei os olhos. 

-Mas é claro que não, isso é sarcasmo. – Eu respondi como se fosse óbvio e ela arqueou uma sobrancelha. 

-Sarcasmo? Olha só querida, eu sei de onde você veio, é ex riquinha e tudo o mais só que não venha com essas palavras complicadas pra cima de mim. 

-Sarcasmo não é uma... Argh, dani-se. – Eu dei de ombros e a outra riu como se tivesse ouvido uma piada. 

-“Dani-se” é o melhor que pode fazer? 

-Algum problema com ter uma boca limpa? 

-Por aqui sim, é um problema, vai ter que aprender umas palavras legais, riquinha. – Ela respondeu e eu larguei o saco de gelo ao meu lado, ela fez uma careta ao olhar meu nariz avermelhado. –Isso aí tá bem feio, riquinha. 

-É Lauren. – Eu respondi calmamente e ela deu de ombros. 

-Prazer, Normani Kordei. – Ela disse me estendo a mão e nos cumprimentamos. 

Eu sabia que havia ganho uma amiga quando ela fez questão de me acompanhar de volta á quadra, tagarelando sobre como eu precisava aprender algo melhor que “dani-se” e sobre como meu nariz estava horrível. 

Eu sorri e disse á ela que lhe ensinaria o significado de “sarcasmo” se ela me levasse além dos limites do “dani-se”. 

Flash Back Off 

-Nossa, eu me lembro que você ficou me chamando de “riquinha” por dois meses. – Eu disse enquanto ria da lembrança de nossa primeira conversa. 

-É, e você ficava sendo sarcástica o tempo todo e eu dizia “hey, isso é sarcasmo!”. – E novamente explodimos em risos porque era exatamente assim que as coisas tinham sido. 

-Sabe o que eu me lembro? Que tivemos nossa primeira briga porque começamos a gostar do mesmo garoto! 

-AH MEU DEUS! Nem me fale, o Greg do High School, ainda era seu primeiro ano e éramos duas pirralhas do Elementary. Cara, eu lembro perfeitamente disso. 

Flash Back On 

-Laur, deveríamos fazer outra noite das garotas na sua casa, a última foi incrível! – Eu concordei com a cabeça quando Dianna sugeriu outra noite em minha casa e sorri com o quanto as coisas tinham mudado em poucos meses. 

Tinha sempre tanta gente ao meu redor, querendo falar comigo, estar comigo que eu me sentia cercada as vezes, onde eu ia tinha alguém querendo falar com Lauren Jauregui, mas eu definitivamente jamais iria reclamar. Era melhor do que ser apenas a garota que levava boladas na cara. 

-Totalmente concordo, e deveríamos chamar a Lindsey, vocês já viram o Greg irmão dela? Ele é totalmente lindo. – Eu disse suspirando ao imaginar aqueles lábios fininhos e rosados sendo meu primeiro beijo. Aqueles cabelos loiros perfeitamente arrumados em um moicano eram perfeitos para eu correr meus dedos por eles enquanto nos beijávamos. 

-Nem me fale, ele me faz passar mal. Argh, deveria ser proibido alguém ser tão lindo, já viram os olhos azuis dele? Me deixam de pernas bambas. – Eu ergui a mão para o alto para Jessica trocar um Highfive comigo, porque eu absolutamente concordava com ela. 

Greg tinha lindos olhos. 

Quando joguei meu cabelo sobre meu ombro eu notei pelo canto do olho um moicano loiro se aproximando e ouvi minhas amigas soltarem sons parecidos com uivos enquanto eu me mantive tímida. Ele passava olhando para nós, um sorriso galante brincando em seus lábios deixando á mostra o aparelho metálico recém colocado. Nem àqueles ferros tiravam o charme do garoto. 

-LAUR! – Ouvi alguém me tirar de meu transe e olhando para o fim do corredor eu via Normani correndo até mim. –Você viu? É ele, Laur! É por ele que eu to totalmente apaixonada! 

-O que? Pelo Greg? – Eu perguntei incrédula e ela assentiu enquanto o resto das meninas se dispersavam, provavelmente sabendo que uma discussão se aproximava. 

-É, ele é tão lindo! Eu tenho até uns coiso. – Ela disse suspirando assim como eu suspirava por Gregory Tyler. 

-Nós totalmente temos um problema. – Eu disse. –Gregory também é minha paixão. 

Normani arregalou os olhos e eu cruzei os braços, meu cenho bravo e irritado assim como o dela. 

-Tá brincando comigo? Eu vi ele primeiro, você chegou tem três meses. 

-Você nem falava dele até semana passada, eu falo dele á três semanas. 

-Você nem falava o nome dele, Michelle. 

-E você também não, Kordei. 

-Temo um problema. 

-Temos totalmente um problema. – Eu concordei bufando. 

-Já sei como podemos resolver isso. – Arqueei a sobrancelha em resposta. –Vamos dar mole pra ele, quem ele não escolher desiste e deixa o caminho livre pra outra. Fechado? 

Eu analisei a coisa toda bem rápido, não parecia muito maturo mas eu tinha treze anos. 

Foda-se a maturidade. 

-Fechado. 

Flash Back Off 

Normani e eu estávamos recostadas sobre o sofá, rindo tão alto que talvez os vizinhos escutassem, mas eram momentos assim que me fariam uma falta absurda. 

-Nós éramos tão idiotas e no final ele era gay. – Ela disse e eu assenti sem poder dizer muito enquanto ria escandalosamente. 

-Quando Lindsey nos contou sobre o namorado dele você quase desmaiou. – Eu disse e Normani caiu na gargalhada outra vez. 

-Essas são uma das minhas lembranças favoritas, essas e as dos primeiros dias da Pê em casa, eu me lembro muito bem de me sentir no papel de proteger vocês duas. – Ela disse com um sorriso terno que desaparecia lentamente. 

Eu tinha certeza que só então Normani havia se dado conta de que não iria mais acompanhar o crescimento de minha filha. Era tão destruidor para mim quanto era pra ela. 

-É, eu também me lembro... 

Flash Back On 

Eu não conseguia acreditar que finalmente estava segurando-a em meus braços, sentindo seu cheirinho de vida que acabava de começar, sentindo seus frágeis dedidnhos agarrando meus próprios dedos, esperando seu tempo para abrir os pequenos olhos pela primeira vez. 

Honestamente, eu imaginei o momento em que eu iria segurar minha filha pela primeira vez da maneira errada. Eu imaginei que eu estaria extremamente nervosa, que minhas mãos estariam trêmulas e que meu coração estaria prestes a sair do peito. 

Mas não era assim, era muito melhor. 

Quando abri meus olhos a primeira coisa que notei foi que minha barriga havia sumido e então eu me senti nervosa, com medo, mas quando a enfermeira adentrou o quarto com aquele pequeno embrulho nos braços eu me acalmei no mesmo instante. 

Nada de mãos trêmulas, nada de nervosismo, nada de coração agitado. 

Quando eu a segurei eu me senti tão calma, meu coração estava tranquilo porque finalmente a outra parte de mim estava ali, nos meus braços. Eu não imaginei que choraria mas foi inevitável não derrubar algumas lagrimas quando botei meus olhos sobre ela. Eu admirei cada detalhe, a pele branquinha e rosada, os lábios tão parecidos com os meus que se abriram em um bocejo quando a ajeitei contra o meu peito. 

Ela era tão perfeita que eu chorava enquanto sorria. 

Duas batidas na porta me fizeram encarar a entrada e Normani sorriu quando botou os olhos sobre mim. 

-Meu Deus, Laur! – Ela exclamou baixinho, não querendo interromper o quão sagrado àquele momento era. –Ela é tão pequena e tão linda. 

Eu apenas assenti abobalhada demais por ter minha filha nos braços pra poder dizer qualquer coisa. Eu não conseguia tirar meus olhos dela, não conseguia parar de ansiar pelo momento em que eu saberia se ela teria a cor dos meus olhos ou a cor dos olhos de Brad. Eu não conseguia parar de acariciar seus dedinhos agarrando o meu indicador. 

Eu não queria que aquele momento acabasse. 

Minha melhor amiga estava em pé ao lado da cama, olhando para o bebê em meus braços com um grande sorriso, eu sabia que não tinha melhor pessoa do que ela estar ali comigo antes que qualquer um estivesse. 

-Quer pegar ela, Mani? – Ela me encarou animada porém hesitante. 

-Eu? Eu não sei não, Laur, não sei fazer isso e olha pra ela. Tão pequena e frágil, eu tenho medo de machucar e... 

-Mani, relaxa. – Eu a cortei suavemente. –Senta aqui do meu lado, eu te ajudo. 

-Tem certeza? 

-Tenho. – Eu respondi sorrindo. 

Normani se sentou ao meu lado e fez questão de estar em uma boa posição, lenta e cuidadosamente eu passei minha filha pra ela e Mani sorriu mais largo quando ouvimos uma resmungo suave. 

Meus braços já sentiam falta do meu pequeno presente mas eu não reclamei, ver minha melhor amiga segurando minha filha era lindo. 

-Caramba, como você é leve e pequena, nem parecia que ia ter só esse tamanho dentro daquele barrigão. E falando nisso, que baita susto você deu viu, era nossa noite de garotas, eu estava vencendo sua mãe no UNO outra vez... Mas tá tudo bem, eu vou te ensinar a ganhar dela, vou te ensinar a gostar de Beyoncé, vou te ensinar a dançar o Nae Nae, vou te ensinar a ser uma diva... E ah! Com certeza eu vou aproveitar muito dessa sua carinha fofa pra conseguir as coisas da sua mãe, e pode ter certeza que eu vou te ajudar a pegar aquele quarterback da escola... Quando você tiver idade é claro! E pode ter certeza que eu vou... 

Eu não sei em que momento me deitei ao lado das duas, mas enquanto eu deixava a exaustão me por pra dormir eu tive certeza de que Normani seria a melhor madrinha de todos os tempos. 

Flash Back Off 

-Ainda não posso acreditar. – Eu murmurei quebrando o silêncio que nos cercou depois que nossos risos se calaram e deram lugar a percepção de que não iríamos mais nos ver.  

-Eu também não. – Ela sussurrou. 

-Promete que vai se recuperar direitinho? – Perguntei me rendendo as lágrimas outra vez. 

-Prometo. – Ela respondeu. –E você promete que vai se bronzear e que vai sempre me mandar fotos da pestinha?  

-Prometo... Quer dizer, a parte das fotos. – Nós rimos juntas da pequena piada. 

Eu sabia que a coisa toda estava acabando, que ela estava prestes a se levantar e anunciar que estava indo e eu sabia que ela não iria mais voltar. Era estranho saber que eu não veria mais umas das pessoas mais importantes em minha vida. 

-Acho que é isso. 

-É... An... Eu vou sentir saudades, Manibear. 

-Eu já to sentindo a sua, minha Vanilla. 

A próxima coisa que eu sabia era que Mani e eu estávamos nos abraçando com força.  

Eu sabia que ela não queria e ela sabia que eu não queria que ela fosse. 

De qualquer forma, quando ela teve de sair, me deixando um último aceno eu a perdoei por tudo. 

E ela sabia disso. 

Camila’s Pov 

Eu estava prestes a tomar uma das maiores decisões de toda àquela semana e não poderiam haver erros de forma alguma. 

-Chocolate preto ou branco? – Questionei meus amigos pela décima vez e eles armaram expressões pensativas antes de me responderem. 

-Branco. – Constatou Liam. 

-Nah, preto cara, o branco é muito enjoativo. – Niall disse em seguida. 

-Misture. – Dinah ordenou e o restante, que até então não havia se pronunciado, concordou com a cabeça. 

-E outra vez eu me pergunto porque peço ajuda pra vocês. – Disse suspirando. 

-É que nós somos seus únicos amigos, sua perdedora. – Zayn falou e quando olhei para ele e me lembrei de que ele passara a ter cabelo verde eu engoli uma risada. Ele estava bastante sensível com assunto já que fora alvo de piadas de cada um de nós ali. 

-Me desculpe duende verde. – Eu rebati sem resistir á uma boa provocação e todos caíram na gargalhada enquanto Zayn revirava os olhos e bufava cruzando os braços como um garotinho bravo. 

-Vá se ferrar. – Ele grunhiu em resposta. 

-Vá ter um cabelo decente. – Dinah interferiu e logo eu estava me dobrando pra rir outra vez. 

-Certo, certo, agora vamos voltar ao que interessa. – Eu pedi. 

-Coloque os dois. – Siope respondeu e quando todos assentiram eu estava convencida de que era o melhor á ser feito. 

Assim que organizei perfeitamente os chocolates eu admirei a cesta sobre minha cama. Estava perfeitamente decorada com tudo o que Dinah chamava de “Kit TPM”. Havia uma porção absurda de comidas completamente não saudáveis, flores frescas, alguns dos filmes mais clichés da história e no fim, bem escondido estava um convite especial que havia me custado algumas horas. 

Afinal, eu não era mais uma aluna da Miami North e conseguir convites era uma tarefa bem mais difícil por conta disso, mas nada que uma boa postura de garota ruim não resolva. Carter – responsável pelo comitê do baile – me vendeu os convites em dois segundos depois que fechei a cara. 

-Tudo pronto, agora eu vou ligar só pra confirmar que ela tá em casa. – Eu disse já discando o número tão conhecido, ligar para Lauren era como um hábito, se não estávamos juntas então sempre estávamos penduradas em linhas telefônicas. 

-Camz. – Eu franzi o cenho quando logo notei algo errado. Lauren sempre me atendia cheia de animação e risos mas ela soava tão rouca e distante. 

-Hey babe... Sentiu saudades? 

-Senti. – Eu fiquei esperando que ela fizesse a pergunta de sempre, o típico “e você?” mas quando isso não aconteceu eu tive certeza de que algo estava errado. Eu sempre esperava que ela perguntasse “e você?” então eu poderia dizer o quanto sentia a falta dela e o quanto a amava. 

-Que foi amor? Tá parecendo meio chateada. – Eu perguntei e minha preocupação triplicou quando ouvi um fungar típico de quem chorava. 

-Nada, só essa cólica horrível. – Eu quase acreditei. Quase. Eu conhecia muito bem a garota que eu amava para saber que uma cólica não seria o suficiente para deixa-la em lágrimas. –Vou ficar bem. – Ela acrescentou tentando soar mais convincente. 

-Eu te conheço, cariño. Eu sou seu anjo agora, fala pra mim que eu resolvo. – Eu disse meio brincando e meio falando a verdade absoluta mas não ganhei nem um risinho da morena. Foi quando me dei conta de que era realmente sério e ouvi-la tão pra baixo me fez murchar por dentro. 

-Mani vai embora. – Ela murmurou do outro lado da linha e de repente tudo ficou quieto. 

Eu podia ouvir sua respiração instável e nada mais. 

-Amor eu... Sinto muito, muito mesmo. – Eu disse me sentindo um fracasso por não ter nada melhor pra falar, eu queria ser mais útil do que isso quando a garota dos meus sonhos claramente precisava de mim. –Quando tudo isso aconteceu? 

-Hoje. – Ela disse. 

Eu aprendi que definitivamente não gostava de uma Lauren chateada, não gostava quando ela falava tão pouco, eu já sentia falta de ouvi-la tagarelar. 

-Baby girl, eu realmente não sei o que te dizer. Droga, eu queria ser melhor nisso. – Suspirei frustrada. –Escuta, se eu levar uma cesta de chocolates, meus dois ombros pra você chorar e muitos “eu te amo’s” pra dizer, você acha que ajuda? – Perguntei nervosa e esperançosa, quando finalmente ouvi um riso – rápido e meio desanimado mas era melhor que nada – eu comemorei internamente. 

-Ajuda sim, meu anjo. Eu vou ficar te esperando... Pra você cuidar de mim. 

*** 

Chuvas eram coisas que geralmente me deixavam irritada, mas não enquanto estava com Lauren em meus braços, não enquanto ela ouvia meu coração batendo. Naquela hora a chuva era bem vinda, o som dos pingos batendo contra a janela eram relaxantes. 

-Ah meu Deus! Ele vai morrer. – Lauren choramingou e eu beijei sua cabeça outra vez. 

-Você já sabe disso, amor. É Titanic. – Eu disse suavemente, temendo dizer algo cruel demais para aquele momento. 

-Eu sei mas mesmo assim. – Foi seu argumento todo choroso e eu ri baixinho. 

Eu estava perfeitamente confortável em assistir a qualquer filme com ela mas eu sabia que precisávamos falar sobre Normani, eu sabia que Lauren estava evitando o assunto e que precisaria desabafar em algum momento. Mas eu respeitaria seu tempo, enquanto ela quisesse assistir filmes tão trágicos como Titanic era isso o que iríamos fazer. 

-Quer mais um chocolate? – Perguntei estendendo minha mão para dentro da cesta ao meu lado. A morena assentiu sem tirar os olhos do laptop onde Rose e Jack trocavam últimos momentos. Era difícil não me lembrar de quando Lo e eu fomos Rose e Rose, eu sorri com a lembrança.  

Quando meus dedos se fecharam em torno de uma das últimas barras restante eu senti a textura do convite e arregalei os olhos ao me lembrar dele. Eu estive tão concentrada em deixar a morena o mais confortável possível que havia me esquecido que a cesta era, na verdade, parte da surpresa que era convidá-la. 

-Merda. – Murmurei. 

-Que foi, Camz?  

-Na-nada amor, eu só, er... 

-Camila, você tá gaguejando. – Ela disse se apoiando sobre o cotovelo e deixando de lado o filme que rodava em seu laptop. 

-To não. 

-Tá sim. 

-To não. 

-Tá sim. 

-To não.  

-Camila. – A morena resmungou manhosa e eu suspirei derrotada, não tinha modo de competir com uma Lauren manhosa. 

-Tudo bem, eu preparei uma coisa pra você mas com tudo o que aconteceu eu acabei me esquecendo. 

-Preparou o que? – Ela perguntou se ajoelhando sobre o colchão, seus olhos brilhavam de curiosidade. 

-Ah não é nada demais, é só... Ah toma aqui. – Eu estendi o envelope para ela e Lauren o abriu em um piscar de olhos. 

Primeiro ela abriu a breve carta que eu havia escrito, o convite estava ao seu lado. Enquanto seus olhos focavam sobre as palavras no papel eu observava suas reações. Seu sorriso crescia e ao mesmo tempo eu repetia as palavras escritas eu minha cabeça. 

No final das contas, o melhor de tudo aconteceu. Lauren se jogou sobre mim, me abraçando e beijando cada centímetro de meu rosto, eu sorria aliviada imaginando que aquilo era um “sim”. 

-É claro que sim, Camz! Mil vezes sim. Eu quero ser infinita com você de novo e de novo e de novo... – E eu a calei da melhor maneira possível: 

Com um beijo. 


Notas Finais


É isso aí gente!

Se os capítulos tivessem um tema, esse ficaria com o tema "amizade" ... E já to encaminhando os personagens pro fim da fic, Normani foi a primeira u.u

E a carta que a Camila escreveu pra Lauren pra chamar ela pro baile tá no próximo capítulo!!


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