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História Bad Romance - Fillie - Festival


Escrita por: Robertall

Notas do Autor


Desculpem a demora, tive problemas.

O início do capítulo é basicamente a treta na visão do Finn, então fiquem a vontade para pular.

Eu não sei mais desenvolver capítulos, então desculpem por esse ser bem pombo.

Boa leitura! ♥️

Capítulo 39 - Festival


                    Finn Wolfhard | Horas antes                    


— Tia Jane está morta. — retiro o que disse sobre o fato mais estranho, esse acaba de ganhar.

Maddie me abraçou repentinamente, me deixando completamente sem reação.

Me dei conta que ela veio de carro. E ao focar os olhos no lado do passageiro, pude ver o pequeno Harry.

— Me espere na sala, vou pegar o Harry. — disse atônito.

Maddie concordou, me entregando a chave do carro.

— Hey, amigão. — disse quando abri a porta.

Recebi um abraço no instante seguinte.

— Como você está?

— Não sei. — respondeu cabisbaixo. — A mamãe me disse que a tia Jane sempre estaria comigo. É verdade?

— Sim. — sorri com sua pureza. — Principalmente aqui. — apontei para seu coração.

Apesar de entender sua confusão, não acho necessário explicar a amargura da situação. Harry é muito novo para isso.

Peguei em sua mão para entrarmos. Maddie estava sentada na sala, ainda chorava.

— Sua mãe e eu precisamos conversar a sós. Pode ficar aqui até terminarmos? — Harry assentiu. — Pode ficar com o meu celular, tem alguns jogos.

Chamei Maddie sutilmente e subimos as escadas. Resolvi ir para a sala de jogos, meu quarto estava fora de hipótese.

— Como isso aconteceu? — perguntei quando nos sentamos.

— Um derrame. — respondeu com a voz embargada. — Me ligaram do hospital... não conseguiram salvá-la.

— Sinto muito Maddie. — estava completamente sem noção alguma de como ajudar.

Limpou as lágrimas com o torso das mãos e respirou fundo.

— Você não merece escutar minhas mágoas. Preciso conversar sobre outra coisa. — fiz um sinal para prosseguir. — Você sabe que estava morando temporariamente com tia Jane, certo?

— Sim.

— Tenho que voltar amanhã para cuidar de todos os assuntos sobre o enterro. — não estava entendendo o rumo da conversa. — Me conheço o suficiente para saber que não vou conseguir continuar naquele apartamento.

— Aonde quer chegar, Maddie?

— A sua ajuda. — deveria ter desconfiado. — Tranquei minha faculdade e aluguei meu apartamento para poder ir. Ainda não tenho onde ficar, seria apenas por alguns dias.

— Até entendo sua situação, mas isso está fora de questão. — me levantei.

— Não acha que está sendo um pouco egoísta? E o Harry?

— Vou ter o maior prazer em recebê-lo, afinal, ele é meu filho. — pude escutar seu resmungo.

— E como a mãe dele fica nessa história? — é real, ela nunca se cansa.

— Venda o apartamento de sua tia, peça a seu inquilino para sair, exitem muitas possibilidades. — dei risada. — É melhor você ir embora agora. Pensei que estava falando sério, mas até nessa situação você quer aproveitar. O Harry ficará comigo. — disse descendo as escadas.

— Você está louco?

— Louca é... — a fala me faltou quando levei meu olhar a quem estava na sala.

Millie.

Olhou para Maddie, deduzindo toda a situação.

— Era só o que me faltava. — disse Maddie.

— Cale a boca, Maddie. — continuava parada na sala. Seu olhar estava me matando. — Me deixe sozinho.

Harry foi tirado do meu lado de Millie por Maddie. Um silêncio eterno pareceu se formar a medida que escutava os passos se distanciando.

— Millie, por favor, me escute. — me aproximei, mas meu toque foi evitado.

— Era por isso toda a sua ausência? Estava tendo uma vida dupla? — despejou, me fazendo sentir péssimo a cada sílaba.

— Não é nada disso...

— Não é o que parece. — riu irônica.

— Ia te contar, só estava esperando… — não me deixou terminar.

— A criança crescer? — riu novamente. — Você manteve uma relação com Maddie bem debaixo do meu nariz. Não acredito que fui tão idiota. — não iria permitir que acreditasse nessa versão.

— Você está entendendo tudo errado, me deixa explicar. — me aproximei novamente, Millie apenas olhou no fundo de meus olhos. Não posso explicar a tristeza que senti ao ver seus olhos perderem o brilho habitual. — Não queria que você interpretasse essa história de maneira errada. Jogar tudo que construimos fora ao saber sobre o Harry!

— Você acha que iria te julgar por ter um filho? Acha que sou um monstro?! — elevou seu tom de voz. — O que me machuca é o fato de você ter mentido e escondido isso, sendo que te dei diversas oportunidades para explicar o que estava acontecendo com você!

— Não é tão simples quanto parece, Millie...

— Conversar não é tão simples? — foi como uma facada em meu peito. Movi meus lábios, mas nenhuma palavra saiu. — Tem razão, Finn. Tudo não passa de uma grande bobagem.

— Millie… — segurei em seu pulso. Seu olhar se perdeu por alguns segundos em meu relógio.

— Não posso continuar em um mar de mentiras. — tirou a aliança e colocou em minha mão. — Aliás, feliz aniversário.

Meu cérebro insistiu para que fosse atrás dele, mas eu não merecia. Não tinha o direto de a machucar mais com minhas palavras.

                          ~••~


   — Eles já deveriam ter ido. — escutei a voz de Nick. Me virei o encontrando com Lilian. — Finn, o que está fazendo aí? Cadê a Millie?

Nick levou o olhar para as escadas, observando quem as descia e entendendo a situação no mesmo instante.

— Acho que é melhor você ir embora, Maddie. — disse para Maddie. — Deixe meu sobrinho aqui por hoje, garanto que será bem cuidado!

Pela primeira vez, Maddie não contestou.

— Certo. — se abaixou para dar um beijo na cabeça de Harry. — Volto logo, querido.

Respirei fundo quando escutei a batida da porta, era como um peso a menos.

— Harry, o que acha de uma fatia de bolo de chocolate? — Lilian segurou em sua mão, o levando para a cozinha.

Nick se aproximou, me envolvendo em um abraço. Lágrimas vieram no mesmo instante, me lembrando que merecia cada dor que estava no meu coração.



Millie Bobby Brown


Só existia uma coisa que passava na minha cabeça enquanto tentava me arrumar para ir à faculdade:

Idiota.

Idiota por não ter percebido todos os sinais, por acreditar cegamente e principalmente... por não conseguir parar de pensar nele.

Marquei um café com as meninas antes do horário das aulas. Precisava me distrair, mas sabia que não daria certo.

— Bom dia. — disse ao me sentar. Lilia também estava conosco, já não me importava mais.

— Capuz, óculos escuros e café preto. — Sadie me avaliou. — O que aconteceu?

— Nada, estou perfeitamente bem. — perfeitamente bem arrasada.

Iris estendeu as mãos e tirou meus óculos delicadamente.

Meu Deus! — disseram em uníssono.

Não os julgo pelo espanto, estava horrível. Olheiras escuras, cabelo bagunçado e feição completamente derrotada.

— O que aconteceu, Millie? — Sadie tornou a perguntar.

Me arrumei na cadeira, pronta para desabafar e chorar por mais trinta minutos.

— Que idiota, não estou acreditando. — Iris disse quando terminei a história.

— Maddie é uma sem noção, realmente gosta de ver a infelicidade alheia. — olhei para Lilia, se mantinha em silêncio.

— Maddie não é a única tem culpada. — reforcei.

— Na verdade, ela provavelmente é a única culpada. — Lilia se pronunciou pela primeira vez, nos deixando em um silêncio confuso. — Maddie nunca gostou de você. Não acha estranho ela ter conseguido esconder um filho por tanto tempo? Até mesmo da amiga?

— Sem ofensas, mas você também não gostava dela. — Sadie tomou frente do assunto. Nitidamente, era a que mais estava tendo dificuldade para aceitar Lilia.

— Sei que posso ter passado essa imagem, mas nunca te odiei. — disse me encarando. Enxergava sinceridade em seu olhar. — Desde que Maddie soube que Finn voltou, jurou tê-lo de volta.

— Ela te disse alguma coisa sobre nós? — perguntei com certa curiosidade.

— Quando soube que vocês estavam próximos, ficou convicta que você era uma ameaça. — sempre desconfiei que Maddie precisava de uma terapia. — Ela nunca me contou sobre, mas sabia que tinha planos contra vocês.

— Acho que o plano dela era esfregar a verdade na minha cara e me ver sofrer. — ri irônica.

                          ~••~

Maddie se afastou de Lilia, dando a oportunidade para a mesma sair dessa amizade tóxica. Nunca pensei que diria isso, mas estou feliz em tê-la ao nosso lado.

Também descobri sobre a traição de Maddie. Sempre soube que seu caráter era baixo, só não o quanto.

O que mais me magoou foi que mesmo sendo destruído uma vez, Finn preferiu ficar com ela.

Não fui trabalhar. De qualquer maneira, não pretendo ficar lá por muito tempo.

Escutei o som de mensagem do meu celular. Me julguei ao pegá-lo rapidamente numa esperança indefinida.

Winona: Não se esqueçam de descansar bem nesse final de semana, segunda-feira teremos nosso ensaio final. Terça será o grande dia!

Tem como piorar?


Finn Wolfhard



Quatro dias.

Faz quatro dias que não vejo Millie.

Minhas mensagens são completamente ignoradas. Já fui até seu apartamento, mas nunca a encontro em casa. Cogitei ir até sua faculdade, mas não estava em meu direito.

Preciso que ela me escute, preciso tirar a visão precipitada que teve de sua cabeça.

— Finn? Terra chamando? — voltei minha atenção para Nick. — Você precisa comer.

— Tenho que ir trabalhar. — me levantei.

— Pode parar, sente-se agora! — falou ríspido.

O espírito de irmão mais novo que ainda existia me fez obedecer.

— Você já se olhou no espelho hoje? — voltou ao tom normal. — Você precisa se cuidar, está parecendo um zumbi.

— Muito obrigada, Nick. — forcei um riso.

— É a realidade. — realmente não preciso de inimigos. — Sei que está preocupado, mas a Millie precisa de um tempo.

— Quanto? Já faz quatro dias. — respirei em frustração. — A única coisa que ela está fazendo é me ignorar. E se tiver acontecido alguma coisa?

— Não aconteceu nada, ela só está brava. E com razão, convenhamos. — o encarei como se já não soubesse. — Quando a raiva passar, terá sua chance de se explicar.

— Não tenho tempo para isso. — me levantei para finalmente sair. Os conselhos de Nick não estavam me ajudando.

A caminho do trabalho, pensava em ideias de como contatar Millie. Seus amigos seriam uma boa opção, mas infelizmente não tenho contato com nenhum.

Espere um pouco...

Posso não ter contato, mas sei onde encontrar um deles.

Mudei o rumo do meu trajeto, convicto que já não tinha nada a perder.

Toquei a campainha com os dedos trêmulos. Estava nervoso, tem que dar certo.

— Finn? O que está fazendo aqui? — Caleb questionou assim que me viu.

— Podemos conversar? — ponderou por uns instantes antes de me dar passagem para entrar.

— Sente-se. — me acomodei no sofá, Caleb permaneceu de pé. — O que você quer?

— Preciso que me ajude a falar com a Millie.

— Por que faria isso? Acho que ela não quer falar com você, já que está te ignorando. — sua raiva estava nítida. — Não acha que a machucou o suficiente?

— Sei que fui um completo idiota, não estou diminuindo minha culpa. — justifiquei. — Millie tem que me escutar, precisa entender que não a enganei com Maddie do jeito que está pensando.

— Deveria te ignorar, mas conheço a Millie o suficiente para saber o tamanho do orgulho dela. — se sentou do meu lado. — Concordo que vocês precisam conversar.

— Obrigada. — finalmente uma luz no fim do túnel.

— Por que não tenta amanhã? Após o festival? Tenho certeza que ela te deu um convite.

Meu Deus, o festival!

— Obrigada, Caleb. Farei isso. — me levantei, estendendo a mão para um aperto.

— Nunca tivemos essa conversa. — o aperto foi retribuído com certa força. — Não estrague sua única chance.

Abri meu porta luvas assim que entrei novamente no carro. Peguei o convite, torcendo mentalmente para dar certo.



Millie Bobby Brown



Sai dos bastidores e andei lentamente até o palco. Puxei milimetricamente a cortina, estava mais lotado que no ano anterior.

Levei meus olhos lentamente as fileiras, encontrei meus amigos ao fundo.

Não eram eles que estava procurando, mas não diferença. Já era óbvio que Finn não viria. Por que estou contando com isso, afinal?

Fui retocar minha maquiagem, seríamos os próximos.

Não vou mentir, meu ânimo está inexistente. Entretanto, farei o meu melhor.

— Millie, tudo bem? Entraremos em trinta minutos. — Winona perguntou gentilmente.

— Sim. Já vou ir para o meu lugar. — me sorriu antes de sair.

Respirei fundo e me levantei.

Rápido demais.

Olhei para baixo não querendo comprovar o tinha acontecido.

A lateral do meu vestido tinha se enganchado na quina na mesa. O tecido era fino e delicado, meu coração se apertou ao ver o rasgo mediano.

Caminhei completamente envergonhada até Winona.

— Se anime, Millie! — disse ao ver meu rosto. Desceu o olhar para minha mão direita, a tirei revelando o estrago.

— Me desculpe.

— Não precisa se desculpar. — tentou ser compassiva, mas o desespero estava nítido. — Mandei a costurei ir embora, só tenho os materiais. Não sabia que teríamos um acidente aos quarenta e cinco do segundo tempo.

— Não podemos chamar a de outra equipe? — perguntei esperançosa.

— É contra as regras. — suspirou. — Alguém aqui sabe costurar?

Um silêncio preocupante se instaurou. Pelo olhar de minhas colegas, nem se soubessem me ajudariam. Não as julgo, estava colocando a performance em risco.

— É o nosso fim. — disse Winona em completa frustração.

— Millie? Viemos desejar boa sorte. — levei meu olhar até a porta, encontrando Iris e Sadie. — Caleb está guardando nosso lugar.

— Me digam que alguma de vocês podem consertar isso. — caminhei até elas me lamentando. Arregalaram os olhos, é realmente nosso fim.

— Conheço alguém que pode. Já volto. — Iris saiu correndo, sem me dar nenhuma explicação.

— De quem ela está falando? — perguntei a Sadie.

— Finn...

— O Finn?! — exclamei em voz alta.

— Não sei quem é esse Finn, mas espero que ele consiga consertar. Caso contrário teremos que usar a substituição. — disse Winona. — Só temos vinte e cinco minutos, vamos nos posicionar.

Sentia meu peito apertando a medida que escutava os passos no corredor.

— Aqui está ele, Millie. — Iris o colocou em minha frente. — Vamos Sadie. Boa sorte, amiga.

— Millie... — chamou, parecendo apertar meu coração em suas mãos.

— Vamos logo, não tenho tempo. — me virei indo até à sala de reparos.

Essa pode ser a última vez que nos encontramos, não quero prolongar. Por mais que cada célula do meu corpo queira abraça-lo e sentir que nada aconteceu.

Entreguei o kit de costura em suas mãos.

Se ajoelhou ao meu lado, tirando da caixinha o que iria usar.

— Vire, por favor. — fiz o que pediu.

Seu toque fazia minha pele doer em saudade. Seus dedos estavam gélidos, mas completamente focados no que faziam.

Soltei o ar que nem sabia que estava prendendo quando Finn terminou.

Os pequenos minutos pareceram horas de martírio. Preciso sair daqui.

— Isso deve resolver. — disse guardando os materiais.

— Obrigada. — me virei para sair, não estava aguentando tanta tensão.

— Millie. — me forcei a parar. — Você sabe que precisamos conversar. Pode me odiar o quanto quiser, mas me deixe ao menos te esclarecer tudo.

Sou estúpida demais por querer escutar?

— Me encontre aqui quando o festival acabar. — respondi sem dar importância a meus questionamentos.

Não posso fugir para sempre. Afinal, preciso entender toda a história antes de ir embora.


Notas Finais


Tenham uma boa tarde e se cuidem!

Amo vocês! Até mais! ♥️


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