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História Bad girl gone good - Temporada 2 - Weekend


Escrita por: FindingLauren

Notas do Autor


Primeiramente: como é que cês estão?

Em segundo: tá cedo demais e eu ainda to dormindo, então não vou dizer muita coisa

Boa leitura e espero que gostem!

Capítulo 58 - Temporada 2 - Weekend


Fanfic / Fanfiction Bad girl gone good - Temporada 2 - Weekend

Camila's POV 

Dizem que as pessoas acordam sorrindo depois de uma noite de bom sexo e era verdade. A primeira coisa que fiz quando abri meus olhos foi deixar meu rosto relaxar em um sorriso, ainda sonolento, mas um sorriso. 

Estiquei meu corpo afim de me espreguiçar mas meu movimento foi interrompido e quando olhei para baixo meu sorriso aumentou. Lauren estava deitada completamente sobre mim, sua cabeça descansando em minha barriga, seus cabelos espalhados sobre meu tronco faziam cócegas em minha pele. Seus braços envolviam minha cintura e suas pernas estavam emboladas junto ás minhas. 

Depois de reparar na forma deliciosa como seu corpo quente me cobria acabei engolindo em seco. A pele de suas costas estava avermelhada, arranhada, alguns pontos tinham vergões que desciam até sua bunda. Suas coxas estavam marcadas também, a parte interna tinha chupões tão intensos que a pele estava levemente arroxeada. 

-Caralho. - Sibilei me perguntando que tipo de Camila tinha me possuído noite passada.  

Olhei em volta do quarto ainda parcialmente escuro – mesmo que eu pudesse ver a luz do sol por trás das cortinas – e, se possível, meus olhos se arregalaram mais. Se eu não soubesse do sexo intenso que tivemos ontem eu diria que um furação destruiu aquele quarto. 

Nossas roupas estavam em todo lugar – havia um sutiã preso ao ventilador no teto – o par de algemas que eu tinha comprado ainda estava preso á mão esquerda de Lauren, o chicote estava jogado perto da porta e havia uma cadeira em frente á cama. Vendo aquele móvel ali eu sorri sacana, me lembrando da ideia que tive após o segundo orgasmo que dei á minha noiva. Eu pensei por que não sentar Lauren na cadeira e algema-la e por que não chupa-la naquelas condições. A morena concordou com a ideia tão rápido que mal tive tempo de piscar e ela já tinha aparecido com uma das cadeiras da cozinha, àquela altura seu corpo ainda não estava tão marcado. A coisa toda com o chicote veio depois e eu me lembrava de cada detalhe. 

-Caralho. - Falei outra vez. 

-Se você falar isso de novo, Camila... - Lo murmurou me fazendo saber que ela não estava completamente adormecida. 

Levei minha mão até sua cabeça e comecei a lhe fazer carinho, ela sorriu e gemeu em aprovação. 

-Você tá bem? - Perguntei. 

-Sim, por que eu não estaria? 

-A gente pegou meio pesado, você tá toda marcada babe. 

-Hmmm. Eu to ótima, nem sei por que eu estava com aquela frescura de me achar gorda, imagina quanto orgasmo eu perdi. 

-Eu também não. - Ela beliscou minha cintura, me fazendo gemer baixinho. 

-Shhh, não é pra concordar quando eu estiver errada. - Ri e peguei sua mão, trazendo-a até meus lábios para beijá-la. 

Estiquei meu pescoço para olhar no relógio ao lado da cama e suspirei. 

-Eu tenho que levantar, amor, já são seis e quinze. 

-Nãaao. - A morena gemeu, me apertando mais. -Só mais um pouquinho, tá gostoso aqui, mesmo que sua barriga esteja roncando no meu ouvido. 

Gargalhei e depois lutei contra a preguiça de Lauren por mais dez minutos, por mais que eu também quisesse ficar ali com ela eu tinha aulas para dar á partir das sete e meia e um filho pra deixar na escola. No fim das contas escutamos o chorinho de Theo através da babá eletrônica e Lauren rendeu-se, tendo que se levantar de qualquer forma. 

-É fralda suja, Camila! É com você. - Escutei minha noiva anunciar alto do outro quarto e ri de seu tom de voz. 

-To indo! - Aceitei meu destino, sabendo que o combinado era esse. Já que Lauren passava o dia com ele a primeira fralda era minha, era justo desse modo e eu participava dos cuidados á ele de alguma forma. Eu passava grande parte do dia fora com o trabalho e a faculdade por isso qualquer tempinho com minha família era precioso, principalmente com Theo que era apenas um bebê e precisava de atenção dobrada. 

Depois de uma fralda trocada com sucesso, um banho rápido e uma missão desafiadora onde Lauren e eu tentávamos acordar Patrick e depois uma de nós ficava para monitorar o banho do garoto e impedir que ele alagasse o banheiro ou passasse trinta minutos lá dentro enquanto a outra preparava o café da manhã, eu estava sentada em frente á um sanduíche de queijo, um copo de suco e uma fruta que eu só iria comer porque Lauren sabia insistir. 

Patrick estava ao meu lado, ainda sem a camisa da escola, com os sapatos desamarrados e os cabelos penteados daquele jeito que deixava Lauren horrorizada. Ele formava alguma frase com o cereal em forma de letrinhas enquanto conversávamos sobre a chegada de sua irmã mais velha em dois dias. 

-Sabe o que eu vou fazer, mama? Vou encher o quarto dela de mariposas. - Ele disse animado, sabendo que Penélope detestava esses bichinhos. 

-É assim que vai dizer pra sua irmã que sentiu falta dela? - Questionei o encarando feio. 

-É. - Ele deu de ombros. -Tia Dinah disse que uma boa pegadinha é melhor que mil palavras. 

Mas é claro que Patrick não teria pensado nisso sozinho, Dinah tinha que estar envolvida. 

-Tudo o que sua tia Dinah disser não deve ser levado em consideração.  

-O que é isso? - Ele perguntou separando uma letra A cor de rosa e colocando-a sobre a mesa de vidro. 

-Não deve dar ouvidos, entende?  

-Por que? - Ele perguntou curioso. 

-Porque tia Dinah é muito brincalhona, nem tudo o que ela diz é sério. 

-E daí? 

-E daí que brincadeiras não devem ser levadas á sério, tipo essa da pegadinha. 

-Por que não? - Resisti ao impulso de revirar meus olhos e apenas mordi meu sanduíche. 

-Por que... Por que... - Tomei um gole de suco apenas para ganhar tempo e quase joguei as mãos para o alto quando vi Lauren se juntando á nós, ajeitando os seios dentro do pijama.  

-Bom dia minhas vidas! - Ela beijou a testa de Patrick e logo começou a desmanchar o penteado do garoto e com os dedos colocou os fios longos todos perfeitamente para o lado. Pat emburrou a cara e chacoalhou a cabeça para bagunçar o cabelo outra vez. -Filho! - Lo reclamou. 

-Não gosto assim, mamãe, fico parecendo o Bruno e ninguém gosta de parecer o Bruno. - Explodi em gargalhadas, quase me engasgando com meu sanduíche e Lauren me olhou com as mãos na cintura e uma cara toda séria. 

-O que é que tem de errado com esse Bruno? - Lo perguntou se sentando de frente para mim e bebericando do leite morno que deixei já servido para ela. 

-Ele é um idiota.  

-Patrick! - Chamamos sua atenção diante da palavra que ele não deveria pronunciar, porém a palavra não foi exatamente o que nos chamou atenção e sim a forma como as bochechas de nosso filho ficaram vermelhas e ele parecia verdadeiramente chateado com o assunto. 

Lauren e eu nos entreolhamos, ambas atentas ao comportamento de nosso garoto. 

-Filho, olha aqui pra  mamãe. - Lauren pediu, tocando a mão de Patrick sobre a mesa, no entanto o garoto não quis levantar o olhar. -Pat. - Ela tentou outra vez e eu toquei seus cabelos, tentando amolecer a postura tensa dele. 

-Patrick, você pode olhar pra sua mãe, por favor, ela tá te chamando filhote. - Pat negou fervorosamente com a cabeça e Lauren e eu nos encaramos em silêncio, agora definitivamente atentas. -Pode olhar pra mim? - Ele negou outra vez e suspirei derrotada. 

-Posso subir? - Ele perguntou, sua voz soando baixinha e quase chorosa, algo de apertar o coração. 

-Vai nos dar um beijo antes? - Lauren perguntou, mudando o tom para algo mais brincalhão. 

Pat assentiu já se levantando, beijou minha bochecha antes de ir até Lauren e fazer o mesmo, a morena aproveitou para abraçá-lo e dizer que nós o amávamos e eu sorri diante da cena. 

-Só eu acho que isso foi estranho?  

-Não, eu também achei. Eu vou na escola se isso continuar. - Pensei em dizer que eu poderia fazer isso, mas eu já conhecia a resposta que viria. "Não, obrigada amor." E definitivamente eu queria evitar estragar o bom clima que nos cercava de qualquer maneira. -Não que eu me importe mas cadê a desnecessária? 

Ri da careta de minha noiva e da forma como se referiu a Dinah e antes que eu pudesse responder ouvimos a porta da frente bater. 

-Bem aqui, diaba. Não consegue tirar meu nome da boca mesmo. 

-Não consigo te tirar nem da minha casa, ô encosto.  

-Ah meu Deus. - Murmurei frente àquela discussão mas nem perdi meu tempo tentando contê-las 

 Dinah – que definitivamente tinha acabado de chegar – se sentou ao meu lado e torci o nariz sentindo cheiro de perfume masculino, o que explicava porque ela estava com os cabelos bagunçados e andando de forma... Engraçada. 

-Você sumiu ontem. - Comentei. -Perdeu minha briga com o amigo da Lauren. - A morena sorriu ao lembrar e Dinah arregalou os olhos. 

-Você brigou?  - Assenti limpando minha boca e encarando a fruta á minha frente. Lauren botou um pouco de mel sobre o mamão e me deu um sorrisinho que não pude deixar de retribuir. Agora a fruta parecia mais atraente. -Bom, eu transei, nossa e como transei!  - "AH, EU TAMBÉM!" Gritei mentalmente, meu olhar voando para minha noiva que já me encarava, sabendo exatamente o que eu pensava. 

-Quem te quis? - Lauren provocou e ao meu lado Dinah lhe apontou um garfo. 

-Muita gente ô zebra sem listra preta, eles preferem as bronzeadas do que as transparentes viu?. - DJ rebateu. 

-Até parece. - Lauren deu de ombros. 

-Enfim, dei muito! To quebrada, mas realizada. - Jane finalizou sorridente. 

-Bom, fico feliz por você DJ. - Me levantei da cadeira e fui até minha noiva. -Eu vou apressar o Pat e já vou ok? Eu te amo muito, cariño. - Lo abriu um sorriso que me fez ganhar o dia ali mesmo e se esticou para me beijar, teve de ser um selinho rápido mas meu coração já estava á mil. 

-Quando é que eu vou ter isso ein? - Ouvi Jane resmungar e logicamente Lauren não ia perder essa oportunidade. Lá se iniciou outra discussão. 

-Quebrada, realizada e mal amada, não é mesmo Jane? 

-ESCUTA AQUI, Ô POMBA BRANCA... 

Com minhas bochechas doendo de tanto rir, saí dali antes que estivesse oficialmente atrasada. Já no carro Pat e eu nos entreolhamos ouvindo as farpas trocadas do lado de dentro, e pedimos aos céus que aquelas duas não se matassem. 

*** 

Era finalmente sábado e a casa toda estava animada. Não era nem sete da manhã quando Patrick rompeu quarto á dentro e saltou sobre nós, pulando sobre a cama até que levantássemos. Quando Lauren se deu conta de que dia era, pegou o garoto no colo e os dois giraram pelo quarto, tomados por uma felicidade contagiante. 

Uma hora e meia depois estávamos todos no saguão do aeroporto, ansiosamente esperando o único voo de Paris para Boston naquele manhã. 

-Vai demorar muito? - Patrick perguntou pelo que parecia ser a décima vez em dois minutos. 

Ele estava ao meu lado todo inquieto, usando um suéter por puro milagre e uma calça jeans, apesar da franja toda jogada nos olhos eu sabia que ele tinha o olhar mais ansioso do mundo. Todos estávamos ansiosos na verdade, Penélope estava chegando e queríamos vê-la logo. Era seu aniversário, ela estava fazendo dezoito anos e Lauren não poderia estar mais emotiva. 

E por falar em minha noiva, se eu olhasse para ela teria certeza que ela estava tentando não chorar. Com meu braço ao redor de sua cintura eu a puxei mais para perto e sorri para o bebê em seus braços. Theo estava especialmente uma gracinha, o bebê geralmente resmungão e bravo estava sorridente, sorriu até mesmo pra brisa que bateu quando saímos do carro. Lauren fez questão de vesti-lo para se parecer com Patrick, então ele estava dentro de um mini suéter bege e um adorável calça social, os poucos cabelos que ele tinha foram penteados para o lado. Se Lauren não conseguia convencer Patrick pelo menos conseguiria com Theo. 

-Se demorar mais um minuto eu vou ter um treco, Camz. 

-Aguenta só mais um pouco, babe, o voo tá marcado pra dez horas e faltam dez minutos. 

Dez minutos não deveriam durar uma eternidade, mas duraram. De qualquer forma assim que vimos Penélope nada importou. Patrick foi o primeiro a correr até a irmã que se abaixou para pegá-lo no colo e eles se abraçaram com força. Ao meu lado Lauren arquejou e senti seus ombros tremerem, o que só podia significar que minha noiva estava chorando. Olhei sorrindo para seu perfil, ela mordia o lábio para esconder o fato de que eles estavam trêmulos, beijei sua bochecha molhada e delicadamente tirei Theo de seus braços. Lauren deveria abraçar Penélope primeiro, era apenas certo. 

-Filha! - A morena exclamou e logo elas estavam se apertando e se balançando em um abraço esmagador. Atrás delas Patrick era abraçado por Ally, Fred estava atrás com duas garotinhas adormecidas nos braços. -Como você tá? Estão cuidando direitinho de você, meu amor? Você parece mais magra, filha. 

-Mãe eu faço gastronomia, isso é impossível. - Pê gargalhou. -Mama! - Ela veio até mim, me abraçando com cautela já que Theo estava em meus braços... Bom, deixou de estar, Pê o pegou assim que nos soltamos e iniciou uma conversa animada – e unilateral – com o irmão. 

Após muitos abraços trocados e algumas lágrimas - maioria de minha noiva – fomos todos comer em um café em Boston mesmo. Penélope nos contou estar radiante com o curso, com a cidade, com os novos amigos e até com um tal francês de sua turma que parecia lhe dar bastante atenção - não sei se gostei de saber dessa parte, já começava a sentir saudades de Taylor, o hippie – ela estava vivendo um sonho apesar de sentir nossa falta. Palavras da própria. 

Ally não tinha reclamações á fazer, aparentemente Penélope era ótima com as gêmeas e isso dava uma folga para ela e Fred. 

-Por mim ela pode ficar até as gêmeas fazerem dezoito. - Ally brincou. 

-Cadê a tia Dinah? Mama me falou que ela tá ficando lá em casa. - Lauren revirou os olhos imediatamente. 

-Não convidei a desnecessária pra vir. 

-Mãe! Que infantil. Diz pra ela que isso é infantil, mama. 

-Eu não vou dizer nada, me deixe de fora. - A mesa explodiu em risos e Lauren me deu um beijo estalado que me deixou sorrindo como uma idiota. 

-Pê, acho que tá na hora de contar pra elas. - Pat sussurrou no ouvido da irmã tentando parecer discreto. 

Lo e eu no entreolhamos curiosas. 

-Ah sim! Então. - Pê limpou a garganta e tomou um gole de sua água. -Acho que está mais do que na hora de nós termos um pet. 

-O que? - Perguntamos. 

-É mães, um pet, um bichinho de estimação, um cachorrinho, um peixinho, uma tartaruguinha, qualquer coisa... Menos um pássaro, eles fazem muito barulho. Oh, e gatos, gatos são um tédio. 

-Por favooooor. - Patrick completou. 

-De onde veio esse bombardeio? Isso é um complô? - Disse Lauren e eu assenti. 

-Morar com a tia Ally e o tio Fred me abriu os olhos. Eles tem um husky e ele é tão bonitinho, mães, eu adoraria voltar pra casa da próxima vez e ver um cachorrinho. 

-Eu disse que Ally era má influência. - Murmurei. 

-Vou fingir que não ouvi, Cabello. - A loira rebateu ajeitando a bagunça que uma das gêmeas fazia. 

Lauren e eu tentamos fugir da conversa sobre ter animais de estimação, a coisa toda gritava "PÉSSIMA IDEIA". Quer dizer, eu estava fora por grande parte do dia e em breve Lauren também voltaria a trabalhar, deixar nossos filhos sob os cuidados de Charlotte já era penoso, um cachorro seria demais. Porém não dissemos não e muito menos sim para os dois seres de olhos verdes que tentavam nos convencer á todo custo, apenas dissemos para os dois que pensaríamos no assunto e isso não pareceu o suficiente, mas eles deixaram o assunto de lado depois de uma fala mais dura de Lauren. 

Depois de passarmos um tempo no café decidimos todos voltar para a casa, Allyson e Frederick aceitaram ficar em nossa casa de bom grado e assim que chegamos Ally e Dinah engajaram uma discussão acalorada sobre... Bem, eu não fiz muita questão de prestar atenção, eu estava mais atenta sobre o momento maravilhoso que eu estava tendo no sofá, com Lauren deitada entre minhas pernas e Theo em seu peito. 

Apesar da casa barulhenta já que Patrick e as gêmeas corriam pela casa e Penélope falava alto no celular com seus amigos, aparentemente combinando uma festa mais tarde na casa de um deles para comemorar seu aniversário, tudo o que eu conseguia sentir era tranquilidade – e esses eram momentos curtos – com Lauren segurando minha mão e acariciando as costas de nosso filho. 

-Eu te amo. Amo á todos vocês. 

Ela levou minha mão para perto de sua boca e beijou cada de um de meus dedos. 

-Nós te amamos mais, meu amor. 

*** 

Eu suspirei contente com o cenário que se desenrolava no quintal, a garrafa gelada de Corona em minha mão e sol despontando em meio á um céu sem nuvens era um adicional para minha felicidade. 

Baixei meus óculos escuros de minha testa para cobrir meus olhos e dei uma gargalhada alta. Chris tinha surpreendido Penélope, a adolescente –  agora com dezoito anos – estava de costas para a piscina, conversando com sua tia Taylor quando Chris a pegou e saltou na piscina com minha filha nas costas. De onde eu estava eu podia ouvir o riso de Lauren ecoando, era incrível como ela tinha recentemente feito trinta e dois anos mas ainda ria como uma criança. 

-Vai se ferrar, tio! Ô mãe, você viu isso? - Apesar de estar com os cabelos grudados na cara eu sabia que ela tinha me olhado assim que emergiu e cuspiu um pouco d'água. Ao lado dela Chris ria e espirrava água para todos os lados, algumas gotas aterrissavam sobre mim, criando pequenos pontos transparentes sobre minha regata justa e branca. 

-Eu não vi nada não, por que?  

-Ô mãe Laureeeeen! Você viu essa barbaridade? - Rompemos em um gargalhar estrondoso, Penélope soava quase verdadeiramente indignada. 

Da churrasqueira Lauren negou com a cabeça, rindo com muita força para conseguir dizer alguma coisa. Ela conversava com Ally em uma das banquetas, na mão apenas um suco de laranja que eu havia insistido muito para que ela tomasse, eu achava que ela já tinha bebido demais para quem estava amamentando, a festa no clube e seu aniversário tinham sido o suficiente para ela matar a saudade do gosto de uma boa bebida alcoólica.  

Ally se inclinou para trás, rindo de algo que minha noiva tinha dito, enquanto observava as duas – observava Lauren na verdade – percebi o sorriso contente em meu rosto e percebi também que ele não tinha ido embora desde o aniversário de Lauren. Era quase como se eu não fosse uma ex presidiária paranoica com surtos de insegurança aqui e ali, com uma noiva que podia ser bastante irritante ás vezes. 

-Vê se pode uma coisa dessas, mija! Clara insistiu em vestir o menino nisso aqui, eu perdi a batalha. - A voz alta e o sotaque latino de minha mãe me arrancaram de meus pensamentos. 

Segui o som de sua voz e a encontrei caminhando até mim com Theo em seus braços. No instante em que os vi não pude prender outro riso. Primeiro de tudo minha mãe era mil vezes mais engraçada quando ficava brava, ela era uma senhora baixinha e loira e com cara de poucos amigos, e em segundo lugar meu filho mais novo estava metido em uma sunguinha inteiramente estampada com branco e preto imitando uma vaca e na cabeça ele tinha um pequeno chapéu com orelhinhas. 

-Meu Deus, olha pra essa coisa mais fofa! - Me derreti, meu filho agitava os bracinhos enquanto minha mãe o ajeitava em seu colo, se sentando na espreguiçadeira ao meu lado. -Já mostrou pra Lo? 

-Já. - Minha mãe revirou os olhos. -Jauregui é tudo igual, ela gostou disso aqui. 

-Qual o problema? Ele tá uma gracinha. - Estendi minha mão para Theo, quando ele foi pega-la a puxei de volta, ele me olhou confuso e depois deu um de seus sorrisos banguelas, entendendo que aquilo era uma brincadeira. 

-O problema é que comprei um de unicórnio, acho que ficou muito melhor do que essa que ela comprou.  

-Mãe, ele usou a do unicórnio ontem lembra? Foi a primeira coisa que você fez quando chegou, enfiou ele numa roupinha de unicórnio e tirou trezentas fotos. 

-E postei no grupo da família, você viu? - Ela disse orgulhosa e ri. 

-Vi mãe. - Confirmei no mesmo momento em que vi Sofia cruzando o gramado com Patrick, minha irmã parecia bem melhor do que estivera no dia anterior, quando chegou com uma carranca e uma atitude áspera. -Qual é a da Sofi? - Sinu me encarou confusa. -O que é que ela tem? Estava uma fera ontem, nem parece que veio ver a família. 

Talvez, apenas talvez, eu não deveria ter tocado no assunto. Tudo em minha mãe mudou, o sorriso diminuiu para quase nada e sua postura começou a parecer cautelosa. 

-Eu queria falar sobre isso com você, filha, mas não agora.  

-Sobre o que? - Perguntei estendendo de novo minha mão para Theo, dessa vez o deixei pegar e a primeira coisa que ele fez foi levar meu dedo indicador a boca e baba-lo todo, isso só me fazia lembrar de que em poucos dias ele faria quatros meses e... Porra, ele já estava crescendo. Lauren e eu ainda não conseguíamos acreditar que logo ele teria seu primeiro dente. 

-Sobre seu pai. 

Essa coisa de que o mundo parece parar ao som de alguma notícia infeliz parecia bem real naquele momento. Encarei minha mãe com a expressão mais séria que um ser humano poderia ter, cada parte de mim se tornando tensa, o contentamento de antes sumindo completamente. Eu teria me levantado enraivecida senão fosse por meu pequeno bebê ali, brincando com meus dedos. 

-Não faça essa cara, Camila. 

-Que porra de cara você acha que eu deveria fazer? O que é que tem esse filho de uma... 

-Você tá na presença da sua mãe e do seu filho, tenha um pouco de controle com suas palavras. - Dessa vez foi minha mãe quem tratou de ficar tensa e nada amigável. Theo começou a resmungar e seus resmungos se tornaram mais e mais altos e logo ele estava chorando, sentindo a energia negativa que nos cercava. 

Eu detestava ver seu rostinho contorcido e vermelho pelo choro, detestava ver lágrimas caindo de seus olhos. Rapidamente eu me movi para pega-lo em meus braços, no entanto minha mãe se afastou, abraçando Theo contra seu peito.  

-Sua raiva não faz bem a criança, cadê a Lauren? - Ela estava certa então evitei uma discussão maior do que a que estava por vir.  

Olhei em direção á churrasqueira e assim como o esperado minha noiva já nos olhava atenta, o olhar esverdeado perguntando se tudo estava bem. A chamei com um aceno discreto e ela veio rápida, trotando pelo gramado e subindo as escadas do deck graciosamente. 

Minha mãe lhe estendeu o bebê que ainda chorava. Sorri quando Theo se acalmou assim que Lauren o pegou, enchendo nosso filho de beijos e adocicando a voz para falar com ele. 

Lauren me encarou, eu sabia que ela queria fazer perguntas, ela sentia a tensão entre minha mãe e eu tão bem quanto Theo. 

-Fred acabou de tirar a carne da churrasqueira, vocês querem que eu traga? Quer mais cerveja, amor?  

-Não obrigada, querida. Camila e eu só precisamos conversar um pouco. - Minha mãe respondeu. Lauren ainda parecia relutante. 

-Tá tudo bem, amor. Já vamos comer com vocês, só nos dê um minuto. - A morena suspirou, ajeitou Theo e assentiu. Mas antes que ela fosse embora puxei sua mão e beijei seu pulso suavemente, ela sorriu doce pra mim e me deu piscadela antes de ir. 

-Precisa aprender a controlar seu temperamento, Camila. - Foi a primeira coisa que minha disse assim que ficamos á sós. Eu quis revirar os olhos para ela, se Sinu vivesse comigo saberia o quanto eu controlo meu temperamento. 

-Vá direto ao que interessa, mãe. Por favor. - Pedi. 

-Seu pai ligou. Há uns dois meses foi a primeira vez que ele telefonou, depois passou a ligar toda semana. - Cobri minha boca e bufei contra a palma de minha mão. -Na primeira vez ele... Ele quis saber como eu estava, não perguntou de você ou de sua irmã. Depois perguntou de vocês, ele nem sequer sabia que você passou dez anos presa... 

-É claro que ele não sabia, ele não se importa. 

-Ele se importa, Camila! Ele é seu pai mesmo depois de tudo. - Ri sarcástica, querendo dizer algumas verdades, mas me contendo. -Ele ficou chocado, depois ficou aliviado em saber que você está conseguindo reconstruir sua vida. Não contei muita coisa á ele, só disse que você agora não mora mais em Miami, que tem alguém, que estuda e trabalha, que está feliz.  

-E daí? - Cuspi ríspida, sentindo meu rosto quente e meus punhos inquietos.  

-O inevitável aconteceu, ele começou a insistir pra falar com vocês, eu pedi um tempo á ele. Na quinta contei á Sofia, ela ficou furiosa, disse que não vai falar com ele de jeito nenhum, agora mal fala comigo. 

-A senhora merece. - Deixei escapar e na falta de reação da mais velha decidi continuar. -Pra que mãe? Pra que enfiar esse homem de volta nas nossas vidas? Ele te traiu, ele te deixou sozinha com duas filhas, pra você se virar e criar sozinha e vamos combinar que você não fez um grande trabalho comigo não é mesmo? 

-Você está me culpando pelas suas decisões erradas, Karla?  

-Quer saber mãe? Esqueça! - Me levantei, dando por encerrada aquela discussão. -E nem pense em dizer á essa homem um A sobre mim. Eu juro que se eu ver esse cara, eu encho a cara dele de porrada. 


Notas Finais


Gostaram??

Missão de postar capítulos menores: completa!

Vejo vocês semana que vem talvez! xoxo <3


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