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História Bad Kids - Esclarecimentos


Escrita por: Muugi

Notas do Autor


boa leitura s2

Capítulo 11 - Esclarecimentos


– Izuku? – O chamava dando-lhe leves tapas no rosto esperando alguma resposta.

 

– Hmm... – Murmurou, depois de três minutos desacordado, finalmente nos dando algum sinal de vida.

 

– Ei Izuku! Consegue me ouvir? – Bakugo perguntou enquanto o chacoalhava sem muita força.

 

– Dois... Quatro... – Claramente com dificuldades, tentou abrir os olhos enquanto fazia essa contagem sem sentido. – Não dou conta de quatro ao mesmo tempo não. – Levou uma de suas mãos ao rosto soltando uma risada abafada.

 

– Que? – Questionei. Sim, demorei alguns segundos para entender do que ele estava falando, mas se eu não estivesse tão preocupado no momento, teria rido pra caralho disso.

 

Infelizmente não era esse o caso.

 

– Acho... que ele deu PT. – Katsuki riu brevemente após pronunciar tais palavras com dificuldade. – Não podemos deixar ele assim. – Se levantou quase tombando para o lado, mas se manteve em pé.

 

Apenas assenti sem falar nada, minha cabeça estava girando, se eu falasse algo com certeza seriam palavras desconexas. Pena que ao levantar fui direto para o chão, estava muito tonto e só ouvi Katsuki rir do meu estado.

Enfim, depois de travar uma guerra com a gravidade, consegui levantar me apoiando na cama – se não fosse pelo Izuku estar deitado nela, eu teria caído de novo retirando todo o lençol – e assim o colocamos para dormir descentemente.

Não sei como, mas conseguimos.

 

– Bom, vou dormir, boa noite. – Katsuki cambaleou dando as costas e indo em direção a porta.

 

– Katsuki... – O chamei espontaneamente. Foi automático, não queria que ele fosse embora simplesmente assim.

 

Aliás, o que foi isso que acabou de acontecer? Esqueceríamos isso? Ele sente algo ou não?

Lembro minuciosamente de seus beijos cheios de cobiça em meus lábios e pescoço, locais que ainda estavam latejando pelas mordidas que ele havia dado.

 

– Hum? – Parou, dando meia volta e me encarou.

 

Não sei se foi pela embriaguez ou foi o efeito de seu olhar escarlate sobre mim, mas meu corpo enfraqueceu na mesma hora. Sai cambaleando em sua direção até ser segurado por ele, deixando-me descansar o rosto na curvatura de seu pescoço.

Eu deveria falar, questionar sobre minhas incógnitas sobre ele e dizer o que sinto.

Mas não foram essas palavras que saíram de minha boca.

 

– Vamos, antes que o próximo a desmaiar seja eu.

 

[ ... ]Katsuki Bakugo [ ...]

 

Lá estava eu, parado em frente a porta de Todoroki de novo. E o porquê?

Também não sei.

Ah, quem eu quero enganar? Claro que estou aqui para falar com ele, mas nem sei como começar.

Como vou falar sobre ontem?

O que tudo aquilo realmente significou para ele?

Nem para o álcool me fazer esquecer tudo, mas infelizmente não sou o Izuku. Mas de certa forma, eu sei, sei que bem lá no fundo eu me condenaria por uma eternidade se eu ousasse esquecer de ontem. Só de pensar nessa palavra meu peito dói, como se eu necessitasse disso para respirar.

Tive meus pensamentos interrompidos quando ouço o som da porta a minha frente destrancar, abrindo logo em seguida.

Meu coração saltou pelo leve susto e principalmente pela imagem em minha frente, Shoto Todoroki estava simplesmente mexendo com meu emocional como nunca havia mexido antes.

O bicolor estagnou na posição em que tinha aberto a porta, me encarando surpreso por eu estar aqui, em sua frente a essa hora da manhã. Ficamos nos encarando com as mesmas expressões por mais ou menos um minuto, até que ele se pôs a falar.

 

– Ah, ainda bem que já está aqui, gostaria de te dar algo. – Ele estava nervoso, mesmo que fosse bem mínimo os resquícios de seu nervosismo, eu conseguia perceber. – Feliz Natal. – Desejou exibindo uma caixa vermelha com um laço dourado em cima como decoração.

 

Seu rosto estava tão vermelho quanto a caixa em suas mãos, e ele não tirava seus olhos da mesma, deixando assim, seu nervosismo mais exposto.

Eu não estava muito diferente dele, seu gesto me pegou de surpresa e meu coração estava descontrolado. Mesmo que desajeitado, peguei a caixa aceitando seu presente, que era mais pesada do que eu esperava, mas não o suficiente para deixa-la cair ou segura-la com dificuldade.

 

– Bem... Obrigado. – Encarei a caixa ainda tentando assimilar no que estava acontecendo.

 

Cara, estou tão nervoso.

 

– Acabei esquecendo de entregar para vocês. – Comentou com um leve sorriso enquanto observava seus pés.

 

– Entendo... Me desculpe. – Virei meu rosto coçando minha nuca tentando disfarçar meu recém-constrangimento.

 

– Por quê?

 

– Esqueci de trazer o seu... – Murmurei um pouco relutante, mas alto o suficiente para que Todoroki ouvisse. O bicolor sorriu anasalado me deixando confuso. – Que foi?

 

– Não precisa se preocupar com isso, só de ter você por perto já é um grande presente. – Respondeu sutilmente, assim como o sorriso ainda formado em seu rosto.

 

Foram palavras simples, mas o suficiente para me deixar surpreendido e sem uma forma de me expressar adequadamente no mesmo nível.

Todoroki ao perceber o que havia acabado de falar, começou a gaguejar tendo seu rosto tomado por um tom avermelhado tão intenso quanto antes.

 

– Ah... quer dizer... – Ele está tão nervoso. - Bem... eu... é que...

 

Mas eu estou achando tão... fofo?

 

– Shoto, Katsuki! – Eu acabei de ouvir um anjo? Ah não, é apenas o Izuku - lindo como sempre - vindo em nossa direção... Vindo em nossa direção?!!! – Bom dia! – É hoje que eu infarto! – Por que estão com essa cara assustada? – Perguntou assim que nos alcançou, e foi então, que olhei para o Todoroki, vendo que o mesmo se encontrava não muito diferente de mim.

 

Ou até mesmo pior.

 

– Izu...! Pra você! – Exclamou embaraçado, entregando o presente para o menor totalmente desajeitado e se retirando imediatamente de nossa frente.

 

– O que aconteceu com ele? – Me perguntou confuso.

 

– N-não sei, vou indo nessa também, falou. – Sim, eu me desesperei.

 

Mas para minha defesa eu acabei de falar com o Shoto e o Izuku. Vocês sabem o que isso significa?!

 

[...]Izuku Midoriya[...]

 

– Mas o que será que deu nesses dois? – Perguntei para mim mesmo tentando lembrar de algo enquanto observava Katsuki entrar em seu quarto com passos apressados.

 

– Izuku, bora?! – Ouvi Uraraka me chamar.

 

– Sim. – Respondi e fui em direção a ela.

 

– 'Tava falando com o Katsuki? – Perguntou ao presumir. Assenti com a cabeça com um sorriso meio bobo. – Oh, e do que vocês estavam falando?

 

– Na verdade, nem conversamos direito... – Olhei para a sacola que Todoroki tinha me dado. – Mas o Shoto estava junto há pouco tempo também, e me deu este presente. – Mostrei a sacola para Ochaco com um sorriso de orelha a orelha.

 

– Sério?! E você não abriu isso ainda por quê? – Parou de andar imediatamente.

 

– Bem, porque vamos sair agora. – Respondi o óbvio.

 

– Ah fala sério Izuku! Abre isso aí, quero ver o que é. – Começou a pular que nem uma criança num parque de diversões.

 

Não me aguentei e comecei a rir, mas cedendo ao pedido dela.

 

– Tá, vamos para o meu quarto. – Pedi, sendo seguido por minha amiga sem resistência alguma.

 

[...]

 

Quando eu falo que o Shoto é o homem perfeito, não estou brincando. Ele me deu o último CD lançado da nossa banda favorita!

Até a Uraraka concorda que esse é para casar.

Mas é claro que não ficamos aqui só falando sobre isso, a Ochaco do jeito que é logo tratou de mudar o assunto, só para saciar sua curiosidade.

 

– Então, depois daquilo tudo o Shinso falou com você? – Perguntou enquanto me observava guardar o CD em uma das minhas malas.

 

– Ah bem, falou sim. Se desculpou pela ação precipitada e pelas minhas roupas. Como se tivesse sido ele que derrubou as bebidas em mim. – Comentei ironicamente e ri um pouco ao lembrar da cena. – E eu me desculpei por ter mandado ele ficar longe logo depois daquilo. Bem, sabe como eu fico puto se algo acontece com as minhas roupas né? Acabei sendo bem arrogante com ele.

 

– Ah, mas pelo menos vocês já se acertaram.

 

– Sim, mas depois disso ele só fala "oi" e "tchau" para mim. – Fiz um pequeno bico.

 

– Que idiota, isso só quer dizer que ele te via como um passatempo então.

 

– É, acho que sim. Mas isso não me importa agora. – Sorri. – Pelo menos consegui fazer ciúmes no Kacchan e no Shoto.

 

– Bixa, tu é venenosa mesmo em. – Confirmou enquanto eu dava uma de minhas melhores risadas maléficas. – Aliás, eu sempre desconfiei, mas não botava fé que você tinha mesmo, quer dizer, tem mesmo uma queda pelo Katsuki também. Por que nunca me contou?

 

– Na verdade nem eu mesmo sabia direito... E como assim você sempre desconfiou?

 

– Bem, depois de tanto tempo eu sei diferenciar bem quando você trata alguém quando só gosta por ser um amigo, quando só esta afim de transar e quando tá realmente gostando da pessoa em si, e com o Katsuki sempre notei um olhar diferente, era meio disfarçado, mas conforme fomos crescendo você foi se revelando cada vez mais querido. – Pausou brevemente me olhando o mais sincera que já presenciei em minha vida toda e prosseguiu. – Mas eu só soube o que esse seu olhar diferente significava depois que te vi com o... Bem, você sabe, né?

 

– Tomura, pode falar Ocha, ele não é Voldemort que não se pode pronunciar o nome. – Sorri sutilmente pela minha piada falha, mas eu estava sendo sincero, isso já era passado superado.

 

– Ah isso, então, me desculpe, mas seu olhar com ele era de puro interesse sexual. – Enfim falou o que tanto queria e me vi levemente boquiaberto e um tanto quanto desconfiado da conclusão de minha amiga.

 

– Ei, eu realmente gostava dele. – Defendi.

 

– Não Izuku, gostar de alguém pelo sexo não é o mesmo que gostar por estar apaixonado de verdade, não confunda as coisas.

 

– Mas...

 

– Mas nada! – Interrompeu e me calei, pois lá no fundo eu estava com certo medo de admitir isso. – Um relacionamento sério não se resume apenas a sexo. Olhe bem ao seu redor, olhe bem ao seu passado, você tinha tudo isso e deu no que deu, né?

 

– Tá, essa doeu.

 

– Desculpa, mas eu só tô te falando isso agora por que naquela época seria muita falta de respeito. – Concordei com um movimento e ela continuou. – Eu me lembro muito bem de um dia em que você me disse que já estava conformado que não teria nada com o Shoto, e que depois de tanto pensar sobre isso você entrou num consentimento de que estava tudo bem, pois só de ter sua amizade já era satisfatório, só de saber que ele estava bem já te dava a alegria do dia. Foi aí, foi nesse momento que eu comecei a perceber que o amor vai mais além do que uma relação intima com alguém, foi por sua causa Izuku. Então depois de te ver com alguém que era pra você se sentir assim eu percebi que você já era apaixonado pelo Katsuki desde... Sei lá, nossos 12 anos? – Riu desajeitada pela falta de memória e sorri junto. – Mas eu percebi isso meio tarde, então me desculpe... – Pediu e se assustou brevemente por minha reação. – Izuku?

 

Senti a lágrima percorrer meu rosto rapidamente me pegando de surpresa também, nem mesmo eu havia percebido o quanto aquilo mexeu comigo.

 

– Eu... – Sequei a lágrima com meus dedos e observei minha mão umedecida. – Eu estou sentindo meu corpo tão quente agora. – Comentei.

 

Sim, eu estava ardendo, meu peito principalmente, pois era incontestável a notoriedade em que Ochaco havia pronunciado suas falas e isso me pegou como um soco de realidade bem em meu rosto.

 

– Mais um exemplo foi o seu ciúme quando ele conheceu o Eijiro, lembra? – Relembrou.

 

– Ah confesso que nessa época fui bem infantil, mas era só um ‘ciúminho’ idiota de ver seu amigo fazendo tudo que faz com você agora com outra pessoa também, eu era meio egoísta. – Expliquei um pouco constrangido pois relembrar dessa época é tão confuso para mim.

 

– Para, não era só um ‘ciúminho’ de amigo, tanto que você não ficou nem um pouco assim quando conheci a Tsuyu. – Me vi sem uma boa resposta para retrucar agora porque de fato eu não senti nada de ruim com isso. – Admita você se sentiu ameaçado pelo Eijiro e isso é ciúme de ‘paixonite’. Sua cara nesse momento confirma tudo o que eu estou dizendo. – Sorriu zombando da minha reação ao levar as duas mãos ao meu rosto para esconde-lo, nem mesmo eu percebi a cara que estou fazendo.

 

Mas eu estou feliz, não tem como negar, eu realmente estou apaixonado por Katsuki Bakugo desde o fundamental, mas estive suprindo este sentimento esse tempo todo por medo de ser rejeitado e nunca mais o vê-lo, o escondi tanto que já estava inconsciente dentro de mim, porém um beijo foi capaz de resgata-lo com todas as forças e até mais.

 

 

– Obrigado Ochaco. – Observei mais uma lágrima cair sobre minha mão e voltei meu olhar para minha amiga.

 

– Eu que agradeço. – Falou me puxando para um abraço e a retribui. – Mas agora... – Se afastou. – O que aconteceu depois que vocês três foram embora ontem?

 

– O que??!

 

– Ué? Não vai me dizer que não lembra. – Seus olhos me fuzilavam mentalmente, certeza.

 

– N-não lembro disso. – Fiquei brincando com meus dedos tentando lembrar de algo inutilmente.

 

– Porra Izuku, tu é muito fraco pra bebida mesmo em. – Revirou os olhos indignada.

 

– Foi mal, mas, mas eu... Realmente fui com os dois embora assim? Tipo, sozinhos?! – Meu rosto esquentou só de imaginar qualquer coisa.

 

– Sim, idiota. – Cruzou os braços ainda com aquele olhar mortal para mim. – O Katsuki resolveu ir dormir antes de acabar a queima dos fogos e você foi logo atrás puxando o Shoto junto.

 

– Porra, nem da queima de fogos eu lembro. – Coloquei uma das mãos em minha cabeça, agora eu que estava ficando frustrado comigo mesmo por não lembrar de coisas tão importantes.

 

– Simples, pergunta pra eles. – Já sorria maliciosamente de novo.

 

Às vezes eu acho que minha amiga é bipolar.

 

– Ah, passar por isso de novo não. – Falei manhoso enquanto me jogava na cama ao lado da Uraraka. – Apesar de que da última vez me rendeu um beijo do Shoto. – Agora eu que estava sorrindo maliciosamente

 

– Viu? Pronto, bora lá. – Falou se levantando.

 

– Que?! N-não, 'pera' ai! Deixa isso quieto, eu sinto que... sei lá. – Afundei meu rosto em um dos travesseiros.

 

Quem sabe minha timidez fique aqui, pois concordo que "vergonha na cara" é o que menos preciso agora.

 

– Ai meu deus, tá bom, então eu mesma pergunto. – Revirou os olhos.

 

– Nem pense nisso! – Me levantei imediatamente. – Vamos logo fazer as suas compras, vamos! – A empurrei para a porta desesperado para que ela esquecesse isso.

 

– Ai, tá bom. – Concordou a contragosto e assim, saímos.

 

[...]Ochaco Uraraka[...]

 

Ele acha mesmo que eu não vou perguntar?

Claro que eu vou perguntar! Sinto que tem alguma coisa faltando, sinto que eu preciso fazer algo!

Depois de algumas horas após fazermos umas compras nas lojas da colônia, consegui me despistar do Izuku, - que não foi nada fácil - e fui atrás de um dos dois, Todoroki ou o Bakugo.

Por sorte, não demorei muito até achar o Katsuki primeiro. Ele estava deitado numa rede na sacada do nosso dormitório, ouvia música e aproveitava o pôr do sol.

 

– Ei! – Dei algumas chacoalhadas, pois obviamente, ele não estava me escutando.

 

– Hã? – Tirou um dos fones e me olhou ríspido. – Que foi? Sabia que você me interrompeu na hora do solo?

 

– Tanto faz, quero falar com você, coisa séria. – Me sentei ao seu lado, forçando-o a fazer o mesmo. – Bem... O que 'tá' rolando entre você, o Izuku e o Shoto? – Tentei ser o mais direta possível.

 

– Que tipo de pergunta é essa? – Franziu o cenho. – Não estou entendendo onde quer chegar.

 

Bufei impaciente com sua péssima atuação – Estou falando de ontem! Quero saber tudo. – Cruzei os braços fazendo um bico.

 

– Ué? O Izuku não te conta tudo? – Indagou desconfiado imitando meus movimentos, com exceção do bico.

 

– Ah, sabe como é, né? Ele não se lembra de nada. – Simulei um choro com a última frase.

 

– Sério? – Assenti com a cabeça. – Porra, como ele consegue esquecer isso? – Acho que essa pergunta era pra ser apenas nos pensamentos dele, mas acabou falando em voz alta.

 

– Hum. – Sorri maliciosamente esperando que Bakugo me contasse tudo.

 

– Você já sabe das coisas mesmo então... – Suspirou e falou baixo demais para que eu o ouvisse.

 

– Que? Não ouvi direito. – Me aproximei tentando ouvi-lo.

 

– Ficamos. – Falou ainda baixo, mas deu para entender desta vez.

 

– Sabia! – Exclamei animada dando um leve susto no loiro. – Tenho que contar isso pro Izuku! Meu deus! Meu deus! – Sorri de orelha a orelha.

 

– N-não! – Bakugo negou constrangido, quase que em desespero. Seu rosto estava tão avermelhado que eu poderia confundi-lo com o pôr do sol em nossa frente. – Deixa isso quieto, é confuso demais.

 

– O que?! Tá falando sério? – Ele assentiu com a cabeça novamente. – Ah não, primeiro o Izuku e agora você. Por acaso vocês estão competindo pra ver quem consegue ser o mais retardado?! – Ele me olhou espantado, e não era de menos. – Katsuki Bakugo, me fala tudo que você sente. – Segurei em seus ombros lhe olhando bem nos olhos.

 

– Fome. – Disse direto e seco.

 

– Não é disto que estou falando! – Senhor, dê-me paciência. – Quero saber o que sente pelo Izuku... e o Shoto também, porque... né? – Perguntei confusa já que sobre o Shoto com o Katsuki era coisa nova para mim.

 

– Acho que não tem como escapar mesmo então... – Fitava o chão. – Eu, eu gosto deles... de verdade, eu acho. – Virou o rosto coçando a nuca.

 

– Como assim acha? Não tem essa de achismo, é ou não é!

 

– Tá! Eu gosto muito deles, eu amo ficar com eles, mas isso é tão confuso. E ontem isso aconteceu e agora não sei o que fazer. Às vezes penso que seria melhor parar de vê-los pra não causar problemas pra ninguém, ir morar com os meus avós e... Sumir.– Sua voz estava tão triste ao pronunciar a ultima palavra que até mesmo eu pude sentir um pouco de sua dor.

 

– Katsuki, a resposta está tão nítida. Aceite logo que você gosta dos dois... dos dois! – Dei ênfase. – E vá em frente cara, para com essa brincadeira de ficar se perguntando o que fazer, com quem ficar ou seja lá o que. Tá tão na cara que ambos gostam de você do mesmo jeito, nem preciso falar do Izuku, né? Queria falar isso para os dois também porque é vocês três que ficam com essa frescura. Assim nada vai se resolver! – Ele me olhava absorto.

 

Será que consegui por alguma coisa nessa cabeça?

 

– Acho que você tem razão de alguma forma. – Falou encarando as mãos. – Mas... O que as pessoas vão pensar? – Me olhou receoso, como se estivesse implorando por ajuda.

 

– Caralho, não acredito que logo você tá me perguntando isso. ‘Tô ficando cada vez mais puta com vocês, meu deus! – Calma Ochaco, respira. – Cara, esquece isso "do que as pessoas vão pensar?", foda-se o que elas vão pensar! Ninguém tem que achar nada da relação de ninguém! Cada um cuida da sua vida, e você Katsuki Bakugo, principalmente você deveria saber disso. – Percebi ele engolir em seco. Cara, nunca pensei que fosse ver Bakugo assim, indeciso, com medo, ele sempre foi uma pessoa espontânea e direta.

 

O amor muda mesmo as pessoas.

 

– É... Realmente... Mas não posso e nem quero ficar com um e deixar o outro de lado. – Falou preocupado.

 

– Você nem precisa escolher, fica com os dois logo. – Cruzei os braços. – Quero um threesome nessa porra.

 

– Que? Não tem como. – Riu meio constrangido.

 

– Não?! Você acabou de me dizer que vocês três ficaram ontem, como assim não tem como?! – Praticamente gritei, sorte que não tinha ninguém perto.

 

– Isso porque estávamos bêbados, agora duvido que eles vão agir do mesmo jeito que antes.

 

– Ata, como se eles não estivessem pensando a mesma coisa que você agora. Com certeza vão querer do mesmo jeito.

 

– Como você tem tanta certeza?

 

– Quando estamos bêbados é quando revelamos os nossos maiores desejos. – Sorri maliciosamente pra ele, espero que assim ele entenda meu recado.

 

– Hum... – Pôs a mão no queixo pensativo e se curvou. – Olha, isso faz sentido, muito sentido. Por que eu não pensei nisso antes?

 

Porque você é burro.

 

Sorri sarcástica pelo meu pensamento – Quando estamos apaixonados não raciocinamos direito, eu mesma sofro muito disso. – Respondi enfim.

 

– Você tem razão. – Se levantou, e desta vez seu olhar era determinado. – Vou enfrentar isso e falar tudo o que sinto pra eles. Foda-se quem for contra, vou mandar pra puta que pariu se alguém falar algo! – Fechou os punhos.

 

– Esse é o espírito! – Batia palmas pela mudança repentina.

 

– Ochaco, obrigado por ter me feito acordar. – Sorriu.

 

Retribui o sorriso com um 'joinha' e o vi partir.

Sentia certo orgulho no peito, acho que finalmente as coisas vão andar e o Izuku vai ficar me devendo essa depois. Ele é muito sortudo por ter uma amiga tão foda como eu, na boa.

Ah, esqueci de pedir para o Bakugo não dizer nada ao Midoriya sobre eu ter o incentivado... Fodeu.

 

[...] Katsuki Bakugo[...]

 

Fui primeiro ao quarto de Izuku já que era o primeiro do corredor, porém ele não estava, e agora eu me encontrava em frente à porta de Todoroki mais uma vez.

Parece que minha vida gira em círculos.

Mas desta vez, eu não estava inseguro, desta vez, falaria tudo que sinto e penso, desta vez eu bati na porta.

Demorou uns dez segundos até Todoroki abri-la, e ao o ver, meu corpo estremeceu, não consegui ir direto ao ponto pela razão de eu estar ali. Acabei usando o Xbox como desculpa para entrar, já que o mesmo estava ligado e desde que chegamos na colônia ficamos jogando juntos quase todas as noites.

Me sentei em frente ao Xbox no chão e peguei um dos controles de imediato. Estava tentando ao máximo não deixar que meu nervosismo se manifestasse, assim exigi que começássemos uma partida de Advanced Warfare de imediato, sem falar nada do que eu realmente deveria.

 

[...]

 

Infelizmente eu estava péssimo, pois não conseguia prestar atenção direito no jogo, estava com os pensamentos muito além daquilo em minha frente. Minha mente estava completamente afundada em um poço de incógnitas cheias de inseguranças.

 

– O que está acontecendo com você hoje? – Todoroki indagou me tirando do transe. – Seu frag 'tá' 12/28. – Percebi que a partida estava pausada, mostrando os dados da mesma.

 

– Ah bem... – Apertei o controle em minhas mãos por nervosismo, tentando criar coragem para alguma iniciativa. – Obrigado pelo presente! – Exclamei rapidamente.

 

Por que falar dos nossos sentimentos é tão difícil?

 

– Você tá assim só porque queria me agradecer pelos livros de As Crônicas de Gelo e Fogo? – Inclinou a cabeça me olhando nos olhos, me deixando mais nervoso ainda.

 

Claro que não Shoto, estou tentando me declarar aqui. Você poderia colaborar?

 

– Também. – Respondi para disfarçar. – Bem, hoje mais cedo... Você falou aquilo sobre minha presença já ser um presente, eu fiquei meio que...

 

– Ah sim. – Me interrompeu. – Katsuki, eu gostaria de saber... – Pausou a fala e me encarou em silêncio como se estivesse procurando as palavras certas enquanto analisava todo o meu rosto. – O que você sente? – Enfim perguntou.

 

Eu acho que vou ter um ataque cardíaco a qualquer momento.

 

– Ei, não me faça repetir isso. – Murmurei desviando o olhar para qualquer canto do quarto, me referindo a conversa que tive mais cedo com a Uraraka.

 

Como ele não sabia dessa conversa, óbvio que isso só o deixou mais confuso. Me perdoe Todoroki, eu gostaria de ter mais coragem para me expressar melhor.

Você tem todo o direito de me odiar.

 

– Que? – Insistiu. Porém só recebeu meu silêncio como resposta.

 

Eu não estou te respondendo por não sentir nada, muito pelo contrário, o que estou sentindo é tão forte a ponto de me deixar incapaz de lhe dizer qualquer coisa, espero que você me entenda.

Por favor.

 

– Entendi... – Pronunciou após um forte suspiro.

 

Eu esperava algo do tipo, sabia que ele interpretaria de outro jeito, mas sua voz era diferente. Me virei, retornando meu olhar ao dele e inesperadamente fui salvo por aquela imagem.

Ele estava sorrindo.

 

– Vou ser mais direto agora, me desculpe se isto não lhe agradar. – Eu estava nervoso demais para assimilar sua frase direito, e principalmente agora, que eu havia sido pego de surpresa por seu beijo.

 

Me assustei com tal atitude a princípio, pensei que ele falaria algo mais direto, e não que faria algo mais direto.

Eu sou muito idiota mesmo, né? Depois de dizer tudo aquilo, que falaria o que sinto sem hesitar, ter sido puxado por Todoroki para um beijo invés de eu o fazer chegava a ser hilário.

Mas ele realmente estava me beijando? Isso realmente estava acontecendo? Ele não está bêbado, está?

Pare de ser idiota Katsuki, a Ochaco já disse, "quando estamos bêbados é quando revelamos nossos maiores desejos". E isto é um fato.

 

– Me beije sem medo... – Sussurrou contra meus lábios ao perceber minha insegurança, dando-lhes um selinho logo em seguida e continuou – Me beije como se fosse o seu último.

 

Provocado, eu me senti extremamente provocado por suas últimas palavras e meu corpo correspondeu no mesmo instante, tomando seus lábios novamente para um beijo enérgico.

Dei passagem com a língua e senti sua mão em minha nuca me pressionar mais, com a outra, foi por baixo de minha camisa e pousou-a em meu abdômen fazendo pequenas carícias.

Sua mão estava quente, parecia me queimar a cada dedilhada. Tão sensual.

Seu beijo estava mais firme do que me lembrava, seus lábios macios e em harmonia com os meus estavam me deixando extasiado.

Dei uma pequena mordiscada em seu lábio inferior, finalizando o beijo para recuperar o fôlego. Lhe encarei nos olhos, cinéreo do lado direito e celeste do lado esquerdo.

Exótico.

 

– Quem diria eu entrando nessa de novo. – Comentei ainda sobre seu olhar.

 

– Cala a boca e me beija, os problemas a gente resolve depois.

 

Avancei para mais um beijo, mas desta vez, me posicionando em seu colo, ficando mais confortável e tornando-o lascivo.

Entrelacei meus dedos em seus fios bicolores puxando-os levemente para trás ao sentir suas mãos em minha cintura, ficavam dançando sobre minha pele até que ele as desceu agarrando ferozmente minha bunda, pressionando mais meu corpo ao dele, friccionando nossos volumes e me fazendo arfar ao senti-lo pulsar junto a mim.

Meu corpo inteiro se arrepiou dos pés à cabeça, mas não só por prazer, mas por também, ouvir o ranger da porta se abrindo e a voz de Izuku logo em seguida.

 

– Shoto, voltei com os... Lanches. – Soou lento, sumindo aos poucos com o sorriso em seu rosto.

 

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...


Notas Finais


espero que tenham gostado hehehe


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